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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL
DOCENTES: HÉLCIO BATISTA E KÁTIA FREITAS
DISCENTE: MARIA GABRIELE DE ACIOLI SERPA

Aula Prática 1 e 2
Resultados e Discussões

● Prática 1: Determinar Massa Molar De Um Gás

A fórmula usada partirá da equação geral dos gases e da fórmula do número de mols:

𝑃. 𝑉 = 𝑛. 𝑅. 𝑇 (eq.1)
𝑚
𝑛= 𝑀𝑀
(eq.2)

Substituindo a equação 2 na equação 1, temos:

𝑚
𝑃. 𝑉 = 𝑀𝑀
. 𝑅. 𝑇 (eq.3)

Isolando a massa molar, temos a fórmula para os cálculos desse experimento:

𝑚.𝑅.𝑇
𝑀𝑀 = 𝑃.𝑉
(eq.4)

○ Replicata 1
Tabela 1 – Dados obtidos da replicata 1.

Massa do isqueiro inicial 10, 783 g

Massa do isqueiro final 10,947 g

Massa do gás coletada 0,164 g

Volume coletado 88 mL (0,088L)

Temperatura da água
28,6° (301,7 K)
Pressão da água a 29°C (ρá𝑔𝑢𝑎) 30 mmHg (0,039 atm)

ρ𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜 (ρ𝑎𝑡𝑚 − ρá𝑔𝑢𝑎) 0, 961 𝑎𝑡𝑚

Substituindo esses valores na equação 4, temos:

0,082 𝐿. 𝑎𝑡𝑚
0,164 𝑔. 𝑚𝑜𝑙. 𝐾
. 301,7 𝐾
𝑀𝑀 = 0,961 𝑎𝑡𝑚 . 0,088 𝐿

𝑔. 𝐿. 𝑎𝑡𝑚
4,0572616 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀 = 0,084568 𝑎𝑡𝑚 . 𝐿

MM = 47,98 g . mol-1 de gás

○ Replicata 2
Tabela 2 – Dados obtidos da replicata 2.

Massa do isqueiro inicial 20,817 g

Massa do isqueiro final 20,633 g

Massa do gás coletada 0,184 g

Volume coletado 90 mL (0,09L)

Temperatura da água 28,7° (301,8 K)

Pressão da água a 29°C (ρá𝑔𝑢𝑎) 30 mmHg (0,039 atm)

ρ𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜 (ρ𝑎𝑡𝑚 − ρá𝑔𝑢𝑎) 0, 961 𝑎𝑡𝑚

Substituindo esses valores na equação 4, temos:

0,082 𝐿. 𝑎𝑡𝑚
0,184 𝑔. 𝑚𝑜𝑙. 𝐾
. 301,8 𝐾
𝑀𝑀 = 0,961 𝑎𝑡𝑚 . 0,09 𝐿

𝑔. 𝐿. 𝑎𝑡𝑚
4,5535584 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀 = 0,08649 𝑎𝑡𝑚 . 𝐿

MM = 52,65 g . mol-1 de gás


Os valores deram muito próximos da massa molar do butano (58 g/mol), sugerindo
sua presença no meio. Porém, é válido ressaltar que essa equação é aplicada a somente um
único gás (ideal), que não interage com outros componentes ou sofre mudanças de fase.
Porém, o butano nos isqueiros pode ser encontrado tanto na forma líquida quanto gasosa e em
conjunto com outros componentes como propano e pentano, influenciando assim os
resultados obtidos. Outros fatores podem ter influenciado os resultados, como a troca de
gases entre a atmosfera e a proveta. Ainda, é esperado que gases reais tendam a fugir da
idealidade da equação PV=nRT, por isso, mesmo se o isqueiro tivesse butano puro, os
resultados não iam ser exatos aos da literatura, salvo em condições de baixa temperatura e
alta pressão.

● Prática 2: Determinar o Volume de H2


Prendeu-se 0,03 g de fita de magnésio em um emaranhado de cobre selado, que foi
prendido na borda de uma bureta de 50 mL. A bureta foi preenchida com 10 mL de HCl 6
mol/L e emborcada um béquer de 1000 mL de água destilada. A reação inicialmente ocorreu
lenta devido ao consumo do óxido de magnésio sob a camada do metal. Posteriormente, a
reação ocorreu de forma rápida. Outro indício de reação percebido foi o metal, que antes era
cinza, tornou-se esbranquiçado, devido à formação de MgCl2 (eq.5). A medida de volume
não foi medida assim que a reação acabou, e sim quando o pedaço de magnésio
eventualmente saiu do eixo da bureta, cessando a coleta do gás. O volume de H2 e vapor de
água formou uma coluna na bureta, que foi medido. Os dados obtidos estão dispostos na
Tabela 3.
Mg(s) + 2HCl(aq) → MgCl(s) + H2(g) (eq.5)

Tabela 3 – Dados obtidos da prática 2.

Massa de magnésio 0,037 g

Volume não graduado da bureta 5,2 mL

Volume coletado 28,5 mL (0,028L)

Temperatura da água 27,2° (300,3 K)

Pressão da água a 28°C (ρá𝑔𝑢𝑎) 28,4 mmHg (0,037 atm)


ρ𝐻 (ρ𝑎𝑡𝑚 − ρá𝑔𝑢𝑎) 0, 963 𝑎𝑡𝑚
2

Sabendo que a proporção entre os reagentes é de 1 equivalente molar, o número de


mols de magnésio é igual ao de H2. Assim, usando a equação 2 temos que n é:

0,037 𝑔
𝑛𝑀𝑔 = 𝑛𝐻 = 24,3 𝑔/𝑚𝑜𝑙
= 0, 0015 𝑚𝑜𝑙
2

Calculando o volume teórico de H2 pela equação 1, temos:

0,082 𝐿. 𝑎𝑡𝑚
0, 963 𝑎𝑡𝑚 . 𝑉 = 0, 0015 𝑚𝑜𝑙. 𝑚𝑜𝑙. 𝐾
. 300, 3 𝐾

0, 963 𝑎𝑡𝑚 . 𝑉 = 0, 45537295 𝐿. 𝑎𝑡𝑚

𝑉 = 0, 03836 𝐿 = 38,36 mL de H2 teoricamente

O rendimento dessa reação foi de 74,30% (28,5 mL)

Nas condições de CNTP, 1 mol de H2 possui 2 gramas e ocupa 22,4L. Então, a massa
de H2 produzida nesse experimento foi:

2 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠
0, 0386 𝐿 . 22,4 𝐿
= 0, 003425 𝑔 = 3,425 mg de H2 produzido

Também, pode-se calcular a massa molar do magnésio:

1 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝐻2 1 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑀𝑔
0, 003425 𝑔 . 2 𝑔 𝑑𝑒 𝐻2
. 1 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝐻2
= 0, 0017125 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑀𝑔

0,037 𝑔
0, 0017125 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑚𝑔 . 𝑀𝑀
= 21,60 g/mol do Mg

A massa molar do Mg chegou perto da encontrada na literatura (24,3 g/mol). Alguns


erros podem influenciar nesses dados, como a reação não ter chegado ao fim pelo pedaço de
metal ter caído, possíveis trocas do gás com o ambiente e o não igualamento dos níveis para
que a pressão externa e interna sejam iguais.
Situação-Problema da Prática 1

Na cidade de Recife, a empolgação estava no ar na Escola de Referência Fernando


Mota com a aproximação da semana de química. Três estudantes curiosos do 2° ano do
ensino médio, Pedro, Maria e Júlia, estavam intrigados com o enigma proposto este ano pela
comissão do evento:

Os estudantes amavam desafios e queriam também ganhar os ingressos para assistir o


filme nos cinemas. Então, os três começaram a traçar estratégias rumo à solução do enigma:

Pedro: — Gente, não tem como mexermos com botijão de cozinha em casa, é muito
perigoso!

Maria: — É mesmo Pedroca, então melhor mexermos só com o isqueiro mesmo, mas ainda
assim com muito cuidado! Os gases podem ser tóxicos.

Julia: — Certo, mas antes temos que saber quais gases são comuns em botijões de cozinha e
isqueiros. Alguma ideia de como fazer isso?

Maria: — Acho que podemos começar pesquisando quais gases são normalmente usados em
botijões e isqueiros. Isso deve nos dar uma pista.

Julia: — E se encontrarmos uma maneira de coletar a substância de um isqueiro para


determinar a massa molar? Aí a gente comparava com o que pesquisamos e vemos se bate.

Pedro: — Perfeito! Vamos projetar um experimento onde coletamos uma quantidade


conhecida de gás, medimos sua massa e usamos pressão e temperatura para calcular a massa
molar.
Maria: — Mas se for uma mistura de gases, como vamos ter uma massa molar exata?

Julia: — Bom, você tem razão. Mas acho que vamos encontrar isso no resultado de alguma
forma, aí vamos ter que interpretar.

Pedro: — Então vamos agilizar, porque o prazo é de 2 dias!

No dia seguinte, os três estudantes montaram o seguinte esquema:

No outro dia, Pedro, Júlia e Maria marcaram de se encontrar no laboratório de


ciências para realizar os experimentos e determinar a massa molar da substância. Entretanto,
a chave do laboratório foi perdida e quem achou foi você. Quando você foi entregar para eles,
eles já tinham ido para casa tristes e sem ter feito nada do que planejaram. Sabendo que eles
estavam muito empolgados e que o experimento deles realmente poderia funcionar, você
tomou a frente da situação e decidiu realizar os experimentos como favor, já que amanhã era
o dia de apresentar à comissão. No outro dia, você levou os dados do experimento para eles:

Pedro: — Não acredito! Você conseguiu fazer o experimento a tempo!

Julia: — Você simplesmente podia ter ido para casa e deixado as chaves na
coordenação, nem ligando para nosso experimento e o que ele significa pra gente. Foi muita
gentileza sua. Obrigada!

Maria: — É verdade! Que tal fazermos o cálculo juntos? A gente usa a fórmula da lei
geral dos gases. Se vencermos, seria perfeito ter você conosco no cinema.

E então, será que vocês ganharam o desafio e vão assistir a esse filmaço nos
cinemas?

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