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ANÁLISE DOS FACTORES QUE INFLUENCIAM NA MOTIVAÇÃO PARA

APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA, NOS ALUNOS DA 9ª


CLASSE DA ESCOLA DO I CICLO Nº 1064 DA DAMBA MARIA-BENGUELA

Autor: Anastácio Sangola Tchinanga1 anastacio.91@hotmail.com

Orientadora: Ph.D. Isabel Romero Carvalho romeroisabel4@gmail.com

Instituição: Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela

Resumo

O presente trabalho centrou-se na análise dos factores que influenciam na motivação


para a aprendizagem da disciplina de Matemática, nos alunos da 9ª classe da escola do
I Ciclo nº1064 da Damba-Maria/Benguela. O tema partiu do seguinte problema: Será
que a relação professor-aluno é um factor que influencia na motivação para a
aprendizagem da disciplina de Matemática, nos alunos da 9ª classe da escola do I Ciclo
nº1064 da Damba Maria-Benguela? Com esta investigação, do tipo descritiva,
pretendeu-se como objectivo geral analisar os factores que influenciam na motivação
para a aprendizagem da disciplina de matemática, nos alunos da 9ª classe da escola do I
Ciclo nº1064 da Damba Maria/Benguela e como objectivos específicos: Identificar os
factores que influenciam na aprendizagem dos conteúdos da disciplina de matemática,
nos alunos da 9ª classe da escola do I ciclo nº1064 da Damba Maria/Benguela; Saber se
a relação professor-aluno influencia na motivação para a aprendizagem dos conteúdos
da disciplina de matemática; Para a sua materialização aplicamos como métodos a
análise síntese, dedutivo, indutivo, histórico, matemático-estatístico, pesquisa
bibliográfica, e instrumentos tais como observação e inquérito por questionário. Foi
possível concluir que a relação professor-aluno tem influência crucial na motivação para
a aprendizagem, e que a complexidade da disciplina, a maneira como o professor
explica exercem, de igual modo, influência considerável.

Palavras-chave: Motivação, aprendizagem, disciplina de Matemática.

1
Licenciado em Ensino da Psicologia, Professor de Psicologia no ensino secundário.
Abstract

This study focused on the analysis of the factors influencing the motivation for learning
mathematics discipline, the students of the 9th grade of the I cycle in school nº1064 of
Damba-Maria/Benguela. The theme came from the following problem: Does the
teacher-student relationship is a factor that influences the motivation for learning
mathematics discipline, students in the 9th grade I cycle in school nº1064 of Damba
Maria/Benguela? With this research, descriptive, it was intended as a general objective
to analyze the factors that influence the motivation to learn math discipline, the students
of the 9th grade of I cycle in school nº1064 of Damba-Maria/Benguela and specific
objectives: identify the factors that influence the learning of mathematics discipline of
content; Whether the teacher-student relationship influences the motivation for learning
of mathematics discipline of content; For its materialization methods were applied to the
synthesis analysis, deductive, inductive, historical, mathematical-statistical,
bibliographic research, and tools such as observation and questionnaire survey. It was
concluded that the teacher-student relationship has crucial influence on the motivation
for learning, and that the complexity of the subject, the way the teacher explains
exercise, likewise, considerable influence.

Keywords: Motivation, learning, Mathematics.


INTRODUÇÃO

No processo de ensino-aprendizagem, a motivação é decisiva no “envolvimento


escolar” dos alunos, isto é, no esforço que estes empreendem para a aprendizagem de
diversos conteúdos e disciplinas. O termo motivação “designa a dinâmica do
comportamento de um sujeito, enquanto dirigida para um objectivo” (Marques, s/d:95).

A matemática “é identificada como ciência que trata da quantidade e do espaço ou, o


que equivale, do número e da forma” (Ponte & Serrazina, 2000:25). Esta disciplina é,
muitas vezes, tida como “bicho-de-sete-cabeças” por vários estudantes, e alguns
docentes lamentam a clara falta de motivação e, consequentemente, o pouco
envolvimento para actividades que conduzem a aprendizagem dos conteúdos desta
disciplina, porém desconhecem-se quais os factores implicados.

A motivação enquanto conjunto de forças fisiológicas, psicológicas e sociais que


orientam o comportamento para o alcance de um objectivo, é um factor a considerar
quando se pretende entender o nível de envolvimento escolar dos alunos no estudo de
algum conteúdo ou disciplina e, consequentemente, os seus resultados académicos. “A
Matemática pode ser caracterizada como a ciência do número e da forma” (Ponte &
Serrazina, 2000:24). Não obstante a matemática ter um papel fundamental como
ferramenta de resolução de problemas, verifica-se um absentismo e falta de motivação
no envolvimento escolar na aprendizagem da disciplina de matemática, nos alunos da 9ª
classe, da escola do I ciclo nº1064 da Damba Maria/Benguela, o que se repercute no
baixo aproveitamento ou insucesso académico nesta área do conhecimento (Ponte &
Serrazina, 2000).

FACTORES QUE INFLUENCIAM NA APRENDIZAGEM

Na perspectiva de Pessanha, Barros, Sampaio, Serão, Veiga e Araújo (2002), quando se


fala de factores de aprendizagem podem ser referidos factores intrapessoais
(individuais) e factores socio-ambientais.

Factores individuais da aprendizagem


Os factores individuais referem-se às características peculiares do sujeito que aprende,
como por exemplo: a inteligência, a motivação, memória, os interesses, a aprendizagem
anterior e experiência, a auto-estima.

i. Inteligência

Para Monteiro e Pereira (2002:150), “existe uma estreita relação entre inteligência e
aprendizagem. A inteligência está intimamente relacionada com a aprendizagem, pois as
pessoas com maior for a capacidade intelectual, têm mais facilidades em aprender.

ii. Memória

A aprendizagem enquanto de aquisição e/ou alteração de conhecimentos, competências


e valores, só que pode ser efectivado pela interferência da memória que, permite reter as
informações.

iii. Aprendizagem anterior e experiência

David Ausebel (cit. Por Tavares & Alarcão, 2005), na sua teoria sobre “aprendizagem
significativa” sustenta que os conhecimentos adquiridos, já existentes na estrutura
cognitiva do sujeito sevem de âncora para as novas aprendizagens, por isso, ao se
ensinar novos conhecimentos, era necessário relacionar às aprendizagens anteriores.

Factores sociais da aprendizagem

De forma sintética, podemos afirmar que os principais factores sociais que condicionam
a aprendizagem são:

i. O nível socio-económico da família

Para Pessanha e outros (2010), existe uma relação de complementaridade entre a escola
e a família e, esta relação permite aumentar o aproveitamento escolar dos estudantes,
levando a que ajude os filhos a desenvolverem uma atitude positiva para com a escola.

ii. As políticas educativas e curriculares:

As bases políticas e ideológicas sobre as quais, os programas curriculares são


desenhados e postos em prática exercem, de forma substancial, uma influência no
processo de aprendizagem dos alunos, em função dos objectivos propostos, conteúdos,
métodos e meios de ensino selecionados.

iii. A competência do professor e sua relação com os alunos


Na acepção de Gil (2006), o domínio dos conteúdos por parte do professor
indispensável, razão pela qual afirma que “o professor que conhece bem os conteúdos
da disciplina que ministra, demonstra muito mais segurança ao ensinar, expõe com
maior propriedade” (Gil, 2006:15).

iv. Relação entre os alunos

A relação entre estudantes é inevitável e, torna-se um elemento de significativa


importância no processo de ensino-aprendizagem. Como afirmam Pessanha e outros,
“as situações de interacção entre pares constituem espaços privilegiados onde os alunos
utilizam suas potencialidades comunicacionais como instrumentos da aprendizagem”.

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-


APRENDIZAGEM

A motivação fornece os impulsos (energia) para realizar certas actividades e, como


afirma Oliveira “…dirige a para o objectivo a atingir, escolhendo meios adaptados a
alcançar o fim e descartando os inadaptados, tornando persistente […]” (Oliveira, 122).

Neste diapasão, destaca-se Gil, afirmando que “um aluno pode ser inteligente, mas se
não quer aprender, ninguém pode fazê-lo aprender” (Gil, 2008:58).

As teorias cognitivistas entendem a motivação como um dos elementos-chave no


processo de ensino-aprendizagem, como afirmam Tavares e Alarcão, um dos princípios
psicopedagógicos desta teoria é “motivar o aluno para a aprendizagem […]” (Tavares &
Alarcão, 2005:106). A motivação pode determinar a atenção, concentração e o empenho
e dedicação com que os alunos se envolvem na realização das tarefas orientadas e,
consequentemente, a eficácia e eficiência do processo de ensino-aprendizagem.
Factores que influenciam a motivação

Para Santrock (2009), a motivação é originada pelos seguintes factores:

 Auto-determinação e escolha pessoal: As pessoas empreendem mais energia


na busca de sucesso, relacionamentos e influência, assim como na satisfação das suas
necessidades de escolha e auto-determinação.

 Interesses dos alunos: A motivação intrínseca para uma determinada tarefa é


muito influenciada pelos interesses e curiosidades do sujeito. Entretanto, quanto mais
interesse o aluno estiver para aprender uma matéria, mais motivado estará, logo, o
índice de motivação é significativamente reduzido para as actividades das quais se tem
pouco interesse.

 Práticas de educação familiar: As práticas gerais educativas no contexto


familiar podem influenciar a motivação e o interesse dos estudantes.

 Relação com os colegas: Uma componente importante nos aspectos


motivacionais dos estudantes é a relação aluno-aluno, ou seja, a interacção do estudante
com os seus colegas. Os estudantes desenvolvem altos níveis motivacionais quando têm
relações emotivas e afectivas positivas e uma aceitação pelos colegas.

 Expectativas dos professores: Quando os professores têm expectativas


positivas sobre o rendimento dos estudantes, estes desenvolvem a auto-estima e auto-
confiança e, consequentemente, tendem a elevar a sua motivação para as actividades de
aprendizagem, melhorando assim, o seu rendimento escolar.

 Relação com os professores: “Muitas crianças que não vão bem na escola têm
interacções consistentemente negativas com os seus professores” (Stiped, cit. Por
Santrock, 2009:470). Uma relação desagradável entre professor-aluno tem sérias
repercussões no estado motivacional dos estudantes e, pode desembocar em
comportamentos desajustados, como: não prestar atenção, não realizar tarefas e faltar às
aulas.

A COMPLEXIDADE DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA E AS


DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

A disciplina de Matemática é, geralmente, tida como sendo muito complexa, em quase


todos os níveis de ensino, como salienta Zunino, a “Matemática é uma disciplina
temível” (Zunino 1995:3), ou seja, muitos consideram a Matemática como uma
disciplina que provoca temor.

Apesar de o (in) sucesso escolar referir-se a todo conjunto de disciplinas ministradas


num determinado nível, curso ou classe, a disciplina de matemática, no I ciclo do ensino
secundário é, apresentada como a que se mais regista casos de dificuldades de
aprendizagem e insucesso escolar.

METODOLOGIA E RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO

Foram alvo da presente investigação 69 (representando 13,5% da população) alunos da


9ª classe da escola do I Ciclo nº1064 da Damba Maria-Benguela. Para obtenção de
dados construíu-se um inquérito por questionário, com base nos objectivos e problema
de investigação, e uma grelha de observação baseada na que é utilizada no ISCED na
disciplina de prática docente. Esta investigação é do tipo descritiva, e tem como
objectivos: analisar os factores que influenciam na motivação para a aprendizagem da
disciplina de matemática, nos alunos da 9ª classe da escola do I Ciclo nº1064 da Damba
Maria/Benguela, identificar os factores que influenciam na aprendizagem dos conteúdos
da disciplina de matemática, saber se a relação professor-aluno influencia na motivação
para a aprendizagem dos conteúdos da disciplina de matemática.

RESULTADOS DO INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO

Gráfico 1: Estás motivado para aprender a disciplina de Matemática?

Como se pode observar, uma boa quantidade (75%) dos alunos sente-se muito motivada
para aprender a disciplina de Matemática, constituindo assim, um elemento positivo
que, deve ser bem gerido e aproveitado pelo professor e outros intervenientes, em prol
da aprendizagem desta disciplina.

A motivação é um dos principais factores de aprendizagem, e as teorias cognitivas


encaram a motivação como um dos elementos-chaves no processo de ensino-
aprendizagem (Tavares & Alarcão, 2005).

Gráfico 2: Estás motivado por causa da explicação do professor?


Segundo Gil (2006), “o professor que conhece bem os conteúdos da disciplina que
ministra… expõem com maior propriedade e é capaz de responder sem maiores
dificuldades as perguntas formuladas pelos alunos” (Gil, 2006:15). Este postulado
realça a preponderância da competência do professor no processo de motivação e
aprendizagem dos alunos.

Neste sentido, considerando que a explicação do professor deve contribuir para a


motivação dos alunos, tendo em conta que uma grande percentagem (45%) dos alunos
disse não estar motivado por causa da explicação do professor. Pode-se inferir que
ainda é pouco satisfatório, o nível motivador da explicação do professor, por isso, julga-
se necessário empreender melhorias neste aspecto.

Gráfico 3: Estás motivado por causa da relação do professor com os alunos?

Considerando relevância da relação professor-aluno na esfera motivacional dos alunos,


é imperioso enfatizar que, diante da realidade que se pode observar, (43%) alunos
disseram não estar por causa da relação do professor com os alunos. Assim, pode-se
depreender que relação professor-aluno ainda não é muito motivadora como deveria,
pois considerou-se alta a percentagem de alunos que não é motivada por esta relação.

Stiped afirma que “muitas crianças que não vão bem na escola têm interacções
consistentemente negativas com os seus professores (…)” (Stiped, cit. Por Santrock,
2009:470).

Gráfico 4: Que nota tiveste na última avaliação?


De um modo geral, verifica-se um aproveitamento muito negativo na disciplina de
Matemática, pois basta lembrar que, tal como foi à cima exposto, quase metade da
amostra obteve uma classificação de “Muito Mal”, ao conseguir notas de 0 (zero) à 3
(três) valores. Ademais, se analisado de uma maneira mais agrupada, nota-se que quase
70% dos alunos não conseguiu nota positiva na última avaliação, o que é, na realidade,
um indicador muito negativo em termos de aprendizagem. Entretanto, é notável a
dificuldade de aprendizagem e o insucesso escolar na disciplina de Matemática, isto é,
os alunos não conseguem alcançar o nível de aprendizagem desejado nesta disciplina,
confirmando assim, os dados empíricos que já indicavam esta realidade.

O contraste com a pauta final

Os dados recolhidos dos alunos, como se vê, são bastante desanimadores, visto que,
verifica-se um aproveitamento negativo. Contudo, analisada a pauta final da disciplina
em alusão, notou-se diferenças extremas, sendo que, a mesma não apresenta nenhuma
reprovação, contrastando assim, os resultados adquiridos ao longo da investigação.
Tentando compreender tal situação, partindo de outras informações colectadas,
elaborou-se uma ficha de observação para se saber em que medida os professores
cumprem com as fases didacticas.

RESULTADO DA OBSERVAÇÃO À ACTIVIDADES DO PROFESSOR

No âmbito da observação às aulas da disciplina de Matemática, foram avaliados


aspectos atinentes às actividades do professor como se pode divisar na tabela 1.

Tabela 1: Itens observados aos professores

Itens observados aos Nº de aulas/Turma C Nº de aulas/Turma D M


professores 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
Pontualidade 1 4 2 2 3 3 1 2 4 3 1 3 2,4
Relação Professor-aluno 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Motivação Inicial 4 3 4 3 3 3 4 3 3 3 3 3 3,3
Correcção da Tarefa 4 1 1 4 1 1 4 1 1 4 1 1 2
Orientação aos Objetivos 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 2 3 2,3
Meios de ensino 3 2 3 3 4 4 3 3 3 3 3 4 3,2
Feedback 4 4 4 3 4 4 3 4 4 4 3 4 3,8
Utilização do Tempo 1 4 2 2 3 3 1 2 4 3 1 3 2,4

Legenda: M (Média) 1 (Muito mal); 2 (Mal); 3 (Regular); 4 (Bom); 5 (Muito Bom).

Pontualidade e utilização do tempo

A pontualidade do professor foi um dos aspectos observados, devido a sua relevância no


cumprimento das actividades didácticas e, neste sentido. Verificou-se que os professores
muitas vezes chegavam atrasados à aula, 20 a 40 minutos depois do seu início.

Ora, os atrasos, inevitavelmente, têm uma forte implicação na utilização e


racionalização do tempo, logo, paralelamente à falta de pontualidade do professor,
salienta-se o incumprimento dos horários e a utilização integral do tempo
disponibilizado pelos planos curriculares da disciplina de Matemática. Portanto, tais
resultados, são considerados comprometedores no processo docente educativo
mormente, na aprendizagem da disciplina em referência.

Relação professor-aluno

Quanto à relação professor-aluno, fruto das observações realizadas, constatou-se que


existe um bom relacionamento nas aulas de Matemática, o que, consequentemente, pode
influenciar positivamente na motivação dos alunos para a aprendizagem desta
disciplina, conforme indicam os dados resultantes do inquérito aos alunos,
anteriormente abordados.

Motivação inicial

No que toca a motivação inicial feita pelo professor, podemos classificar como
“regular”, ou seja, o professor motiva suficientemente os alunos no começo, bem como
ao longo das aulas de Matemática, todavia, julga-se ser imperioso, a necessidade de
algumas melhorias na motivação inicial. A motivação inicial desempenha um papel
fundamental na aprendizagem, contribuindo para o sucesso escolar.
Correcção da tarefa

A verificação e correcção da tarefa constitui uma das fundamentais actividades


didácticas e, por isso, foi passível de observação e análise, tendo-se verificado algumas
inconsistências, pois foram anotados poucas acções do género, ou seja, num total de 12
aulas de Matemática auscultadas apenas se constataram 4 correcções de tarefa, fruto das
poucas orientações da mesma.

A tarefa actua como continuação da aula em casa estimula o aluno a rever e exercitar as
matérias dadas e, isto contribui para efectivação da aprendizagem, por esta razão,
depreendemos insatisfatório a marcação e correcção da tarefa nas aulas de Matemática.

Orientação aos objectivos

No que respeita a orientação e socialização dos objectivos, das 12 aulas observadas, em


9 aulas não fez sentir, de forma consistente, o cumprimento desta função didáctica,
sendo que somente em 3 aulas houve uma suficiente orientação dos objectivos, o que,
de forma geral, pode-se considerar de insuficiente o cumprimento desta actividade
didáctica. Devido a pertinência desta actividade didáctica, deve constituir um motivo de
extrema preocupação, pois estes resultados não são abonatórios para o processo de
ensino-aprendizagem.

Meios de ensino

Do total de 12 aulas observadas, das quais oito (8), o professor teve uma aplicação
regular dos meios de ensino, esteve bem em 3 aulas, e mal em uma. Logo, o
desempenho do professor, quanto a utilização dos meios de ensino nas aulas de
Matemática pode-se considerar regular, pois apesar de ter recorridos aos meios
basicamente necessários, faltou alguma criatividade ou inovação com vista a
diversificação.

Retroalimentação

Quanto à retroalimentação (feedback), das doze (12) aulas assistidas, o professor


retroalimentou bem em nove (9) aulas, e nas demais aulas fê-lo de modo razoável, o que
nos leva a afirmar que, neste aspecto, verifica-se, realmente, um bom desempenho da
parte do professor, pois leva os alunos conhecerem os resultados da sua conduta e
aproveitamento académico.
A retroalimentação pode servir de agente motivador, pois sabendo dos resultados do seu
comportamento e desempenho académico, o aluno pode adoptar novas estratégias e
mecanismos tendentes a melhoria. Portanto, tendo em conta os resultados verificados,
considera-se “Bom” os procedimentos de retroalimentação na disciplina de Matemática.

CONCLUSÕES

Com base na fundamentação teórica e em concordância com os objectivos, pode-se


concluir que:

 Há uma boa relação professor-aluno, e este elemento tem uma influência


crucial na motivação para a aprendizagem da disciplina de matemática, nos
alunos da 9ª classe da escola do I ciclo nº1064 da Damba Maria/Benguela;
 Os principais factores que influenciam na motivação para a
aprendizagem da disciplina de matemática, são: a relação professor-aluno, a
complexidade da disciplina, a maneira como o professor explica os conteúdos,
os materiais didácticos e a importância atribuída a esta cadeira;
 Aspectos didácticos relacionados com a falta de pontualidade, motivação
inicial e a correção da tarefa, são os factores que mais influenciam
negativamente na aprendizagem.

SUGESTÕES

Os resultados apurados da investigação realizada, levam a sugerir o seguinte:

 A escola deve apostar na capacitação contínua dos professores e, supervisionar,


rigorosamente, as suas actividades pedagógicas com o intuito de aperfeiçoar sua
actuação profissional, evitando assim, aspectos .
 Os professores devem promover sadias relações com os alunos e, melhorar os
métodos e meios de ensino, bem como os mecanismos para motivar os alunos
para a aprendizagem dos conteúdos da disciplina de Matemática.
 Os pais e encarregados de educação devem-se dedicar com afano no
acompanhamento da vida escolar dos seus educandos e providenciar-lhes
materiais didácticos, sobretudo da disciplina de Matemática.
 Os alunos devem empenhar-se afincadamente nas tarefas conducentes à
aprendizagem, e evitar o “preconceito de complexidade” sobre a disciplina de
Matemática

BIBLIOGRAFIA

Gil, A. C. (2006). Didáctica do ensino superior. S. Paulo: Atlas.

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Porto: Porto editora.

Pessanha, M., Barros, S., Sampaio, R., Serrão, C., Veiga, S. & Araújo, S. C. (2010).
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Lisboa: Universidade aberta.

Santrock, J. W. (2009). Psicologia educacional. 3ª ed. São Paulo: McGraw-Hill.

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Artmed.

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