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ESTRUTURAS DE AÇO EM
SITUAÇÃO DE INCÊNDIO
Tese apresentada à
Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo
para obtenção do título de
Doutor em Engenharia
Área de concentração:
Engenharia de Estruturas
Orientador:
Prof. Dr. Paulo de Mattos Pimenta
São Paulo
1997
ii
AGRADECIMENTOS
O autor agradece
ao Professor Doutor Paulo de Mattos Pimenta pelo apoio e orientação ao longo de todo
o trabalho
demonstrada
iv
SUMÁRIO
LISTA DE SÍMBOLOS
DEFINIÇÕES
RESUMO
“ABSTRACT”
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................01
1.1 OBJETIVO............................................................................................................01
1.2 DESENVOLVIMENTO DA TESE....................................................................... 01
1.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS................................................................................02
7 CONCLUSÕES.....................................................................................................137
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................162
ix
LISTA DE SÍMBOLOS
temperatura
.
Q abs,a - calor absorvido pelo elemento de aço (W)
.
Q abs,m - calor absorvido pelo material de revestimento contra fogo (W)
.
Q abs,p - calor absorvido pelo elemento de vedação (W)
.
Q c - fluxo convectivo de calor (W)
.
Q comb - calor gerado durante a combustão, na unidade de tempo (W)
.
Q k - fluxo de calor por condução (W) no interior do material de revestimento contra
fogo (W)
.
Q p - calor dissipado para e através das vedações da área em chamas (W)
.
Q r - fluxo radiativo de calor (W)
.
Q R - calor dissipado, por radiação, pelas aberturas (W)
.
Q v - troca de calor com o ambiente externo por meio da movimentação do fluido
através das aberturas (W)
R - constante dos gases perfeitos (8,31 J/mol K)
xi
DEFINIÇÕES
), provocado
Ação térmica - ação na estrutura descrita por meio do fluxo de calor ( Q
pela diferença de temperatura entre os gases quentes do ambiente em chamas e os
componentes da estrutura.
Carga de incêndio - soma das energias caloríficas que poderiam ser liberadas pela
combustão completa de todos os materiais combustíveis em um espaço, inclusive os
revestimentos dos elementos de vedação.
RESUMO
ABSTRACT
In this Thesis a study about the behavior of steel structures on fire was carried out.
Comments about fire models (temperature-time curves of hot gases) are made and
the expressions to determine the thermal action on the structures and its effect, the
temperature on steel, are derived. The influence of load fire, opening factor (ventilation)
and section factor (massivity factor) is discussed.
Stress-strain curves of steel, including the creep phenomena, under high
temperature are presented.
A comparison between the safety criteria for the accidental situation of structures
in fire, based on Brazilian and European Standards, is made.
A simplified method of steel structures fire design is recommended and the
influence of geometrical and material non linearities and thermal deformation are
analyzed.
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVO
O terceiro problema a ser enfrentado, isto é, segurança a incêndio, ainda não está
resolvido. A inexistência de norma brasileira sobre o assunto e a utilização de técnicas
não científicas e antieconômicas como solução para esse problema têm contribuído para
afastar os possíveis interessados no uso do aço.
O autor, preocupado com esse problema, vem há anos pesquisando e procurando
divulgar no Brasil (publicação interna à COSIPA, em 1988, SILVA (1991), SILVA;
PIMENTA (1995), (1996a) e (1996b)), um método racional para projetar estruturas
sujeitas a incêndio com base em um modelo realístico de incêndio e com critérios de
segurança adequados à essa situação excepcional. Esse método desenvolvido
inicialmente na Suécia na década de 60 é ainda hoje objeto de estudo e aprimoramento
pela Comunidade Europeia.
Em 1997, a comissão de estudos (CE-24:301-06/ABNT) para a elaboração do
texto básico para a Norma Brasileira “Dimensionamento de estruturas de aço de
edifícios em situação de incêndio”, acatando sugestão do autor, incluiu no texto um
método de dimensionamento de estruturas de aço em situação de incêndio que, apesar
de simplificado, permite ao engenheiro de estruturas calcular a temperatura que causa o
colapso de cada peça estrutural e analisar a necessidade ou não da utilização de material
de revestimento contra fogo. Esse texto básico também permite o uso de métodos
avançados de modelagem de incêndio e análise estrutural.
A análise, o esclarecimento, a viabilização e a comparação desses métodos são
objeto desta Tese.
4
2 AÇÃO TÉRMICA
2.1.1 INTRODUÇÃO
), por
Ação térmica é a ação na estrutura descrita por meio do fluxo de calor ( Q
radiação e por convecção, provocado pela diferença de temperatura entre os gases
quentes do ambiente em chamas e os componentes da estrutura. O aumento da
temperatura nos elementos estruturais, devido à ação térmica, causa redução da
resistência, redução do módulo de elasticidade e o aparecimento de esforços solicitantes
adicionais (ações indiretas) nas estruturas em que há restrições às deformações térmicas.
A principal característica de um incêndio, no que concerne ao estudo das
estruturas é a curva que fornece a temperatura dos gases em função ao tempo de
incêndio (Fig. 2.1.1), visto que a partir dessa curva é possível calcular-se a máxima
temperatura atingida pelas peças estruturais e a sua correspondente capacidade
resistente à alta temperatura.
temperatura temperatura
temperatura máxima do
i ê di
fase de fase de
aquecimento resfriamento
ignição
inflamação tempo
generalizada tempo
(flashover)
Essa curva apresenta uma região inicial com baixas temperaturas, em que o
incêndio é considerado de pequenas proporções, sem riscos à vida humana ou à
estrutura. Caso se possa demonstrar que nesse intervalo de tempo as medidas de
proteção à vida humana (detectores de calor e fumaça, chuveiros automáticos, brigada
5
tempo
2.1.2 INCÊNDIO-PADRÃO
g g, o 345 og10 8 t 1
sendo:
g - temperatura dos gases no ambiente em chamas (C )
g,o - temperatura dos gases no instante t = 0, geralmente admitida 20 C
t - tempo (min)
Essa curva foi adotada em 1918 pela ASTM com basea na proposta do UL -
Underwriters Laboratory de Chicago (1916) para curva-padrão na fase de aquecimento
em ensaios de pilares, que estavam sendo realizados à época. Supõe-se que os dados
tenham sido obtidos em incêndios reais (LIE (1972)).
A Figura 2.1.4 apresenta as curvas padronizadas pela ISO 834 e ASTM E119 e
também a curva padronizada pela norma sueca SBN 67 que será abordada na seção
2.1.3.3.
1250
1000
temperatura
750 IS O 834/ 75
AS TM E119/ 88
500 S BN/ 67
250
0
0 120 240 360 480
tempo (min)
A carga de incêndio1 é a soma das energias caloríficas que poderiam ser liberadas
pela combustão completa de todos os materiais combustíveis em um espaço, inclusive
os revestimentos das vedações.
A carga de incêndio específica de um compartimento é a carga de incêndio por
unidade de área total (At) desse compartimento, incluindo piso, paredes e teto.
A carga de incêndio específica é calculada da seguinte forma:
M r H r mr r
q fi , k r .......... (2.1.1)
At
sendo:
qfi,k ou simplesmente qfi - valor característico da carga de incêndio específica
(MJ/m2)
Mr - massa total de cada componente do material combustível (kg)
Hr - potencial calorífico específico de cada componente do material combustível
(MJ/kg)
At - área total, incluindo vedação (paredes, piso e teto) e aberturas (m2)
mr - coeficiente adimensional que representa a eficiência da combustão de cada
componente do material combustível. Sendo mr = 1 correspondente à combustão
completa e mr = 0 à ausência de combustão durante o processo do incêndio.
O EUROCODE 1 (1995) recomenda, simplificadamente, mr = 1. SCHLEICH;
CAJOT (1997)2 propõem mr = 0,7. Outros valores podem ser encontrados no
suplemento da DIN 18230 (1987)
r - coeficiente adimensional que representa o grau de proteção ao fogo do
material combustível. Varia entre r =1 para materiais sem proteção e r = 0 para
1
O autor optou pela denominação carga de incêndio ao invés de “carga incêndio” conforme
recomendado pela NBR 13860 (1997).
2
O Prof. J. B. Schleich, lider dos grupos europeus de pesquisa sobre estruturas em situação de incêndio,
enviou correspondência ao autor da presente Tese, anexando o documento “Background document for
the preparation of prEN1991-2-2”, antecipando as informações constantes em SCHLEICH; CAJOT
(1997).
10
q fi,d n s q fi, k
sendo:
qfi,d - valor de cálculo da carga de incêndio específica (MJ/m2)
n - coeficiente adimensional que leva em conta a presença de medidas de
proteção ativa.
O EUROCODE 1 (1995) recomenda utilizar n = 0,6 quando houver chuveiros
automáticos. SCHLEICH; CAJOT (1997) propõem diversos valores para n (0,1 a 1,0)
levando em conta a presença de chuveiros automáticos, brigada de incêndio,
dispositivos automáticos de detecção e alarme, etc. a DIN 18230 (1987) recomenda n =
11
Av h
V = ..........(2.1.2)
At
onde:
12
sendo:
Aq - área da superfície do material combustível que pode participar da combustão
(esse valor é de evidente difícil determinação servindo tão somente para a análise
qualitativa feita a seguir)
Para um dado compartimento, se a quantidade de material combustível for
suficientemente grande ou o fator de abertura for suficientemente pequeno, isto é, alto
valor de , a temperatura dos gases que envolvem as chamas será dependente tão
somente do grau de ventilação e esse tipo de incêndio é denominado incêndio de
ventilação controlada.
Durante a fase de aquecimento geralmente considera-se como hipótese
simplificadora e a favor da segurança (PETTERSSON et al. (1976)) que o incêndio seja
de ventilação controlada, isto é, durante essa fase a temperatura dos gases somente
depende do grau de ventilação do ambiente.
Por outro lado, para um grau de ventilação maior que certo limite ou quantidade
de material combustível abaixo de certo valor, ou seja, baixo , diz-se que o incêndio é
controlado pelo combustível, ou seja, a temperatura depende somente da carga de
incêndio.
g g, o 1325 1 0,324 e 0,2 t 0,204 e 1,7 t 0,472 e 19 t ..........(2.1.3)
sendo:
g - temperatura dos gases no compartimento em chamas (C )
g,o - temperatura no instante t = 0, geralmente admitida 20 C
t - tempo (min)
1000
vent .= 0 ,0 2 m1 / 2
vent .=0 ,0 4 m1 / 2
500
0
0 30 60 90 120
tempo (min)
o material combustível é formado por madeira. O modelo pode ser utilizado para
outros tipos de materiais, exceto hidrocarbonetos, desde que se calcule qfi
conforme recomendado na seção 2.1.3.1 desta Tese.
o material da vedação é composto por concreto e tijolo, de tal forma que
c = 1160 J/m2 s1/2 C, sendo: , c, a massa específica (kg/m3), o calor
.
a) Q comb - calor gerado durante a combustão, na unidade de tempo (W)
. dM
Q comb H ..........(2.1.5)
dt
onde:
dM(t)/dt é a variação da massa do material combustível na unidade de tempo,
durante o incêndio (M(0)/At = qfi)
H - potencial calorífico específico do combustível (J/kg)
.
São utilizadas curvas Q c (qfi,v,t) (Fig. 2.1.8) em função do tempo, encontradas a
partir de dezenas de ensaios feitos em diversos laboratórios, sendo qfi a carga de
incêndio específica em MJ/m2 em relação à área total,
.
b) Q p - calor dissipado para e através dos elementos da vedação (paredes,
piso, teto) do compartimento em chamas, na unidade de tempo (W)
g 1
Q
Q i r,p Q
i c, p ..........(2.1.6)
p
1 x1
ir ( ) ic ( ) 2 ( x, )
vedação (paredes, piso, teto) desse ambiente, por radiação Q ir, p e Q er , p e por
18
convecção Q
i eQ
c, p c, p
e , através dos vedos, por condução Q
k ,p e há absorção de
calor pelo material da vedação Q
abs, p , conforme Fig. 2.1.9.
.
Q R A v 5,67 ( g 273) 4 ( o 273) 4 10 8
R r A v g 0
..........(2.1.7)
onde:
g
273 4 273 4
0
Rr
g 0
.
d) Q v - troca de calor com o ambiente externo através das aberturas, na
unidade de tempo (W)
.
Q v M v , out c p g o 3600
ou ..........(2.1.8)
.
Q v c p g o A h 3600
sendo:
M v ,out
Av h
dq A 1 (t) Av
(q fi , v, t ) H c p ( g ) v o (1 v ) R
r ( ) o
dt At 1 x1 At
g ( t )
i i
r ( ) c ( ) 2
( x, 1 )
A 1 Av
c p ( g ) v (1 v ) R
r ( )
At 1 x1 At
i i
r ( ) c ( ) 2 ( x, 1 )
..........(2.1.9)
sendo:
4
r g 273 i 273
4
ir ( )
g i
g
273 4 273 4
0
Rr
g 0
750 q f i =2 50 M J / m2
temperatura
q f i =2 0 0 M J / m2
500 q f i =150 M J /m2
q f i =10 0 M J / m2
250
0
0 30 60 90 120
tempo (min)
Figura 2.1.12
ISO-8 3 4
1000
temperatura
750
500 q f i =2 50 M J / m2
q f i =2 0 0 M J / m2
250 q f i =150 M J /m2
q f i =10 0 M J /m2
0
0 30 60 90 120
tempo (min)
Figura 2.1.13
1000
ISO-8 3 4
temperatura
750
500
q f i =2 50 M J /m2
250 q f i =2 0 0 M J / m2
q f i =150 M J / m2
0 q f i =10 0 M J /m2
0 30 60 90 120
tempo (min)
Figura 2.1.14
23
1000
ISO-8 3 4
750
temperatura
500
q f i =2 50 M J /m2
250
q f i =2 0 0 M J / m2
0 q f i =150 M J / m2
q f i =10 0 M J /m2
0 30 60 90
tempo (min)
Figura 2.1.15
1000
ventilação
temperatura
750
0 ,0 4 m^1/2
500 0 ,0 6 m^1/2
0 ,12 m^1/2
250
0
0 30 60 90 120
tempo (min)
Figura 2.1.16
1000 2 0 0 M J /m2
temperatura
150 M J / m2
10 0 M J /m2
800 75 M J / m2
600
0,02 0,06 0,1 0,14 0,18
ventilação (m 1/ 2 )
Figura 2.1.17
24
temp (min)
60
40 2 0 0 M J /m2
150 M J / m2
20
10 0 M J /m2
0
0,02 0,06 0,1 0,14 0,18
ventilação (m 1/ 2 )
Figura 2.1.18
Assim sendo, baseando-se nas hipóteses adotadas para o modelo de Pettersson
conclui-se que:
A temperatura máxima de um incêndio se eleva com o aumento da carga de
incêndio específica.
A temperatura máxima de um incêndio se eleva com o aumento do grau de
ventilação.
A duração de um incêndio cresce com o aumento da carga de incêndio
específica.
A duração de um incêndio diminui com o aumento do grau de ventilação
2.1.4.1.1 - Curva-padrão
1000
Curva p ad r.
500 Hid ro carb .
0
0 60 120 180 240
tempo (min)
Figura 2.1.19
..........(2.1.11)
t t
2 2
V 1160
0, 04 c
g g , max 625 t
td
para td
0,5 h
g g , max 250 3 t d
t
td
para 0,5 h td
2 h
g g , max 250 t
td
para td
0,5 h
q fi, d
t d 0,13 10 3 ..........(2.1.12)
V
onde:
g, máx - máxima temperatura dos gases em C
, c, - massa específica em kg/m3, calor específico em J/kgC e condutividade
térmica em W/mC respectivamente do material da vedação do ambiente
t - tempo (h)
Os seguintes limites devem ser observados:
0,02 V 0,20 (m1/2) - grau de ventilação
50 qfi,d 1000 (MJ/m2) - carga de incêndio específica de cálculo em
relação à área total
O aspecto das curvas recomendadas pelo Eurocode pode ser visto nas Figs. 2.1.20
a 2.1.22 superpostas às curvas propostas por Pettersson e à curva-padrão (ISO-834).
1000
temperatura
tempo (min)
Figura 2.1.20
27
1000
temperatura
750 Pett ers s o n
500 Euro co d e
ISO-8 3 4
250
0
0 30 60 90 120
tempo (min)
Figura 2.1.21
1000
temperatura
250 ISO-8 3 4
0
0 30 60 90 120
tempo (min)
Figura 2.1.22
Q abs
Q
f a
sendo:
.
Q r - fluxo de calor radiativo (W)
No caso de troca de calor entre dois corpos reais (não ideais) tem-se:
..........(2.2.2)
.
Q r A 1 2 1 273 4 2 273
4
sendo:
1-2 - emissividade, fator dependente das características térmicas e geométricas
dos dois corpos (adimensional)
1 e 2 - temperaturas dos dois corpos (C)
Reescrevendo a exp. 2.2.2 de forma adequada ao problema em tela tem-se:
r h r A a ..........(2.2.3)
Q
onde:
h r r g a
r
r g 273 4
a 273
4
g a
sendo:
=Q
Q c h A a .......... (2.2.5)
r Q
onde:
h h r h c
sendo
- fluxo de calor (ação térmica na estrutura) (W)
Q
32
Obs.: Segundo a NBR 8681 (vide seção 4 desta Tese) o fator de combinação
associado à ação excepcional vale 1,0. Dessa forma tem-se:
e h 1,0 h
1,0 Q
Q d k d k
e h ao invés
Neste texto, a notação será aliviada e se utilizará simplesmente Q
e h d
de Q d
onde:
.
Q abs - calor absorvido pela peça estrutural de aço, na unidade de tempo (W)
a t t a ( t )
F
c a () a
r g ( t ) 273 a ( t ) 273
4 4
c
g ( t ) a ( t ) t
Para barras prismáticas, o fator de massividade pode ser expresso como a relação
entre o perímetro exposto ao fogo e a área da seção transversal do elemento em estudo,
sendo conhecido, também, como fator de forma da seção, ou seja:
u
F (m-1)
Aa
Obs: Em situações como a esquematizada na Fig. 2.2.2, em que bf é o perímetro
exposto ao fogo, segundo PETTERSSON et al. (1976) e THOR et al. (1977), deve-se
utilizar F = 1/bf.
concreto
tf
bf
Figura 2.2.2
A partir da exp. 2.2.7 e das curvas recomendadas pelo Eurocode (item 2.1.3.4
desta Tese) com c = 1160 J/m2 s1/2 C, com auxílio de programa desenvolvido
pelo autor, realizou-se uma análise paramétrica da temperatura máxima do aço durante
um incêndio e o tempo em que essa temperatura é atingida, em função do fator de
massividade, grau de ventilação e carga de incêndio (vide Figs. 2.2.3 a 2.2.10)
34
incêndio padrão
incêndio natural
incêndio padrão
incêndio natural
temp. incêndio
temperatura temp. aço
tempo
tempo
incêndio natural
incêndio padrão
temperaturaa
tempo
tempo
incêndio natural
incêndio natural
incêndio padrão
incêndio padrão
temperatura
tempo
tempo
temperatura
2 50 m-1
600 2 0 0 m-1
500 150 m-1
10 0 m-1
400
50 m-1
300
0,02 0,06 0,1 0,14 0,18
ventilação (m 1/ 2 )
Figura 2.2.6
2 0 0 m-1
800
150 m-1
12 5 m-1
600 10 0 m-1
50 m-1
400
0,02 0,06 0,1 0,14 0,18
ventilação (m 1/ 2 )
Figura 2.2.7
75 M J /m2
750 10 0 M J / m2
150 M J /m2
500
0,02 0,06 0,1 0,14 0,18
ventilação (m 1/ 2 )
Figura 2.2.8
36
temperatura
75 M J / m2
700 10 0 M J /m2
150 M J / m2
600
500
0,02 0,06 0,1 0,14 0,18
ventilação (m 1/ 2 )
Figura 2.2.9
75
60 fato r d e mas s iv.
tempo (min)
45 2 50 m-1
30 12 5 m-1
15
0
0,02 0,06 0,1 0,14 0,18
ventilação (m 1/ 2 )
Figura 2.2.10
Assim sendo, a partir das hipóteses elencadas nas seções 2.1.3.4 e 2.2, conclui-se
que:
O tempo em que ocorre a máxima temperatura na estrutura de aço aumenta
com a carga de incêndio, diminui com o aumento do grau de ventilação e pouco
depende do fator de massividade.
A temperatura máxima na estrutura de aço (a,máx) durante um incêndio se
eleva com o aumento do grau de ventilação (v), desde que, simultaneamente, o fator
de massividade (F) e a carga de incêndio específica (qfi) sejam altos (F 200 m-1 e qfi
150 MJ/m2 de área total). Para valores menores de F e qfi a temperatura máxima no
aço pode se elevar ou diminuir dependendo dos valores de F, qfi e v.
k m A m m ..........(2.2.8)
Q
x
sendo:
.
Q k - fluxo de calor por condução no interior do material de revestimento contra
fogo (W)
m - condutividade térmica do material de revestimento contra fogo (W/m C)
Am - área exposta ao fogo, do material de revestimento contra fogo (m2)
Q abs, m, x
Q
Q k, x
Q k, x + x
38
m
Q k,x m ( ) A m ( x, t )
x
m
k , x dx m A m x ( x dx, t ) ..........(2.2.9)
Q
m
Q abs , x m A m dx c m () t ( x, t )
onde:
m - massa específica do material de revestimento contra fogo (kg/m3)
cm () - calor específico do material de revestimento contra fogo à temperatura
(x,t) (J/kgC)
m () - condutividade térmica do material de revestimento contra fogo à
temperatura (x,t) (W/mC)
m m
Q k , x dx A m x ( x, t ) x m () x ( x, t ) dx
Sabendo-se que:
Q k , x Q k , x dx Qabs, x
m c m ( x, t ) m ( ) ( x, t ) .......... (2.2.10)
t x x
Tendo em vista a pequena espessura do material de revestimento contra fogo,
pode-se confundir, na exp. 2.2.10, a espessura elementar dx com a espessura total tm e
admitir a absorção de calor concentrada no ponto médio de tm .
Q abs, m
Q
Q
k,1
Q
k,2
abs,a
Q
k
Q
g m,ext m a
tm
Figura 2.2.12 - Fluxo de calor através do material de revestimento contra
fogo
ou seja:
40
g m,ext A m m A m
m , ext m m Am
m a A
m t m m c m m
.
tm tm
2 2
..........(2.2.11)
e
Q k,2 Q abs,a
ou seja:
m a V .
m Am a c a a ..........(2.2.12)
tm
2
onde:
= r + c
m,ext - temperatura na superfície externa do material de revestimento contra fogo
(C)
g - temperatura dos gases quentes (C)
m - temperatura no ponto médio da espessura do material de revestimento contra
fogo (C)
m = m ()
cm = cm ()
tm - espessura do material de revestimento contra fogo (m)
V - volume da peça estrutural (m3)
a - massa específica do aço (kg/m3)
ca = ca () - calor específico do aço (J/kgC)
..........(2.2.13)
ou
41
t c 1 t c
. . tm
g m, ext m m m m m, ext m m m m m 2
m
1 tm
2m
m a
tm
2m
m a
t
g a t m m c m m 1 m 2
m
tm 1 tm
2 m m
..........(2.2.14)
A partir da exp. 2.2.12 obtém-se
. .
m a V a c a a c
a a a ..........(2.2.15)
tm Am F
2 m
sendo: F = Am / V (fator de massividade da peça protegida)
ou, rearranjando:
.
m 1 m 2
t
. g a F m
a ..........(2.2.16)
a c a 1 tm 1 tm
m m
m c m
sendo: tm F
a c a
m,ext a
g m,ext
g
2
1 1 t m
2 m
ou, rearranjando:
t
g m a 1
m,ext m ..........(2.2.17)
1 m t 1 t m
m m
a 2 m
t t
g m m
m
1 m t 1 tm
m,ext a m m
m
2 2
tm 2 tm
m m
1
1 tm 1 tm
m m
portanto:
g a
m ..........(2.2.18)
2
. a ( t )
e, finalmente, aproximando-se: a por , tem-se:
t
43
a ( t t ) a ( t )
F g (t) a (t) t
g ( t t ) f ( t )
tm
m
a c a 1 4 4 1
..........(2.2.19)
a ( t t ) a ( t )
F g (t) a (t) t ..........(2.2.20)
tm a c a
m
que é uma boa aproximação para a exp. 2.2.19 para baixos valores de , como se
pode observar nos gráficos apresentados no item 2.2.2.2
resultando:
a ( t t ) a ( t )
F g ( t) a ( t) t
g ( t t ) g ( t )
1
tm
m
a c a 1 2 2 1
..........(2.2.21)
g (t) a (t) t
F
a ( t t ) a ( t ) g ( t t ) g ( t ) e 10 1
tm
m
a c a 1 3
..........(2.2.22)
Sendo o calor específico determinado da seguinte maneira:
44
ca = 650 J/kg°C
A variação do calor específico do aço em função da temperatura pode ser visto na
Fig. 2.2.13.
inc. padrão
m = 0,15 W/mC
cm = 1130 J/kgC
tm = 0,016 m
m = 64 kg/m3
sem absorção ca (t)
com absorção: a = 7850 kg/m3
Eurocode F = 224 m-1
Pettersson (t) ( 0,055)
Tese
Figura 2.2.14
F = 224 m-1
com esses valores tem-se (t) 0,81
inc. padrão
sem absorção
m = 0,20 W/mC
cm = 1200 J/kgC
tm = 0,020 m
m = 800 kg/m3
ca (t)
a = 7850 kg/m3
Pettersson F = 224 m-1
Eurocode (t) (0,81)
Tese
Figura 2.2.15
Pettersson
m = 1,6 W/mC
cm = 1000 J/kgC
tm = 0,030 m
Eurocode m = 2400 kg/m3
ca(t)
a = 7850 kg/m3
F = 224 m-1
(t) 3,42
Tese
Figura 2.2.16
inc.
aço com
isolamento
térmico temp. máx. do aço
tempo
temperatura
temperatura fictícia para dimensionamento
aço sem
inc. isolamento
térmico
tempo
Recomenda-se, nesta Tese, que esses tempos sejam determinados pelo método do
tempo equivalente (seção 2.3), adequando-se os coeficientes (n e s) associados à carga
de incêndio específica de cálculo, à realidade brasileira.
máxima
temperatura aço (inc. padrão)
no aço
aço(inc. nat.)
tempo
instante em que ocorre a tempo equivalente
máxima temperatura no aço
Figura 2.3.1 - Tempo equivalente
sendo:
At
w w
Af
0,3 4
6 A
w 0,62 90 0,4 v 0,5
H Af
qfi,d - valor de cálculo da carga de incêndio específica (MJ/m2 área total)
H - altura do compartimento em chamas (m)
3
O Eurocode 1 permite a utilização desse método para áreas superiores a 100 m2. Essa informação foi
confirmada pelo Eng. L. G. Cajot, em correspondência enviada ao autor desta Tese.
50
1,4
1,3
(H/6)
1,2
1,1
2,5 2,75 3 3,25 3,5
H (m)
Figura 2.3.2
At /Af=6 e h=1,2 m
2
At /Af=6 e h=2 m
(área total)
a = 3m
a = 5m
a = 10m
a = 15m
1,5
1
At /Af=3 e h=1,2 m
0,5 H = 3m
0
0,05 0,1 0,15 0,2
grau de ventilação (m 1/ 2 )
Nota-se que teq = qfi,d é uma boa aproximação para a faixa 0,05 m1/2 < V 0,2 m1/2
Há pesquisas europeias em desenvolvimento, cujos resultados preliminares
(SCHLEICH;CAJOT (1997)) indicam que a exp. 2.3.1 é adequada a estruturas de
concreto e a estruturas de aço revestidas contra fogo, porém não conduz a resultados
satisfatórios quando aplicadas a estruturas de aço sem revestimento. Como contribuição
52
3.1 INTRODUÇÃO
E 0 1 ..........(3.2.1a )
fy
0,03
2
2 b 1 1 2 ..........(3.2.1b)
fy a
0,03
2 b 2 ..........(3.2.1c)
fy 0,0123 0,00085
onde:
2
1 0,0017 2 0,03 2 0,88
1820
a 0, 0283
b 1155
, 0,00145 500o C 700o C
3.2.2 RAMBERG-OSGOOD
Em BURGESS et al. (1988) são fornecidas as expressões para o cálculo dos três
parâmetros para temperaturas variando entre 20 C e 800 C. Apresentam-se em
seguida as exp. 3.2.3a e 3.2.3b válidas para a faixa entre 400 C e 700 C.
55
(kN/cm2)
3.2.3 ARBED-RESEARCH
56
ft,
arctan E*
4 fy, ao autor desta Tese, o eng. L. G. Cajot (ARBED) informou que os valores
Em correspondência
apresentados na tabela 3.2.1 correspondem aos mínimos encontrados nos ensaios.
arctan E0,
57
3.2.4 EUROCODE
b 2
2
p , y , fp , c a y ,
a
y, u, f y,
u ,
u , e, f y , 1
e , u ,
e, 0
sendo:
58
c
a2 y , p , y , p ,
E
b2 c y , p , E c2
f y , f p ,
2
c
E y , p , 2 f y , f p ,
fp ,
p , y , 0,02 u , 0,15 e , 0,20
E
1
E / E
fator de redução
0,8
0,6
f p, / f y f y, / f y
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
temperatura
4 0 0 oC
25
20 50 0 o C
15
tensão
6 0 0 oC
10
70 0 o C
5
8 0 0 oC
9 0 0 oC
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2
A Fig. 3.2.7 demonstra a boa aproximação entre essas curvas e os pontos obtidos
diretamente da tabela da ECCS.
kN/cm2
(%)
0,5 1,0 1,5
Figura 3.2.8 - Diagrama tensão-deformação - British Standard
62
A Societé Suisse des Ingénieurs et des Architectes - SIA (1985): recomenda o uso
de diagramas bilineares elastoplásticos perfeitos, considerando-se:
E f y ,
1 para 0 600 o C
E fy
767 n
1750
E f y , 10,001
108 para 600 1000 o C
E fy 440
f /f
y, y
( C)
200
tensão (kN/cm )
20 EURO
LUND
10 OSGOOD
ARBED
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
15 EURO
LUND
10 OSGOOD
ARBED
5
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
deformação linear específica
EURO
10 LUND
OSGOOD
5 ARBED
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
deformação linear específica
tensão (kN/cm )
6 EURO
LUND
4 OSGOOD
2 ARBED
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
3.3 FLUÊNCIA
4 SEGURANÇA A INCÊNDIO DA
EDIFICAÇÃO
5
O autor desta Tese pertence à comissão de estudos CE-24:201-03/ABNT sobre “Potencial de risco de
incêndio nas edificações”.
68
onde:
Sd,fi - valor de cálculo dos esforços atuantes determinado a partir da combinação
última excepcional das ações
Rd,fi, - valor de cálculo do correspondente esforço resistente, no qual se inclue o
ou h ) por meio do coeficiente de redução ky, (ou kE, quando
efeito da ação térmica ( Q
inclue o efeito da instabilidade) fornecido na Tabela 3.2.2.
São apresentadas nas Figs 4.2.1 e 4.2.2 a relação entre os esforços solicitantes de
cálculo determinados pela ABNT NBR 8681:1984 e Eurocode 1 (1995). Por
simplicidade admitiu-se o comportamento linear da estrutura. São utilizados os fatores
de combinação para edifícios de escritórios (Fig. 4.2.1) e edifícios para armazenagem
(Fig. 4.2.2).
Edifícios de escritórios
5 MÉTODO SIMPLIFICADO DE
DIMENSIONAMENTO
A g f y, A g k y , f y
N Rd , fi, = ..........(5.1.1)
a , fi a ,fi
sendo:
Ag - área bruta da seção transversal (m2)
ky, - coeficiente redutor da resistência do material devido à ação térmica,
conforme seção 3 desta Tese
fy - valor característico da resistência de escoamento dos aços
fy, - valor característico (convencional) da resistência de escoamento dos aços, à
temperatura
a,fi - coeficiente de ponderação da resistência. Nesta Tese será adotado, em todos
os casos, a,fi = 1
A g f y, A g k y , f y
N Rd , fi, = para 0 < 0,2..........(5.1.2)
(1 ) a , fi (1 ) a ,fi
77
e
A g f y, A g k y , f y
N Rd , fi, = para 0,2 ..........(5.1.3)
1,2 a , fi 1,2 a ,fi
sendo:
- coeficiente de redução de resistência em situação de incêndio, obtido da
mesma maneira que o coeficiente “” da ABNT NBR 8800:1986, mas usando-se a
curva “c” de resistência ( = 0,384), independentemente do tipo de seção transversal e
k y ,
- parâmetro de esbeltez reduzida, à temperatura a
k E ,
fl, fi
r - parâmetro de esbeltez reduzida
2
E
fy
k y, M p M p
M Rd , fi, 1 2 para 0,8 p, ..........(5.1.4)
a , fi a , fi
78
k M
y , n
M Rd ,fi , para p, < < r, ..........(5.1.5)
1,2
a , fi
k M
E , n
M Rd ,fi , para > r, ..........(5.1.6)
1,2
a , fi
para 0,8 p, < < p, , MRd,fi, Mp pode ser obtido por interpolação linear
k y, M p k y , M p
entre 1 2 e
a , fi 1,2
a , fi
sendo:
Mp = Z fy - valor característico do momento fletor resistente de plastificação da
seção transversal
Mr = W (fy - r) - valor característico do momento fletor resistente
correspondente ao início de escoamento
Mn - valor característico do momento fletor resistente (resistência nominal ao
momento fletor) calculado, nas regiões elastoplástica e elástica, conforme as
recomendações da NBR 8800, substituindo-se p por p, e r por r,, ou seja:
M n M p M p M r rb, pp,, para p, < < r,
k E,
p, = p
k y,
escoamento, obtido da mesma maneira que o “r” da ABNT NBR 8800:1986 porém
k E ,
utilizando-se fy, no lugar de fy e E no lugar de E, ou conservadoramente: r, = r
k y ,
k y, M p M p
M Rd , fi , 1 2 se 0,8 p, .......... (5.1.7)
a , fi a , fi
k M
y , n
M Rd ,fi , se p, r, ..........(5.1.8)
1,2
a , fi
se 0,8 p, < < p, , MRd,fi, Mp pode ser obtido por interpolação linear entre
k y, M pl k M
y , p
1 2 e
a , fi 1,2
a , fi
onde:
p, , r, - parâmetros de esbeltez, à temperatura , correspondente à plastificação
e ao início de escoamento, respectivamente, determinados:
da mesma maneira que “p” e “r” da NBR 8800, para barras fletidas
simplesmente apoiadas com uma laje de concreto, sobre a mesa comprimida, mas
com os outros três lados expostos ao incêndio;
80
k E,
“p” e “r” obtidos pela ABNT NBR 8800:1986 por:
k y,
O valor de cálculo da força cortante resistente VRd,fi, de uma barra fletida é determinada
conforme exp. 5.1.9.
k y, Vn Vn
VRd , fi, 1 2 ..........(5.1.9)
a , fi a , fi
sendo:
Vn - o valor característico da força cortante resistente (resistência nominal)
calculada conforme ABNT NBR 8800:1986, substituindo-se os valores de fy por fy, e E
por E.
N d , fi M x,d , fi M y,d , fi
R = 1,0 ..........(5.1.10)
N Rd , fi, M x, Rd , fi, M y, Rd , fi,
sendo:
Nd,fi - valor de cálculo da força normal atuante na barra, para a situação de
incêndio
NRd,fi, - valor de cálculo da força normal resistente, conforme 5.1.1 para barras
tracionadas ou igual a Ag ky,fy /a,fi para barras comprimidas
Mx,d,fi - valor de cálculo do momento fletor atuante, em situação de incêndio, na
seção considerada, em torno do eixo x;
81
N d , fi C mx M x,d , fi C my M y,d , fi
E = 1,0
N Rd , fi, N d , fi N d , fi
1 M x, Rd , fi, 1 M y, Rd , fi,
N ex, fi,
N ey, fi,
..........(5.1.11a)
N d , fi C mx M x, d , fi C my M y, d , fi
E,NLG = 1,0 ..........(5.1.11b)
N Rd , fi, M x, Rd , fi , M y, Rd , fi,
sendo:
NRd,fi, - valor de cálculo da força normal resistente de compressão, determinado
como em 5.1.2
Cmx, Cmy - fatores de equivalência de momentos determinados conforme a ABNT
NBR 8800:1986
Nex,fi, e Ney,fi, - cargas críticas de flambagem por flexão, em situação de incêndio,
respectivamente em torno dos eixos x e y, determinadas, para cada um desses eixos,
conforme exp. 5.1.12.
2 k E, E I
N e, fi, ..........(5.1.12)
2fl, fi
82
5.1.5 LIGAÇÕES
A capacidade resistente das ligações entre elementos estruturais não precisa ser
verificada, desde que a resistência térmica (tm/m) do material de revestimento contra
fogo da ligação (), não seja menor que o valor mínimo da resistência térmica (tm/m)e
do material de revestimento contra fogo de qualquer elemento (e) conectado. Adotar tm
= 0 quando não houver revestimento.
5.3.1 COMPRESSÃO
1
..........(5.3.1)
2
sendo:
1
2
1 2
fl f y,
r E
= 0,65
O EUROCODE 3 (1995) recomenda calcular o valor do coeficiente de redução de
resistência (), por meio das mesmas expressões utilizadas para o dimensionamento à
k E,
temperatura ambiente (exp. 5.3.2), porém, multiplicando-se por , adotando-se
k y,
( )
= 0,49 em todos os casos e dividindo-se por 1,2, ou seja: = .
1,2
1
..........(5.3.2)
2 2
84
sendo:
1
2
1 ( 0,2) 2
fl f y
r E
A proposta para o método simplificado é utilizar-se, em todos os casos, a mesma
expressão recomendada pela ABNT NBR 8800:1986 para a curva de dimensionamento
k E,
“c” ( = 0,384), multiplicando-se por e dividindo-se por (1+ ) para
k y,
1
2
2
..........(5.3.3a )
1,2
ou
1
2
2
..........(5.3.3b)
1
sendo:
1 1 2 0,04 2
2 2
f y,
fl
r E
esforço resistente e não ao coeficiente de redução de resistência . Nas figuras a seguir
serão empregados os símbolos adotados na seção 5.2.
Na Fig. 5.3.1 comparam-se as três recomendações citadas
85
ou
1,2 1
Eurocode
Franssen
Mét.simpl.
Figura 5.3.1 - Curvas de dimensionamento a altas temperaturas
(compressão)
temperatura ambiente
Figura 5.3.2 - Curva “c” de dimensionamento à temperatura ambiente
(compressão)
86
ou
1 12,
= 20C
800C
500C
400C
600C
700C
Figura 5.3.3 - Redutor de resistência à compressão, a altas
temperaturas
87
k k
y, y,
ou
1,2 1
= 20C
400
500
600
700
800
= 20C
400
500
600
700
800
Figura 5.3.4- Redutor de resistência à compressão, a altas
temperaturas, incluindo ky,, com introdução de segurança
5.3.2 FLEXÃO
5.3.2.1 Coeficientes 1 e 2
O valor de 2 para vigas isostáticas será menor do que para vigas hiperestáticas,
porque nas primeiras bastará uma rótula plástica para definir o colapso, enquanto que
nas vigas hiperestáticas serão necessárias duas ou mais rótulas para o mesmo fim.
Assim sendo adotou-se 2 = 1,0 para as vigas isostáticas.
Os valores de 1 e 2 apresentados na Tabela 5.3.1(baseada em PETTERSSON;
WITTEVEEN (1980)) estão trocados (1 no lugar de 2 e vice-versa) em relação aos
recomendados na seção 5.1.3 (baseada em EUROCODE 3 (1995)). Enviou-se
correspondência ao Prof. Pettersson relatando essa discrepância.
E
1,75 segundo a ABNT NBR 8800:1986. Sendo p = 50,11 para aços com fy = 25
fy
kN/cm2.
Conforme o Eurocode, à temperatura ambiente, o valor de p pode ser visto na
Tabela 5.3.1 para alguns perfis com seção em forma de “I”.
91
E
resistente entre p1, e 1,75 , ou seja:
fy
1
M n Z x f y, Zx fy para p1,
1 2
1 p Z f
M n Z x f y, 1 2 x y, para p1, p,
1,2 0,2
p 1,2
para 1 = 2 = 1 resulta:
Z x f y,
Mn 2 para p1, p,
1,2 p
5.3.2.4 Esbeltez r
r, calculado da mesma maneira que r, substituindo-se fy por fy, e E por E . Não pôde
92
ser encontrado um valor adequado para essa relação, propondo-se que, se necessário, a
k E ,
favor da segurança, adote-se: r, = r .
k y ,
(exato)
=20C
400
500
600
700
800
vão (cm)
400
500
=20C
600
700
800
vão (cm)
E kv
fy E kv h E kv
Vn = 0,6 f y A w para 1,08 < t 1,40 ..........(5.3.4)
h fy w fy
tw
2 E k v h E kv
Vn Aw para t > 1,40
12 1 2 t h
w
w fy
E
p 1,08
fy
h
tw
95
k E, E k v
k y, f y
Vn = 0,6 k y, f y A w 1 2
h
tw
k E, E k v h k E, E k v
para 1,08 < t 1,40 ..........(5.3.7)
k y, f y w k y, f y
2 k E, E k v h k E, E k v
Vn A w 1 2 para t > 1,40
12 1 2 h
tw
w k y, f y
que corresponde à exp. 5.3.6 (recomendada pela ABNT NBR 8800:1986), substituindo-
se E por E, fy por fy, e majorando-se o resultado por meio dos fatores 1 e 2, ou seja:
2
p,
Vn, 1,28 Vp k y, 1 2
sendo:
Vp = 0,6 fy Aw
96
k E, E
p, 1,08
k y, f y
h
tw
Comentários:
Apesar de a curva-padrão ser normatizada, o método de determinação da
temperatura para dimensionamento do elemento estrutural varia conforme o país. Assim
sendo, a desconsideração de deformações térmicas não deveria ser feita, em função da
curva temperatura-tempo utilizada e sim de um método padronizado de cálculo da
temperatura.
O Eurocode não propõe métodos simplificados para a consideração do gradiente
de temperatura, trazendo em consequência dificuldades de análise, por se tratar de
material não linear ou resultados antieconômicos, caso se considere o módulo de
elasticidade do aço à temperatura ambiente7.
6
O Dr. J. Kruppa, um dos autores do Eurocode e pesquisador do Centre Technique Industriel de la
Construction Metallique (Paris), em correspondência ao autor da presente Tese, confirmou que as
deformações térmicas axiais são desprezáveis, quando a ação térmica é determinada via curva-padrão.
Novos esclarecimentos serão solicitados sobre a utilização do incêndio natural.
7
A Norma Brasileira em elaboração, por sugestão do autor, está recomendando, salvo análise mais
precisa, a consideração do módulo de elasticidade à alta temperatura. Para o exemplo apresentado na
98
seção 6 desta Tese, o efeito do gradiente não provoca riscos à segurança estrutural (vide comentários na
seção citada).
99
p d , fi 1,2 * g 2 * q
pd 1,4 * (g q )
2 = 0,6
2 = 0,4
2 = 0,2
q
g
Foram analisadas duas vigas simplesmente apoiadas (Fig. 6.1.2) com as seguintes
características geométricas:
viga 1 : d = 65 cm ; bf = 30 cm ; tf = 1,9 cm ; tw = 0,8 cm ; = 1000 cm e
viga 2 : d = 100 cm ; bf = 40 cm ; tf = 2,5 cm ; tw = 1,6 cm ; = 1500 cm
100
tf
d tw
600
temperatura crítica
550 lin.g eo m.
ñ-lin.g eo m.
500
0,5 0,55 0,6 0,65 0,7
p d ,fi / p d
80
60
flecha (cm)
40
20
0
0 200 400 600
temperatura
15
l (cm)
10 d es lo c. lin.
d es lo c. ñ-lin.
5
0
0 200 400 600
temperatura
Figura 6.1.5 - Deslocamento (viga 2) para pd,fi / pd = 0,6
A partir desses resultados pode-se inferir que, se os dois apoios fossem fixos, a
reação vincular horizontal, a partir de determinada temperatura, passaria a ser de tração
ao invés de compressão.
Será analisada, a seguir, a viga 2, com restrição à deformação axial e submetida
ao carregamento pd,fi / pd,últ = 0,6.
Figura 6.1.6
Da análise não linear da viga biapoiada (Fig. 6.1.6) concluiu-se que a reação
vincular horizontal, decorrente do aquecimento a temperaturas relativamente baixas, é
de compressão, havendo aumento da flecha, dos momentos fletores e das tensões de
compressão, em relação à viga sem restrição à deformação.
Temperaturas mais altas causam redução dessa reação vincular, tendo em vista as
grandes deformações, diminuindo por consequência o momento fletor e as tensões
relativas (/fy,) de compressão. Aumentando-se ainda mais a temperatura, a reação
vincular inverte o sentido de aplicação de esforço, reduzindo os momentos fletores e
aumentando as tensões relativas de tração, até atingir o colapso plástico na temperatura
103
crítica, sendo cr superior àquela encontrada para a viga sem restrição à deformação.
Tais fenômenos podem ser visualizados nas Figs 6.1.7 a 6.1.11.
4000
3000
reação (kN)
2000
1000
0
-1000 0 200 400 600 800
temperatura
250
200
flecha (cm)
400
300
(10 kN cm)
mom. fletor
200
100
0
0 200 400 600 800
temperatura
0,5
20
50
0
/f
10 0
-50 0 50 200
-0,5
-1
1
200
400
0,5
50 0
600
0
/f
70 0
-50 0 50 750
-0,5 78 0
800
-1
A variação das tensões na seção mais solicitada da viga pode também ser vista na
Fig. 6.1.12.
c < fy c = fy c = fy, c < fy, t = fy,
1 ANSYS 5.2
SEP 17 1997
10:11:29
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =8
TIME=1
M1 M22
MAX =.728E-11
ELEM=10
-56508
Y -50229
-43951
Z X -37672
-31393
-25115
-18836
-12557
-6279
.728E-11
1 ANSYS 5.2
SEP 17 1997
10:20:17
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =24
TIME=1
M1 M22
MAX =.455E-12
ELEM=1
-5283
Y -4696
-4109
Z X -3522
-2935
-2348
-1761
-1174
-586.945
0
carregamento característico:
carregamento de cálculo:
carregamento axial:
P p P
w1 w2
tf
Dimensões dos elementos estruturais: d tw
viga (Fig. 6.2.2): d = 50 cm ; bf = 16 cm ; tf = 1,25 cm ; tw = 0,95 cm
pilares (Fig. 6.2.3): d = 30,5 cm ; bf = 21 cm ; tf = 1,9 cm ; tw = 0,8 cm
Combina M1 M2 M3 Y X ux uy
ção (kN cm) (kN cm) (kN cm) (kN) (kN) (cm) (cm)
normal
de ações
1 6979 15939 15763 354* 71,9* 0,04*** -0,06***
355** -86,9**
2 9400 20369 19954 429,8* 96,2* 0,04*** -0,05***
430,6** -105,2**
* Y1,X1 **Y2,X2 ***topo do pilar esquerdo
Tabela 6.2.1 - Linearidade geométrica (combinação normal de ações)
1 ANSYS 5.2
SEP 18 1997
16:40:41
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =5
TIME=1
M2 M1 M22
MAX =20615
ELEM=10
-19944
-15437
M3 -10931
-6424
Y -1918
2589
Z M1
X 7095
11602
16108
X1 X2 20615
Y1 Y2
1 ANSYS 5.2
SEP 18 1997
16:46:36
PLOT NO. 1
DISPLACEMENT
STEP=1
SUB =5
TIME=1
RSYS=0
DMX =2.083
DSCA=21.605
ZV =1
DIST=499.089
XF =450.102
YF =49.328
Y CENTROID HIDDEN
Z X
sendo:
Nd Md
R
N Rd M Rd
Nd Cm Md
E
N Rd Nd
1 M Rd
0,73 N e
1 ANSYS 5.2
SEP 16 1997
17:22:47
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =5
TIME=1
M1 M22
MAX =12401
ELEM=20
-12037
-9322
-6606
-3891
Y -1176
1540
Z X 4255
6970
9686
12401
Figura 6.2.6a a = 20 C
1 ANSYS 5.2
SEP 16 1997
17:34:41
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =5
TIME=1
M1 M22
MAX =17672
ELEM=20
-19890
-15716
-11543
-7369
Y -3196
977.546
Z X 5151
9325
13498
17672
1 ANSYS 5.2
SEP 16 1997
17:49:36
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =5
TIME=1
M1 M22
MAX =19039
ELEM=1
-21625
-17107
-12589
-8070
Y -3552
965.966
Z X 5484
10002
14521
19039
1 ANSYS 5.2
SEP 16 1997
17:57:45
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =5
TIME=1
M1 M22
MAX =18661
ELEM=1
-20738
-16361
-11983
-7605
Y -3228
1150
Z X 5528
9905
14283
18661
1 ANSYS 5.2
SEP 16 1997
18:01:53
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =5
TIME=1
M1 M22
MAX =17251
ELEM=1
-18374
-14416
-10457
-6499
Y -2541
1418
Z X 5376
9334
13293
17251
1 ANSYS 5.2
SEP 16 1997
18:41:43
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =11
TIME=1
M1 M22
MAX =12340
ELEM=1
-13088
-10262
-7437
-4612
Y -1787
1039
Z X 3864
6689
9515
12340
DSCA=35.72 DSCA=34.363
ZV =1 ZV =1
DIST=499.12 DIST=536.437
XF =449.49 XF =449.08
YF =49.286 YF =62.165
Y CENTROID HIDDEN Y CENTROID HIDDEN
Z X Z X
DSCA=21.899 DSCA=12.72
ZV =1 ZV =1
DIST=536.389 DIST=536.536
XF =448.966 XF =448.696
YF =63.137 YF =61.809
Y CENTROID HIDDEN Y CENTROID HIDDEN
Z X Z X
DSCA=6.249 DSCA=2.951
ZV =1 ZV =1
DIST=519.815 DIST=507.275
XF =448.45 XF =448.616
YF =56.068 YF =52.606
Y Y CENTROID HIDDEN
CENTROID HIDDEN
Z X Z X
As Figs. 6.2.8 a 6.2.15 apresentam a variação dos momentos fletores, das reações
máximas nos apoios e dos deslocamentos em função da temperatura.
25000
mom. fletor - M1
20000 não -lin.
(kNcm)
15000 lin.g eo m.
t emp .amb .
10000
5000
0 200 400 600
temperatura
25000
mom. fletor - M2
lin.g eo m.
15000 temp .amb .
10000
0 200 400 600
temperatura
mom. fletor - M3
20000
não -lin.
(kNcm)
15000 lin.g eo m.
temp .amb .
10000
5000
0 200 400 600
temperatura
450
reação vert. máx.
400
não -lin.
350
(kN)
lin.g eo m.
300 t emp .amb .
250
200
0 200 400 600
temperatura
140
reação horiz. máx.
100 lin.g eo m.
t emp .amb .
80
60
0 200 400 600
temperatura
viga (cm)
0 200 400 600 não-lin.
-5
lin.geom.
-10
-15
temperatura
2
desloc. vertical topo do
1,5
pilar (cm)
não -lin.
1
lin.g eo m.
0,5
0
-0,5 0 200 400 600
temperatura
pilar (cm)
3 não -lin.
2 lin.g eo m.
1
0
0 200 400 600
temperatura
Neste item será estudado o caso em que os pilares do pórtico estão fora do
ambiente em chamas, por exemplo, pilares externos ao edifício protegidos por parede
cega.
M1 M2 M3 Y1 X1 ux uy
(C) (kN cm) (kN cm) (kN cm) (kN) (kN) (cm) (cm)
40000
mom. fletor - M1
30000
(kNcm)
em incênd io
20000
temp .amb .
10000
0
0 200 400 600
temperatura
24000
mom. fletor - M2
(kNcm) 20000
em incênd io
12000
0 200 400 600
temperatura
20000
15000
(kNcm)
em incênd io
10000 temp .amb .
5000
0
0 200 400 600
temperatura
200
reação horizontal máx.
150
em incênd io
100
(kN)
temp .amb .
50
0
0 200 400 600
temperatura
500
(cm)
em incênd io
200 temp .amb .
100
0
0 200 400 600
temperatura
4
3
pilar (cm)
2
1
0
0 200 400 600
temperatura
5
desloc. meio do vão da
0
viga (cm)
-10
-15
temperatura
15
10
tensão
= 0,71 fy,
5
= 0,0079
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2
6.2.3.1.1 Pilares
Nd,fi = 275,6 kN
Mx,d,fi = 12 401 kN cm
y= 150cm (ou 300cm), ky =1
x = 300cm, kx=1,4 (sendo kx calculado, conforme ABNT NBR 8800:1986, para a
relação de rigidezes pilar/viga à a =20C)
fy = 25 kN/cm2
E = 20 500 kN/cm2
r = 11,5 kN/cm2
a,fi = 1
Cb = 1
126
(curva c) = 0,384
Para determinação de E (linear. geom.): = 1/(1-Nd/Ncr)
Cm = 0,85
Para determinação de E,NLG (não linear. geom.): = 1
Cm = 0,4
E = 0,98
E,NLG = 0,61
400 0,95 -
450 1,04 -
1
2
1 ANSYS 5.2
SEP 23 1997
08:52:58
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =6
TIME=1
M1 M22
MAX =37973
ELEM=1
Y 37973
Z X 37973
E
fy
E
1
fy
1 2
E1 E2 E
1 2
Tabela 6.2.12
E2 / E1 M (kN cm) N (kN)
1 13320
0,88 10265 1438
0,6 8219 1374
Como se observa na Tabela 6.2.12, o momento fletor reduz-se para materiais
menos rígidos. No caso de altas temperaturas os diagramas tensão-deformação são não
lineares e os momentos fletores serão mais baixos. Por exemplo, para uma viga com as
dimensões indicadas, 1 = 400 C e 2 = 600 C o momento fletor vale 6646 kN cm.
6.2.4.2 Pórtico
1 ANSYS 5.2
SEP 16 1997
10:05:49
PLOT NO. 1
LINE STRESS
STEP=1
SUB =9
TIME=1
M1 M22
MAX =14588
ELEM=1
ZV =1
*DIST=679.465
XF =449.7
Y YF =50
CENTROID HIDDEN
Z X -9892
-7172
-4452
-1732
987.984
3708
6428
9148
11868
14588
8
O Dr. Kruppa, um dos autores do Eurocode, em correspondência ao autor desta Tese, informou
que a consideração do gradiente de temperatura é importante para as estruturas de concreto e “talvez”
para as estruturas mistas, sendo desprezáveis para as estruturas metálicas. Novos esclarecimentos serão
pedidos aos autores do Eurocode.
136
7 CONCLUSÕES
Da análise não linear, apresentada na seção 6.1, de uma viga biapoiada, com
restrição à deformação axial, submetida a altas temperaturas, concluiu-se que a reação
vincular horizontal é de tração, devido às grandes deformações, causando um efeito
favorável à sua resistência.
139
A.1 INTRODUÇÃO
141
sendo:
0 - comprimento inicial da barra
0,15
= / 0 - 1 ALONG.
0,10
TÉCNICO
n = n ( /0 )
ALONG.
0,05 NATURAL
0,00
0,00 0,05 0,10 0,15
/0 -1
f ( t, , ) f1 ( t) f2 ( ) f3 ( )
Citam-se a seguir algumas delas.
a) Norton (1929) (apud ODQVIST(1981))
.
s c m (A.3)
sendo:
.
s - taxa de deformação linear específica (d/dt) no período secundário de
fluência
c, m - funções dependentes unicamente de
b) Zener e Hollomon (1944) (apud SHERBY; DORN (1952)
H
^ . R
( s e ) (A.4)
onde:
H - energia de ativação da fluência em J/mol (constante para > 0,5 m)
R - constante dos gases perfeitos = 8,31 J/mol K
- temperatura em K
H
. R
O termo s e é conhecido como Z, parâmetro de Zenner-Hollomon.
d
para 0
dt
Derivando-se no tempo a exp. A.6, por meio da regra da cadeia, admitindo-se
d d
0 e 0 , resulta:
dt dt
H
d d d d R
e
dt d dt d
sendo:
0 - valor de deformação linear específica que se encontra ao prolongar a reta ()
do período secundário até o eixo dos (vide diagrama apresentado a seguir)
146
Assim, resulta:
H 1/ 3
t R
3 Z1/ 3
2/3
0 0 e dt (A.12)
ou explicitando-se os argumentos das funções:
H 1/ 3
t
, ( t ) 0 ( ) 3 Z( ) 1/ 3 R (t )
2/3
e dt ( )
0
H / R = 38 900 K
Finalmente obtém-se:
9
Há uma discrepância nos valores indicados por Skowronski nesses dois trabalhos. Em
correspondência ao autor desta Tese, o prof. Skowronski esclarece os valores corretos, aqui apresentados.
148
1/ 3
38900
t ( t ) 273,16
( t ) 1,0534 10 4 4,1833
0 e dt
(A.13)
com: em Mpa e em C
= 700C
= 650C
= 600C
450 C e 500 C), SKOWRONSKI (1988 e 1993) repete a mesma informação. A partir
dessa conclusão estaria inviabilizado o uso de estruturas de aço a partir dessa
temperatura.
149
( (0,5 h))
Lie ( (1 h ))
( (2 h ))
ou
38900
.
3 273,16
3,511 10 5 4,1833 e t 2 / 3
Adotou-se = 15 kN/cm2
Nota-se que a utilização da expressão exp. A.13 altera as conclusões de LIE
(1972), pois, a altas temperaturas, a taxa de deformação específica é menor e além disso
reduz-se com o tempo.
2
atinge , sendo o vão da viga e d sua altura.
800 d
= 5,75 kN/cm2
(t) = 345 log10 (8 t + 1)
= 5,75 kN/cm2
(t) = 345 log10 (8 t + 1)
máx
25
1,6
0,63
50
dimensões em cm
Figura A.12
A temperatura máxima calculada do incêndio foi 735 C ocorrida aos 15 minutos
e a temperatura máxima calculada na peça foi 696 C ocorrida aos 20 minutos.
Na Fig. A.13 apresenta-se, em linha pontilhada, o diagrama a (t) e em linha
cheia, o diagrama da temperatura dos gases que envolvem as chamas do incêndio.
temperatura
tempo (min)
Tabela A.1
grau de ventil. fator de material máx. tmáx. a,máx. fy, fl,últ fl,últ
(m1/2) forma combust. (incênd. (incênd.
(m-1) (MJ/m2) (horas) (min.) (C) (kN/cm2) natural) -padrão)
-19
0,2 125 105 5,5 10 7 600 11,75 0,0394 2,29
-17
0,1 125 105 4,1 10 12 695 5,75 0,0084 0,023
0,04 181,5 80 6,7 10-17 20 695 5,75 0,0098 0,023
-15
0,02 250 252 6,4 10 99 792 2,75 0,0021 0,0088
-11 -6
0,2 250 252 1,1 10 10 1120 0,40 9 10 0,12
155
1
te m pe ra tura o C
0,8
20
tensão relativa
400
0,6
500
600
0,4 700
800
0,2
0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
deformação-linear específica
Figura B1
1
resist. escoaento relativa
Figura B2
156
módulo de elásticidade
1
0,25
concreto
0
0 400 800 1200
temperatura
Figura B3
A tabela apresentada neste Anexo tem por base as hipóteses do incêndio natural
compartimentado descritas na seção 2 desta Tese (modelo de Pettersson) e nas
expressões deduzidas por Wickström e incluídas no Eurocode 1.
Sendo:
qfi,d - carga de incêndio específica de cálculo em MJ/m2 em relação à área total do
compartimento
F - fator de massividade
V - grau de ventilação
g,máx - temperatura máxima atingida pelos gases quentes do compartimento em
chamas
tg,máx - tempo em que ocorre g,máx
a,máx - temperatura máxima atingida por um elemento de aço sem revestimento
contra fogo ta,máx ta,máx - tempo em que ocorre a,máx
teq - valor do tempo que, na curva temperatura-tempo do aço determinada via
curva-padrão (ISO-834) do incêndio, corresponde à a,máx
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