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Introdução

Os Estados e as organizações internacionais sempre tiveram conflitos com as suas


acções no sentido de cada um ganhar a outra parte. Este conflito nem sempre foi fácil de
mitigá-lo. Assiste-se mesmo nos dias actuais países vizinhos ou não, a entrarem em
conflitos por causa de violação de acordos assinados anteriormente ou por outras causas
menos poderosas.
Estes conflitos trazem instabilidade social entre as Nações e soberanias. Para a
resolução destes conflitos existem varias formas de resolução de conflitos
internacionais, dentre elas, a Arbitragem.
Esta via é caracterizada por as partes envolvidas no conflito não chegarem a um acordo
e procurarem por um outro estado ou Tribunal ou mesmo pessoas singulares para
arbitrar os seus conflitos. O objectivo deste trabalho é trazer a tónica os pressupostos à
volta deste tipo de resolução de conflitos internacionais.
A ARBITRAGEM COMO MEIO DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS INTER-
NACIONAIS

A arbitragem é um meio de solução de conflitos entre Estados e organizações


internacionais, por intermédio de árbitros escolhidos pelas partes, com fundamento no
direito internacional (AMARAL JUNIOR, 2012).
A divergência entre dois Estados, entre um Estado e uma organização internacional, ou
entre duas organizações internacionais enseja, em numerosas oportunidades, o recurso à
via arbitral.

Citando SOARES, (2004), Cavalcante (S/D) esta se caracteriza por ser um


procedimento através do qual os litigantes escolhem um árbitro ou um tribunal
composto de várias pessoas, normalmente escolhidas pela sua especialidade na matéria,
bem como pela neutralidade e imparcialidade, para dirimir um litígio mais ou menos
delimitado pelos litigantes, segundo procedimentos igualmente estabelecidos
directamente por eles, ou fixados pelo árbitro, por delegação dos Estados instituidores
da arbitragem.

Este autor explica que a arbitragem termina com a sentença arbitral, documento escrito,
redigido em forma jurídica, que aprecia os fatos e apresenta os fundamentos da decisão.
Portanto, os Estados ou partes litigantes dispõe de ampla liberdade de escolha de quem
vai arbitrar os seus conflitos.

Segundo Giacomini (2007) a arbitragem distingue-se dos bons ofícios, da mediação e da


conciliação, no sentido de que a decisão arbitral é obrigatória para as partes, ao
contrário do que ocorre nos outros modos de solução pacífica de controvérsias
internacionais, cujas "decisões" nada mais são do que simples recomendações sem
obrigatoriedade. Como solução pacífica de conflitos internacionais, a arbitragem tanto
pode ser de direito público como de direito privado.

A arbitragem vem sendo usada desde os primórdios da sociedade, nota-se sua


implantação no Egipto Antigo, Império Romano e na Idade Média através das acções
papais.

Neste caso (Rezek, 2011) ensina-nos que, se dois Estados em conflito dispõem de ampla
liberdade de escolha do meio pacífico de solucioná-lo, e optam pela arbitragem, devem
antes de mais nada celebrar um compromisso arbitral. Esse compromisso é um tratado
bilateral em que os contendores:
a) Descrevem o litígio entre eles existente,
b) Mencionam as regras do direito aplicável,
c) Designam o árbitro ou o tribunal arbitral,
d) Eventualmente estabelecem prazos e regras de procedimento, e, por último,
e) Comprometem-se a cumprir fielmente, como preceito jurídico obrigatório, a
sentença arbitral.

Corte Permanente de Arbitragem

Segundo (Ximenes Júnior & Azevedo, 2014) a Corte Permanente de Arbitragem é o


principal órgão permanente de arbitragem que existe actualmente no plano Global e,
tem como objectivo dissolver contendas de carácter internacional estando há mais de
um século em pleno exercício.
A Corte Permanente de Arbitragem foi estabelecida em Haia em 1899 nos Países
Baixos (Ximenes Júnior & Azevedo, 2014), e revista na 2.ª Conferência, em 1907
(Cavalcante, s/d).
A Corte Permanente de Arbitragem, também conhecida como Permanent Court of
Arbitration (PCA), segundo o site oficial do PCA foi estabelecida pela Convenção para
a Solução Pacífica dos Conflitos Internacionais durante a primeira Conferência de Paz
de Haia. A Conferência foi convocada por iniciativa do Czar Nicolau II da Rússia com o
objectivo de buscar os meios mais objectivos de assegurar, a todos os povos, os
benefícios de uma paz verdadeira e duradoura e, acima de tudo, de limitar o
desenvolvimento progressivo dos armamentos existentes.

É uma lista permanente de pessoas qualificadas para funcionar como árbitros, quando
escolhidas pelos Estados litigantes. Há na lista, hoje, pouco mais que duzentos nomes, e
sua indicação a uma secretaria actuante na cidade da Haia é obra dos governos que
patrocinam a entidade, cada um deles podendo indicar no máximo quatro pessoas
(Rezek, 2011).

A arbitragem se distingue-se em dois tipos: voluntária ou facultativa e permanente ou


obrigatória.
A arbitragem voluntária ou facultativa surgiu do compromisso entre as partes para a
solução de uma controvérsia que já surgiu. Assim, não há um acordo anterior entre as
partes, pois o litígio não foi previsto. A convenção arbitral para a instauração desse tipo
de julgamento é chamada de compromisso. Nesse compromisso, os litigantes
mencionam as regras do direito aplicável, designam o árbitro ou o tribunal arbitral,
eventualmente estabelecem prazos e regras de procedimento e se comprometem a
cumprir a sentença arbitral como preceito jurídico obrigatório. É também conhecida
como arbitragem ad hoc, por ser criado um juízo arbitral para aquele caso.

A arbitragem permanente ou obrigatória decorre de um acordo prévio entre as


partes, as quais prevêem que caso haja um divergência entre elas, será submetida à uma
solução arbitral. Esse compromisso prévio pode ser tanto um tratado geral de arbitragem
quanto uma cláusula arbitral inserida em um tratado. No primeiro caso, dois ou mais
Estados escolhem em carácter permanente essa via para a solução de disputas que
venham a contrapô-los no futuro. No segundo caso, os Estados vinculados por um
tratado bilateral ou colectivo, sobre qualquer matéria, inserem no seu texto uma cláusula
arbitral, estabelecendo que as questões resultantes da aplicação daquele pacto, deverá
resolver-se mediante arbitragem (REZEK, 2000, p. 343).
Conclusão

A resolução de conflitos foi sempre guiada por sistemas diplomáticas onde, as partes
litigantes através dos seus Diplomatas enviadas nos seus Estados como representantes
dos Estados usam meios pacíficos para mitigarem os conflitos.

Mas caso essa via não ser viável ou uma das partes senão todas não se entenderem ou
não chegarem a uma conclusão, optam por arranjar uma terceira parte para a solução
dos problemas, neste caso chamamos de Mas caso essa via não ser viável ou uma das
partes senão todas não se entenderem ou não chegarem a uma conclusão, optam por
arranjar uma terceira parte para a solução dos problemas, neste caso chamamos de
árbitro.

O árbitro na solução dos problemas de dois litigantes ouve cada uma das partes e por
sua vez com o consentimento das partes litigantes decide qual solução do problema,
onde através de um documento escrito, as partes assinam o acordo do fim do conflito.
Referências bibliográficas

AMARAL JUNIOR, A. do. (2012). Manual do Candidato, Noções de Direito e Direito

a
internacional 4 Edição Actualizada, Fundação Alexandre de Gusmão, Brasília;

GIACOMINI, E. (2007). Soluções de litígios internacionais e arbitragem internacional.


Académica do Curso de Direito, do 5º período, Turno Nocturno, da Instituição PUC -
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Campus Londrina. Recuperável pelo
seguinte endereço: Eduarda Giacomini , acessado aos 03.05.2020;

CAVALCANTE, M. D. (S/D) CONFLITOS INTERNACIONAIS, recuperável pelo


seguinte endereço:
http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/XIVCongresso/061.p
df . Acessado aos 03.05.2020;

REZEK, J. F. (2000). Direito internacional público: Curso elementar, 8. ed. rev. e atual.
Saraiva, São Paulo-Brasil;

REZEK, J. F. (2011). Direito internacional público: Curso elementar, 15. ed. rev. e
atual. Saraiva, São Paulo-Brasil.

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