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Pesquisa da USP analisa teatro como forma de educação em saúde

Usar técnicas do Teatro do Oprimido como como instrumento para a passagem de


informações de saúde de forma ética, contextual e reflexiva, identificando o sentido da
compreensão da Saúde de uma dada coletividade evitando-se o caráter arbitrário,
autoritário, paternalista e manipulador de valores e práticas de saúde, foi o objetivo da
Dissertação de Mestrado Promoção de saúde em cena: Considerações teóricas para uma
prática teatral de educação em saúde, defendida pelo psicólogo Alexandre de Oliveira
Leme na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP

A partir de uma prática com grupos como o GAPA/MG (grupo de adolescentes com
trajetória de vida nas ruas: O despertar de uma prática de Educação em Saúde); o Centro
do Teatro do Oprimido/RJ: os grupos teatrais das favelas cariocas; e a Ação da
Cidadania/São Paulo: Grupo de Homossexuais. As experiências de Lucas (27a) e José
(40a); o CEDECA/Santo Amaro (São Paulo): grupos de adolescentes e crianças; o
pesquisador desenvolveu técnicas de promoção de saúde em forma de teatro, usando as
técnicas do Teatro do Oprimido, criado pelo Dramaturgo Augusto Boal no início dos
Estudos (1973), quando atuava no ALFIN (Plano Nacional de Alfabetização Integral),
dentro do Governo Revolucionário Peruano

A idéia central do Teatro do Oprimido é dispor dos recursos teatrais como instrumentos
de desopressão popular via alfabetização teatral (Plano Geral de Conversão do
Espectador em Ator)

O Plano Geral de Conversão de Espectadores em Atores: compreende quatro etapas.


Conhecimento do Corpo (conhecimento teatral do corpo a partir dos condicionamentos
e de formações sociais. Tornar o Corpo Expressivo (exercícios que exploram as
possibilidades de expressão corporal. Teatro Como Linguagem (exercícios teatrais que
estudam o encontro de múltiplas linguagens expressivas) é subdivido em três graus: a
Dramaturgia Simultânea, o Teatro-Imagem e o Teatro-Debate. Teatro como Discurso
(composição de cenas simples em que os espectadores intervêm cenicamente na
apresentação teatral), utiliza-se das seguintes variantes: Teatro-Jornal, Teatro Invisível,
Teatro-fotonovela, Quebra de Repressões, Teatro-Mito e Teatro Julgamento.

Em sua pesquisa de mestrado, Alexandre analisa essas experiências e propõe juntar as


técnicas do Teatro do Oprimido com o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), recurso
metodológico que utiliza estratégias discursivas (perguntas abertas) para captar o
imaginário coletivo sobre um dado tema preservando o caráter discursivo da opinião
expressa via soma qualitativa, desenvolvida pelo Fernando Lefevre, professor da
Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP; como forma de promover saúde.

A pesquisa conclui que a junção do teatro com o DSC permite a produção de um moto-
contínuo de reconhecimento, problematização e transformação crítica e reflexiva das
representações sociais; que o DSC oferece ao exercício da teatralidade subsídios
discursivos atuais, contextualizados, dinâmicos e sintonizados com a realidade da
coletividade enfocada por ser produzido e dramatizado pelos próprios
atores/participantes; que o teatro permite que a Educação em Saúde estimule a
desopressão incentivando o exercício democrático participativo. Potencializa a
Pedagogia do Oprimido na Educação em Saúde. Representa um ensaio intenso,
vivencial, participativo e crítico para a ação social, propiciando novas formas de
promoção em saúde.

Fonte:USP

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