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O Pregador Fala Filosofia

Vincent Cheung

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Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto


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Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional (NVI),


©2001, publicada pela Editora Vida.
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O Pregador se dirige a uma multidão, e diz: “Jesus o Logos, a Palavra, é a luz da


mente. Todo aquele que o segue nunca andará em trevas epistêmica, mas terá a luz da
verdade”.

Alguns evidencialistas o desafiam: “Você faz da Palavra o seu próprio testemunho.


Sua filosofia é circular”.

O Pregador responde: “Ainda que a Palavra autentique a si mesma, o testemunho é


válido, pois ela contém todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. Vocês não
reconhecem a Palavra pelo que ela é, porque julgam pelos padrões humanos. Se a
Palavra julga, o seu julgamento é correto, pois testifica a si mesma, e Deus testifica
por ela.

Então lhe perguntaram: “Se não julgarmos pelos padrões humanos, como
reconheceríamos esse Deus?”

“Vocês não conhecem a Palavra nem a Deus”, o Pregador replica. “Se conhecessem a
Palavra, também conheceriam a Deus”.

Mais uma vez o Pregador lhes diz: “A Palavra produz um sistema de conhecimento, e
vocês tentarão entender ou reproduzi-lo, mas a filosofia de vocês perecerá em
impossibilidades epistemológicas e autocontradições lógicas. O que a Palavra produz,
vocês não podem dividir ou duplicar”.

Isso faz os evidencialistas perguntar: “Ele irá inventar coisas ou fazer deduções sem
usar os métodos de descoberta baseados na autonomia e habilidade humana, tais como
sensação e intuição? Por que ele diz, o que a Palavra produz, vocês não podem dividir
ou duplicar?”

Mas ele continua: “Sua filosofia é daqui de baixo; a Palavra é lá de cima. Sua filosofia
é deste mundo; a Palavra não é deste mundo. Eu lhes disse que sua filosofia morrerá
em impossibilidades e autocontradições. Se vocês não crêem no que a Palavra diz
sobre si mesma, seu pensamento terminará em ignorância e ceticismo, incapaz de
conhecer tudo o mais”.

“O que é esta Palavra? Como você sabe o que é a Palavra?”, eles perguntam.

“Exatamente o que tenho dito o tempo todo”, o Pregador responde. “Tenho muitas
coisas a dizer e julgar a respeito da sua filosofia. Mas a Palavra merece confiança, e o
que aprendi dela eu digo ao mundo”.

Eles não entendem que ele está falando a respeito da Bíblia, ou o conteúdo intelectual
da Bíblia, a revelação de Deus. Assim, o Pregador diz: “Quando vocês investigam
uma cosmovisão até os seus princípios últimos, então vocês conhecerão a necessidade
e exclusividade da revelação bíblica, e que ela é o que afirma ser, e que ela contém
nada mais do que Deus revelou. Aquele que a inspirou está por detrás dela, pois ela é
a exata expressão de sua mente”.

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Nisto, alguns afirmam pressupor a Bíblia.

A esses pressuposicionalistas, o Pregador diz: “Se vocês se apegam à Palavra como o


seu primeiro princípio, então realmente são seus discípulos, e conhecerão a verdade, e
a verdade os libertará”.

Eles lhe responderam: “Nossa filosofia pressupõe a Trindade Ontológica e toma a


crença em Deus como apropriadamente básica. Nunca fomos escravos de outro
princípio. Como você pode dizer que seremos livres?”

O Pregador replica: “Digo-lhes a verdade: Todo aquele que coloca outro princípio
antes do seu conhecimento da revelação é um escravo desse princípio. Uma filosofia
que está escravizada a esse princípio alheio não pode ter um lugar sob a filosofia da
Palavra. Sua filosofia também morrerá em impossibilidades e contradições. Mas se a
Palavra de Deus os libertar, vocês de fato serão livres. Eu sei que vocês afirmam
pressupor a Palavra. Contudo, estão prontos para me renunciar, pois em vocês não há
lugar para o que digo. Eu lhes estou dizendo a partir do meu princípio, e vocês se
comportam de acordo com o primeiro princípio de vocês”.

“A Escritura é o nosso primeiro princípio”, respondem eles.

“Se a Escritura fosse o seu primeiro princípio, diz o Pregador, “então vocês
começariam a partir da Escritura. Mas vocês estão prontos a me renunciar, um homem
que lhes falou a verdade que aprendeu da revelação bíblica. A Escritura não lhes
ensina a agir assim. Vocês estão fazendo as coisas que seu primeiro princípio exige”.

“Não somos filósofos irracionais e irreverentes”, protestam eles. “O único primeiro


princípio que temos é Deus mesmo”.

O Pregador lhes diz: “Se Deus fosse o primeiro princípio de vocês, vocês
concordariam comigo, pois meu sistema coloca sua Palavra em primeiro lugar. Eu não
inventei minha filosofia, mas ele a revelou. Por que a minha linguagem não é clara
para vocês? Porque são incapazes de ouvir o que eu digo. Vocês pertencem ao
primeiro princípio de vocês, a confiabilidade da descoberta humana (quer por
sensação ou intuição), e querem cumprir tudo o que esse princípio exige. Ele é um
fracasso epistêmico desde o princípio, incapaz de fazer contato com a verdade ou
realidade, ou com a revelação que vocês afirmam pressupor, pois o conhecimento a
partir da sensação ou intuição é impossível. Quando ele produz falsidades, faz o que é
natural, pois é falso e o pai das falácias. No entanto, vocês não crêem em mim, porque
lhes digo a verdade! Qual de vocês pode me refutar, ou defender seu método humano
de descoberta? Se estou dizendo a verdade, porque vocês não crêem em mim? Aquele
que tem a revelação como o primeiro princípio se submete a ele e exclui todos os
outros. A razão de vocês não se submeterem a ele e excluir todos os outros é que
vocês não têm a revelação como seu primeiro princípio”.

Os pressuposicionalistas lhe respondem: “Não estamos certos em dizer que você é


louco e arrogante?”

“Eu não sou louco e arrogante”, diz o Pregador, “mas honro a Palavra e vocês me
desonram. Não estou procurando vindicação para mim mesmo; mas, há quem a

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busque e julgue. Asseguro-lhes, se alguém rejeita a sensação, intuição e outros


métodos de descoberta centrados no homem, mas se apega verdadeiramente somente
à Palavra como seu primeiro princípio, ele se tornará invencível”.

Diante disso, os pressuposicionalistas exclamam: “Agora sabemos que você é louco e


arrogante! Os apologistas e filósofos que seguimos não afirmaram ser invencíveis,
mas você diz que se alguém adota o seu sistema, ele nunca será derrotado. Você é
maior do que esses apologistas? Quem você pensa que é?”

O Pregador replica: “Se afirmo ser invencível em mim mesmo, minha afirmação não
significa nada. A Escritura, que vocês dizem ser o seu primeiro princípio, é quem
ensina essa abordagem. Vocês não conhecem a Escritura, mas eu conheço. Se eu
dissesse que não a conheço, seria mentiroso como vocês, mas eu de fato a conheço e
obedeço. Os apologistas a quem vocês idolatram regozijaram-se no pensamento de
uma filosofia escriturística. Agora eles a vêem e aprovam”.

“Você ainda não tem cinquenta anos”, disseram-lhe os pressuposicionalistas, “e sabe


o que eles pensavam?”

“Eu lhes afirmo a verdade”, o Pregador responde, “eles lançaram o fundamento para
isso!” Nisto, eles rangem os dentes e cerram os punhos, e juntos começam a criticar,
caluniar e denunciá-lo, mas o Pregador segue o seu caminho, e continua com a missão
que Deus lhe deu.

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