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Escandinava-Viking.html

Deuses Nórdicos - Mitologia Nórdica, Escandinava ou


Viking

A Mitologia Nórdica, também conhecida


como Mitologia Escandinava ou Mitologia Viking,
é composta pelo conjunto de lendas, crenças e
religião dos povos escandinavos antigos (que
habitaram a região da Península da Escandinávia).

Os principais Mitos Nórdicos são originários,


portanto, dos reinos vikings. A Mitologia
Nórdica era uma coleção de histórias e crenças
compartilhadas pelos povos germânicos do norte.
Ela foi transmitida de forma regular de geração em
geração, principalmente através de poesias. Essa
mitologia chegou até nós através, principalmente de
textos medievais escritos durante e após o processo
de cristianização da região. Outra importante fonte
foram os Edas (conjunto de textos encontrados na
Islândia que apresentam históricas e personagens
mitológicos). A transmissão dos mitos permaneceu
durante a Era Viking. Os mitos e lendas eram
transmitidos, principalmente, de forma oral de
geração para geração. O mundo era representado
como um disco plano. Os Deuses
Nórdicos habitavam Asgard (espécie de cidade
sagrada cercada por muros). Os deuses deram aos
homens habilidades e sentidos.

Principais criaturas da mitologia nórdica


- Deuses e deusas: deidades superiores.

- Valquírias: deidades menores, servas de Odin.

- Heróis: criaturas que realizavam grandes feitos,


pois possuíam poderes especiais.

- Anões: possuíam inteligência superior e muitos


tinham a capacidade de prever o futuro.

- Jotuns: gigantes com poderes especiais que


quase sempre aparecem em oposição aos deuses.

- Bestas: seres sobrenaturais como, por exemplo,


Fenrir (lobo gigante) e Jörmundgander (serpente
marinha gigante).

- Nornas: deusas que tinham funções específicas


relacionadas ao controle do presente, passado,
futuro, sorte, azar e providência.

- Elfos: viviam nas florestas, fontes e bosques. Eram


imortais, jovens e tinham poderes mágicos.

Os principais deuses da Mitologia


Nórdica
ODIN
Devido ao seu amor pela batalha, é o principal deus
da Mitologia Nórdica - nascida em países do norte
da Europa, como Suécia, Dinamarca e
Islândia. Odin é o mais velho e sábio dos deuses.
Com só um olho bom, ele vive com dois corvos em
seus ombros: Huginn (pensamento)
e Muninn (memória), que simbolizam a busca pelo
conhecimento.

LOKI
O "Pai das Mentiras" é parte gigante, parte deus. Às
vezes é mostrado como irmão de Thor, mas na
mitologia tradicional é irmão adotivo de Odin. Tem
caráter maligno, mas traz equilíbrio ao panteão dos
deuses.

FRIGG
Mulher de Odin, a deusa da fertilidade veste um
manto que parece com as nuvens - e que muda de
cor de acordo com seu humor. Representa a
feminilidade e era invocada pelas mulheres nos
partos.

HEL
Filha de Loki com uma gigante de gelo, é a deusa
de Niflheim, a terra dos mortos. Descrita como uma
figura de feições sempre sombrias, é viva da cintura
para cima e morta da cintura para baixo.

THOR
O deus do trovão, é filho de Odin com outra deusa
(Fjorgyn). Muito forte, tem como arma um martelo
mágico. É o grande guerreiro dos deuses contra
seus principais inimigos, os gigantes de gelo.

BRAGI
Filho de Odin com uma gigante, é o porta-voz e
mensageiro dos deuses. Bom de "discurso", tem o
nome citado nos brindes que antecedem a narração
de grandes histórias.

TYR
Filho de Odin e Frigg, tem força e coragem, e lidera
os deuses nas batalhas. Sacrificou uma das mãos
para o lobo Fenrir (filho de Loki) para manter a paz
entre os deuses após mais uma das brigas entre
eles.

BALDER
Outro filho de Odin e Frigg, é o mais belo,
misericordioso e justo dos deuses. Espalha paz onde
quer que ande. Por ser o deus mais amado e
popular, tornou-se um dos alvos preferidos das
intrigas de Loki.

NJORD
Protetor dos navegadores, escolheu viver em Asgard
após firmar uma paz com Odin. Os que o adoram
navegam tranquilos e têm boa sorte no nascimento
dos filhos.

SKADI
Skadi foi para Asgard para se vingar da morte do
pai, um gigante. Temendo um confronto, os deuses
colocaram os olhos do pai dela como estrelas no céu
e lhe ofereceram Njord como marido.

FREYA
Filha de Njord e Skadi. Deusa do amor e da luxúria,
é uma mulher sensual. Amante de magia e feitiçaria,
ela pode tomar a forma de um pássaro para viajar ao
mundo dos mortos e trazer profecias.

FREYR
O irmão de Freyja é o deus da abundância. Decide
quando a chuva cai, dá fartura aos frutos da terra, e
é invocado na paz e na prosperidade. Possui um
barco capaz de carregar todos os deuses.

FORSETI
O deus da justiça é filho de Balder e define as
disputas entre os deuses e os humanos. Na
mitologia, nunca falhou em um acordo. Falando por
horas a fio, sempre convence os deuses pelo
cansaço.

A criação do mundo segundo a


mitologia nórdica 
De acordo com a mitologia nórdica, no início, antes
do despertar dos deuses, havia apenas um grande
precipício vazio chamado Ginnungagap. Ao norte
do vazio estava a região de névoa e gelo
chamada Nifleheim, e ao sul a região de
fogo Muspelheim. No meio de Nifleheim
corre Hvergelmir, uma cascata de onde saem onze
rios conhecidos coletivamente como Elivagar.
Conforme estes afastavam-se de sua fonte até as
bordas do Ginnungagap, o frio congelou suas águas
e vapores transformando-os em gelo e neve.
Quando as labaredas de Muspelheim encontraram-
se com os Elivagar, o calor derreteu o gelo e formou
um grande gigante de gelo, Ymir. Enquanto ele
dormia, o suor de seu corpo formou o primeiro de
sua prole de gigantes de gelo glacial. Tempos mais
tarde, o derretimento do gelo criou uma vaca
chamada Audhumla, e de seu ubere corriam quatro
rios de leite, de onde se alimentavam Ymir e seus
filhos. Para se alimentar, a vaca lambia as pedras de
gelo salgado, e após três dias ela descobriu no gelo
um homem forte e esbelto chamado Buri. Buri
casou-se com uma das filhas de Ymir e teve um
filho, Bor, que teve três filhos com outra donzela
gelada, chamados Odin, Vili e Ve, os
primeiros Aesires. Logo que os gigantes tornaram-
se cientes dos deuses eles começaram uma guerra,
que acabou quando os três deuses mataram Ymir,
cujo sangue afogou todos os gigantes de gelo
exceto Bergelmir, do qual teve origem uma nova
raça de gigantes de gelo. Odin e seus irmãos
carregaram o corpo de Ymir para fora do
Ginnungagap e fizeram a Terra de seu corpo e as
rochas de seus ossos. Pedras e cascalho
originaram-se dos dentes e ossos esmigalhados do
gigante morto, e seu sangue preencheu o
Ginnungagap, dando origem aos lagos e mares. A
abóbada celeste foi formada de seu crânio
esfacelado. Dos parasitas do corpo de Ymir, eles
criaram os anões, e quatro anões
chamados Nordri, Sudri, Austri e Vestri sustentam
o crânio de Ymir. Do cabelo de Ymir formou-se a
flora, e de seu cérebro originaram-se as nuvens.
Tições de Muspelheim foram colocados no céu, e
assim surgiram as estrelas. A Terra era um grande
círculo rodeado pelo oceano, e os deuses haviam
construído uma grande muralha a partir das
pestanas de Ymir, que circundavam este local que
eles nomearam Midgard. Uma enorme serpente
chamada Jormungandr, a Serpente de Midgard,
rodeia toda a extensão do círculo da Terra,
devorando qualquer homem que queira sair de
Midgard. Após isso, Odin e seus irmãos criaram o lar
dos deuses, Asgard a Cidade Dourada. Em seguida
Odin criou mais deuses, os Aesires, para povoar
Asgard. Um outro grupo de deuses, os Vanires,
surgiu exatamente antes ou após os Aesires. Suas
origens são muito misteriosas, mas eles parecem
povoar Vanaheim, uma terra próxima de Asgard. 

Os Aesires são claramente deuses da guerra e do


destino, enquanto os Vanires aparentam ser deuses
de fertilidade e prosperidade. Por um longo tempo
uma terrível guerra ocorreu entre estas duas raças
divinas, causada pelo rapto de uma Vanir, Gullveig,
que guardava o segredo de criar riquezas, fato este
que atiçou a cobiça dos Aesires. Nenhum dos lados
parecia próximo de alcançar a vitória. A paz foi
finalmente arranjada quando os dois grupos
concordaram em trocar reféns. Os Vanires
mandaram Njord e seus filhos
gêmeos Frey e Freya para viver com os Aesires, e
estes mandaram Hoenir, um homem grande que
eles disseram ser um de seus melhores líderes,
e Mimir, o mais sábio dos Aesires, para viver com os
Vanires. Os Vanires ficaram desconfiados de Hoenir,
acreditando que ele era menos capaz do que os
Aesires disseram e percebendo que suas respostas
eram menos autoritárias quando Mimir não estava
presente para aconselhá-lo. Quando eles
perceberam que haviam sido trapaceados, os
Vanires cortaram a cabeça de Mimir e mandaram-na
de volta aos Aesires. Aparentemente, os Aesires
consideraram isto como um preço justo por terem
enganado os Vanires, pois os dois lados
permaneceram em paz. Com o passar do tempo, as
duas raças foram se integrando e tornaram-se
grandes aliadas. Após estabelecerem controle sobre
Asgard, Odin criou o primeiro homem, Ask, de um
freixo e a primeira mulher, Embla, de um olmo. Odin
deu a cada um dos dois um
espírito, Hoenir presenteou eles com seus cinco
sentidos e a habilidade de se mover, e Lodur deu a
eles vida e sangue.

O Mundo Nórdico
Yggdrasil, a árvore da vida, tem três níveis
ASGARD

É onde vivem quase todos os deuses. A paz por lá


só reinou após muito quebra-pau entre eles. Asgard
é cheia de grandes salões, como o grandioso
Valhalla, salão de Odin.

MIDGARD

Os humanos vivem aqui. Midgard é cercada por um


vasto oceano e é ligada a Asgard pela Bifrost, uma
ponte em forma de arco-íris vigiada pelo
deus Heimdall.

JOTUNHEIM

Região dentro de Midgard habitada por gigantes,


raça que vive em conflito com os deuses. Lá fica
uma fortaleza chamada Utgard, palco de várias
aventuras de Thor.

NIFLHEIM

O terceiro e último nível é o domínio dos mortos. É


um local gelado, onde a noite não tem fim e aonde
os homens de mau caráter são enviados após a
morte.

Os principais heróis da mitologia


nórdica:
- Beowulf: guerreiro que venceu o dragão e o
grande monstro Grendel.
- Siegfried: personagem épico na saga dos
Volsungos.
- Grendel: monstro que foi derrotado por Beowulf.
- Volsung: personagem rei.
- Erik, o vermelho: descobridor da Groelândia.

Brisingamen (Colar de Freya)


Na mitologia nórdica, Brisingamen é um colar da
deusa da beleza e do amor Freya. Os poucos que o
viram juraram que é o artefato o mais bonito sobre o
qual já colocaram os olhos. O menos que o
desgastaram adquirem um encanto nenhum homem
ou deus podem suportar. Os anões Alfrigg, Berling,
Dvalin e Grer são quatro irmãos mestres-ferreiros
que forjaram o Brisingamen. Esse colar podia ser
usado tanto no pescoço como também na cintura.
Para consegui-lo a deusa do amor passou uma noite
com cada um dos anões, como é narrado de forma
completa na Sottr Thattr, escrita por cerca do ano
1400. Freyja teve o seu colar roubado por Loki. Ele
se escondeu em Dreun, lugar onde os mortos ficam
e somente os deuses podem ir e depois retornar. Lá
escondeu a jóia para que Freyja nunca a
encontrasse. Hearhden, o poderoso ferreiro dos
deuses, ficou muito abalado com toda a história, já
que todas as almas partilhavam da tristeza
de Freyja e a escuridão estava em torno dela. Ele
decide ajudá-la. Ele recuperou a jóia e devolveu a
ela. Quando ela foi sair de Dreun, Hulda não deixou.
Para que ela pudesse partir, ela teria que dar algo
dela para Hulda. Por não querer se livrar da sua tão
preciosa jóia, Freyja fez um trato com Loki. O
contrato dizia que o Brisingamen ficaria durante seis
meses com Freya e Loki ficaria com ele durante os
outros seis meses do ano. Enquanto Loki fica com
Brisingamen, Freya fica angustiada e cai novamente
em desespero, trazendo mais uma vez a escuridão a
sua volta. Para esconder suas lágrimas, toda luz,
toda vida e todas as criaturas se juntam a  ela em
seu terrível destino. Por isso que, na metade da roda
do ano, quando Loki está com o
Brisingamen, Freyja fica desesperada, a escuridão
desce e o mundo torna-se frio e gélido (inverno). Na
outra metade do ano, quando Freya recebe
novamente sua jóia, não há limites para sua
felicidade, então a escuridão é substituída pela Luz e
o mundo torna-se quente mais uma vez (verão).

Guerreiras de Odin: As Valquírias na


Mitologia Viking
“[...] a figura da valquíria: ela é matadora de homens
– em sua qualidade de mensageira de Odin, é bem
verdade, e de executante de suas crenças – mas é,
ao mesmo tempo, uma sedutora: não há quem
resista a seus encantos propriamente mágicos”
(Régis Boyer, Mulheres viris, 1997b).

No resgate e na popularização da mitologia nórdica,


poucas narrativas fascinam tanto como o mito das
valquírias (valkyrjor, singular – valkyria). Celebradas
pela música wagneriana, pela literatura, pelo cinema
e até mesmo pelas histórias em quadrinhos, as
guerreiras de Odin ocupam um lugar especial em
nosso imaginário  sobre a cultura dos vikings . Mas
até que ponto essa nossa contemporânea,
construída pela arte oitocentista , corresponde ao
que os escandinavos imaginam originalmente? Qual
o papel das valquírias para a religião e a sociedade
nórdica? Nossa principal hipótese é a de que o mito
das valquírias esteve vinculado a certos fatores
sociais relacionados com a aristocracia e a realeza,
com finalidades de legitimação dos poderes políticos
e sociais dessas mesmas classes. A metodologia
adotada são as teorizações do historiador
francês Régis Boyer. Influenciado pelo
mitólogo Georges Dumézil, Boyer aplica a teoria da
tripartição social dos povos de origem indo-européia
especificamente para os estudos da religião
escandinava. A concepção cósmica de mundo, os
rituais e as divindades seriam concebidos em termos
de ordem social. Para Régis Boyer, os mitos e
outros cultos nórdicos foram construídos
gradativamente por acréscimos sucessivos. Essa
concepção diacrônica também será adotada, bem
como pesquisas demonstram as influências culturais
estrangeiras no processo de formação religiosa dos
vikings (DUBOIS, 1999; DAVIDSON, 1988). A
sociedade nórdica estava originalmente dividida em
duas grandes categorias: a dos homens livres (karls)
e a dos escravos (thrall). A maior parte da população
livre era constituída de fazendeiros (bóndi, - plural-
boendr), que também se dedicava ao comercio, à
navegação e à guerra. A aristocracia hereditária (jarl)
constituía o pequeno grupo que mantinha seus
privilégios nas comunidades, especialmente nas
assembleias gerais (things) e nos vínculos com a
corte real (hird). Toda a politica e o suporte militar
eram definidos pelo chefe local (lendrmadr, membro
da aristocracia), mas a autoridade absoluta era
centrada no rei (konungr), que também exercia o
papel de principal sacerdote publico. A maioria da
população livre era adepta dos cultos ao deus rórr e
aos vanes (entidades relacionadas à fertilidade,
especialmente Freyr e Freyja).A aristocracia e a
realeza perpetuavam especialmente os rituais ao
deus principal do panteão germano-
escandinavo, Odin (“fúria”), ao qual o mito das
valquírias estava intimamente relacionado. A palavra
original do nórdico antigo, valkyrja, significa “ a que
escolhe os mortos” (BOYER, 1997ª, p.164).
Entidades sobrenaturais relacionadas diretamente
com marcialidade, e sua associação com o destino
dos guerreiros mortos na batalha remetem a uma
tradição mítica muito anterior aos vikings, vinculada
aos antigos germanos. Na literatura anglo-saxã do
século VIII surge o termo warlcyrge (a que escolhe
os mortos). Hilda Davidsons e Régis Boyer apontam
três e Brian Branstson quatro fases  nas imagens
das valquírias, mas todas possuindo aspectos
relacionado à batalhas, ou seja, de entidades
femininas ligadas a conflitos.

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