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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Vara Cível do


Juizado Especial Federal da Subseção Judiciária de Nova
Iguaçu-RJ

PAULO JOSÉ RODRIGUES PINTO, brasileiro, separado, auxiliar de


serviços gerais, RG nº 32245466-1, inscrito no CPF sob o nº 476.370.057-04, residente
e domiciliado na Rua Jabaquara n°17 Bairro Cerâmica, Nova Iguaçu, RJ. Número de
benefício: 181.429.018-1, Data de Nascimento 13/11/1951, vem perante Vossa
Excelência, por meio de sua procuradora Cristiane de Souza Nascimento, inscrita na
OAB/RJ nº 212.269, com endereço profissional na Rua Otavio Tarquino, nº 410, sala
915 Via Light Metropolitan - Centro - Nova Iguaçu/RJ, CEP. 26.210-172, E-mail
Cristiane.nascimentoo@hotmail.com, para efeitos do art. 39, I do CPC, perante V.
Exa., vem propor a presente:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE


URBANA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, na pessoa de seu


representante legal da procuradoria federal da autarquia previdenciária, no endereço
Rua Mirandela, 351, Centro Nilópolis-RJ CEP 26520-330, com os seguintes
fundamentos fáticos e jurídicos a serem deduzidos a seguir:

I - DOS FATOS:

O autor requereu administrativamente o benefício previdenciário


da aposentadoria por idade urbana em 15 de janeiro de 2017.
Rua Otávio Tarquino, nº 410, sala 915, Centro, Nova Iguaçu – RJ.
Telefones: 3743-9814/ 98587-5398
E-mail: Cristiane.nascimentoo@hotmail.com
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O seu direito foi negado na primeira instância administrativa, razão pela qual
resta o interesse de agir do autor em ajuizar a presente ação perante o Poder Judiciário.

A alegação da ré é de que o autor, que tinha 65 anos na data do requerimento


administrativo, não tinha a carência comprovada correspondente ao tempo mínimo de
contribuições mensais para que fizesse jus ao benefício, conforme consta no documento
anexo administrativo do INSS na petição inicial.

Contudo, tal decisão não condiz com a realidade do autor, porque na época em
que requereu administrativamente ao INSS em 17/03/2017 ele já tinha 65 anos e
conforme o disposto no art. 142, da Lei 8.213/91 ela precisava de 180 meses de
contribuições de carência.

Como resposta ao pedido de aposentadoria do INSS, teve a negativa alegada


devido ao fato que tinha o autor apenas contribuído 144 meses e faltava 36
contribuições, para a previdência social.

É de suma importância, informar que o INSS desconsiderou as anotações de


trabalho do autor que constam em sua primeira de trabalho. Anotações que são
imprescindíveis para que o autor tenha seu direito adquirido

Ocorre que o autor teve uma folha de suaprimeira CTPS rasgada, justamente as
páginas 5 e 6, frente e verso onde fica anotada a identificação do autor, na época com
seus filhos menores, que rasgaram a carteira do pai, justamente a folha que continha a
foto e a identificação do autor.

O autor sempre trabalhou e contribuiu para que pudesse um dia, ter uma
velhice tranquila, em que poderia gozar de todo o dinheiro descontado em seu salário
através de contribuições para o INSS.

Ocorre que o autor não poderia imaginar que por conta, de uma folha rasgada,
poderia ficar sem receber o direito da tão sonhada aposentadoria.

Ressalta-se que esta folha simplesmente não pode ser a única forma de
reconhecer que trata-se de documento do autor. Não se pode fechar os olhos e ignorar
todo o tempo em que o autor se dedicou ao trabalho, e pagou a previdência.

Diante destes fatos, é importante informar que o autor tentou por meios de
órgãos como Ministério do Trabalho, JUCERJA, localizar algum cadastro das empresas
que prestou serviço, porém como trata-se de anotações que iniciaram em 1972, e ainda
não existia informatização, e devido a impossibilidade de encontrar qualquer registro

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que pudesse comprovar as informações contidas na carteira, número009493 séries 293,


se viu obrigado a pedir ajuda ao judiciário para ter seu direito reconhecido.

Excelência, constana primeira CTPS do autor de número 009493 séries 293 na


página 52 a anotação do número de PIS, que pode confirmar que de fato a carteira
pertence ao autor.Portantoesta anotação do PIS base nº 103.27251.26-0, e o PIS
convertido n° 103.30456.02-1é confirmada através dos documentos de CNIS, como
também no FGTS, e demonstrado também em duas rescisões, como em documento
emitido pela agencia da ré que consta os nomes das empresas que o autor trabalhou, a
partir de 26 e junho de 1972 como as outras anotações referentes as outras empresas.

OPrograma de Integração Social, uma contribuição tributária de caráter social,


que tem como objetivo financiar o pagamento do seguro-desemprego, abono e
participação na receita dos órgãos e entidades, tanto para os trabalhadores de empresas
públicas, como privadas.A importância do PIS, anotado no interior da CTPS, prova que
de fato o autor contribuiu, em todo o período referente a sua primeira CTPS.

As empresas que o autor trabalhou, são as seguintes:

1- UNO ENGENHARIA LTDA, Entrada em 26/06/1972 saída em


29/07/1972
2- CONSERVAÇÃO DE IMÓVEIS NOVA IGUAÇU, LTDA
02/10/1972 saída em 02/01/1975
3- ORGANIZAÇÃO PRECISA PRESTADORA DE SERVIÇO E
REPRESENTAÇÃO LTDA entrada 01/05/1975 saída em 30/06/1977.

O reconhecimento de que a CTPS, número 009493 séries 293 realmente é


propriedade do autor.
Ressalta-se que mesmo com a perda da folha de nº 5 e 6, da CTPS, não
desqualifica a propriedade do autor sobre este documento. Que confirma do nome de
Paulo José Rodrigues Pinto, pelo nº do PIS base: 103.27251.26-0, e o PIS convertido
n°103.30456.02-1
Dentre os motivos aqui demonstrados, o autor vemrequerer o direito de
aposentar-se, pois a anotação do PIS, demonstra a contribuição do autor desde o ano de
1972. De forma que não se pode penalizar uma pessoa idosa que trabalhou durante sua
juventude inteira e cultivou o sonho de que quando estivesse idoso, teria tempo para

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cuidar de sua saúde,de seu bem estar, e poder gozar de seu tempo para fazer o que
nunca pôde, devido ao compromisso de estar sempre trabalhando.

Cabe informar que com a negativa do INSS, o autor entrou com um Recurso Ordinário,
Protocolo n °44233.304122/2017-61, espécie de benefício 41/181.429.018-1, APS
Responsável 17022090- Agência da Previdência Social Nilópolis, data do agendamento
e de atendimento 17/10/2017 para tentar solucionar de forma administrativa a sua
situação, e foi informado que dentre 80 dias teria uma resposta e até o momento da
distribuição da presente ação, não obteve resposta do Réu. E sempre que busca
informações a respeito do recurso, a desculpa e sempre a mesma: O INSS ainda está
analisando o recurso e portanto o autor tem que aguardar. Como se já não tivesse
esperado tempo suficiente para se aposentar e agora ter seu benefício negado.

Ressalta-se que além dos documentos apresentados, pelo autor existe um


primeiro cálculo feito pela ré em que mostra os nomes das empresas em um
demonstrativo de tempo de contribuição, e no documento acostado aparece o nome da
UNO ENGENHARIA LTDA,e a CONSERVAÇÃO DE IMÓVEIS NOVA
IGUAÇU, LTDA bem como a ORGANIZAÇÃO PRECISA PRESTADORA DE
SERVIÇO E REPRESENTAÇÃO LTDA, assim como o nome do autor,conforme
documento anexo,

A aposentadoria é uma soma das contribuições do indivíduo durante sua vida


laboral que de forma unilateral, tem descontado de seu salário. Por tanto o que espera do
INSS é que cumpra com seu dever. Pois o cidadão não tem a opção de escolha entre
contribuir ou não.

A única coisa que o autor busca nesta demanda, é ter o seu direito reconhecido,
e ao contrário disso, o que tem visto é uma burocracia que dificulta o contribuinte
receber o benefício esperado.

Além de ser idoso o autor possui deficiência auditiva, que com a idade
avançada só tem piorado, e não entende o porque não consegue receber o que lhe é de
direito.

Diante dos fatos narrados, o autor está aguardando pela sua aposentadoria,
desde o dia 17/03/2017, quando deu entrada, e teve seu pedido indeferido, por tanto
necessita de uma solução pois é uma pessoa idosa e precisa de cuidados, e o dinheiro da
aposentadoria, poderá melhorar sua condição de vida, e de sua saúde.

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II) DO DIREITO:

Trata-se a aposentadoria por idade de benefício previdenciário de prestação continuada,


administrado pelo INSS, devido ao segurado que completar 65 anos de idade, se
homem, ou 60, se mulher, desde que cumprida a carência de, em regra, 180
contribuições mensais.

Para aquelas pessoas que já eram filiadas ao Regime Geral de Previdência Social
quando do advento da Lei n.º 8.213, em 24/07/91, a carência é reduzida, tendo-se em
vista o ano em que o segurado alcançou a idade mínima necessária para fazer jus ao
benefício. É o que diz o artigo 142 do mencionado diploma legal:

Art. 142. Para o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até 24 de julho de


1991, bem como para o trabalhador e o empregador rural cobertos pela Previdência
Social Rural, a carência das aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial
obedecerá à seguinte tabela, levando-se em conta o ano em que o segurado
implementou todas as condições necessárias à obtenção do benefício

Conforme a Lei 9.032, de abril de 1995

§ 4º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que estiver
exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este regime é segurado
obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata
esta lei, para fins de custeio da Seguridade Social;

Art. 29. .................................................................

§ 9º O aposentado por idade ou por tempo de serviço pelo Regime Geral de Previdência
Social (RGPS), que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por
este regime e sujeita a salário-base, deverá enquadrar-se na classe cujo valor seja o mais
próximo do valor de sua remuneração.

Art. 11. ...............................................................

§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que estiver
exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este regime é segurado
obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a
Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social.

LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991.

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Art. 50. A aposentadoria por idade, observado o disposto na Seção III deste Capítulo,
especialmente no art. 33, consistirá numa renda mensal de 70% (setenta por cento) do
salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze)
contribuições, não podendo ultrapassar 100% (cem por cento) do salário-de-benefício.

III) DA TUTELA ANTECIPADA:

Estão preenchidos os requisitos do art. 300, do CPC que diz:

Art. 300, do CPC:

“O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos


da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se
convença da verossimilhança da alegação e:

I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação pela idade do


autor; ou

II – fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito


protelatório do réu.
Os requisitos da verossimilhança das alegações e de prova inequívoca estão
provados tendo em vista que a CTPS bem como o PIS do autor nos documentos anexos,
Assim como todo o procedimento administrativo de concessão da aposentadoria por
idade urbana do autor, foram juntados aos autos o que comprova o direito que lhe cabe a
concessão da aposentadoria.

Os requisitos de que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil


reparação está caracterizado porque se trata de verba de natureza alimentar que está
sendo negado a mais de 2 anos, sendo o autor idoso e necessitando dos proventos da
aposentadoria para ter uma melhor condição financeira e tratar de sua saúde bem como
uma melhor alimentação ou seja para sua sobrevivência.

Aliás, não há óbice de concessão de tutela antecipada para a concessão de


aposentadoria por idade urbana ou de qualquer outro benefício previdenciário, dado o
seu caráter alimentar.

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR


IDADE URBANA. APLICAÇÃO DO ART. 142 DA LBPS. CUMPRIMENTO
IMEDIATO DO ACÓRDÃO. 1. A concessão de aposentadoria por idade urbana
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depende do preenchimento da carência exigida e da idade mínima de 60 anos para


mulher e 65 anos para homem. 2. Tendo a autora sido filiada ao sistema antes da
edição da Lei n. 8.213/91, a ela deve ser aplicada, para fins de cômputo da carência
necessária à concessão da aposentadoria, a regra de transição disposta no art. 142 da
Lei de Benefícios, independentemente da existência ou não de vínculo previdenciário
no momento da entrada em vigor de dito Diploma. 3. Somando-se o tempo de serviço
rural com o tempo urbano, e considerando o implemento da idade mínima, a parte
autora tem direito ao benefício de aposentadoria por idade mista, nos termos do artigo
48, §§ 3º e 4º, da Lei 8.213/91. 4. Determinado o cumprimento imediato do acórdão
no tocante à implantação do benefício, a ser efetivada em 45 dias, nos termos do art.
461 do CPC, implementando-se o benefício que resultar na melhor renda mensal
inicial.

III) DO PEDIDO:

 Pelas razões de fato e de direito acima expostas, requer-se:

 I- Que seja deferido os benefícios da justiça judiciária gratuita, nos termos do
artigo 12 da Lei 1.060/50, por ser pobre na acepção legal, não podendo arcar com as
custas do processo sem prejuízo do sustento próprio;

II- Que seja deferido a prioridade na tramitação do processo uma vez que o
autor é idoso, nos termos do art. 71, da Lei 10.741/2003;

 III-Que seja deferida a antecipação dos efeitos da tutela, em caráter liminar, no


sentido de obrigar a ré a conceder o benefício previdenciário da aposentadoria por idade
urbana no prazo máximo de 30 dias;

IV- Que caso não seja deferida em sede liminar a antecipação dos efeitos da
tutela, pede-se que seja concedida a tutela antecipada após a apresentação da defesa da
ré.

V-Que seja ao final confirmada a antecipação dos efeitos da tutela e julgada


procedente o pedido do autor para condenar a ré para que proceda a concessão do
benefício previdenciário da aposentadoria por idade urbana e pague os retroativos
devidos desde a data do requerimento administrativo no prazo de 60 dias, expedindo-se
RPV.
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VI-Que seja citada a ré por meio de oficial de justiça, no endereço supracitado


na petição inicial, para que apresente defesa sob pena de sofrer as consequências
jurídicas da revelia;

VII-Que seja reconhecida a primeira CTPS, n°009493 séries 293 como


realmente pertencente ao autor bem como o reconhecimento do PIS, anotado na página
52 e os documentos apresentados.Tais como: Documento apresentado pelo autor
adquirido na agencia da ré, quando fez os cálculos de contribuição, em que aparecem os
nomes das empresas que estão anotadas na primeira carteira do autor. Quanto todos os
documentos que comprovam através do PIS que a CTPS em questão realmente pertence
ao autor.

 VIII- Que na hipótese de reconhecimento da procedência do pedido por parte


das rés da presente ação, que haja o julgamento antecipado da lide, nos termos do artigo
330, I, do código de processo civil.

 IX-Que na hipótese de não haver o reconhecimento da procedência do pedido,


que sejam condenadas as rés ao pagamento das custas e da sucumbência
dos honorários advocatícios, no importe de 10% a 20% do valor da causa.

X- Requer-se que seja provado os fatos narrados na inicial por meio de prova
documental, e de todos os meios admitidos em direitos que forem necessários para a
concessão de seu direito.

Dá-se o valor da causa R$11.448,00.

Nova Iguaçu

Nesses termos,

Pede e espera deferimento.

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Cristiane de Souza Nascimento

OAB/RJ 212.269

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