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Colégio oliveira Telles

PESQUISA SOBRE MARXISMO, ESCOLA DE CHICAGO E SOBRE A ESCOLA DE FRANKFURT.

Nome: Bruno Souza mota

Número:3

Serie: 11mb

São Paulo

2019
O marxismo pode ser entendido como um conjunto de ideias desenvolvidas
a partir das obras de Karl Marx e Friedrich Engels e que causaram grande
impacto no mundo todo. Como corrente teórica, o marxismo oferece um
método específico para a análise social de alguns aspectos da sociedade
moderna, especialmente aqueles ligados aos conflitos de classe e a
organização produtiva. O marxismo é uma teoria sobre a evolução da
sociedade que pretende explicar cientificamente o capitalismo. Além disso,
também se apresenta como uma corrente política voltada para a transformação
radical da ordem socioeconômica. O termo “marxismo” só passou a ser
utilizado anos após a morte de Marx e agrega pensamentos distintos e, as
vezes, até discordantes. Vejamos alguns pontos de comum acordo entre os
marxistas.

As contínuas mudanças na sociedade só podem ser explicadas quando


compreendemos a forma como os seres humanos, em um determinado tempo
histórico, produzem aquilo que lhes é necessário para viver. Isso é, a forma
como nos organizamos coletivamente para sanar nossas necessidades (de
comer, estudar ou vestir-se, por exemplo) é fundamental para compreender
outros aspectos de organização da sociedade. Por isso, para Marx, captar as
dinâmicas do modo de produção capitalista e as relações entre as classes
sociais é fundamental para entender a organização política e as ideias
dominantes de nossa época. Essa metodologia de análise social, própria do
marxismo, foi batizada de materialismo histórico dialético.

Para os marxistas, a sociedade moderna está marcada por interesses


antagônicos, isso é, inconciliáveis, entre as classes que possuem e as que não
possuem os meios de produção – tudo aquilo que é necessário para trabalhar:
como as ferramentas, o espaço ou a matéria-prima. As classes despossuídas
não tem outra fonte de subsistência senão a venda de sua própria força de
trabalho, o que faz com que se tornem empregadas das classes que detém os
meios de produção. A existência de interesses antagônicos gera conflitos, que
ficam especialmente explícitos em episódios de greve e mobilizações por
aumento de salários ou pela ampliação dos direitos trabalhistas. Esses conflitos
entre as classes sociais, para o marxismo, é central para compreender a
própria história da humanidade.

O marxismo se coloca como uma teoria voltada para a ação. Suas perspectivas
se articulam de forma a criticar o sistema econômico desde o ponto de vista do
trabalhador e indicando a necessidade de melhoria das condições de vida dos
trabalhadores, que geralmente são a maior parte da população. Nesse sentido,
o marxismo estabelece a indispensabilidade de uma ruptura com o capitalismo
rumo a adoção de um sistema político-econômico mais generoso, que rompa
com as desigualdades sociais.
Sociologia como a Universidade de Chicago receberam inestimável ajuda
financeira do empresário norte-americano John Davison Rockefeller. Entre
1915 e 1940, a Escola de Chicago produziu um vasto e variado conjunto de
pesquisas sociais, direcionado à investigação dos fenômenos sociais que
ocorriam especificamente no meio urbano da grande metrópole norte-
americana.

Com a formação da Escola de Chicago inaugura-se um novo campo de


pesquisa sociológica, centrado exclusivamente nos fenômenos urbanos, que
levará à constituição da chamada Sociologia Urbana como ramo de estudos
especializados. A primeira geração de sociólogos da Escola de Chicago foi
composta por Albion W. Small; Robert Ezra Park (1864-1944); Ernest Watson
Burgess (1886-1966); Roderick Duncan McKenzie (1885-1940) e William
Thomas (1863-1947). Foram eles que elaboraram o primeiro programa de
estudos de sociologia urbana. Nas décadas seguintes, outros colaboradores se
destacaram: Frederic Thrasher (1892-1970), Louis Wirth (1897-1952) e Everett
Hughes (1897-1983).

Contexto histórico O surgimento da Escola de Chicago está diretamente ligado


ao processo de expansão urbana e crescimento demográfico da cidade de
Chicago no início do século 20, resultado do acelerado desenvolvimento
industrial das metrópoles do Meio-Oeste norte-americano. Como decorrência
desse processo, Chicago presenciou o aparecimento de fenômenos sociais
urbanos que foram concebidos como problemas sociais: o crescimento da
criminalidade, da delinquência juvenil, o aparecimento de gangues de
marginais, os bolsões de pobreza e desemprego, a imigração e, com ela, a
formação de várias comunidades segregadas (os guetos). Todos esses
problemas sociais (na época se utilizava o termo "patologia social") se
converteram nos principais objetos de pesquisa para os sociólogos da Escola
de Chicago. O mais importante a destacar é que os estudos dos problemas
sociais estimularam a elaboração de novas teorias e conceitos sociológicos,
além de novos procedimentos metodológicos.
Ecologia humana Robert Ezra Park, considerado o grande ícone e precursor
dos estudos urbanos, Ernest Watson Burgess e Roderick Duncan McKenzie
elaboraram o conceito de "ecologia humana", a fim de sustentar teoricamente
os estudos de sociologia urbana

O conceito de ecologia humana serviu de base para o estudo do


comportamento humano, tendo como referência a posição dos indivíduos no
meio social urbano. A abordagem ecológica questiona se o habitat social (ou
seja, o espaço físico e as relações sociais) determina ou influencia o modo e o
estilo de vida dos indivíduos

Em outras palavras, a questão central é saber até que ponto os


comportamentos desviantes (por exemplo, as várias formas de criminalidade)
são produtos do meio social em que o indivíduo está inserido

O conceito de ecologia humana e a concepção ecológica da sociedade


foram muito influenciados pelas abordagens teóricas do "evolucionismo social"
- marcante na sociologia em seu estágio inicial de desenvolvimento -, ao
sustentarem uma analogia entre os mundos vegetal e animal, de um lado, e o
meio social integrado pelos seres humanos (neste caso, a cidade), de outro

Considerando, então, a cidade como um amplo e complexo "laboratório social",


as pesquisas sociológicas foram marcadas pelo uso sistemático dos métodos
empíricos (para coleta de dados e informações sobre as condições e os modos
de vida urbanos).
A Escola de Frankfurt consistia em um grupo de intelectuais que na
primeira metade do século passado produzia um pensamento conhecido como
Teoria Crítica. Dentre eles temos Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert
Marcuse e Walter Benjamim. Com a II Guerra Mundial, eles saíram de
Frankfurt, na Alemanha, para se refugiar nos Estados Unidos, voltando apenas
na década de 50.

Na Europa do início do século XX, os rumos e os resultados a que se


chegaram com os feitos políticos em nome do proletariado e de uma ideologia
marxista começaram a ser reavaliados por alguns intelectuais. A ideia de que a
luta entre burgueses e proletariado iria resolver as coisas era questionada ao
se perceber o crescimento de uma classe média. Segundo consta, esta
geração (subsequente aos primeiros marxistas) que conciliava a teoria (o
trabalho intelectual) com o comando do partido socialista tinha o mal-estar de
não possuir uma definição exata do marxismo.

O marxismo até então era consenso no Partido da Social Democracia, o qual


entendia teoria e prática como palavras sinônimas. Por volta de 1900, ocorreu
uma espécie de clivagem, na qual as duas partes (teoria e prática) discutiam a
realidade e os rumos do marxismo. O contexto europeu da primeira metade do
século será fundamental para se compreender as bases do que veio a ser o
“marxismo ocidental” como resposta aos impasses teóricos e políticos.
Segundo Perry Anderson, o fascismo e o stalinismo foram as duas grandes
tragédias que, de formas diferentes, se abateram sobre o movimento operário
europeu no período entreguerras e que, juntos, pulverizaram e destruíram os
potenciais criadores de uma teoria marxista nativa ligada à prática das massas
do proletariado ocidental.

Enquanto teoria, o marxismo se tornava algo muito diferente de tudo o que o


precedera, acarretando como ponto alto dessa mudança o deslocamento dos
temas e das preocupações da intelectualidade marxista. As gerações que
comporiam o marxismo ocidental (as quais assim o fizeram sem ter consciência
disso, sem ter um ”projeto” definido com este nome) não eram mais os
engajados líderes políticos de outrora, mas agora elaboravam uma produção
intelectual que, em certa medida, se devia ao engajamento político do passado.
Afastavam-se daquele passado clássico (do ponto de vista teórico) e, ao
mesmo tempo, reavaliavam os resultados do marxismo no presente.

Desse modo, nasceu a Escola de Frankfurt, a qual se dedicou, a partir da década de


20, ao estudo dos problemas tradicionais do movimento operário, unindo trabalho
empírico e análise teórica. Em virtude da perda de sua tradição intelectual, o marxismo
para os frankfurtianos será alvo de um movimento autorreflexivo. O que será
característico no marxismo ocidental é esta autorreflexão do que era, foi e seria
futuramente o marxismo, com obras que trataram de temas como o “novo” papel do
materialismo histórico, o conceito de história, a tomada da consciência de classe, a
cultura, a arte, literatura, enfim, todos considerados como categorias e instrumentos
para se pensar as transformações, a validade, as limitações, possíveis caminhos e
leituras do marxismo diante da sociedade industrializada moderna. Segundo Danilo
Marcondes, os autores ligados à Escola de Frankfurt não se pretendiam realmente
comentadores ou intérpretes do pensamento de Marx, mas tinham como proposta
buscar inspiração no marxismo para uma análise da sociedade
contemporânea.

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