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É claro que esta política também tem uma base universalista, o que contribui
para a confusão ou coincidência entre as duas políticas. Todas as pessoas devem ser
reconhecidas pelas suas identidades únicas. Aqui, porém, o reconhecimento tem outro
significado. Em relação à política de igual dignidade, aquilo que se estabelece visa a
igualdade universal, um cabaz idêntico de direito e imunidades; quanto à política de
diferença, exige-se o reconhecimento da identidade única deste ou daquele indivíduo ou
grupo, do carácter singular de cada um. Quer isto dizer, por outras palavras, que é
precisamente esta singularidade que tem sido ignorada, disfarçada, assimilada a uma
identidade dominante ou de maioria. E é esta assimilação que constitui o pecado cardeal
contra o ideal de autenticidade.[13]
Uma sociedade com objetivos coletivos fortes pode ser liberal, segundo esta
perspectiva, desde que seja capaz de respeitar a diversidade, em especial, quando
considera aqueles que não compartilham dos objetivos comuns, e desde que possa
proporcionar garantias adequadas para os direitos fundamentais. Concretizar todos estes
objetivos irá provocar, sem dúvida, tensões e dificuldades, mas não é nada de
impossível, e os problemas não são, em princípio, maiores do que aqueles que qualquer
sociedade liberal encontra quando tem de combinar, por exemplo, liberdades com
igualdades ou prosperidade com justiça.[15]
* Mestrando em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos
(2014). Possui graduação em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos –
Unisinos (2013). Integrante do Núcleo de Direitos Humanos da Unisinos (NDH).
Advogado. http://lattes.cnpq.br/4217441321009017
[3] TAYLOR, Charles. (Org.). Multiculturalismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1998. p. 45.
[4] TAYLOR, Charles. (Org.). Multiculturalismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1998. p. 45.
[5] TAYLOR, Charles. (Org.). Multiculturalismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1998. p. 45.
[6] TAYLOR, Charles. (Org.). Multiculturalismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1998. p. 46.
[7] TAYLOR, Charles. (Org.). Multiculturalismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1998. p. 46.
[9] TAYLOR, Charles. (Org.). Multiculturalismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1998. p. 48.