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Ilhéus-BA
Outubro/2012
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
Quando duas substâncias diferentes estão presentes em um mesmo sistema, elas compõem
uma mistura. Há determinadas misturas em que se pode determinar, visualmente, a presença dos
seus diferentes componentes, sendo denominada mistura heterogênea. Em outras misturas,
porém, não é possível distinguir os componentes misturados a partir de sua visualização. Estas
são denominadas misturas homogêneas ou soluções, sendo este último nome o mais utilizado
(ATKINS, 2001). Uma solução líquida consiste em um sistema monofásico constituído de um
soluto (substância em menor quantidade) dissolvido em um solvente (substância em maior
quantidade). A quantidade de um soluto em um determinado volume de solução é descrita em
termos de concentração, sendo a concentração molar (molaridade) a medida mais utilizada, dada
pela quantidade de matéria (mol) dissolvida em um litro de solução: mol/L (ATKINS, 2001).
O preparo de soluções em laboratórios é feito, normalmente, pesando-se uma determinada
massa de soluto e dissolvendo-se o mesmo em uma quantidade específica de solvente. Porém
nem sempre é possível preparar uma solução com concentração exatamente conhecida. Isto
porque há substâncias que possuem tendência em absorver umidade quando exposta ao ambiente
(substância higroscópica) ou mesmo diminuir sua massa por volatilização no momento da
pesagem, fazendo com que a concentração real seja diferente da desejada. Existe uma técnica
que é muito utilizada para se determinar a concentração exata de uma solução após o seu
preparo: padronização de soluções por meio de titulação (CHANG, 2010).
A titulação é um procedimento de análise volumétrica em que busca-se determinar a
quantidade de substância presente em uma solução (concentração) mediante a adição de uma
quantidade de solução padrão (de concentração exatamente conhecida) na solução de
concentração desconhecida, até que a quantidade adicionada seja equivalente à quantidade de
substância existente (essa equivalência se refere à estequiometria de reação quando uma
quantidade de substância reage exatamente com a quantidade da outra substância reagente,
formando produtos). A etapa crítica deste processo é a parte final, onde busca-se o ponto
correspondente à adição exata da substância reagente que é necessária. Ele é chamado de ponto
final (ou ponto de equivalência ou ponto de viragem), que se caracteriza pela equivalência
estequiométrica entre a quantidade de substância presente e a quantidade de substância
adicionada (OHLWEILER, 1974). Para a preparação de uma solução padrão é necessário utilizar
um padrão primário: um composto com pureza suficiente para permitir a preparação da solução
mediante a pesagem direta da quantidade de substância seguida pela diluição até o volume
desejado de solução, obtendo-se uma concentração bastante exata. Para uma substância ser
padrão primário ela deve obedecer algumas condições como, por exemplo: permanecer
inalterada ao ar durante a pesagem (não pode ser higroscópica, não pode oxidar ao ar nem sofrer
reação com o dióxido de carbono); ter massa molecular elevada (para desprezar erros de
pesagem); de fácil obtenção, secagem e conservação, entre outros. O hidrogenoftalato de
potássio (KHC8H4O4) é uma substância indicada como padrão primário para titulações ácido-
base, pois obedece às condições anteriormente mencionadas (VOGEL, 1992).
Para atingir o ponto final da titulação, qualquer propriedade do sistema que exiba uma
variação brusca perto do ponto de equivalência pode ser utilizada. O método mais usado é o dos
indicadores, que permite localizar o ponto final visualmente. Ele indica o ponto final
modificando a aparência do meio através da mudança de coloração (OHLWEILER, 1974).
Na realização de uma titulação faz-se necessário no uso de um aparelho volumétrico
especial, a bureta. Ela consiste em um tubo cilíndrico uniformemente calibrado em toda a
extensão de sua escala e possui uma torneira na sua extremidade inferior para o controle do fluxo
de líquido nela contido. São, de uma forma geral, pipetas graduadas com controle de fluxo. Para
realizar-se uma titulação devem ser observados inúmeros parâmetros afim de que o
procedimento alcance o objetivo esperado: verificar se a bureta está limpa e ambientalizá-la com
a solução a ser usada; verificar a lubrificação da torneira; remover qualquer bolha de ar presente
no seu interior; utilizá-la em posição perpendicular em relação à bancada; fazer a leitura correta
do volume escoado de solução olhando a parte inferior do menisco perpendicularmente à bureta,
entre outros (BACCAN et al, 2001). Durante a titulação a solução contida na bureta deve ser
livrada gota a gota afim de não ultrapassar o ponto final da titulação. Quando aproxima-se o
ponto final da titulação é necessário fracionar as gotas e, para isso, diminui-se o fluxo de
escoamento e aproxima-se a parede do frasco contendo a solução padrão à ponta da bureta para
fluir a fração de gota (OHLWEILER, 1974).
MATERIAIS E MÉTODOS
Descobriu-se que foi aferida uma massa de 0,9567g de hidróxido de sódio, que equivale a
aproximadamente 0,1g. Durante a aferição dessa massa notou-se que as pastilhas do NaOH
adquiriram um aspecto úmido em sua superfície. Isto se deve ao fato de que o hidróxido de sódio
é uma substância higroscópica, ou seja, tem grande tendência em absorver a umidade do ar
quando exposto ao ambiente (CHANG, 2010). Após isso foi realizada a preparação de sua
solução. Através de uma regra de três simples é possível determinar a quantidade de matéria
existente nessa massa de NaOH, sabendo que sua massa molar é de 40,00g/mol (01).
A Molaridade de uma solução é dada pelo quociente entre a quantidade de matéria utilizada
como soluto (n) pelo volume de solução preparado (V). Como foi preparado 250,0 mL de
solução, é possível determinar a concentração desta solução (02):
Molaridade = n soluto
Vsolução
Molaridade = 0,0239 mol 02
0,250 L
Dessa forma, preparou-se uma solução de NaOH com concentração de 0,0956 mol/L.
Porém essa não é a concentração real, pois no momento da pesagem houve absorção de umidade
por parte do soluto. Assim, é necessário padronizar essa solução de NaOH mediante a utilização
de uma solução padrão para verificar sua concentração real. Preparou-se, então, uma solução
padrão de hidrogenoftalato de potássio, KHP, aferindo-se sua massa na balança analítica, visto
que essa substância apresenta as condições exigidas para um padrão primário segundo a
literatura (VOGEL, 1992). Aferiu-se novamente a massa do vidro de relógio e do KHP e estes
dados são dispostos segundo a tabela 02.
Observou-se, neste procedimento, que surgia uma pequena coloração rosa em torno do
local onde a gota de NaOH caía. Isto se deve em função da existência do indicador fenolftaleína
que foi acrescentado na solução de KHP durante o seu preparo. Sendo a solução de NaOH
alcalina, o indicador acusou a sua presença na solução mudando rapidamente sua coloração para
rosa, característica de base. Porém, a quantidade de base adicionada à solução era mínima
(poucas gotas) e ela reagia instantaneamente com o ácido KHP. A agitação do erlenmeyer
facilitava essa neutralização, fato que explica o rápido aparecimento da coloração. Em resumo, a
coloração rosa que aparecia rapidamente era causada pelo indicador que detectava a presença da
base NaOH na solução, e o desaparecimento instantâneo da coloração após a agitação era
causada pela rápida neutralização que a base sofria na presença do ácido KHP.
Em um determinado momento percebeu-se que a coloração rosa que surgia em
conseqüência da adição da base demorava de desaparecer com a agitação. Isto evidenciou que o
ponto de equivalência (ou ponto de viragem) estava próximo. Diminuiu-se, então, o fluxo das
gotas afim de não ultrapassar o ponto de viragem. Adicionou-se, então, meia gota de solução de
NaOH e o erlenmeyer adquiriu uma tonalidade rosa bem fraca. Ao agitar-se a solução percebeu-
se que a coloração permaneceu a mesma. Imediatamente fechou-se a torneira da bureta pois
neste momento ocorreu o ponto de viragem. A quantidade de base adicionada foi equivalente à
quantidade de ácido existente na solução de KHP. Fez-se, então, a leitura da bureta e descobriu-
se que foi gasto 7,6 mL de solução de NaOH.
Pela equação de reação (03) verifica-se que 1,0 mol de KHP reagem com 1,0 mol de
NaOH. Se a quantidade de matéria de KHP existente no erlenmeyer é 0,001469 mol (cálculo 04),
deve reagir com esta exatamente 0,001469 mol de NaOH. Isto porque no momento em que a
solução adquiriu a coloração rosa houve a neutralização total entre a base e o ácido. Dessa forma
se foram necessários 7,6 mL de solução de NaOH para neutralizar este ácido, então essa
quantidade de matéria (0,001469 mol) deve estar contida neste volume de base. Assim é possível
calcular a concentração real da base a partir do resultado dessa titulação (05):
Molaridade = n soluto
Vsolução
CONCLUSÕES
Conclui-se que essa prática obteve um rendimento satisfatório pois permitiu aprender
como se realiza uma titulação ácido-base em laboratório, que é um procedimento extremamente
necessário tanto em pesquisas científicas como em procedimentos analíticos, entre outros. Ela
também mostrou o método e a importância de se padronizar soluções, pois este procedimento
permite aferir com certeza a concentração de uma solução. A partir dela, também, pôde-se
compreender melhor como ocorre o fenômeno de neutralização em uma reação ácido-base.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. CHANG, R. Química Geral: conceitos essenciais. 4. ed. Trad. M. J. F. Rebelo, et al. Porto
Alegre: AMGH, 2010. 778p.
5. VOGEL, A. I. Análise Química Quantitativa. 5. ed. Trad. H. Macedo. Rio de Janeiro: LTC,
1992. 712p.