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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE ESCAVAÇÃO


DE SUBSOLOS NA MEDIDA DO NSPT DOS
SOLOS DE GOIÂNIA/GO

CARLOS HENRIQUE ALVES MARTINS


LEANDER VENÂNCIO TEIXEIRA DA SILVA

GOIÂNIA
2015
CARLOS HENRIQUE ALVES MARTINS
LEANDER VENÂNCIO TEIXEIRA DA SILVA

INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE ESCAVAÇÃO


DE SUBSOLOS NA MEDIDA DO NSPT DOS
SOLOS DE GOIÂNIA/GO

Monografia apresentada na disciplina Trabalho de Conclusão de


Curso II do Curso de Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Goiás.
Orientador: Prof. Dr. Maurício Martines Sales.

GOIÂNIA
2015
CARLOS HENRIQUE ALVES MARTINS
LEANDER VENÂNCIO TEIXEIRA DA SILVA

INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE ESCAVAÇÃO DE SUBSOLOS NA MEDIDA DO


NSPT DOS SOLOS DE GOIÂNIA/GO

Monografia apresentada na disciplina Trabalho de Conclusão de


Curso II do Curso de Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Goiás.

Aprovada em ______ /______ / ______.

______________________________________________________________________
Prof. Dr. Maurício Martines Sales – EECA (Presidente)
Universidade Federal de Goiás

______________________________________________________________________
Prof. Dra. Márcia Maria dos Anjos Mascarenha – EECA (Examinadora)
Universidade Federal de Goiás

______________________________________________________________________
EngªCivil Ms. Cintia (Examinadora)
Engeserv- Engenharia e Consultoria Industrial

Atesto que as revisões solicitadas foram feitas:


______________________________________
Orientador

Em: _____ / _____ / _____


AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus que nos concedeu sabedoria para desenvolver esse
trabalho final e a todos os docentes da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da UFG que
compartilhou conosco seus conhecimentos e habilidades, especialmente ao professor
Maurício Martines Sales pela paciência e suporte essencial para concretização deste estudo.

Também agradecemos as empresas de sondagens e projetos de fundação que gentilmente nos


concedeu informações e materiais necessários para o desenvolvimento do trabalho.

Família e amigos obrigado pelo apoio.

Obrigado a todos!

C. H. Martins; L. V. T. Silva
RESUMO

A verticalização das grandes cidades concentra uma grande quantidade de pessoas num
mesmo edifício, com isso a demanda de vagas de garagem também cresce. Limitados por
lotes cada vez menores, a alternativa é aproveitar o terreno com a escavação de subsolos. No
entanto, o processo de escavação altera o estado de tensões e a capacidade de carga do solo,
porém muitos projetistas não consideram o tal efeito e isso pode prejudicar o desempenho da
edificação. Do ensaio SPT é que se obtêm o NSPT e esse índice pode ser correlacionado com
a resistência do solo. O ensaio por sua vez apresenta vários fatores que podem interferir na
medida do índice, como por exemplo, fatores ligados aos equipamentos, procedimentos e
condições do solo. Diante disso, o objetivo é estudar a influência da escavação na medida do
NSPT através da comparação de laudos de sondagens entre duas campanhas (antes e após a
escavação). Para isso foi necessário a obtenção dos laudos em obras que realizaram as duas
campanhas para depois proceder-se as análises. As análises foram feitas por obra encontrada e
divididas em: comparações dos resultados entre as duas campanhas de sondagens,
comparações de laudos de sondagens de furos próximos entre duas campanhas e por zonas de
profundidade preestabelecidas. Conforme o esperado ocorreu à redução no número de golpes,
após a escavação dos subsolos, já que o corte provoca um alívio de tensões nas camadas
inferiores e a consequência disso é a diminuição da capacidade de carga do solo. Porém, não
foi possível estabelecer um índice de redução que possa ser aplicado a todos os solos típicos
da região, o caráter heterogêneo do solo e os fatores que intervém no ensaio implicam que a
análise deve ser feita por obra.

Palavras chave: Escavação de subsolos, ensaio SPT, NSPT, alívio de tensões, redução.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Detalhe do amostrador tipo Raymond........................................................... 18

Figura 2.2 - Equipamentos de execução de sondagens SPT............................................. 22

Figura 2.3 - Trado helicoidal utilizado no avanço da perfuração até o N.A..................... 23

Figura 2.4 - Execução da Sondagem SPT......................................................................... 24

Figura 2.5 - Sugestão de distribuição de furos de sondagem............................................ 25

Figura 2.6 - Exemplo de laudo de sondagem.................................................................... 27

Figura 2.7 - Diagrama de resistência à penetração em função da cravação do


amostrador..................................................................................................... 29

Figura 2.8 - Variação do "NSPT" com a profundidade.................................................... 35

Figura 2.9 - Variação do "NSPT" com a profundidade relativa....................................... 35

Figura 3.1 - Obtenção do NSPT médio, na primeira campanha de sondagens, para


cada metro ensaiado...................................................................................... 38

Figura 3.2 - Valores de NSPT para três furos de sondagem e a média entre eles após a
escavação de 3,20 m..................................................................................... 39

Figura 3.3 - Comparação entre as duas campanhas de sondagens................................... 39

Figura 3.4 - Intervalo de redução do NSPT após a escavação.......................................... 41

Figura 4.1 - Primeira campanha de sondagens................................................................. 44

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Figura 4.2 - Segunda campanha de sondagens................................................................. 44

Figura 4.3 - Comparação entre as médias das duas campanhas de sondagens SPT......... 45

Figura 4.4 - Sondagem SPT antes da escavação............................................................... 46

Figura 4.5 - Sondagem SPT após escavação de 7,0 m de subsolo.................................... 46

Figura 4.6 - Comparação entre as duas campanhas de sondagens.................................... 47

Figura 4.7 - Resultados das sondagens realizadas antes da escavação............................. 48

Figura 4.8 - Comparação entre as médias das sondagens SPT antes e após a escavação. 48

Figura 4.9 - Valores de NSPT da primeira campanha de sondagens................................ 49

Figura 4.10 - Sondagens SPT realizadas após a escavação................................................ 50

Figura 4.11 - Comparação entre as campanhas de sondagens............................................ 50

Figura 4.12 - Resultados da primeira campanha de sondagens.......................................... 51

Figura 4.13 - Sondagens SPT após a escavação de 6,0 m de subsolo................................ 52

Figura 4.14 - Comparação entre as médias das duas campanhas de sondagens SPT......... 53

Figura 4.15 - Sondagens SPT antes da escavação.............................................................. 53

Figura 4.16 - Segunda campanha de sondagens................................................................. 54

Figura 4.17 - Comparação entre as médias das duas campanhas de sondagens SPT......... 55

Figura 4.18 - Resultados da primeira campanha de sondagens.......................................... 55

Figura 4.19 - Valores da segunda campanha de sondagens................................................ 56

Figura 4.20 - Comparação das médias entre as duas campanhas de sondagens................. 56

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Figura 4.21 - Valores da segunda campanha de sondagens................................................ 57

Figura 4.22 - Comparação entre as duas campanhas de sondagem.................................... 58

Figura 4.23 - Locação dos furos de sondagem na obra...................................................... 59

Figura 4.24 - Comparação dos valores de NSPT entre dois furos próximos...................... 59

Figura 4.25 - Locação dos furos de sondagem................................................................... 60

Figura 4.26 - Comparação dos valores de NSPT obtidos por três empresas distintas........ 61

Figura 4.27 - Apresentação dos resultados da Zona 1 (H)................................................. 62

Figura 4.28 - Resultados obtidos na Zona 2 (2H)............................................................... 63

Figura 4.29 - Apresentação dos resultados alcançados na Zona 3 (> 2H).......................... 63

C. H. Martins; L. V. T. Silva
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Classificação dos solos quanto à compacidade e consistência...................... 28

Tabela 2.2 - Alguns fatores associados aos equipamentos e procedimentos que


influencia no NSPT....................................................................................... 31

Tabela 2.3 - Fatores ligados ao solo e sua influência no NSPT........................................ 32


Tabela 2.4 - Comparações entre os valores de NSPT e de quc obtidos pelas correlações
assim como os erros cometidos..................................................................... 37
Tabela 3.1 - Obtenção do índice R por Zona de profundidade......................................... 41

Tabela 3.2 - Coordenadas geográficas das obras estudadas.............................................. 42

Tabela 3.3 - Relação das empresas que executaram os ensaios SPT em cada campanha
de sondagem.................................................................................................. 42

C. H. Martins; L. V. T. Silva
LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas

Denatran- Departamento Nacional de Trânsito

NSPT- Índice de Resistência à penetração

SPT- Standard Penetration Test

ASTM- Americam Society for Testing and Materials

C. H. Martins; L. V. T. Silva
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 16
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 17
2.1. SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO DO SOLO –
ENSAIO SPT........................................................................................................ 17
2.1.1 Breve história do SPT... .................................................................................... 17
2.1.2 Execução do ensaio............................................................................................. 21
2.1.2.1 Equipamentos utilizados...................................................................................... 21
2.1.2.2 Procedimentos de execução................................................................................. 22
2.1.2.3 Critérios de Parada............................................................................................... 24
2.1.2.4 Definição dos furos de sondagens........................................................................ 25
2.1.2.5 Apresentação dos resultados................................................................................ 26
2.2. RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DO SOLO - NSPT................................. 27
2.2.1 Fatores que interferem nos resultados do ensaio ........................................... 29
2.3 INTERFERÊNCIA DAS ESCAVAÇÕES NA MEDIDA DA
RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DO SOLO
(NSPT)................................................................................................................. 33
2.3.1 Alívio de tensões no solo devido à perfuração do furo de sondagem no
ensaio SPT............................................................................................................. 33
2.3.2 Comparação dos valores de NSPT, em solos arenosos, antes e depois de
proceder às escavações....................................................................................... 34
3. METODOLOGIA DE PESQUISA................................................................... 38
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................... 43
4.1 COMPARAÇÕES ENTRE AS DUAS CAMPANHAS DE SONDAGENS.. 43
4.1.1 Obra 01................................................................................................................ 43
4.1.2 Obra 02................................................................................................................ 45
4.1.3 Obra 03................................................................................................................ 47

C. H. Martins; L. V. T. Silva
4.1.4 Obra 04................................................................................................................ 49
4.1.5 Obra 05................................................................................................................ 51
4.1.6 Obra 06................................................................................................................ 53
4.1.7 Obra 07................................................................................................................ 55
4.1.8 Obra 08................................................................................................................ 57
4.2 COMPARAÇÃO DE FUROS PRÓXIMOS ENTRE DUAS
CAMPANHAS DE SONDAGEM..................................................................... 58
4.3 COMPARAÇÃO POR ZONA DE PROFUNDIDADE.................................. 61
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 65
ANEXO A- LAUDOS DE SONDAGEM SPT................................................. 69

C. H. Martins; L. V. T. Silva
SUMÁRIO ANEXO A

Figura A.1 - SPT 01_A_SP01 .................................................................................................. 69


Figura A.2 - SPT 01_A_SP01 C............................................................................................... 70
Figura A.3 - SPT 01_A_SP02 .................................................................................................. 71
Figura A.4 - SPT 01_A_SP02 .................................................................................................. 72
Figura A.5 - SPT 01_A_SP03 .................................................................................................. 73
Figura A.6 - SPT 01_A_SP03 .................................................................................................. 74
Figura A.7 - SPT 01_D_SP03 .................................................................................................. 75
Figura A.8 - SPT 01_D_SP03 .................................................................................................. 76
Figura A.9 - SPT 01_D_SP04 .................................................................................................. 77
Figura A.10 - SPT 01_D_SP04 ................................................................................................ 78
Figura A.11 - SPT 02_A_SP01 ................................................................................................ 79
Figura A.12 - SPT 02_A_SP02 ................................................................................................ 80
Figura A.13 - SPT 02_D_SP03 ................................................................................................ 81
Figura A.14 - SPT 02_D_SP04 ................................................................................................ 82
Figura A.15 - SPT 02_D_SP05 ................................................................................................ 83
Figura A.16 - SPT 03_A_SP01 ................................................................................................ 84
Figura A.17 - SPT 03_A_SP02 ................................................................................................ 85
Figura A.18 - SPT 03_A_SP02 C............................................................................................. 86
Figura A.19 - SPT 03_A_SP03 ................................................................................................ 87
Figura A.20 - SPT 03_A_SP04 ................................................................................................ 88
Figura A.21 - SPT 03_A_SP04 C............................................................................................. 89
Figura A.22 - SPT 03_A_SP05 ................................................................................................ 90
Figura A.23 - SPT 03_A_SP06 C............................................................................................. 91
Figura A.24 - SPT 03_A_SP06 ................................................................................................ 92
Figura A.25 - SPT 03_A_SP07 ................................................................................................ 93
Figura A.26 - SPT 03_A_SP08 ................................................................................................ 94
Figura A.27 - SPT 03_A_SP08 ................................................................................................ 95
Figura A.28 - SPT 03_A_SP09 ................................................................................................ 96
Figura A.29 - SPT 03_A_SP09 ................................................................................................ 97

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Figura A.30 - SPT 03_D_SP01 (EMPRESA A) ...................................................................... 98
Figura A.31 - SPT 03_D_SP02 (EMPRESA A) ...................................................................... 99
Figura A.32 - SPT 03_D_SP03 (EMPRESA A) .................................................................... 100
Figura A.33 - SPT 03_D_SP12 (EMPRESA B) .................................................................... 101
Fi9gura A.34 - SPT 03_D_SP13 (EMPRESA B) .................................................................. 102
Figura A.35 - SPT 03_D_SP14 (EMPRESA B) .................................................................... 103
Figura A.36 - SPT 03_D_SP10 (EMPRESA B) .................................................................... 104
Figura A.37 - SPT 04_A_SP01 .............................................................................................. 105
Figura A.38 - SPT 04_A_SP02 .............................................................................................. 106
Figura A.39 - SPT 04_D_SP03 .............................................................................................. 107
Figura A.40 - SPT 04_D_SP04 .............................................................................................. 108
Figura A.41 - SPT 05_A_SP01 .............................................................................................. 109
Figura A.42 - SPT 05_A_SP02 .............................................................................................. 110
Figura A.43 - SPT 05_A_SP03 .............................................................................................. 111
Figura A.44 - SPT 05_D_SP01 .............................................................................................. 112
Figura A.45 - SPT 05_D_SP02 .............................................................................................. 113
Figura A.46 - SPT 06_A_SP01 .............................................................................................. 114
Figura A.47 - SPT 06_A_SP02 .............................................................................................. 115
Figura A.48 - SPT 06_A_SP03 .............................................................................................. 116
Figura A.49 - SPT 06_D_SP01 .............................................................................................. 117
Figura A.50 - SPT 06_D_SP02 .............................................................................................. 118
Figura A.51 - SPT 07_A_SP01 .............................................................................................. 119
Figura A.52 - SPT 07_A_SP01 C........................................................................................... 120
Figura A.53 - SPT 07_A_SP01 C........................................................................................... 121
Figura A.54 - SPT 07_A_SP02 .............................................................................................. 122
Figura A.55 - SPT 07_A_SP02 C........................................................................................... 123
Figura A.56 - SPT 07_A_SP02 C........................................................................................... 124
Figura A.57 - SPT 07_D_SP01 .............................................................................................. 125
Figura A.58 - SPT 07_D_SP01 C........................................................................................... 126
Figura A.59 - SPT 07_D_SP02 .............................................................................................. 127
Figura A.60 - SPT 07_D_SP03 .............................................................................................. 128
Figura A.61 - SPT 07_D_SP04 .............................................................................................. 129

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Figura A.62 - SPT 08_A_SP01 .............................................................................................. 130
Figura A.63 - SPT 08_D_SP01 .............................................................................................. 131
Figura A.64 - SPT 08_D_SP02 .............................................................................................. 132

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 16

1. INTRODUÇÃO

A expansão urbana, juntamente com a crescente valorização imobiliária dos terrenos, resulta
na necessidade de um melhor aproveitamento da área do lote a ser construído. Com isso têm-
se aumentado o processo de verticalização nas cidades, com edifícios cada vez mais altos.
Desse modo, são mais pessoas ocupando um mesmo espaço e surge também, a necessidade de
vagas de garagem.

Segundo o Denatran (2014), Goiânia possui 1 085 169 veículos, média de 1,30 veículos por
habitante. Então a tendência é aumentar cada vez mais o número de subsolos, nos edifícios,
para suprir essa demanda de vagas de garagem. Para isso se faz necessário aprimorar os
estudos no que tange o efeito das escavações, para execução dos subsolos, como uma possível
redução da capacidade de carga do solo.

A remoção do volume de terra causa um alívio de tensões geostáticas nas camadas inferiores
do solo, já que a tensão varia em função da altura de solo sobre a camada e esse efeito pode
reduzir a capacidade resistente da fundação. Acontece que normalmente as sondagens SPT
são feitas apenas na fase de anteprojeto, ou seja, na cota do terreno não levando em
consideração o processo de escavação de subsolos.

Uma vez que o dimensionamento das fundações é realizado com base nos resultados das
sondagens, o projeto que não leva em consideração o possível efeito da redução nas tensões
do solo, após as escavações, poderá comprometer a estrutura da edificação. Como por
exemplo, as fundações apresentarem recalques excessivos, o aparecimento de fissuras na
estrutura e em casos extremos a ruptura da fundação.

Dessa forma, o objetivo geral é analisar a influência das escavações dos subsolos na medida
do índice de resistência à penetração do solo (NSPT), que é obtido a partir de sondagens SPT.
Para isso é necessário reunir laudos de sondagens em obras que tenham tido duas campanhas
(antes e depois da escavação de subsolos) e comparar os resultados encontrados.

Então se faz necessário instigar a necessidade de uma segunda campanha de sondagens, após
as escavações, e buscar uma relação que expressa uma possível redução do NSPT e
consequentemente da capacidade de carga do solo entre a primeira e a segunda campanha de
sondagens.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 17

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para analisar a influência da escavação de subsolos na medida do NSPT é necessária a


abordagem de alguns assuntos para a compreensão da temática. Portanto, a revisão
bibliográfica apresenta o ensaio em que se obtém o índice, os fatores que interferem no seu
resultado e alguns estudos publicados sobre o tema.

2.1 SONDAGENS DE SIMPLES RECONHECIMENTO DO SOLO –


ENSAIO SPT

Para a elaboração de um bom projeto geotécnico são realizados ensaios de reconhecimento do


solo. Segundo Hachich et al. (1998) é necessário proceder-se à identificação e à classificação
das diversas camadas componentes do substrato a ser analisado, assim como à avaliação de
suas propriedades para aplicação em obras de engenharia.

No Brasil, o ensaio mais difundido para o reconhecimento de subsolos é o “Standard


Penetration Test” (SPT). Trata-se de um ensaio econômico, além da facilidade de execução e
aplicação de seus resultados. Para Schnaid (2000), os custos variam, em geral, entre 0,2 e
0,5% de todo o custo global da obra, sendo que as informações geotécnicas obtidas são
essenciais para que o projeto possa atrelar eficiência e economia. Embora utilizado para
vários tipos de solo, o ensaio não é recomendado para solos moles, já que a estrutura dos
grãos é sensível a energia empregada pelo ensaio.

2.1.1 Breve história do SPT

A origem do ensaio SPT remonta por volta de 1902, e foi introduzido por Charles R. Gow,
nos Estados Unidos. Até então, o método usado para fazer a identificação do solo baseava-se
no recolhimento de detritos resultantes da perfuração com circulação de água, bem como
através da abertura de poços de grande diâmetro e escavações em grande escala. Esses
processos naturalmente provocam descaracterizações na estrutura natural do solo, conduzindo
a uma pobre identificação do tipo de solo e de suas propriedades (CAVALCANTE, 2002).

Então o novo processo introduzido propiciou a obtenção de amostras com mais qualidade e na
profundidade desejada. Vale ressaltar que não se dispõem de registros da época relatando

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 18

como se efetuava a cravação do tubo, intervalo de cravação, altura de queda do martelo,


contagem de golpes, dentre outros. De acordo com Fletcher (1965) e Mohr (1966 apud
TEIXEIRA, 1977) essas verificações só se deram a partir da segunda metade da década de
1920.

Segundo Odebrecht (2003), em 1927, Harry A. Mohr, gerente da The Gow Company,
subsidiária da Raymond Concrete Pile e G.F.A Fletcher, desenvolveu um amostrador
constituído por três partes (cabeça, corpo principal bipartido e sapata biselada). Conforme a
Figura 2.1, o amostrador, universalmente usado ainda hoje, possui diâmetro externo de 51
mm e interno de 35 mm, denominado amostrador tipo Raymond.

Figura 2.1 – Detalhe do amostrador tipo Raymond.

Fonte: Adaptado da NBR 6484 (ABNT, 2001).

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 19

Em 1948, foi publicado “Soil Mechanics in Engineering Practice” por Terzaghi e Peck. Em
seu livro, os autores publicaram os procedimentos de execução da sondagem com perfuração
por circulação de água. Foram apresentadas também, as primeiras correlações entre a
resistência à penetração do solo e a compacidade das areias. A este procedimento foi dado o
nome de “Standard Peneration Test”.

A obra publicada por Terzaghi e Peck (1948) agregou valiosa contribuição à utilização mais
sistemática e racional do SPT. Além de expor as primeiras correlações entre o índice de
resistência à penetração do solo com propriedades importantes tais como compacidade,
consistência e resistência, também apresentou importantes recomendações quanto aos
equipamentos e os procedimentos de ensaio. Essas recomendações foram adotadas, quase que
na sua integralidade, pelas normas elaboradas para o ensaio em todo o mundo, inclusive no
Brasil. Destacam-se entre as recomendações feitas por Terzaghi e Peck (1948) a fixação de
valores para a altura de queda e para o peso do martelo, para o intervalo de assentamento do
amostrador e para seus diâmetros externo e interno, além da sistemática para medir o índice
de resistência à penetração do solo (CARVALHO, 2012).

Segundo Fletcher (1965 apud CAVALCANTE, 2002), Carvalho (2012) e Odebrecht (2003),
em 1950 foram realizadas as primeiras tentativas de padronização do ensaio. Em 1954, James
D. Parson propôs o registro do número de golpes para cada um dos três intervalos de 15,2 cm
de penetração do amostrador, e a resistência seria dada pela menor soma de dois ou três
intervalos. Já Terzaghi e Peck (1948), propunha que a resistência seria dada pelo número de
golpes correspondente aos dois últimos intervalos de 15,2 cm.

Em 1958 é publicada a primeira norma D1586-58T (ASTM, 1958) da Americam Society for
Testing and Materials. Esta norma especifica a cravação do amostrador com o assentamento
inicial de 152 mm, mas não define claramente o que é resistência à penetração, define
somente que se registrem os golpes necessários a cravação dos segundo e terceiro segmentos
de 152 mm. Já a norma D1586-63T (ASTM, 1963), que sucede a de 1958, define com clareza
a resistência à penetração, como sendo a soma dos números de golpes para a cravação dos
segundo e terceiro 152 mm. Em 1967 a D1586-67T (ASTM, 1967) passa ater status de norma
definitiva (ODEBRECHT, 2003).

O ensaio chega ao Brasil na década de 30, através do Engenheiro Odair Grillo, que após uma
viagem aos Estados Unidos, para uma visita à Universidade de Harvard, trouxe consigo a
nova técnica de medição da resistência do solo. Esse foi o primeiro ensaio introduzido no

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 20

Brasil, pois antes, segundo Teixeira (1977), as análises feitas nos solos baseavam-se apenas
pelo contato tátil-visual.

Apenas em 1943 os primeiros estudos e medições começaram a serem realizados. A partir daí
o ensaio passou a ser desenvolvido em solo nacional, principalmente com a vinda do
Engenheiro Mohr, que trabalhava na Gow Construction CO e havia ajudado a desenvolver o
método. Uma parceria com a Geotécnica fez com que o amostrador trazido por Mohr passasse
a ser utilizado em solo brasileiro. Mas a Geotécnica substituiu o amostrador, que foi chamado
de amostrador Mohr - Geotécnica, pelo amostrador Raymond, que tinha um revestimento
maior.

Apesar da evolução do ensaio, ainda não se tinha normas que padronizassem a maneira de
executar as sondagens. Em 1956 o professor Costa Nunes propõe despertar à atenção quanto à
necessidade das empresas padronizarem seus ensaios. Gerber (1974) diz que ao se analisar as
informações obtidas pelas sondagens deveria, também, estudar como a empresa executora do
serviço realizava seus ensaios, chamando a atenção para a diversificação existente nos
métodos de executar as inspeções.

Com todo esse movimento para despertar os empresários sobre a importância da


padronização, em 1974, é apresentada, pela primeira vez, uma proposta que visava criar um
Método de Execução de Sondagem de Simples Reconhecimento dos Solos. Essa proposta foi
anunciada no 5º Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos.

O aparecimento de diversas especificações de execução de sondagem à percussão culminou


na elaboração da norma MB-1211 (1979) “Execução de Sondagem de Simples
Reconhecimento dos Solos”, que em 1980, foi renumerada em NBR-6484 (ABNT, 1980). A
partir daí, a execução e os procedimentos passam a serem regulamentados e padronizados
para a obtenção de resistência à penetração.

Segundo Cavalcante (2002), a norma revisada NBR 6484 (ABNT, 2001) traz inovações
como: especificações relativas à aparelhagem que não existiam nas edições anteriores,
processos de avanço de perfuração, métodos para a observação do nível do lençol freático e
observações sobre a apresentação formal dos resultados. Além disso, permite fazer
classificações das camadas de solos em função dos valores de NSPT e prevê a utilização de
dois tipos de martelo: o cilíndrico vazado e o prismático dotado de pino-guia.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 21

Segundo Odebrecht (2003), a partir da década de 70 surgiu os primeiros trabalhos de


determinação da energia transferida ao amostrador. Sendo que Palacios (1977), Schertmann e
Palacios (1979), Kovacs et al. (1997, 1981, 1982), Kovacs (1979) tiveram destaque. Em
suma, os estudos destacavam que diferenças consideráveis nos valores de NSPT, podem ser
atribuídas aos tipos de equipamentos e sua conservação, forma de operação, tipo de martelo,
forma de liberação do martelo, geometria do amostrador, uso do “liner”, etc.

Belincanta (1985) foi um dos primeiros trabalhos sobre a medição de energia no SPT no
Brasil. Esse trabalho foi uma dissertação de mestrado que teve como título "Energia Dinâmica
no SPT - Resultados de uma Investigação Teórico Experimental". Mais tarde, Belincanta
(1998) definiu quais os principais fatores que influenciavam nos resultados obtidos nas
sondagens, ou seja, o que interferia nos índices de resistência à penetração do solo.

Em resumo, a história de como o ensaio evoluiu pode ser dividida em quatro fases. A primeira
de 1902 a 1920, início do ensaio. A segunda de 1927 a 1948, marca a chegada do ensaio ao
Brasil e se encerra com o trabalho desenvolvido por Terzaghi e Peck (1948). A terceira fase é
marcada pela busca de normatizar os ensaios. E a quarta fase, compreendida de 1977 até os
dias de hoje, é determinada pelos esforços de pesquisadores que se propuseram a desenvolver
estudos sobre a energia que é transmitida às hastes e ao amostrador (CAVALCANTE, 2002).

2.1.2 Execução do ensaio

Os procedimentos executivos, bem como os equipamentos e apresentação dos resultados do


ensaio SPT, são normatizados, no Brasil, pela NBR 6484 (ABNT, 2001).

2.1.2.1 Equipamentos utilizados

A Figura 2.2 ilustra os equipamentos básicos utilizados no ensaio de SPT:

a) Tripé de sondagem;
b) Hastes;
c) Revestimento;
d) Amostrador - padrão tipo Raymond;
e) Cabeça de bater;
f) Martelo-padrão (65 kg);
g) Trados (concha e helicoidal);

C. H. Martins; L. V. T. Silva
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h) Trépano de lavagem;
i) Motor (Bomba) para a circulação de água.

Figura 2.2 – Equipamentos de execução de sondagens SPT: (a) sondagens com avanço por lavagem e
(b) por penetração dinâmica.

Fonte: Adaptado de Welter (2014).

2.1.2.2 Procedimentos de execução

A sondagem SPT é executada em três etapas distintas, que são repetidas para cada metro de
profundidade: a perfuração, ensaio de penetração e amostragem (CINTRA et al., 2008b apud
LUKIANTCHUKI, 2012).

Em cada ponto de sondagem, monta-se uma torre ou tripé, com altura em torno de 5 metros e
um conjunto de roldanas e cordas, que auxiliará no manuseio da composição de hastes por
força manual.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
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A etapa de perfuração consiste na abertura do furo onde será inserido o amostrador. A NBR
6484 (ABNT, 2001) preconiza que o furo de sondagem deve ser iniciado com emprego do
trado-concha ou cavadeira manual até a profundidade de 1,0 m. Conforme mostra a Figura
2.3, nas operações subsequentes de perfuração deve ser utilizado o trado helicoidal até atingir
o nível d’água. Quando atingir o nível do lençol freático, a perfuração é feita pelo método de
percussão com circulação de água, utilizando-se o trepano de lavagem como ferramenta de
escavação.

Figura 2.3 - Trado helicoidal utilizado no avanço da perfuração até o N.A.

Fonte: Adaptado de Belincanta (1998).

O ensaio de penetração é a etapa no qual é determinado o índice de resistência à penetração


do solo (NSPT). Conforme ilustra a Figura 2.4, consiste na cravação do amostrador no solo,
através da aplicação de golpes sucessivos de um martelo de 65 Kg caindo em queda livre a 75
cm. Os golpes são aplicados sucessivamente até que 45 cm do amostrador tenha cravado no
solo. O NSPT corresponde ao número de golpes necessários para cravar os últimos 30 cm do
amostrador no solo NBR 6484 (ABNT, 2001).

C. H. Martins; L. V. T. Silva
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Figura 2.4 – Execução da Sondagem SPT.

Fonte: Adaptado da empresa de sondagem A.

Após a cravação do amostrador no solo é realizada a etapa de amostragem. A cada metro, a


partir do primeiro metro, devem ser colhidas amostras de solo, de dentro do amostrador e
submetidas aos ensaios de caracterização do solo, bem como reconhecimento tátil-visual das
camadas do material existente ao longo do perfil do terreno.

2.1.2.3 Critérios de Parada

Em suma, o ensaio SPT é interrompido após alcançar camadas de solo com resistência
suficientemente elevada (o impenetrável). Segundo a NBR 6484 (ABNT, 2001), o processo
de perfuração por circulação de água, associado aos ensaios penetrométricos, deve ser
utilizado até onde se obtiver, nesses ensaios, uma das seguintes condições:

a) Quando, em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos 15 cm iniciais


do amostrador - padrão;
b) Quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30 cm iniciais
do amostrador - padrão;

C. H. Martins; L. V. T. Silva
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c) Quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos 45 cm do


amostrador – padrão.

Admite-se também a paralisação da sondagem em solos de menor resistência à penetração


desde que haja uma justificativa geotécnica ou solicitação do cliente, dependendo ainda do
tipo de obra, das cargas a serem transmitidas às fundações e da natureza do subsolo.

2.1.2.4 Definição dos furos de Sondagens

Sobre o número de sondagens, a NBR 8036 (ABNT, 1983) estabelece no mínimo um furo
para cada 200 m2 de área da projeção em planta do edifício, até 1.200 m2 de área. Entre 1.200
m2 e 2.400 m2 deve-se fazer uma sondagem para cada 400 m2 que excederem 1.200 m2.
Acima de 2.400 m2 o número de sondagens será fixado de acordo com o plano particular da
construção. Em quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser:

a) Dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m2;


b) Três para área entre 200 m2 e 600 m2.

De acordo com a NBR 8036 (ABNT, 1983), a localização dos furos de sondagem deve:

a) Na fase de estudos preliminares: ser distribuídos por toda a área;


b) Na fase de projeto: ser localizado de acordo com critérios específicos que levem em
conta pormenores estruturais;
c) Quando mais que três: não devem ser localizados num mesmo alinhamento.

A Figura 2.5 apresenta uma sugestão de locação dos furos em relação a área do terreno.

Figura 2.5 – Sugestão de distribuição de furos de sondagem.

Fonte: Adaptado de Aguiar (2014).

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2.1.2.5 Apresentação dos Resultados

Conforme apresentado na Figura 2.6, as seguintes informações deverão ser inseridas no


relatório de sondagem: (ODEBRECHT, 2003).

1. Local;
2. Cota do furo;
3. Data e hora do início e fim do furo;
4. Número do furo de sondagem;
5. Método de abertura do furo e dimensões do revestimento utilizado;
6. Dimensões e pesos das hastes utilizadas no ensaio;
7. Tipo do martelo e sistema de liberação em queda;
8. Altura de queda livre;
9. Profundidade do furo antes do início do ensaio;
10. Profundidade do revestimento;
11. Informações do nível d’água do subsolo e do nível d’água ou das lamas de
estabilização no interior de cada furo de sondagem antes do início de cada ensaio;
12. A profundidade da penetração inicial e a profundidade entre os pontos de medida
dos números de golpes;
13. Profundidade do início do avanço por lavagem;
14. Número de golpes;
15. A descrição do solo pelo sondador;
16. Observações concernentes a estabilidade da camada perfurada ou obstruções
encontradas durante o ensaio, etc., que irão ajudar a interpretação dos resultados;
17. Resultados de calibração do equipamento se disponível.

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Figura 2.6 - Exemplo de laudo de sondagem.

Fonte: Laudo adaptado da empresa de sondagem SPT A.

2.2 RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DO SOLO – NSPT

O ensaio de simples reconhecimento do solo (SPT) é usualmente utilizado para estimar a


resistência à penetração do solo, através do índice NSPT, que representa a resistência à
penetração dinâmica do amostrador no solo. Esse índice é usado diretamente em correlações
empíricas ou semi-empíricas na determinação da capacidade de carga e recalque das
fundações (LUKIANTCHUKI, 2012). Por exemplo, de forma empírica, calcula-se a
capacidade de carga de uma fundação dividindo o NSPT das camadas de suporte por um fator

C. H. Martins; L. V. T. Silva
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“k” que varia de acordo com o tipo de solo, com esse dado é possível dimensionar elementos
de fundação.

A Tabela 2.1 apresenta correlações empíricas, que permite uma estimativa da compacidade
das areias e da consistência das argilas, a partir da resistência à penetração medida nas
sondagens.

Tabela 2.1- Classificação dos solos quanto à compacidade e consistência.

Fonte: NBR 6484 (ABNT, 2001).

Hvorslev (1949 apud CAVALCANTE, 2002) avaliou qualitativamente o que ocorre com a
resistência à penetração durante a cravação do amostrador no solo. Na Figura 2.7 observam-se
três fases distintas no diagrama. Segundo Cavalcante (2002), a primeira fase é caracterizada
por um comportamento irregular à penetração que pode ser atribuído aos efeitos de
perturbação no fundo do furo. A segunda fase caracteriza-se por um aumento de forma linear
na resistência, sendo comandado pela resistência de ponta e pelo atrito externo e interno do
amostrador. Essa fase se estende até uma profundidade denominada de segurança. Por último,
a terceira fase caracteriza-se pela constância na resistência, provocada pelo preenchimento do
amostrador com o solo e a formação do embuchamento, sendo que este mais o atrito externo
do amostrador é quem governa a resistência à penetração nessa fase.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
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Figura 2.7 – Diagrama de resistência à penetração em função da cravação do amostrador.

Fonte: Adaptado de Hvorslev (1949 apud CAVALCANTE, 2002).

2.2.1 Fatores que interferem nos resultados do ensaio

Como todo ensaio, seja em campo ou em laboratório, a sondagem pelo método SPT sofre com
fatores intervenientes que podem afetar o resultado final.

Diversos estudos desenvolvidos (SCHMERTMANN; PALACIOS, 1979; BELINCANTA


1985, 1998; KOVACS, 1979, 1981; CAVALCANTE, 2002; ODEBRECHT, 2003; HOWIE
et al., 2003; LOBO, 2009 dentre outros) procuraram identificar as influências que ocorrem na
determinação do NSPT. Isto porque este índice é afetado diretamente pela variação da energia
transmitida ao conjunto de hastes e ao amostrador. Assim, diversos fatores relacionados aos
equipamentos e procedimentos implicam em distintas energias transferidas as hastes
utilizadas na cravação do amostrador SPT, ocasionando resultados discrepantes
(LUKIANTCHUKI, 2012).

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 30

Hvorslev (1949 apud CAVALCANTE, 2002) agrupa os fatores intervenientes em três grupos:
aparelhagem, procedimentos e condições do solo. Cavalcante (2002) complementa citando
fatores relacionados à natureza humana.

Com base no estudo apresentado por Hvorslev (1949 apud CAVALCANTE, 2002) cita que
os elementos básicos associados à aparelhagem são: martelo, hastes, revestimento do furo e
amostrador. Quanto ao martelo, os principais fatores que podem influenciar os resultados são
o peso e altura de queda. Com relação às hastes, os fatores mais importantes são os tipos de
hastes e a composição, já a influência do revestimento se aplica ao diâmetro do amostrador. O
amostrador por sua vez, influencia, dentre outros, quanto ao seu diâmetro, alargamento,
rugosidade, forma e estado da sapata cortante.

Fatores ligados aos procedimentos são: (CAVALCANTE, 2002).

 Profundidade do furo e do revestimento;


 Profundidade de penetração do amostrador.

Com relação ao solo destacam-se fatores como: (CAVALCANTE, 2002).

 Resistência;
 Estado de tensão in-situ;
 Compacidade relativa ou consistência;
 Permeabilidade;
 Grau de saturação;
 Forma, distribuição e tamanho dos grãos (areias).

Belincanta (1998) afirma que a má conservação dos equipamentos poderá influenciar no


resultado do SPT, pela cabeça de bater, dispositivo de queda do martelo, uso de roldana
móvel, tipo de martelo, estado de conservação da composição de hastes e processo de avanço
do amostrador.

Sendo assim, Décourt (1989) apresenta na Tabela 2.2 o resumo dos fatores associados aos
equipamentos e procedimentos que podem influenciar no NSPT.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 31

Tabela 2.2 – Alguns fatores associados aos equipamentos e procedimentos que influencia no NSPT.

Fonte: Adaptado de Décourt (1989 apud CAVALCANTE, 2002).

Com relação aos fatores intervenientes ao NSPT associados às condições de solo, Cavalcante
(2002) faz uma adaptação com base nos estudos de Skempton (1986), Décourt (1989) e
Belincanta (1998), conforme apresentado na Tabela 2.3.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
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Tabela 2.3 – Fatores ligados ao solo e sua influência no NSPT.

Fonte: Adaptado de Skempton, 1986; Décourt, 1989; Belincanta (1998 apud CAVALCANTE, 2002).

Décourt (1989), Cavalcante (2002) e Aoki e Cintra (2000a), estudaram os conceitos de


eficiência do ensaio SPT, já que o ensaio não expressa resultados com 100% de eficiência.
Segundo Neves (2004), tanto uma eficiência baixa quanto uma alta pode ser problema em se
tratando de projetos de fundação.

No caso de ensaios pouco eficientes, os resultados do NSPT expressam valores acima dos
reais. Portanto, são necessários mais golpes para que o amostrador penetre no solo os últimos
30 cm. E isso ocorre porque a energia que chega ao amostrador é pequena. Então, esses
resultados conduzem a projetos de fundação pouco seguros.

O oposto é quando a energia transferida ao amostrador é grande, com isso são necessários
poucos golpes para penetrar 30 cm no solo, reduzindo assim os valores do NSPT. Nesse caso,
os projetos serão superdimensionados elevando o custo da obra.

De acordo com Décourt (1989), a eficiência média brasileira está em torno de 72%, já pra
Cavalcante (2002), varia em torno de 82%, para martelos do tipo “Pinweight”. O ideal seria a
eficiência igual à média das praticadas no local onde será executado o projeto.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 33

Segundo Lukiantchuki (2012), com a publicação de Aoki e Cintra (2000a), iniciou-se, no


Brasil, uma nova vertente de estudos com base nos resultados do SPT, no qual é aplicado
princípios de conservação de energia (Princípio de Hamilton) na interpretação dos dados do
ensaio. Os autores afirmam que é preciso conhecer a quantidade de energia que atinge o topo
do amostrador para uma interpretação correta dos resultados. Pesquisadores como Cavalcante,
2002; Odebrecht, 2003; Lobo, 2009; Aoki et al., 2007; Schnaid et al., 2009a; Lukiantchuki,
2012 e outros desenvolveram e desenvolvem trabalhos com essa abordagem.

2.3 INTERFERÊNCIA DAS ESCAVAÇÕES NA MEDIDA DA


RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DO SOLO (NSPT)

Na bibliografia encontram-se alguns trabalhos que explanam os efeitos das escavações na


resistência à penetração do solo. Gibbs & Holzt (1957 apud CAVALCANTE, 2002) foram os
pioneiros em estudarem os efeitos de alívio de tensões, devido à perfuração, nos ensaios de
sondagens SPT. Já Lacroix e Horn (1973) compararam os valores do NSPT, para areias finas
e médias compactas, abaixo do N.A, antes e depois de realizarem escavações.

Naime e Pio Fiori (2002), ao estudar as "Variáveis geológicas no comportamento das razões
qc/N em Porto Alegre, RS - Brasil" avalia e mostra os resultados da influência de alguns
fatores geológicos sobre os dados de investigação geotécnica pelo SPT e CPT. Dentre os
fatores, cita-se o nível de tensões, cuja ampliação vertical ou horizontal tem a capacidade de
aumentar a resistência do solo, consequentemente aumentando o índice NSPT.

2.3.1 Alívio de tensões no solo devido à perfuração do furo de sondagem no


ensaio SPT

Segundo Cavalcante (2002) o alívio de tensões no solo, na extremidade inferior do furo,


relaciona-se tanto com a profundidade quanto ao diâmetro do furo. Para tal quanto mais um
furo é alargado maior será o alívio de tensões na cota de assentamento do amostrador. O
efeito disso é o alívio nas tensões verticais e também nas tensões horizontais, importante para
solos arenosos. Para Skempton (1986) e Décourt (1989), esse efeito poderá ser desprezível em
solos coesivos, porém em areias, pode haver forte redução na resistência à penetração.

Liao e Whitman (1986 apud DÉCOURT1989) propõem uma correção para levar em
consideração o efeito do alívio da tensão vertical efetiva (σvo):

C. H. Martins; L. V. T. Silva
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0,5
 100 
N 1  N  

 V0  (1)

Onde N1 é a resistência à penetração (NSPT) corrigida para uma dada tensão vertical efetiva
(KPa) e uma tensão de referência igual a 100 KPa.

Cavalcante (2002) também acrescenta que quanto mais compacta for uma areia maior será sua
resistência à penetração, porém, ao considerar a compacidade constante, a resistência
aumentará com o acréscimo de tensão vertical efetiva. E chama atenção que este aspecto
jamais deve ser desprezado, principalmente quando o SPT é realizado antes de uma
escavação, face ao forte alívio de tensões nas cotas de assentamento das fundações.

2.3.2 Comparação dos valores de NSPT, em solos arenosos, antes e depois


de proceder às escavações

Segundo Décourt (2002), um dos estudos mais relevantes sobre a influência dos níveis de
tensões nos valores de NSPT, foi à publicação de Lacroix e Horn (1973), destacando também,
como referência obrigatória os trabalhos de Zolkov e Wiseman (1948).

Lacroix e Horn (1973) compararam os valores de NSPT, para areias finas e médias compactas
abaixo do N.A, antes e depois de realizadas as escavações. Os resultados foram apresentados
conforme a Figura 2.8.

Nota-se que para cada profundidade foram considerados os valores médios de NSPT das
campanhas de sondagens. Após a remoção de 7,75 m de solo, uma segunda campanha foi
realizada, contudo as profundidades são sempre relativas à superfície original do terreno.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 35

Figura 2.8- Variação do "NSPT" com a profundidade.

Fonte: Adaptado de Lacroix e Horn (1973).

De acordo com Décourt (2002), na Figura 2.9, esses mesmos dados são apresentados
relacionando-se os valores médios de NSPT de cada campanha a suas respectivas origens. Isto
é, a origem da segunda campanha está a 7,75 m da origem da primeira que por sua vez é
superfície do terreno. Nota-se que as duas retas passam a ser praticamente únicas,
demonstrando que os valores de NSPT são fortemente influenciados pelos níveis de tensão.

Figura 2.9 - Variação do "NSPT" com a profundidade relativa.

Fonte: Adaptado de Lacroix e Horn (1973 apud DÉCOURT, 2002).

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Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 36

Para formular a situação descrita, os autores apresentaram a análise estatística dos dados,
através da regressão representativa das sondagens analisadas conjuntamente:

N = 10,82 +1,42z R² = 0, 994 (2)

Onde z é a profundidade e N é o NSPT médio.

Essa mesma análise também foi feita separadamente para cada campanha de sondagem.

1º Campanha de sondagem: N = 10,85 + 1 40z R² = 0, 998 (3)

2º Campanha de sondagem*: N = 9,98 + 1,75z R² = 0, 999 (4)

*Obtida após a escavação de 7,75 m.

Vale ressaltar que para as três regressões, as profundidades foram sempre contadas a partir da
cotareal do terreno a época da execução das sondagens.

A título de exemplo, Décourt (2002) apresenta o caso de uma fundação direta para um
edifício de 3 subsolos, resultando em 7,75 m de escavação. Considera-se também uma sapata
quadrada de 3 m de lado. A profundidade representativa para a escolha do valor de NSPT é
aproximadamente 0,7 B, abaixo da cota de apoio da sapata, onde B é a maior dimensão da
base da sapata (DÉCOURT, 1999).

Caso a sapata seja executada a 1,90 m abaixo da superfície do terreno, a profundidade


representativa seria de 4,0 m abaixo da cota final de escavação.

Nessas circunstâncias a equação mais adequada seria a Eq. 4, que dependeria de uma segunda
campanha de sondagem, após a escavação. Assim para z = 4 m, teria:

N = 9,88 + 1,75z
N = 16,9
quc = 1926,6 kPa

quc: Tensão de ruptura.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 37

Mas na prática, as considerações da dependência do NSPT com a pressão ambiental são


desprezadas. Neste caso, o valor característico do NSPT, corresponderia à profundidade de
11,75 m (7,75 + 1,90 + 2,10). E utilizando a Eq. 2, têm-se:

N = 10,82 + 1,42z
N = 27,5
quc = 3135 kPa

E se fosse utilizada essa mesma equação, alterando apenas a profundidade de 11,75 m para
4,0 m (1,90 + 2,10), os resultados seriam:

N = 16,5
quc = 1881 kPa

Por fim, são apresentados na Tabela 2.4 a comparação, para as três situações, dos valores de
NSPT e quc.

Tabela 2.4 - Comparações entre os valores de NSPT e de quc obtidos pelas correlações assim como os erros
cometidos.

Z (m) N quc(kPa) Erro (%)


4,0 16,9 1926,6 Zero
11,75 27,5 3135,0 +62,7
4,0 16,5 1881,0 -2,4

Fonte: Adaptado de Lacroix e Horn (1973 apud DÉCOURT, 2002).

Nota-se que desprezando o efeito das tensões geostáticas, o erro cometido na avaliação do
NSPT seria de +62,7%, e consequentemente o de quc também. Tais análises são contra a
segurança. Pode-se observar também que para a mesma equação de regressão, mas com a
profundidade correta (4,0 m), o erro seria de apenas -2,4%, que é bem pequeno e está do lado
da segurança.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 38

3. METODOLOGIA DE PESQUISA

Num primeiro momento, foi necessário procurar nas empresas que executam ensaios SPT, em
Goiânia- GO, laudos de sondagens de obras que realizaram duas campanhas, antes e depois da
escavação de subsolos.

Depois, para cada obra encontrada, foram agrupados os laudos em campanha antes e após a
escavação. Conforme apresentado na Figura 3.1, para cada campanha foi calculada a média
dos índices NSPT, entre os furos, a cada metro de profundidade onde o ensaio foi realizado.

Figura 3.1- Obtenção do NSPT médio, na primeira campanha de sondagens, para cada metro ensaiado.

Fonte: Os autores.

A primeira análise foi comparar os valores de NSPT médio entre as duas campanhas e
verificar se, após a escavação, ocorreu redução no índice. Para isso foi plotado, para cada
campanha, um gráfico da profundidade em função do NSPT com os índices de cada furo e sua
respectiva média. Detalhe pra segunda campanha na qual toma-se como cota inicial do ensaio
a profundidade escavada, conforme ilustra a Figura 3.2.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 39

Figura 3.2- Valores de NSPT para três furos de sondagem e a média entre eles após a escavação de 3,20 m.

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-4

-8

-12
Profundidade (m)

-16

-20

-24

-28

-32

-36

-40
SP 04 SP 05 Média da segunda campanha

Fonte: Os autores.

A Figura 3.3 ilustra a comparação entre as médias das duas campanhas, a profundidade de
escavação e o nível do lençol freático medido nas sondagens.

Figura 3.3- Comparação entre as duas campanhas de sondagens.


Nspt
0 10 20 30 40 50 60
0

-4

-8

-12
Profundidade (m)

-16

-20

-24

-28

-32

-36

-40 Média_ Antes Média_Depois N.A_antes


N.T_depois (- 3,20 m) N.A_depois

Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 40

Para uma mesma obra também foi investigado a ocorrência de furos próximos, entre as duas
campanhas de sondagens, através da locação deles no terreno. Nos locais em que foram
encontrados, a mesma análise anterior foi realizada entre eles.

O último processo foi propor um possível índice de redução entre as duas campanhas de
sondagens, para isso à análise foi divida por Zona e também realizada em cada obra. A Zona 1
(H) é igual a profundidade escavada, Zona 2 (2H) vai de uma profundidade de escavação H a
2H e Zona 3 (> 2H) são os NSPT médios situados abaixo de 2H. Desse modo, para cada
metro do ensaio toma-se como referência o NSPT médio da segunda campanha de sondagem.
Com isso busca-se no gráfico da primeira campanha, o NSPT médio correspondente à mesma
cota da campanha de referência. Nos casos em que os valores não correspondam à mesma
cota, é necessário fazer interpolação linear e obter o NSPT médio equivalente. De posse dos
valores, foram propostos dois tipos de redução:

D
R
A (5)
R NSPT  D  A
(6)

Onde:

R: Índice de redução;
RNSPT: Redução do número de golpes;
D: NSPT médio depois da escavação;
A: NSPT médio antes da escavação.

Conforme consta na Tabela 3.1, cada Zona vai apresentar um conjunto de índices R
correspondente a cada NSPT médio contido no intervalo.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 41

Tabela 3.1- Obtenção do índice R por Zona de profundidade.

ZONA 1 (H)
NSPT_méd
Prof (m) R (D/A) RNSPT (D-A)
Antes Depois
-7,3 15,3 14,0 0,91 1,3
-8,3 16,3 18,5 1,13 -2,2
-9,3 19,3 18,0 0,93 1,3
-10,3 19,7 16,0 0,81 3,7
-11,3 24,3 15,0 0,62 9,3
-12,3 29,0 14,5 0,50 14,5
-13,3 25,3 14,5 0,57 10,8
RNSPT,méd 5,5
Fonte: Os autores.

Nesse processo analisa-se da seguinte forma, se o R aproximar de 1 significa que o NSPT


médio depois da escavação teve pouca redução, ao contrário, se aproximar de 0 a redução foi
alta. Se R for maior 1, significa que o NSPT médio, naquela cota, aumentou depois da
escavação e se R for igual a 1 não houve redução.

Já a Figura 3.4, modo como será feita a análise de redução, apresenta apenas o limite máximo
e mínimo de R e no centro do intervalo foi inserido o RNSPT, médio que é a média, em número de
golpes, dos RNSPT de cada Zona. O RNSPT, médio negativo, representa redução no número de
golpes e positivo o aumento do número naquela zona.

Figura 3.4- Intervalo de redução do NSPT após a escavação.


1

0,8

0,6
Redução (R)

0,4
máx
máx
RNSPT, médio
0,2 RNSPT, médio
mín
mín
0
Obra 01 Obra 02

Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 42

O estudo foi feito em oito obras que realizaram as duas campanhas de sondagens, sendo que
uma delas se localiza no município de Anápolis-GO. A Tabela 3.2 apresenta as coordenadas
geográficas das obras estabelecidas a partir da combinação das latitudes e longitudes e o
princípio utilizado é a graduação (graus, minutos e segundos).

Tabela 3.2- Coordenadas geográficas das obras estudadas.

OBRA COORDENADAS GEOGRÁFICAS


1 16º40'35.688"S 49º16'55.416"W
2 16º42'15.408"S 49º15'18.684"W
3 16º42'17.532"S 49º16'1.416"W
4 16º41'25.512"S 49º16'7.896"W
5 16º42'10.296"S 49º15'14.22"W
6 16º42'53.928"S 49º15'24.552"W
7 16º40'24.744"S 49º14'51.216"W
8 16º18'38.952"S 48º56'59.172"W
Fonte: Os autores.

Já a Tabela 3.3 aponta as empresas que realizaram as campanhas de sondagens nas obras
analisadas.

Tabela 3.3- Relação das empresas que executaram os ensaios SPT em cada campanha de sondagem.

1º Campanha de sondagens 2º Campanha de sondagens


Empresa A B C D E A B C D E
1
2
3
4
Obra

5
6
7
8
Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 43

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos serão apresentados e discutidos por obra estudada, também foram
divididos conforme os tipos de análises: comparação entre as duas campanhas de sondagens,
comparação de furos próximos entre as duas campanhas e comparação por zona de
profundidade.

4.1 COMPARAÇÕES ENTRE AS DUAS CAMPANHAS DE


SONDAGENS

Nas figuras seguintes entendem-se como:

 SP: o furo de sondagem;


 Média: a média dos índices NSPT entre os furos;
 Média_antes: os valores de NSPT médio na primeira campanha de sondagem;
 Média_depois: os valores de NSPT médio na segunda campanha de sondagem;
 N.T_depois: a cota do terreno após a escavação de subsolos ou profundidade de
escavação;
 N.A_antes: a cota do nível d’água medido na primeira campanha de sondagens;
 N.A_depois: a cota do nível d’água medido na segunda campanha de sondagens.

4.1.1 Obra 01

A Figura 4.1 ilustra os valores de NSPT obtidos em 3 furos de sondagens e a respectiva média
entre os furos. Nota-se que para uma mesma cota há uma variabilidade nos resultados. Essa
variabilidade pode ocorrer em função da característica do solo ou pelas interferências do
próprio ensaio.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 44

Figura 4.1- Primeira campanha de sondagens.


Nspt
0 10 20 30 40 50 60
0
-2
-4
-6
-8
Profundidade (m)

-10
-12
-14
-16
-18
-20
-22
-24
-26
SP 01 SP 02 SP 03 Média

Fonte: Os autores.

A Figura 4.2 apresenta os resultados das sondagens após a escavação do subsolo. Observa-se
que até aproximadamente -15,0 m houve pouca variabilidade nos resultados seguindo uma
tendência natural de aumento da resistência ao longo da profundidade.

Figura 4.2- Segunda campanha de sondagens.

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-4

-8

-12
Profundidade (m)

-16

-20

-24

-28

-32

-36

-40
SP 04 SP 05 Média

Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 45

Já a Figura 4.3 mostra a comparação entre as médias dos índices NSPT obtidos antes e após o
processo de escavação. Na segunda campanha, observa-se uma redução de aproximadamente
sete golpes, do primeiro metro representativo para o ensaio, até a cota -14,5 m. A partir daí a
redução é maior. Porém, quanto mais profundo, maiores são os fatores intervenientes do
ensaio que podem influenciar na medida do NSPT.

A oscilação do N.A segue dentro do esperado. O N.A_antes foi medido a -5,5 m de


profundidade no mês de janeiro, período chuvoso. E na segunda campanha, mês de novembro
que compreende o fim da estiagem, foi encontrado mais profundo, na cota -7,8 m.

Figura 4.3- Comparação entre as médias das duas campanhas de sondagens SPT.
Nspt
0 10 20 30 40 50 60
0

-4

-8

-12
Profundidade (m)

-16

-20

-24

-28

-32

-36

-40
Média_ Antes Média_Depois N.A_antes (JAN)
N.T_depois (- 3,20 m) N.A_depois (NOV)

Fonte: Os autores.

4.1.2 Obra 02

Na Figura 4.4 nota- se que de -2,0 a -5,0 m houve uma variabilidade maior dos resultados e
depois os valores se aproximaram e seguiram uma mesma tendência. A partir da cota -8,0 m
foi encontrado um solo mais resistente com NSPT ultrapassando os 50 golpes e o ensaio foi
interrompido.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 46

Figura 4.4- Sondagem SPT antes da escavação.

Nspt
0 10 20 30 40 50
0

-2
Profundidade (m)

-4

-6

-8

-10
SP 01 SP 02 Média

Fonte: Os autores.

Na Figura 4.5 até -12,0 m os furos seguem uma mesma tendência de resistência, após essa
cota os índices oscilam. Os resultados do furo SP 03 interferiram no aumento da média entre -
15,0 e -16,0 m ao encontrar um material mais resistente não percebido nos demais furos.

Figura 4.5- Sondagem SPT após escavação de 7,0 m de subsolo.

0 10 20 30 40
Nspt 50
0

-4

-8
Profundidade (m)

-12

-16

-20

-24
SP 03 SP 04 SP 05 Média

Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 47

Como a profundidade escavada no terreno foi alta, espera-se um maior alívio de tensões
geostáticas, portanto uma redução de golpes mais expressiva na segunda campanha de
sondagens. Conforme já comentado, antes da escavação foi encontrado um solo muito
resistente aos -8,0 m e o ensaio foi interrompido. Os laudos SP 01 e SP 02 classificam os
materiais encontrados como uma argila muito compacta com fragmentos de rocha.

Em contrapartida, nos ensaios da segunda campanha de sondagens não foram encontrados


solos com fragmentos de rochas. Então, conforme apresenta a Figura 4.6 houve uma redução
significativa do NSPT, mas com esses dados não pode-se afirmar que a redução foi devido a
escavação, possivelmente pode ser atribuída a variabilidade do tipo de solo existente no
terreno. Mais sondagens no local dariam pra analisar melhor este caso.

Figura 4.6- Comparação entre as duas campanhas de sondagens.

Nspt
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
0

-4

-8
Profundidade (m)

-12

-16

-20

-24
Média_antes Média_depois N.A_antes (OUT)
N.T_depois (-7,0 m) N.A_depois (JUN)

Fonte: Os autores.

4.1.3 Obra 03

A Figura 4.7 apresenta os valores de NSPT obtidos em 9 furos de sondagens. Nota-se, numa
mesma cota, grande variabilidade de valores, mas em termos médios uma tendência crescente
do NSPT ao longo da profundidade.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 48

Figura 4.7- Resultados das sondagens realizadas antes da escavação.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Nspt 50
0

-2

-4
Profundidade (m)

-6

-8

-10

-12

-14

-16

SP 01 SP 02 SP 03 SP 04 SP 05 SP 06 SP 08 SP 09 Média

Fonte: Os autores.

A Figura 4.8 compara os resultados médios de três campanhas de sondagens, sendo que uma
empresa realizou a primeira campanha (B) e duas empresas (A e D) realizaram a segunda.
Notam-se valores de NSPT discrepantes entre as empresas A e D, com uma redução de 5 a 10
golpes numa mesma cota, em todas as campanhas. Isso pode ser explicado pelos fatores que
interferem no resultado do ensaio e o solo residual típico da região.

Figura 4.8- Comparação entre as médias das sondagens SPT antes e após a escavação .

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-4

-8
Profundidade (m)

-12

-16

-20

-24

-28
Média_antes (B) Média_depois (A) Média_depois (D)
N.A_antes (OUT) N.T_depois (-6,0 m) N.A_depois (MAR)

Fonte: Os autores

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 49

Comparando as campanhas antes e após a escavação, percebe-se que os valores médio de


NSPT das sondagens realizadas pela empresa D obteve uma redução de aproximadamente 8
golpes até -20,0 m, já o ensaio realizado pela empresa A teve resultados que oscilaram. Num
determinado momento, o NSPT médio depois da escavação foi maior que o antes, mas, no
geral, apresentaram valores menores que a primeira campanha de sondagem. Sobre o N.A,
nota-se que foi necessário o rebaixamento do lençol freático para proceder a escavação.

4.1.4 Obra 04

A Figura 4.9 apresenta os valores de NSPT para dois furos de sondagens e sua respectiva
média, onde se observam os valores com pouca variabilidade até -10,0 m.

Figura 4.9- Valores de NSPT da primeira campanha de sondagens.


Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-2

-4

-6
Profundidade (m)

-8

-10

-12

-14

-16

-18

-20

SP 01 SP 02 Média

Fonte: Os autores.

A Figura 4.10 ilustra os resultados das sondagens realizadas após as escavações de 5,90 m de
subsolo. Observa-se que a resistência desse solo possui um comportamento oscilatório, porém
seguindo uma tendência média de aumento da resistência ao longo da profundidade.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 50

Figura 4.10- Sondagens SPT realizadas após a escavação.


0 10 20 30 40 Nspt 50
0

-4

-8
Profundidade (m)

-12

-16

-20

-24

-28 SP 03 SP 04 Média

Fonte: Os autores.

Já a Figura 4.11 mostra a comparação dos valores de NSPT médio entre as duas campanhas
de sondagens. Nota-se na cota -11,0 m uma descontinuidade na média da segunda campanha,
mas que no geral o comportamento dos valores segue uma mesma tendência com redução
média de 11 golpes até -15,0 m.

Observa-se também que o terreno possui um N.A_depois baixo, natural pelo período em que
foi realizado o ensaio. Antes da escavação, em abril, foi medido a -7,7 m. Após a escavação,
em agosto, se encontrava a -12,6 m.

Figura 4.11- Comparação entre as campanhas de sondagens.

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-4

-8
Profundidade (m)

-12

-16

-20

-24

-28
Média_antes Média_depois N.A_antes (ABR)
N.T_depois (-5,90 m) N.A_depois (AGO)

Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 51

4.1.5 Obra 05

Na Figura 4.12 observa-se uma variabilidade de valores NSPT numa mesma cota, mas
seguindo um aumento de resistência esperado ao longo da profundidade. Nota-se que a partir
de certa profundidade os valores se convergem, possivelmente nessa cota a camada resistente
é comum em todo terreno.

Figura 4.12- Resultados da primeira campanha de sondagens.


0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Nspt
0

-4
Profundidade (m)

-8

-12

-16

-20

SP 01 SP 02 SP 03 Média

Fonte: Os autores.

Percebe-se, na Figura 4.13, que o furo SP 04 de -8,0 a -13,0 m apresentou uma constância nos
números de golpes e que o SP 05, no mesmo intervalo, teve uma redução no índice e na
camada seguinte um acréscimo significativo no resultado.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 52

Figura 4.13- Sondagens SPT após a escavação de 6,0 m de subsolo.

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-4
Profundidade (m)

-8

-12

-16

-20

SP 04 Média SP 05

Fonte: Os autores.

Com um corte de 6,0 m no solo esperava-se uma redução relevante na média dos resultados
depois da escavação se comparada a antes. No entanto, conforme ilustra a Figura 4.14 isso
não ocorreu. Também, nas primeiras camadas abaixo da cota de escavação, esperava-se uma
redução ainda maior, já que o alívio de tensões é maior nessa região, e o que se observa é um
aumento da média. A redução de fato ocorre apenas de -9,0 a -13,0 m, mas logo depois os
golpes voltam a aumentar novamente. Portanto esse solo não apresentou um comportamento
esperado.

O N.A_antes foi medido a -3,36 m, no mês de junho, durante a execução da primeira


campanha de sondagens. Nota-se que para executar a escavação foi necessário o rebaixamento
do lençol freático já que a profundidade escavada foi de 6,0 m. No mês de agosto o
N.A_depois foi medido na cota -8,0 m.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 53

Figura 4.14- Comparação entre as médias das duas campanhas de sondagens SPT.

0 10 20 30 40 Nspt 50
0

-4
Profundidade (m)

-8

-12

-16

-20
Média_antes Média_depois N.A_antes (JUN)
N.T_depois (-6,0 m) N.A_depois (AGO)

Fonte: Os autores.

4.1.6 Obra 06

Conforme ilustra a Figura 4.15, o solo apresenta certa continuidade até -4,30 m, após essa
cota os resultados oscilam, mas tendem a aumentar a resistência ao longo da profundidade.

Figura 4.15- Sondagens SPT antes da escavação.

Nspt
0 10 20 30 40 50 60
0

-2

-4
Profundidade (m)

-6

-8

-10

-12

SP 01 SP 02 SP 03 Média

Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 54

A Figura 4.16 mostra os resultados das sondagens realizadas após a escavação de 4,0 m.

Figura 4.16- Segunda campanha de sondagens.

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-4
Profundidade (m)

-8

-12

-16

-20

SP 04 SP 05 Média

Fonte: Os autores.

Já a Figura 4.17 ilustra a comparação entre a média dos índices NSPT obtidos antes e após a
escavação do subsolo. Para todas as profundidades comparadas houve uma redução no
número de golpes. Neste caso observa-se uma redução menor do índice no primeiro metro,
um aumento de -7,0 a -11,0 m e depois as médias se convergem a um mesmo valor. Já era
esperado o rebaixamento do N.A_depois, medido agosto, em relação ao N.A_antes, verificado
no mês de maio.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 55

Figura 4.17- Comparação entre as médias das duas campanhas de sondagens SPT.

0 10 20 30 40 Nspt 50
0

-2
Profundidade (m)

-4

-6

-8

-10

-12
Média_antes Média_depois N.A_antes (MAI)
N.T_depois (-4,0 m) N.A_depois (AGO)

Fonte: Os autores.

4.1.7 Obra 07

Apesar de que as duas campanhas de sondagens foram realizadas por empresas distintas, as
Figuras 4.18 e 4.19 evidenciam que o solo possui um comportamento oscilatório de
resistências a penetração.
Figura 4.18- Resultados da primeira campanha de sondagens.

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
0

-4

-8
Profundidade (m)

-12

-16

-20

-24

-28

-32

SP 01 SP 02 Média

Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 56

Figura 4.19- Valores da segunda campanha de sondagens.

0 10 20 30 40 Nspt 50

-3

-7
Profundidade (m)

-11

-15

-19

-23
SP 01 SP 02 SP 03 SP 04 Média

Fonte: Os autores.

Quando comparamos os resultados entre as duas campanhas, conforme apresentado na Figura


4.20, percebe-se claramente a redução do NSPT ao longo da profundidade do ensaio e uma
aproximação das médias em -23,0 m.

Figura 4.20- Comparação das médias entre as duas campanhas de sondagens.

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-5
Profundidade (m)

-10

-15

-20

-25

-30
Média_antes Média_depois N.A_antes (ABR)

N.T_depois (-3,70 m) N.A_depois (JUN)

Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 57

4.1.8 Obra 08

Nessa obra analisada teve apenas um furo de sondagem na primeira campanha, então a
comparação será feita entre os valores deste furo e a média dos resultados da segunda
campanha conforme apresentado na Figura 4.21.

Figura 4.21- Valores da segunda campanha de sondagens.

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-4

-8
Profundidade (m)

-12

-16

-20

-24

SP 01 SP 02 Média

Fonte: Os autores.

A Figura 4.22 ilustra a comparação dos resultados entre as duas campanhas. Nota-se que
nessa obra a escavação não reduziu o NSPT. As duas médias seguem a mesma tendência e a
oscilação é normal no ensaio.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 58

Figura 4.22- Comparação entre as duas campanhas de sondagem.


Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-4
Profundidade (m)

-8

-12

-16

-20
Média_depois Média Depois N.A_antes
N.T_depois (-3,63 m) N.A_depois

Fonte: Os autores.

Como já era esperado o N.A apresentou pouca variação no seu nível. A primeira medida foi
realizada no mês de janeiro, na cota -6,4 m. Já a segunda campanha foi executada no mês de
fevereiro e o N.A medido na cota -6,9 m.

4.2 COMPARAÇÃO DE FUROS PRÓXIMOS ENTRE DUAS


CAMPANHAS DE SONDAGENS

Quando se compara, numa mesma obra, furos de sondagem próximos, entre as duas
campanhas, o comportamento dos resultados segue a mesma tendência já discutida.

A Figura 4.24 ilustra a comparação dos valores entre dois furos locados na Obra 04, conforme
apresentado na Figura 4.23. O ensaio SPT no furo SP 01 foi realizado antes e o SP 03 depois
da escavação do subsolo.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 59

Figura 4.23- Locação dos furos de sondagem na obra.

Fonte: Os autores.

Como a escavação foi relativamente considerável, observa-se que influenciou na medida do


NSPT após escavar o terreno. Apesar da oscilação de um ponto, nota-se claramente uma
redução média de 10 golpes entre -7,0 e -13,0 m.

Figura 4.24- Comparação dos valores de NSPT entre dois furos próximos.

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-4
Profundidade (m)

-8

-12

-16

-20

-24

SP 01_antes SP 03_depois N.A_antes (ABR)


N.T_depois (-5,90 m) N.A_depois (AGO)

Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 60

A mesma análise foi realizada na Obra 03. A Figura 4.25 registra a locação dos furos na obra.

Figura 4.25- Locação dos furos de sondagem.

Fonte: Os autores.

A Figura 4.26 ilustra a comparação dos valores de NSPT em três furos, sendo um antes da
escavação e dois depois. Nota-se que, neste caso, a sondagem realizada pela empresa A não
apresentou redução no NSPT nos primeiros metros abaixo da cota de escavação, e sim um
aumento. Ao contrário disso, a empresa D apresentou uma pequena redução próxima à cota,
porém depois seus resultados aproximaram-se dos valores da primeira campanha de
sondagens e só após a cota -11,0 passaram a ter uma redução maior. Nota-se que a partir de -
24,0 m os resultados dos ensaios se convergem a valores próximos, não sofrendo influência
da escavação.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 61

Figura 4.26- Comparação dos valores de NSPT obtidos por três empresas distintas.

Nspt
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
0

-4

-8
Profundidade (m)

-12

-16

-20

-24

-28
SP 09_antes (B) SP 02_depois (A) SP 10_depois (D)

N.A_antes (MAI) N.T_depois (-6,0 m) N.A_depois (MAR)

Fonte: Os autores.

4.3 COMPARAÇÃO POR ZONA DE PROFUNDIDADE

No geral, observa-se que numa mesma zona há uma grande variabilidade na redução entre as
obras analisadas. Diante disso não é possível estabelecer um padrão de redução no NSPT após
a escavação de subsolos. Porém, apesar da variabilidade, fica claro que a redução pode existir.

A Figura 4.27 apresenta o resultado das análises realizadas na Zona 1. Nessa Zona esperava-
se que os intervalos ficassem mais próximos de zero, pois nessa região o alívio de tensões é
maior, com isso esperava-se uma redução maior no NSPT após as escavações. Contudo nota-
se que os limites se distanciam desse valor.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 62

Figura 4.27- Apresentação dos resultados da Zona 1 (H).

1,8

1,6 1,62

1,4

1,2
1,13 1,13 -2,40
Redução (D/A)

1
0,94
-1,80 0,87
0,8 0,82 -5,50
0,77
-4,90 -6,90
0,6 -9,30 0,62
-5,10 0,59 0,58 0,57
0,50 -4,90
0,4 0,40 0,39
0,33 0,34

0,2

0
Obra 01 Obra 02 Obra 03 A Obra 03 B Obra 04 Obra 05 Obra 06 Obra 07 Obra 08

Fonte: Os autores.

As Obras 03, 05 e 08, por exemplo, apresentaram limites máximo maiores que 1, ou seja, o
NSPT depois da escavação, em algumas cotas, foi maior que da primeira campanha. Mas
apesar disso, todas as obras apresentaram uma redução média no número de golpes na Zona 1.

No caso da Obra 02, os resultados encontrados não são confiáveis, seriam necessárias mais
sondagens no local para analisar melhor o solo, diante disso sua análise foi descartada.

Na Figura 4.28 nota-se que as Obras 05 e 08 apresentaram, na Zona 2, um aumento no NSPT


na segunda campanha de sondagens, ou seja, a escavação não influenciou na medida do
índice. Em contrapartida, as outras obras apresentaram redução no número de golpes. Na
Obra 02 como o ensaio foi interrompido aos -8,0 m não foi possível proceder a análise.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 63

Figura 4.28- Resultados obtidos na Zona 2 (2H).


2
1,9
1,8

1,6

1,4 +12,2
1,34
+4,50
1,2 1,18
Redução (D/A)

1,05
1 1
0,95 0,92
0,88
0,8
0,74 -8,60 -8,70
-8,50 -12,50 -7,10
0,6 0,58 0,57
0,53 0,54
-21,40 0,46 0,44
0,4 0,39

0,2

0
Obra 01 Obra 02 Obra 03 A Obra 03 B Obra 04 Obra 05 Obra 06 Obra 07 Obra 08

Fonte: Os autores.

Na Zona 03, conforme mostra a Figura 4.29, a escavação já não influencia tanto, porém
mesmo assim as duas obras que realizaram o ensaio até essa profundidade ainda apresentaram
redução significativa no NSPT. Entretanto a profundidade tem muita interferência na medida
do NSPT, então não se pode atribuir essa redução somente a escavação.

Figura 4.29- Apresentação dos resultados alcançados na Zona 3 (> 2H).


0,9

0,8 0,79
0,74
0,7
-18,50
0,6 -16,40
0,51
Redução (D/A)

0,5
0,45
0,4

0,3

0,2

0,1

0
Obra 01 Obra 02 Obra 03 A Obra 03 B Obra 04 Obra 05 Obra 06 Obra 07 Obra 08

Fonte: Os autores.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 64

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base no que foi apresentado, o ensaio SPT sofre com vários fatores que vão interferir na
medida do NSPT, porque o índice é afetado diretamente pela energia que chega ao
amostrador. Com isso fatores relacionados aos equipamentos utilizados e ao procedimento do
ensaio vão implicar em distintas energias transferidas e apresentar resultados variáveis. Por
sua vez, as condições do solo também influenciam no resultado, bem como sua
heterogeneidade. Para uma mesma obra encontramos vários laudos com NSPT oscilando e
esses fatores dificultaram a quem atribuir o fato.

Em várias obras estudadas, também foi observado que empresas distintas realizaram os
ensaios nas duas campanhas o que pode atribuir à variabilidade dos resultados em alguns
casos. Também se deve destacar que poucas obras, na segunda campanha, locaram os furos de
sondagens próximos aos da primeira. A proximidade é interessante porque a análise entre
furos próximos é mais concisa.

Outra consideração importante a se fazer é que poucas obras seguem a quantidade de furos de
sondagens estabelecida pela NBR 8036 (ABNT, 1983) e a distribuição correta deles no
terreno. Algumas análises ficaram comprometidas pelo número reduzido de furos.

No entanto, fica claro que, na segunda campanha de sondagens, o processo de escavação de


subsolos influencia na medida do NSPT e que cortes maiores tendem a influenciar mais.
Porém, não é possível estabelecer um índice de redução que possa ser aplicado a todos os
solos típicos da região. O caráter heterogêneo do solo e os fatores que intervém no ensaio
implica que a análise deve ser feita individualmente por obra.

Diante disso, recomenda-se para obras que vão realizar escavações de subsolos a utilizar os
laudos de sondagens da primeira campanha apenas para o anteprojeto. No projeto básico
utilizar os laudos da segunda campanha e considerar o efeito da escavação ao elaborar os
projetos de fundação. Por fim, sugere-se que o banco de dados de laudos de sondagem seja
alimentado para maior validade dos resultados.

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 65

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C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 69

ANEXO A – LAUDOS DE SONDAGEM SPT

A legenda dos laudos segue o padrão a seguir:

SPT OBRA_FASE (Antes ou Depois da escavação) _NÚMERO DO FURO

Figura A.1 - SPT 01_A_SP01

Fonte: Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 70

Figura A.2 - SPT 01_A_SP01 C

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 71

Laudo-3 - SPT 01_A_SP02

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 72

Figura A.4 - SPT 01_A_SP02

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 73

Figura A.5 - SPT 01_A_SP03

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 74

Figura A.6 - SPT 01_A_SP03

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 75

Figura A.7 - SPT 01_D_SP03

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 76

Laudo A.8- SPT 01_D_SP03

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 77

Figura A.9 - SPT 01_D_SP04

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 78

Figura A.10 - SPT 01_D_SP04

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 79

Figura A.11 - SPT 02_A_SP01

Fonte:Adaptado da empresa D

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 80

Figura A.12 - SPT 02_A_SP02

Fonte:Adaptado da empresa D

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 81

Figura A.13 - SPT 02_D_SP03

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 82

Figura A.14 - SPT 02_D_SP04

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 83

Figura A.15 - SPT 02_D_SP05

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 84

Figura A.16 - SPT 03_A_SP01

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 85

Figura A.17 - SPT 03_A_SP02

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 86

Figura A.18 - SPT 03_A_SP02 C

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 87

Figura A.19 - SPT 03_A_SP03

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 88

Figura A.20 - SPT 03_A_SP04

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 89

Figura A.21 - SPT 03_A_SP04 C

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 90

Figura A.22 - SPT 03_A_SP05

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 91

Figura A.23 - SPT 03_A_SP06 C

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 92

Figura A.24 - SPT 03_A_SP06

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 93

Figura A.25 - SPT 03_A_SP07

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 94

Figura A.26 - SPT 03_A_SP08

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 95

Figura A.27 - SPT 03_A_SP08

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 96

Figura A.28 - SPT 03_A_SP09

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 97

Figura A.29 - SPT 03_A_SP09

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 98

Figura A.30 - SPT 03_D_SP01 (EMPRESA A)

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 99

Figura A.31 - SPT 03_D_SP02 (EMPRESA A)

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 100

Figura A.32 - SPT 03_D_SP03 (EMPRESA A)

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 101

Figura A.33 - SPT 03_D_SP12 (EMPRESA B)

Fonte:Adaptado da empresa D

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 102

Figura A.34 - SPT 03_D_SP13 (EMPRESA B)

Fonte:Adaptado da empresa D

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 103

Figura A.35 - SPT 03_D_SP14 (EMPRESA B)

Fonte:Adaptado da empresa D

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 104

Figura A.36 - SPT 03_D_SP10 (EMPRESA B)

Fonte:Adaptado da empresa D

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 105

Figura A.37 - SPT 04_A_SP01

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 106

Figura A.38 - SPT 04_A_SP02

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 107

Figura A.39 - SPT 04_D_SP03

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 108

Figura A.40 - SPT 04_D_SP04

Fonte:Adaptado da empresa A

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 109

Figura A.41 - SPT 05_A_SP01

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 110

Figura A.42 - SPT 05_A_SP02

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 111

Figura A.43 - SPT 05_A_SP03

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 112

Figura A.44 - SPT 05_D_SP01

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 113

Figura A.45 - SPT 05_D_SP02

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 114

Figura A.46 - SPT 06_A_SP01

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 115

Figura A.47 - SPT 06_A_SP02

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 116

Figura A.48 - SPT 06_A_SP03

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 117

Figura A.49 - SPT 06_D_SP01

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 118

Figura A.50 - SPT 06_D_SP02

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 119

Figura A.51 - SPT 07_A_SP01

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 120

Figura A.52 - SPT 07_A_SP01 C

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 121

Figura A.53 - SPT 07_A_SP01 C

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 122

Figura A.54 - SPT 07_A_SP02

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 123

Figura A.55 - SPT 07_A_SP02 C

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 124

Figura A.56 - SPT 07_A_SP02 C

Fonte:Adaptado da empresa C

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 125

Figura A.57 - SPT 07_D_SP01

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 126

Figura A.58 - SPT 07_D_SP01 C

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 127

Figura A.59 - SPT 07_D_SP02

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 128

Figura A.60 - SPT 07_D_SP03

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 129

Figura A.61 - SPT 07_D_SP04

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 130

Figura A.62 - SPT 08_A_SP01

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 131

Figura A.63 - SPT 08_D_SP01

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva
Influência do processo de escavação de subsolos na medida do NSPT dos solos de Goiânia-GO 132

Figura A.64 - SPT 08_D_SP02

Fonte:Adaptado da empresa B

C. H. Martins; L. V. T. Silva

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