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gestão empresarial

Direito empresarial

fundamentos do direito:
a ciência do direito e
normas jurídicas
1
direito empresarial
fundamentos do direito:
a ciência do direito e
normas jurídicas

Objetivos da Unidade de aprendizagem


Contribuir para a melhoria de processos de decisão nas
organizações, antecipando-se aos problemas que reper-
cutem na esfera do Direito. Desenvolver conhecimentos,
habilidades e atitudes que contribuam para o desenvol-
vimento capacitando profissionais com conhecimento
jurídico essencial. Dar aos alunos condições mínimas de
conhecer o Direito que organiza a sociedade e a ativida-
de empresarial. Conhecer como surgem as normas jurí-
dicas na sociedade. Desenvolver conhecimento de algu-
mas normas. Conhecer qual o significado de lei.

Competências
A partir do estudo desta Unidade de Aprendizagem
você deve adquirir a capacidade de compreender o que
é o Direito e o que é a Ciência do Direito, e o que são as
normas jurídicas.

Habilidades
Organizar e gerir a empresa com base no Direito. Mobilizar
os recursos disponíveis para o encaminhamento de solu-
ções apropriadas dentro da ótica das normas da socieda-
de, para os mais diversos contextos organizacionais.
parte i
FUNDAMENTOS DO DIREITO:
A ciência do direito

apresentação
Olá, nesta primeira parte da Unidade de Aprendizagem
você terá uma visão panorâmica do que é a ciência do
Direito, seus principais conceitos para que possa desen-
volver os demais temas que se seguirão. A importância
de se conhecer a base do direito está no fato de que o
aluno terá condições de avaliar melhor suas escolhas, de
uma forma legítima e consciente, uma vez que o Direi-
to permeia os fatos sociais, ou seja, no nosso modo de
vida. Por meio dos conteúdos estudados nesta Unidade
de Aprendizagem ficará fácil dar prosseguimento aos es-
tudos e compreender de uma forma mais clara, os insti-
tutos que fazem parte do arcabouço jurídico.

Para Começar
Você sabe que tem que lutar incessantemente pelos seus
direitos para conseguir alcançar seus objetivos nessa vida.
Na sociedade em que vivemos, todos os dias nascem
novas leis, que interferem no nosso modo de vida, pode-
mos dizer que o Direito se modifica dia a dia.
Nesta parte da Unidade você compreenderá os fun-
damentos do Direito e sua finalidade e entenderá que o
Direito é uma ciência.
Tomará conhecimento que o Direito mantém a so-
ciedade coesa.
Conhecerá quais os elementos que compõem o Di-
reito e compreenderá que o Direito tem a finalidade de
organizar a vida em sociedade.Conhecerá, por fim, os
símbolos do Direito / Justiça.
Assim, para iniciarmos, observe as questões abaixo e anote suas res-
postas e percepções, para testar seus conhecimentos. Ao final desta Uni-
dade, refaça o exercício para ver o quanto assimilou da Unidade de Apren-
dizagem, pois isto certamente contribuirá para seus estudos.

1. Você sabe o que o Direito regula?


2. Qual o objetivo do Direito?
3. Quais os significados que a palavra Direito pode ter?

Nesta parte da Unidade vamos iniciar o conhecimento do Direito, com


uma visão panorâmica, para que você possa, dentro da sua área de atua-
ção, entendê-lo e melhor organizar as suas funções.
O conhecimento do Direito facilitará a organização e o melhor anda-
mento da empresa.
Boa sorte (e muita dedicação)!

Fundamentos
O Direito regula a vida em sociedade, imprime uma direção e a transforma.
O Direito visa o bem comum de todas as pessoas dentro da sociedade.
Por bem comum entendemos o respeito à dignidade que cada ser humano
possui, independentemente de sua condição social, da cor da pele, do sexo,
de idade, da orientação sexual e política e de sua convicção religiosa.

Atenção
Direito, ética e moral são coisas distintas, embora muitas
vezes apareçam unidas.
Moral pode ser entendida como o conjunto de costumes
de uma sociedade.
A ética estuda e realiza uma reflexão sobre as ações e o
comportamento humano, buscando os bons costumes e as
corretas ações.
Diz-se que a Moral não obriga, mas o Direito sim.

A palavra Direito tem origem na Roma Antiga.


Naquele tempo, a língua falada pelos antigos Romanos era o latim.

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A palavra Direito vem do latim directum e quer dizer: aquilo que é con-
forme a regra.
Você sabe que existem diversas palavras para dizer a mesma coisa.
E as pessoas acreditam dizer coisas diferentes usando as mes-
mas palavras.
Olha a confusão que pode ocorrer! Por isso existe a semântica, o estudo
do significado das palavras.

Atenção
Atualmente, a palavra “Direito” tem vários significados, como:

1. Quando alguém resiste a uma invasão injusta de sua


fazenda, dizemos que essa pessoa está defendendo
seus direitos;
2. Quando o consumidor reclama do produto defeituoso
que comprou, ele busca o seu direito;
3. Quando o juiz decide uma questão no Tribunal, dize-
mos que ele aplicou o direito (fez justiça).

A palavra Direito tem entre os seus significados o que é correto, o que é


“justo”. Assim, nesse sentido, quando falamos em “Direito”, estamos fa-
lando em justiça. Como a vida em sociedade só é possível, se existirem
normas obrigatórias reguladoras das relações entre as pessoas, o com-
portamento delas é disciplinado pelo Direito.
Infelizmente não temos registro de todas essas normas de tempos
antigos, no entanto, alguns sobreviveram e sabemos, por exemplo, dos
dois primeiros códigos de leis: os Códigos de Ur-Namu em torno de 2050
a.C; e o Código de Hamurabi (Rei da Mesopotâmia que viveu em torno
de 1750 a.C.).
E olhe que interessante, desde aquele tempo, no Código de Hamurabi,
havia uma grande preocupação em seguir o Direito, para que não ocor-
ressem injustiças.
Havia normas no Código de Hamurabi que diziam: “para que o forte
não oprima o fraco, para fazer justiça ao órfão e à viúva, para proclamar o
direito do país”.
Naquele tempo, o Código de Hamurabi consagrava a pena de talião
(Olho por olho, dente por dente). A pena de talião não existe mais, pelo
menos no nosso Direito.

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Você sabe, que na sociedade, se determinado comportamento não for
cumprido, haverá uma penalidade pelo seu descumprimento, como por
exemplo, uma multa por estacionar o carro em local proibido.
Entre tantos significados da palavra Direito, devemos observar que po-
demos considerar a existência da Ciência do Direito.
E quando dizemos Ciência do Direito, estamos estudando a existência
de normas de Direito em uma sociedade, sem levar em conta outros fato-
res, tais como a política.
É bom lembrar que o Direito foi muito influenciado pela religião e
ainda é até hoje.
O Direito Canônico influenciou o Direito brasileiro. Veja o exemplo, do
art. 1.515 do Código Civil que diz, que o casamento religioso se equipara
ao casamento civil.
Nossa Constituição Federal, em seu início invoca a proteção de Deus. A
Religião influenciou o Direito das culturas judaicas, muçulmanas e hindus
entre tantas outras.

ATENÇÃO
Assim, se a Religião influenciou o Direito, como podemos
conciliar o termo Ciência do Direito?
Ciência e Religião se apresentaram, muitas vezes, in-
conciliáveis.

O ser humano, a todo tempo questiona e altera a realidade que vive, mo-
dificando a sociedade e o Direito.
O ser humano está em constante modificação e representa a síntese de
todos os elementos do Universo, sejam eles materiais e espirituais, o que re-
flete no modo como organiza a sociedade e o Direito, e como cria as normas.
Como a Ciência do Direito examina o Direito na sociedade, dizemos
que ela é uma ciência social.
O termo ciência tem, também, vários significados, como por exem-
plo, ciência de um fato por determinada pessoa; tomar ciência de um
documento (saber de seu conteúdo); ciências naturais, ciências sociais,
ciência da fé, ciências ocultas, ciência da alma e outras, numa uma lista
quase interminável.
É possível afirmar que a Ciência do Direito tem a tarefa de interpretar
os textos das normas e as situações ocorridas na sociedade, tendo em
vista uma finalidade prática de como aplicá-las. O caráter científico da
ciência do Direito pode ser verificado, pela característica de se ocupar em

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verificar os fatos ocorridos, valorar estes fatos juridicamente e enquadrá-
los em uma norma existente.
A elaboração da regra jurídica depende das necessidades das socieda-
des, que vão se modificando com o curso do tempo.
O Direito prescreve uma norma para o futuro, de que maneira organi-
zaremos a sociedade, são normas que indicam o “dever-ser”.
O Direito pode ser visto como a forma que a sociedade se organiza.
Assim, sob o ponto de vista das normas, o Direito é o conjunto de normas
ou regras de conduta.
Acreditamos ser completa e totalmente livres, mas na realidade, temos
tantas e tantas regras de conduta que vão dirigindo nossas ações, desde
o nosso nascimento até a nossa morte.
Muitas dessas normas já se tornaram tão habituais que nem percebe-
mos. O desenvolvimento do ser humano se dá pela atividade educadora
dos pais, da escola, do trabalho e assim por diante. Isso ocorre, guiado
pelas regras de conduta, num contínuo processo educativo. Toda a nossa
vida é repleta de normas – umas mandam fazer, outras proíbem fazer e
outras, ainda, permitem fazer (BOBBIO, 2001).
Podemos estudar as sociedades por diversos fatores, como crenças,
costumes, religião, arquitetura e por suas regras. Por exemplo: era per-
mitida ou proibida a escravidão em determinada sociedade do passado?

DICA
O Direito nasce na sociedade; daquilo que ela considera que
seja importante transformar em norma de conduta, em re-
gra, em lei.
Assim, num primeiro momento, o Direito provém da so-
ciedade, atendendo seus anseios e interesses.

O Direito colhe o fato natural e humano e lhe dá expressão jurídica (MA-


MEDE, 2004).
É certo que, às vezes, o Direito se expressa através das normas, mas não
só por elas. O Direito pode se expressar, também, pela decisão de um juiz.
Não é possível falar em Direito como algo isolado e absoluto, como
algo que existe fora de um contexto de existência de relações entre se-
res humanos.
Da mesma forma, não é possível pensar em direitos, que não sejam vol-
tados aos seres humanos, nem quando falamos dos direitos dos animais

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ou do direito ambiental, porque mesmo esses ramos do direito, sempre
levarão em conta as necessidades e anseios dos seres humanos.
Quais são essas necessidades e anseios? Podemos dizer que todos os
homens anseiam a felicidade e, para alcançá-la, os homens necessitam
de regras para viver em sociedade. Assim, para que cada um, dentro da
sociedade, possa alcançar a sua felicidade, sempre dentro de um quadro
maior de felicidade de todos os homens, as regras são necessárias, o Di-
reito é necessário.
E qual a origem das regras, do nosso Direito? Nosso Direito provém do
Direito Romano.
O Direito Romano é o complexo de normas vigentes em Roma, desde
a sua lendária fundação no século VIII a.C. até a codificação de Justiniano
no século VI d.C.
Para os romanos, o Direito era a arte do bom e do equitativo (do respeito
à igualdade de direitos de cada um). Podemos dizer, portanto, que a visão
romana do Direito é atual no sentido de que devemos respeitar os direitos
de cada um, para chegarmos a uma felicidade comum, o bem de todos.
Direito pode ser conceituado como o conjunto de regras e princípios
organizados dentro de um sistema, destinados a regular a vida huma-
na em sociedade.

CONCEITO
Miguel Reale diz que o Direito é um conjunto de regras obri-
gatórias que garantem a convivência social, graças ao esta-
belecimento de limites à ação de cada um dos membros da
sociedade (REALE, 2001).

O objetivo do Direito é regular a vida humana em sociedade, visando à


paz e a ordem social, atingindo, também as relações individuais.
Os direitos das pessoas se entrelaçam, formando direitos e obrigações
recíprocas. O entrelaçamento é necessário para manter a sociedade coe-
sa, vivendo de acordo com os valores mais elevados de convivência.
Na visão de Tercio Sampaio Ferraz Junior:

... o Direito é um dos fenômenos mais notáveis da vida humana, compreendê-lo é com-
preender uma parte de nós mesmos. É saber em parte porque obedecemos, porque
mandamos, porque nos indignamos, porque aspiramos mudar em nome de ideais,
porque em nome de ideais conservamos as coisas como estão. Ser livre é estar no di-
reito e, no entanto, o direito nos oprime e nos tira a liberdade. Por isso compreender

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o direito não é um empreendimento que se reduz facilmente a conceituações lógicas
e racionalmente sistematizadas. O encontro com o direito é diversificado, às vezes
conflitivo e incoerente, às vezes linear e consequente. Estudar o direito é assim uma
atividade difícil, que exige não só acuidade, inteligência, preparo, mas também encan-
tamento, intuição, espontaneidade. (...) (FERRAZ, Atlas, 1989).

O Direito pode ser visto pelo ângulo interno, que é a prática jurídica, quanto
pelo ângulo externo, que é o das modalidades por meio das quais, o Direito
se insere na vida social, política e econômica (LAFER, apud FERRAZ, 1989).
Assim, é difícil encontrar uma forma sucinta que dê a noção de Direito,
independentemente de qualquer restrição, devido às suas características,
entre as quais podemos citar a coercibilidade da norma e na sujeição, tan-
to do indivíduo, quanto do Estado, ao seu comando.
É razoável entender que o Direito é o princípio de adequação à vida
social (PEREIRA, 1990).
O Direito, como ciência social que é, só pode ser imaginado em função
do homem vivendo em sociedade.
Não se pode conceber a vida social sem pressupor a existência de
certo número de normas reguladoras das relações entre os homens,
julgadas, por estes mesmos, obrigatórias e que irão determinar, de um
modo menos ou mais intenso, o comportamento do homem no grupo
social (RODRIGUES, 1989).
Qualquer agrupamento humano, por mais rudimentar que seja seu
estágio de desenvolvimento, possui um conjunto de normas, vistas pe-
los componentes como obrigatórias, disciplinado o comportamento de
tais indivíduos e aplicando uma sanção no caso de descumprimento
(RODRIGUES, 1989).

CONCEITO
A sanção (= punição), no Direito, existe para que a norma
seja cumprida, embora esta possa ser desempenhada es-
pontaneamente. Exemplo de sanção: aplicação de uma mul-
ta ou a decretação da prisão de uma pessoa.

Assim, sob o ponto de vista das normas, o Direito é o conjunto de normas,


ou regras de conduta.
Nossa vida se desenvolve em um mundo de normas. As normas nos
acompanham do nascimento à morte, dirigindo nossas ações.
Muitas dessas normas já se tornaram tão habituais que nem percebemos.

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O desenvolvimento do ser humano ocorre pela educação dos pais, da
escola, do trabalho e assim por diante.
Isso se dá, guiado pelas regras de conduta, num contínuo processo
educativo.
Toda a nossa vida é repleta de normas umas mandam fazer, outras,
proíbem fazer e ainda outras permitem fazer (BOBBIO, 2001).
Há sem dúvida um ponto de vista normativo na compreensão da his-
tória humana, pois as civilizações podem ser estudas de acordo com as
regras que regulam as ações dos homens que as criaram.
As normas, nesse contexto, se sucedem, se sobrepõem, se contrapõem
e se integram (BOBBIO, 2001).
O Direito faz parte da vida humana em sociedade.

CONCEITO
Não se pode querer apartar o Direito dos seres humanos.
O homem é resultado da integração de todas as coisas e
de tudo que existe.
Dividimos a vida humana em vários departamentos, ape-
nas para fins de aprendizado e, às vezes, de trabalho, mas a
vida humana forma um todo indivisível.

O Direito estabelece regras para que possamos viver juntos em sociedade.


Em algumas religiões, como o Cristianismo, o homem se separa do pa-
raíso, do “Todo”, para viver uma vida de exilado, sem os benefícios que
antes existiam. De acordo com essa religião, retornará o homem, algum
dia, a esse paraíso depois de uma longa jornada.
Essa busca de uma sociedade ideal (= Utopia), de um novo “paraíso”,
onde todos vivam em harmonia, respeitando uns aos outros, motiva os
seres humanos a estabelecerem normas de convivência.
O homem vai aumentando o número de normas, sempre em torno dos
seus interesses, entorno de sua figura humana.
Os direitos dos animais, por exemplo, levam em consideração os
anseios e necessidades próprias do ser humano. É sempre sob o ponto
de vista humano.
Tudo isso representa a luta entre o antropocentrismo – o homem como
centro de tudo – e o biocentrismo – a vida como centro de tudo.
Nesse ponto vale lembrar as palavras de Goffreddo Teles Jr.:

Uniforme é o fenômeno da vida. A célula de uma ameba e a célula de um homem são


indústrias muito semelhantes. No protozoário, na árvore, nas flores, na lagarta, na

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andorinha, no meu cachorrinho, em Beethoven; a oficina primordial da vida é sempre
a mesma. Somos todos irmãos, nós os vivos. Somos irmãos, porque somos biologica-
mente semelhantes. “Todos são iguais perante a lei”, diz o Direito. Tal é o mandamento
jurídico mais sublime. Com realismo científico, logo após as descobertas modernas
sobre a engenharia uniforme de todas as células, afirmamos, extasiados, que todos
nós somos irmãos de todos os seres vivos... (BUCCI, 2002).

CONCEITO
As dimensões do Direito são três:
→ Os fatos que ocorrem na sociedade;
→ A valoração que se dá a esses fatos;
→ A norma que regula as condutas de acordo com os
fatos e valores.

Cada sociedade, portanto, tem seu Direito e, o que é permitido em nosso


país pode ser proibido em outro e vice-versa.
Fato é qualquer acontecimento que ocorra no mundo. Existem fatos
que têm importância para o Direito, são os chamados fatos jurídicos.
Os fatos jurídicos produzidos pelos seres humanos são denominados
atos jurídicos, como a compra de uma mercadoria.
Se os fatos jurídicos se originarem da natureza, eles são chamados de
fatos naturais, como um raio que queima uma televisão.

CONCEITO
O Direito tem três elementos: sujeito, objeto e relação.
Sujeito: pessoa física ou jurídica;
Objeto: bem ou vantagem fixada pela ordem jurídica em
relação ao sujeito;
Relação: garantia dada pela ordem jurídica para proteger o
sujeito de direito e o objeto.

Vamos dar um exemplo:


Uma pessoa compra um carro.
Sujeito: é a pessoa que comprou o carro.
Objeto: o carro.
Relação: direito de propriedade da pessoa sobre o carro.
Ao longo do curso você irá aprender mais sobre o Direito, para que seja
possível gerir uma empresa, por exemplo, com mais segurança, respeitan-
do as normas da sociedade em que vivemos.

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Em síntese, podemos dizer que o Direito na visão do jurista romano Cel-
so é: “Viver honestamente, não prejudicar a outrem, atribuir a cada um
o que é seu”.

Símbolos do Direito/Justiça
Vamos agora verificar sobre os símbolos. Eles são utilizados como uma for-
ma de expressar conceitos orientadores do comportamento em sociedade.
Assim, o conceito de Direito / Justiça tem diversos símbolos. Ao acessar
o site do Supremo Tribunal Federal, lá encontraremos várias definições
dos símbolos do Direito.
Podemos destacar de forma resumida, alguns deles:

BALANÇA
Utensílio de origem caldéia, símbolo místico da jus-
tiça, quer dizer, da equivalência e equação entre o
castigo e a culpa (CIRLOT, 1984, p. 112). l
Conceitos associados: equidade, igualdade.

MARTELO
Também chamado de malhete, o martelo do juiz,
todo em madeira, é juntamente com a deusa Thê-
mis e a balança da justiça comutativa, um dos mais
fortes e conhecidos símbolos do direito e da justiça.
Conceitos associados: respeito, ordem.

CEGUEIRA
É símbolo da imparcialidade e do abandono ao des-
tino, e desse modo exprime o desprezo pelo mundo
exterior face à “luz interior”.
Conceitos associados: imparcialidade, sabedoria.

espada
Em primeiro lugar, a espada é o símbolo do estado
militar e de sua virtude, a barreira, bem como de sua
função, o poderio.
Conceitos associados: poder, defesa da lei.

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LEI DAS DOZE TÁBUAS
A Lei das Doze Tábuas (Lex Duodecim Tabularum ou
simplesmente Duodecim Tabulae, em latim) cons-
tituía uma antiga legislação que está na origem do
direito romano.
Conceitos associados: origem do direito romano.

TRONO PEDESTALS
Função universal de suporte da glória, do poder, da
manifestação da grandeza humana e das Institui-
ções.
Conceitos associados: autoridade, glória.

TÊMIS
É uma divindade grega onde a justiça é definida, no
sentido moral, como o sentimento da verdade da
equidade e da humanidade, colocado acima das pai-
xões humanas.
Conceitos associados: imparcialidade.

DIKÉ
Divindade grega que representa a Justiça, também
conhecida como Dice, ou ainda, Astreia. Filha de
Zeus e Têmis ela não usa vendas para julgar.
Conceitos associados: força e igualdade.

IUSTITIA
Divindade romana que representa a Justiça. Não é o
equivalente da Têmis grega, mas sim de Diké e tam-
bém de Astreia.
Conceitos associados: justiça.

ASTREIA
Nome que muitos autores dão à constelação de Vir-
gem no tempo em que reinava sobre a Terra. Filha
de Zeus e Têmis.
Conceitos associados: justiça e virtude.

Além dos símbolos acima, temos outros, e vamos acrescentar mais


dois deles:

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A Beca
É uma veste que vai do pescoço aos pés, e tem sua origem nos trajes
sacerdotais da antiga Roma. Geralmente preta, ela se assemelha a uma
capa, sendo um símbolo da advocacia e carregado de simbologia forense.
A beca representa a tradição e o prestígio da profissão, assim como a
toga. É também um símbolo que carrega a tradição da profissão e desper-
ta o respeito solene pelo povo.

Crucifixo
O crucifixo carrega uma simbologia que ultrapassa seu significado religioso.
Segundo a Doutrina, o crucifixo representa um erro judiciário, cometido
há milênios, e serve de alerta ao corpo de jurados. O Crucifixo fixados nos
Tribunais, está ali para lembrá-los e guiar suas decisões e ponderações
pela lei, para um julgamento verdadeiramente justo.

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parte iI
FUNDAMENTOS DO DIREITO:
NORMAS JURÍDICAS

apresentação
Olá, nesta segunda parte destaUnidade de Aprendiza-
gem o tema abordado é Fundamentos do Direito: nor-
mas Jurídicas.
O principal aspecto que envolve as normas jurídicas
é a maneira como elas influenciam no funcionamento
da nossa sociedade. Tal aspecto é verdadeiro, pois, meio
dos sistemas jurídicos, da eficácia da lei no tempo e no
espaço, se dá o modo de ser da sociedade.
Nesse sentido, esse modo de ser sofre influência, prin-
cipalmente da globalização e a forma como esta é inter-
pretada. Por essa razão importante se torna esse estudo.

Para Começar
Na Parte I, acima estudada, conhecemos a Ciência do
Direito, seus conceitos e suas implicações com a moral e
com a ética, bem como os símbolos do Direito / Justiça.
Nesta Parte II trataremos das normas jurídicas e como
elas influenciam o funcionamento de nossa sociedade.
Mas eu começo fazendo os questionamentos abaixo,
e oriento, que as observe e anote suas respostas e per-
cepções para testar seus conhecimentos. Ao final desta
Unidade, tente refazer o exercício para ver o quanto assi-
milou da Unidade de Aprendizado, pois isto certamente
contribuirá para seus estudos.

1. O que é a Lei?
2. As pessoas podem propor uma lei (procure nos
fundamentos a dica sobre a iniciativa popular)?
Fundamentos
Podemos considerar o Direito como um conjunto de normas ou regras de
conduta, estabelecidas na sociedade.
Cada sociedade organiza uma determinada ordem interna, considera-
da essencial, capaz de controlá-la.
Os indivíduos, dentro da sociedade estão vinculados uns aos outros, de
diversas maneiras.
Um dos significados da palavra indivíduo é: “organismo único pertencen-
te a um grupo” (PRIBERAM, 2010).
Entre os pais e filhos, por exemplo, existem as normas do chamado
Direito de Família. Por exemplo, o direito à prestação de alimentos é re-
cíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo
a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros, confor-
me preceitua o artigo 1.696 do Código Civil. Chama-se isso o dever de
pagar alimentos.
Se por alguma razão, os pais abandonarem os filhos ou vice-versa, po-
derão exigir alimentos, sendo possível até a prisão civil (já que não é cri-
me) do devedor por esta dívida.
Por sua vez, existem normas entre o cidadão e o governo, como o de-
ver de pagar imposto.
Existem normas dentro do clube de lazer que você frequenta.
Existem normas no condomínio de edifício que você mora, a respeito
do dia que se pode fazer a mudança e até que horário, você pode fazer
barulho para uma reforma em seu apartamento.
Cada um desses grupos e associações se constitui e se desenvolve
através de normas.
Assim, seja em grupo ou individualmente, todos os seres humanos vi-
vem através das normas criadas.
As normas divergem pelas finalidades que querem atingir, pelo con-
teúdo que possuem, pela obrigação que impõem, pela sua validade no
tempo e no espaço.
Todas essas regras têm uma única alma, um único elemento caracte-
rístico, com a finalidade de influenciar e determinar o comportamento de
um grupo rumo a um objetivo comum, ao bem comum, à construção da
civilização (QUINN, 2001).

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Atenção
Norma Jurídica é uma regra.
Lei é a regra jurídica escrita, a qual o elaborador, a quem
chamamos de legislador, aplica na sociedade para organizá-la.
A Lei obriga a todos. Por isso, dizemos que a Lei é im-
perativa.
Não se pode alegar o desconhecimento da Lei para não
fazer o que ela manda.
Dentro do Direito está contida a norma que, por sua vez,
contém dentro de si a lei.

1. Sistemas jurídicos
Existem diversos sistemas jurídicos. Em particular vamos mencionar dois
deles: sistema romano-germânico (No qual impera a lei, por exemplo,
no Brasil) e, o sistema da Common Law (onde as decisões judiciais for-
mam precedentes, por exemplo: na Inglaterra e nos EUA).
Ao menos no nosso país, o Direito se expressa principalmente pela nor-
ma e essa, pela lei.
Assim, é possível dizer que o Direito se encontra nas leis, mas não só
nela como veremos nas lições seguintes.

Conceito
Toda norma jurídica pode ser submetida a três análises:
a justiça das normas, a sua validade e a sua eficácia
(BOBBIO, 2001).
Ninguém pode admitir que as normas injustas sejam boas
para organizar a sociedade, pois assim teríamos uma sociedade
injusta, e é exatamente isso que não queremos que aconteça.

2. Eficácia da norma no tempo


Quando se fala em eficácia de uma norma, queremos dizer que uma norma
tem a capacidade de produzir efeitos jurídicos com sua aplicação.
Essa eficácia pode ser medida no tempo e no espaço.
Por eficácia no tempo queremos dizer quando a norma entrou em vigor.
Como regra geral, no Brasil, salvo disposição contrária, a lei começa a
vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente pu-
blicada, conforme previsão do art. 1º da Lei de Introdução às Normas do
Direito brasileiro.

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A lei pode ter um tempo específico para vigorar, ou pode vigorar por
tempo indeterminado até que outra a substitua, revogue ou modifique.

3. Eficácia da norma no espaço


Devemos saber se as normas são válidas, se estão valendo no espaço.
As leis têm um espaço de aplicação, isto é, podem ser aplicadas em
determinado território.
Valer no espaço quer dizer, valer em um município, em um estado ou
em um país.
Por exemplo, a lei americana não vale em território brasileiro e
vice-versa.
E a validade das normas no espaço e no tempo tem muita importância
para o comércio e para a indústria como veremos a seguir.
Sabemos que o mundo se encontra interligado e que as empresas bus-
cam os melhores lugares para produzir. É a chamada globalização.

Dica
Validade no tempo indica se determinada norma ainda exis-
te ou foi modificada/substituída por outra.
Como exemplo de validade, poderíamos perguntar: a norma
que permitia a escravidão ainda existe?
A resposta é não, porque a Lei Áurea acabou com a escravidão.
As leis se modificam no tempo, conforme a sociedade se
modifica.

4. Globalização

Dica
Agora é importante, dentro do Direito e dentro da aplica-
ção das normas no espaço, o conceito de Globalização que
tanto se fala.
Hoje, muitos dos produtos vendidos têm a etiqueta:
Made in China (feito na China).
A globalização é um fenômeno que influência nossa so-
ciedade e o nosso Direito.

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Conceituar os termos que serão utilizados no nosso estudo é conveniente,
pois, as informações devem ser passadas com precisão, de tal modo que
as pessoas que leem tenham a exata noção da mensagem que está sendo
transmitida.
A linguagem ambígua e imprecisa torna a mensagem pouco clara, in-
compatível com a ciência do Direito.
Por outro lado, é difícil conceituar o fenômeno da globalização que
está se desenvolvendo dentro da sociedade humana, pois ele está em
constante mudança.
Podemos conceituar, por exemplo, a globalização, como a busca, pelas
empresas de novos mercados para as vendas de seus produtos, a livre
circulação de mercadorias e de dinheiro, no comércio internacional, facili-
tadas pela informática e telecomunicações.
Desde quando existe a globalização?
Desde a época das grandes navegações, período compreendido entre
o final do século XV e início do século XVI, correspondente à expansão
marítima de Portugal e Espanha.
Desde aquele tempo, o homem procura novos mercados para vender
seus produtos, utilizando a tecnologia como meio de alcançar modernos
modos de fabricação e de atingir outros espaços comerciais.
O termo globalização, contudo, é um conceito cunhado nas escolas de
marketing na década de 1970, com significado de que o mercado a ser
conquistado não é a de alguns países somente, mas de todo o globo.
Isto é importante, para saber a razão de algumas empresas buscarem
países com mão de obra barata, para produzir seus produtos, vez que,
alguns deles, não têm uma legislação de proteção e por outras circunstân-
cias, a remuneração pelo trabalho é sensivelmente menor.
Por outro lado, outras empresas procuram países com legislação e fa-
tores que protegem o empregado e não há exploração do trabalho.
Cada norma tem então, um determinado espaço, onde ela pode valer
e isto influencia diretamente o mundo do comércio.
Olha que interessante, toda a população é obrigada a obedecer à lei,
podemos por assim dizer que somos “obrigados” pela lei.
Eficácia quer dizer se a lei pode produzir os efeitos pretendidos.
No Brasil, muitas vezes as pessoas falam: essa lei não pegou!
Quer dizer que essa lei existe, mas ninguém segue, mesmo que exista
uma punição. Tal situação não é boa para a sociedade.

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Conceito
O direito é formado por um conjunto ordenado logicamente
de normas que prescrevem a conduta a ser adotada pelos
indivíduos da sociedade a fim de mantê-la funcionando, de
maneira pacífica, voltada para o bem comum.

5. Ordenamento jurídico
As normas determinam, previnem, consertam, orientam ou punem os
desvios ocorridos na sociedade.
O conjunto das normas jurídicas é chamado de ordenamento jurídico.
O ordenamento jurídico deve regular todas as condutas que a sociedade
entende ser importante serem reguladas.
A norma deve ser clara, para que todos entendam, deve ser objetiva e
obrigatória para que todos cumpram.
Se a norma não for cumprida haverá uma sanção.
Você sabe que uma norma pode ser expressa através de uma lei ou
através de um estatuto de um clube, por exemplo.
A lei, por sua vez, tem um sentido mais específico.
A lei é a forma como ordenamento jurídico diz, quais as normas que ele
quer pôr para funcionar na sociedade.
A lei posta para funcionar na sociedade tem o nome de direito positivo.
Por outro lado, a possibilidade de cumprir determinada norma se dá o
nome de direito subjetivo.
Por exemplo, existe uma norma de direito positivo que trata do casa-
mento, mas isso não quer dizer que todo mundo está obrigado a casar.
A lei provém da sociedade, mas é elaborada pelo poder legislativo.
A expressão Direito Natural surge para indicar que existem leis que
fazem parte da natureza humana.
Por exemplo, o cuidado dos pais pelos filhos.

Conceito
Você sabe o que é iniciativa popular?
Iniciativa é a faculdade que a pessoa tem de propor um
projeto de lei que, se aprovado passa a fazer parte do nosso
ordenamento jurídico.

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6. Publicidade das normas
Todo mundo precisa conhecer as leis para cumpri-las, por isso elas tem
que ser mostradas à população, tornadas públicas. Dá-se a isso o nome
de publicidade das normas.
O juiz precisa conhecer a lei, assim como, o empresário e o empregado,
por exemplo, para poderem cumpri-las.

Conceito
Quem elabora as leis é chamado de legislador.
O legislador também deve conhecer as leis já existentes para
não fazer uma grande confusão.
As normas de conduta do Direito se preocupam com os
destinos que devem ser dados à sociedade e ao chamado
“dever-ser”.

7. Interpretação das normas jurídicas


Interpretar significa esclarecer, dar um sentido, explicar.
As normas jurídicas precisam ser claras para serem aplicadas.
Infelizmente, nem sempre elas são tão claras, o que torna difícil
aplicá-las. Assim, nasce a necessidade de interpretá-las.
Existem várias formas de interpretar uma norma jurídica. Vamos ver
algumas delas.
A interpretação lógica busca estabelecer uma ligação lógica entre os
vários textos legais. Parte-se de uma premissa, chegando a uma conclusão.
Se a interpretação buscar o sentido do texto gramatical, dizemos que
ela será literal ou gramatical.
Veja que algumas leis determinam qual a interpretação que deve ser
aplicada.
Temos, como exemplo disto, o art. 111 do Código Tributário Nacional
(Lei Nº 5.172, de 25 de outubro de 1966) que assim dispõe:
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I - Suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - Outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

Na interpretação sistemática, a lei é interpretada levando-se em conta


todo o conjunto de normas do sistema legal em que ela está inserida.
Na interpretação restritiva ou limitativa, procura-se restringir a alcan-
ce que a norma contém.

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Por outro lado, na interpretação ampliativa ou extensiva, busca-se au-
mentar o alcance da norma a outras situações.
A interpretação é um processo que auxilia os aplicadores do Direito a
encontrar a melhor solução ao caso apresentado.
A ciência que estuda a interpretação das normas é a hermenêutica (es-
tabelecendo métodos para a compreensão legal).

8. Evolução do Direito
O Direito é fruto da convivência humana e muda, conforme mudam os
valores da sociedade.
Assim, por exemplo, em 1890, a Alemanha aprova a liberdade da ativi-
dade dos sindicatos, até então proibidos de funcionar.
No mesmo ano os líderes operários, se unem no primeiro congresso de
sindicatos livres e na criação de uma união sindical.
Quando Hitler, em 1934, se torna chanceler supremo, torna ilegais to-
dos os partidos políticos, com exceção do partido nazista; dissolve os sin-
dicatos e termina com o direito de greve entre outros atos.
Veja que os valores da sociedade mudaram e, portanto, o ordenamen-
to jurídico passou a contar com novas leis.

9. Hierarquia das normas


Existem normas mais importantes do que outras?
O que acontece quando as normas entram em conflito?
Para responder estas e outras perguntas, vamos entender a respeito
da hierarquia das normas.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, que é a norma máxima
de nosso país, a ela, todas as normas devem estar em consonância.
Vamos verificar o artigo 59 da CF/88 que dispõe: que o processo legis-
lativo compreende a elaboração de:

I - Emendas à Constituição;
II - Leis complementares;
III - Leis ordinárias;
IV - Leis delegadas;
V - Medidas provisórias;
VI - Decretos legislativos;
VII - Resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação das leis.

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Verifica-se, pela ordem exposta no citado art. 59 da CF/88, que existe uma
hierarquia de normas.
Se a norma mais importante é a Constituição Federal, a emenda à Cons-
tituição é a segunda norma em importância no nosso ordenamento jurídi-
co, e assim sucessivamente, ou seja, leis complementares, leis ordinárias,
leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Assim, você irá pensar: se existe uma hierarquia, devo cumprir somen-
te as normas mais importantes?
De fato, se existir um conflito entre uma norma menos importante e
uma norma mais importante, a norma de maior importância é que deve
ser seguida.
Mas isto não quer dizer que as normas de menor importância, não devem
ser seguidas. As normas de menor importância devem ser sempre seguidas,
desde que não contrariem a Constituição Federal de 1988, por exemplo e/ou
que favoreçam a pessoa, como exemplo, uma convenção coletiva.

Figura 02. Pirâmide
representando
a hierarquia
das normas.

10. Processo legislativo


Processo legislativo é o conjunto de exigências e procedimentos para
a elaboração das leis, sendo responsabilidade do Poder Legislativo, da
União, dos Estados e Distrito Federal e Municípios.
No Brasil, embora o Executivo e o Judiciário também possam, excep-
cionalmente, redigir leis, no caso do Governo Federal, a palavra final cabe
sempre ao Congresso Nacional.
E como analisado no item anterior, a hierarquia das leis, de acordo com
a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 59 prescreve: o processo
legislativo compreende a elaboração de: “I - emendas à Constituição; II - leis
complementares, III - leis ordinárias, IV - leis delegadas, V- medidas provisó-
rias, VI - decretos legislativos e VII - resoluções”.
Assim, vamos verificar cada uma delas, para entender melhor o mundo
das normas.

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10.1. Emendas à Constituição
De acordo com o art. 60 da Constituição Federal de 1988, o texto
constitucional poderá ser emendado mediante proposta, desde que aten-
didos a certos requisitos, previstos na legislação. Observe que os requisi-
tos para reformar a Constituição:
ACF/88 -Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, ma-
nifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Podemos dizer que a emenda à Constituição é um processo formal, esta-


belecido pela própria Constituição, para que se possa reformar o conteú-
do constitucional.
Tais formalidades são importantes de serem seguidas, devido à impor-
tância do texto constitucional.
Isso explica a necessidade de uma proposta de emenda à Constituição
necessitar de, por exemplo, de mais da metade das Assembleias Legisla-
tivas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros.
Dentro desse contexto temos 2 indagações importantes a fazer:

10.1.1. Será possível reformar qualquer parte da Constituição?


A Constituição Federal de 1988 admite duas modalidades de alteração
constitucional: Formal e Informal.
→→ Formal (reforma constitucional): Revisão Constitucional (art. 3º,
ADCT) e Emenda Constitucional (art. 60, CF/88).
Nessa modalidade “formal”, a Revisão Constitucional (CF/88 - artigo
3º - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT) foi realizada
após cinco anos (em 1993) da promulgação da Carta Magna.

Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promul-
gação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso
Nacional, em sessão unicameral.

E, portanto, não pode mais ser realizada a Revisão Constitucional de 1988.


Atualmente, o único modo formal de alterar a Constituição de 1988 é atra-
vés de Emendas Constitucionais, ou seja, conforme art. 60 da CF/88:
CF/88 - Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

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I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, ma-
nifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Como exemplo de alteração por Emenda Constitucional, temos a Reforma


da Previdência.
→→ Informal (mutação Constitucional): ”é o processo informal de mu-
dança da Constituição, pelo qual são atribuídos novos sentidos à ela.
Ou seja, conteúdos até então não ressaltados à letra da Constitui-
ção, seja através da interpretação, em suas diversas modalidades e
métodos ou por intermédio da construção, e ainda, como dos usos
e dos costumes constitucionais” (Fonte: Jusbrasil - Modalidades de
Alteração da Constituição).

10.1.2. A outra questão: a alteração (emenda) da


Constituição pode ser feita a qualquer momento?
Conforme artigo 60 § 1º da CF/88, a emenda não poderá ser votada quan-
do houver: Intervenção Federal, Estado de Defesa e Estado de Sítio
que são situações em que há limitações de alguns Direitos.
Vamos entender um pouco mais destes termos:

Intervenção Federal
É a União Intervindo num Estado, nas situações previstas no art. 34
da Constituição Federal de 1988, a saber: manter a integridade nacional;
repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; garantir o livre
exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; reorganizar
as finanças da unidade da Federação.
Como se vê, pelo exposto acima, é uma medida de exceção.

Estado de defesa
O Estado de Defesa é decretado pelo Presidente da República, para
preservar ou restabelecer de imediato, a ordem pública ou a paz social, em
certos locais, ameaçadas por grave instabilidade institucional ou atingidas
por calamidades de grandes proporções na natureza. Está previsto no art.
136 da Constituição Federal.
O Estado de Defesa deve durar um determinado tempo não será
superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período.

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Deve atuar sobre um determinado local e deve indicar quais as medidas
coercitivas serão adotadas, tais como a restrição ao direito de reunião.
Essa medida é proteção do Estado, razão pela qual alguns direitos
individuais são suprimidos, tal como foi visto.
É necessária a submissão do ato que decretou o Estado de Defesa ou a
sua prorrogação ao Conselho da República (art. 89 CF/88) e o Conselho de
Defesa Nacional (art. 91 CF/88).

Estado de sítio
De acordo com o artigo 137 da CF/88, o Presidente da República pode,
ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, soli-
citar ao Congresso Nacional autorização para decretar o Estado de Sítio
nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa e
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira.
No caso do inciso I - comoção grave, a duração do Estado de Sítio não
poderá ser decretada por mais de trinta dias, nem prorrogada, de cada
vez, por prazo superior (CF/88 art. 138 §1º).
Na vigência do Estado de Sítio, no caso de comoção nacional grave, as
medidas que poderão ser tomadas contra as pessoas serão: a obrigação
de permanência em localidade determinada, a detenção em edifício não
destinado a acusados ou condenados por crimes comuns, as restrições
relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunica-
ções, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão
e televisão, a suspensão da liberdade de reunião, a busca e apreensão em
domicílio, a intervenção nas empresas de serviços públicos e a requisição
de bens (art. 139 CF/88).
No caso do inciso II - declaração de Estado de Guerra, poderá ser
decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão arma-
da estrangeira, vigorando com medidas específicas e áreas abrangidas
(CF/88 art. 138 §1º).
O Estado de Sítio é uma medida das mais extremas na proteção do
Estado Nacional.

ATENÇÃO
O Conselho da República (art. 89 CF/88) é o órgão superior
de consulta do Presidente da República, no qual participam:
I - O Vice-presidente da República;

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II - O Presidente da Câmara dos Deputados;
III - O Presidente do Senado Federal;
IV - Os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
Deputados;
V - Os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - O Ministro da Justiça;
VII - Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e
cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente
da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três
anos, vedada a recondução.
O Conselho de Defesa Nacional (art. 91 CF/88) é o ór-
gão de consulta do Presidente da República nos assuntos
relacionados à soberania nacional e à defesa do Estado de-
mocrático. Dele participam como membros natos:
I - O Vice-presidente da República;
II - O Presidente da Câmara dos Deputados;
III - O Presidente do Senado Federal;
IV - O Ministro da Justiça;
V - O Ministro de Estado da Defesa;
VI - O Ministro das Relações Exteriores;
VII - O Ministro do Planejamento.
VIII - Os Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae-
ronáutica.

10.2. DAS DEMAIS DEFINIÇÕES DO ARTIGO 59


DA CF/88 - DO PROCESSO LEGISLATIVO.
Depois de definirmos no item anterior, sobre as “emendas à Constituição”
e os temas ligados à ela, vamos abaixo, de forma resumida, definir os de-
mais itens do artigo 59 da CF/88: “O processo legislativo compreende a ela-
boração de: “I - emendas à Constituição; II - leis complementares, III - leis
ordinárias, IV - leis delegadas, V- medidas provisórias, VI - decretos
legislativos e VII - resoluções”.
a. A Lei complementar aborda as matérias que estão previstas pela
Constituição Federal e exige a maioria absoluta para ser aprovada
(art. 47 e 69 CF/88).
b. As Leis ordinárias poderão abordar quaisquer matérias, desde que
estas não estejam reservadas à lei complementar, aos decretos le-
gislativos a às resoluções. É exigido a maioria simples para ser apro-
vada.

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c. Leis Delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que
deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional (art. 68 CF/88),
relatando o assunto que se irá legislar. Segundo dicionário jurídico,
a lei delegada é equiparada à lei ordinária. Depois de criada a lei
pelo chefe do executivo, ela é remetida ao legislativo para avaliação
e aprovação. A Lei Delegada tem restrições e não pode ter como
seu objeto, por exemplo, as seguintes matérias: a) atos de compe-
tência exclusiva do Congresso Nacional; b) matéria reservada a lei
complementar; c) legislação sobre planos plurianuais; d) diretrizes
orçamentárias e orçamentos.
d. Medida Provisória - MP é um instrumento com força de lei, adotado
pelo Presidente da República, em casos de relevância e urgência. Ela
produz efeitos imediatos, mas depende de aprovação do Congresso
Nacional para transformação definitiva em lei. Seu prazo de vigência
é de sessenta dias, prorrogáveis uma vez por igual período. Se não
for aprovada no prazo de 45 dias, contados da sua publicação, a MP
tranca a pauta de votações da Casa em que se encontrar (Câmara ou
Senado) até que seja votada. Neste caso, a Câmara só pode votar al-
guns tipos de proposição em sessão extraordinária. Tal medida está
prevista no art. 62 da CF/88.
e. Decreto Legislativo, conforme observado nos arts. 49 e 62, § 3º da
CF/88, tem como objeto, matérias apontadas como de competência
exclusiva do Congresso Nacional. Podemos citar como exemplo, as
relações jurídicas decorrentes de Medida Provisória não convertida
em lei, que deverá o Congresso Nacional disciplinar, por decreto le-
gislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
f. Resolução são atos administrativos normativos que partem de au-
toridade superior, mas não do chefe do executivo, através das quais
disciplinam matéria de sua competência específica. As resoluções não
podem contrariar os regulamentos e os regimentos, mas explicá-los.

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ANTENA
PARABÓLICA
Leia o texto a seguir: Ética, Moral e Direito de José Ro-
1. GOLDIM, J. R. berto Goldim 1:
Ética, Moral e
Direito. Disponível
em: <http://www.
bioetica.ufrgs.br/ É extremamente importante saber diferenciar a Ética da
eticmor.htm> [2003]. Moral e do Direito. Estas três áreas de conhecimento se
Acesso em:06/2012.
distinguem, porém, têm grandes vínculos e até mesmo
sobreposições. (…)
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pes-
soa, como uma forma de garantir o seu bem-viver. (…)
O Direito busca estabelecer o regramento de uma socie-
dade delimitada pelas fronteiras do Estado. (…)
Alguns autores afirmam que o Direito é um subconjun-
to da Moral. Esta perspectiva pode gerar a conclusão de
que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situa-
ções demonstram a existência de conflitos entre a moral
e o Direito. A desobediência civil ocorre quando argu-
mentos morais impedem que uma pessoa acate uma
determinada lei. Este é um exemplo de que a Moral e o
Direito, apesar de referirem-se a uma mesma sociedade,
podem ter perspectivas discordantes.
A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos
objetivos da Ética é a busca de justificativas para as re-
gras propostas pela Moral e pelo Direito.
Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não
estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é
que a caracteriza.
E agora, José?
Nesta Unidade na Parte I, você aprendeu a conhecer o
Direito, desde a sua origem até compreender a Ciência
do Direito.
A partir destas bases teóricas e com vistas à sua apli-
cação prática, você irá se aprofundar nas normas que
compõem o nosso Direito.
Aprendemos nesta unidade que o Direito regula a
vida em sociedade, imprime uma direção e a transforma,
visando o bem comum e Justiça.
Que Direito, moral e ética são coisas distintas. E que
o Direito foi influenciado pela religião e ainda é até hoje.
Que sempre que os homens desejaram viver em socie-
dade, era e será sempre necessário estabelecer regras.
Destacamos que o ser humano, a todo tempo questio-
na e altera a realidade que vive, modificando a sociedade
através das regras que se impõem.
Aprendemos que o ser humano está em constante
modificação e que representa a síntese de todos os ele-
mentos do Universo, sejam eles materiais e espirituais.
Compreendemos que a Ciência do Direito é uma ci-
ência social e que a Ciência do Direito não se confunde
com o Direito. A Ciência do Direito descreve e estuda o
Direito.
Sabemos que a elaboração da regra jurídica depende
das necessidades da sociedade, que vão se modificando
com o curso do tempo e que o Direito prescreve uma
norma para o futuro: é o “dever-ser”.
Lembramos que o nosso Direito provém do Direito
Romano.
Concluímos que o objetivo do Direito é regular a vida
humana em sociedade, visando à paz e a ordem social,
atingindo, também as relações individuais.
Sabemos que os direitos das pessoas se entrelaçam,
formando direitos e obrigações recíprocas. E que o en-
trelaçamento é necessário para manter a sociedade co-
esa, vivendo de acordo com os valores mais elevados de
convivência.
Conhecemos por fim, os diversos símbolos do Direito
/ Justiça, seus conceitos e significados.
Na Parte II, você aprendeu a conhecer os Fundamen-
tos do Direito, compreendendo e o modo como pode ser
elaborado as leis.
Você conheceu os sistemas jurídicos existentes no
mundo e aqueles que seguimos no Brasil.
Tratamos de conhecer que as normas têm eficácia em
certo tempo e em certo espaço de atuação e valendo até
que outra norma entre em vigor.
Conhecemos os conceitos de globalização e a sua in-
fluência no Direito.
Aprendemos que o ordenamento jurídico organiza a
vida em sociedade e que é importante a publicidade das
normas, para que as pessoas possam cumpri-las.
Entendemos que as normas precisam ser interpreta-
das para serem cumpridas e aprendemos sobre a hierar-
quia das leis.
Mostramos que o Direito evolui, conforme evolui a so-
ciedade.
A partir destas bases teóricas e com vistas à sua apli-
cação prática, você irá se aprofundar nas normas que
compõem o nosso Direito.
Na próxima Unidade iremos conhecer as fontes e as
formas de expressão do Direito.
Glossário
Bem comum: pode ser entendido como o res- Hamurabi: Rei da Mesopotâmia que viveu em
peito à dignidade que cada ser humano pos- 1750 a.C.
sui, independentemente de sua condição so- Iniciativa popular: é a faculdade que a pessoa
cial, de sua cor da pele, do seu sexo, de sua tem de propor um projeto de lei. Pode ser
idade, de sua orientação sexual e política e proveniente de uma pessoa ou órgão. O §
de sua convicção religiosa. 2º (leia-se parágrafo segundo) do art. 61 da
Ciência do Direito: conhecimento dos fatos Constituição Federal de 1988 admite que
que têm importância jurídica ordenados lo- a iniciativa popular pode ser exercida pela
gicamente, formando um conjunto de ideias. apresentação à Câmara dos Deputados de
Civilização: sociedade humana com desen- projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do
volvi- mento intelectual, cultural e material, eleitorado nacional, distribuído pelo menos
nas artes e nas ciências, que utiliza a escrita por cinco Estados, com não menos de 0,3%
e pos- sui instituições políticas e sociais com- dos eleitores de cada um deles. A lei disporá
plexas. sobre a iniciativa popular no processo legisla-
Código de Hamurabi: primeiros códigos de leis tivo estadual (§ 4º do art. 27 da Constituição
de que temos conhecimento. Federal). O projeto de Lei é estudado e discu-
Diké: deusa da justiça, filha de Zeus, senhor dos tido. São apresentadas emendas, voltando
céus, deus supremo da mitologia grega e de projeto à Casa de origem.
Themis, deusa da lei e da ordem, da justiça e Iustitia: deusa romana da justiça.
protetora dos oprimidos. Moral: pode ser entendida como o conjunto de
Direito romano: é o complexo de normas vi- costumes de uma sociedade.
gentes em Roma, desde a sua lendária fun- Semântica: estudo da mudança da significação
dação no Século VIII a.C. até a codificação de das palavras no tempo e no espaço.
Justiniano no século VI d. C. Utopia: é o título dado por Thomas More a uma
Ética: estuda e realiza uma reflexão sobre as obra sua escrita em latim ao redor de 1516
ações e o comportamento humano. que descrevia uma sociedade perfeita.

Referências
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