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CONTÉUDO PROGRAMÁTICO.
Sujeitos de direitos; Direitos da personalidade: Direito ao próprio corpo. Começo da
personalidade e a condição do nascituro; personalidade jurídica; Pessoas naturais:
estado e capacidade; incapacidades; emancipação.
DAS PESSOAS
Inicialmente vamos conferir o significado da palavra PESSOA. Pessoa vem do latim persona,
que significa ressoar.
Sob o prisma do Direito, Pessoa é o ente a que se atribuem direitos e obrigações, ou seja, é
sinônimo de sujeito dos direitos.
Todo ser humano é pessoa, pois não há homem que seja excluído da atividade jurídica, assim,
todas as criaturas humanas são portadoras de direitos. O detalhe é que certas criações sociais também
participam da vida jurídica como sujeitos dos direitos, isto é, como pessoas. Por isso existem duas
categorias de pessoas: as naturais e as jurídicas ( esta última veremos mais adiante ).
A pessoa natural, nosso primeiro tópico, também é conhecida como pessoa física, pessoa
individual ou pessoa singular. Trata-se do ser humano, o homem. Homem este possuidor de
capacidade para adquirir direitos e assumir obrigações, bastando para isso, que tenha nascido com
vida. Ao nascer com vida existe-se como pessoa.
Na qualidade de pessoa natural existe, como atributo, um conjunto de faculdades e de direitos
em potencial, formando o que podemos chamar de capacidade de direito. Alguns autores chamam esta
capacidade de direito pelo nome de personalidade.
Personalidade e Capacidade
- ABSOLUTA – acarreta a proibição total do exercício, por si só, do direito; o ato somente
poderá ser praticado pelo representante legal (representação - o incapaz não participa do ato, que é
praticado somente por seu representante; somente este assina o ato) do absolutamente incapaz, sob
pena de nulidade.
- RELATIVA – permite que o incapaz pratique atos da vida civil, desde que assistido
(assistência - reconhece-se ao incapaz certo discernimento e, portanto, ele é quem pratica o ato, mas
não sozinho, e sim acompanhado, isto é, assistido por seu representante; ambos assinam o ato), sob
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pena de anulabilidade; certos atos, porém, pode praticar sem a assistência de seu representante legal,
como ser testemunha (CC, art. 228, I), aceitar mandato(art. 666, CC), fazer testamento(art. 1860,
Parágrafo único, CC), exercer empregos públicos, casar, ser eleitor, celebrar contrato de trabalho etc.
CAPACIDADE DE FATO.
A capacidade de direito ou personalidade exprime a faculdade ou possibilidade de ter direitos,
mas o poder de exercê-los depende da capacidade de fato.
Esclarecemos melhor ao dizer que as pessoas podem ter a capacidade de direito sem que, por
isso, tenham a capacidade de fato. Por exemplo, o recém nascido e o louco têm a capacidade de direito
(personalidade civil) mas não detêm a capacidade de fato pois não podem exercer por si os direitos de
que são titulares.
Resumindo: a capacidade de fato ou exercício é a aptidão da pessoa para exercer por si
mesma os atos da vida civil, os direitos de que é titular. Essa aptidão para o exercício dos direitos
requer certas qualidades da pessoa, sem o que ela não terá a capacidade de fato. Daí resulta a
incapacidade das pessoas, que pode ser absoluta ou relativa.
CAPACIDADE PROFISSIONAL
É a capacidade especial para prática de atos do direito privado, regulados pelo direito do
trabalho, em que o indivíduo é considerado plenamente capaz antes da maioridade e apto para o
exercício dos direitos trabalhistas (CF, art. 6º, XXXIII- Trabalho Noturno, Insalubre e perigoso= + de
18 anos; proibição de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de Aprendiz= + de
14 anos).
Absolutamente incapazes.
A incapacidade absoluta priva a pessoa de exercer por si mesma qualquer ato da vida civil. De
acordo com o artigo 3º “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o
discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
Relativamente incapazes.
Tais incapazes intervêm por si mesmos nos atos da vida civil em que são interessados, mas
assistidos por outrem que lhes completa a manifestação da vontade para que ela seja eficaz.
Enumeremos os casos de incapacidade relativa de acordo com o nosso Código Civil:
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o
discernimento reduzido;
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III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
Nosso Código Civil não define o que seja Pródigo. Pode-se considerar pródigo aquele que gasta
desordenadamente e destrói a sua fortuna. Eles são relativamente incapazes, dependendo o caso de
constatação judicial, quando então o juiz nomeará um curador a esse incapaz, que só o será
relativamente a certos atos.
No CC/1916, os últimos relativamente incapazes a que se referia o código eram os silvícolas.
A palavra silvícola indica os habitantes das selvas, que aí nasceram e se criaram, ficando
alheios à civilização social. Quando os silvícolas são adaptados à civilização cessa-se essa
incapacidade. Enquanto ela durar eles serão assistidos por um curador.
O preso e o falido não são incluídos expressamente no artigo como pessoas incapazes. Todavia,
sofrem restrições no exercício de certos atos, embora não lhes seja nomeado um curador. As restrições
que lhes são impostas decorrem da situação jurídico-penal e financeira em que temporariamente se
encontram. Assim, o preso ficará sujeito às restrições previstas. O falido, desde a decretação da
falência, perde o direito de administrar e de dispor de seus bens, assim como de praticar quaisquer atos
que tenham direta ou indiretamente implicação com a massa falida.
Nos casos da incapacidade, que pode ser relativa ou absoluta, devemos fazer algumas
comparações para entendermos melhor. Os incapazes absolutos são representados e os incapazes
relativos são assistidos. Na incapacidade absoluta os atos praticados são nulos e já na incapacidade
relativa os atos são anuláveis.
Diz a lei que no caso de falecimento ou ausência dos pais, ou ainda, decaindo os pais do pátrio
poder se nomeia um tutor. Já no caso de pessoas maiores de idade estão sujeitos à curatela os ébrios
habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os pródigos.
Os pais são os tutores natos dos filhos, representando enquanto impúberes e assistindo se
púberes.
Na verdade, a tutela, a curatela e o pátrio poder são os modos que dispõe nosso Código para
suprir a incapacidade das pessoas. Os menores são representados ou assistidos por seus pais e, na falta
destes, por seus tutores; os demais incapazes serão representados ou assistidos por seus curadores.
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TÉRMINO / FIM, DA PESSOA NATURAL
EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL: extingue-se nos casos de:
Evidentemente que ocorre quando a pessoa falece, ou seja, com a morte desaparece a
personalidade humana. A morte pode ser real ou presumida pela lei, quando a ausência da pessoa se
prolonga por um certo lapso de tempo, sem que dela haja notícias. (vide arts. 7º e 1.167, II CPC ).
DIREITOS DA PERSONALIDADE –
Todo homem é apto para desempenhar na sociedade um papel jurídico, como sujeito de direitos e
obrigações. A personalidade é um atributo jurídico. Art. 1º CCB.
A personalidade jurídica como dissemos acima, têm-na também, os grupos de pessoas assim
constituídos na forma da lei.
A ordem jurídica admite duas espécies de pessoas juridicamente existentes, quais sejam as pessoas
físicas ou naturais, de existência real e as pessoas jurídicas, de existência ideal. Ambas são sujeitos de
direitos e obrigações.
Pública
associações
CATEGORIAS - Pessoas jurídicas Privadas sociedades
fundações, art. 44 CCB.
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a) Nascituro; é um ser em gestação, art. 1º CCB.
b) Ausente; é aquele que desaparece sem deixar notícias nem representante.
Art. 22 CCB.
c) Inexistente; é o caso do Fideicomisso. Só é possível
PERS. através de testamento art. 1951 CCB.
FICTÍCIA Trata-se de construção técnica apenas para alcançar certos
fins, onde se dilata o termo inicial ou final da vida, para que sejam protegidos
certos interesses.
- O natimorto não adquire personalidade.
TÉRMINO DA PERSONALIDADE
A personalidade civil do homem, termina com a morte real, presumida, civil e comoriência. Somente a
morte, mesmo que ficta, põe termo a personalidade.
Este assunto é do maior interesse, porque trata de determinar o momento em que se extinguiu a
personalidade, principalmente, quando duas ou mais pessoas falecem nas mesmas circunstâncias, ou
mesma ocasião, sem que se saiba quem morreu primeiro.
Chama-se este acontecimento de Comoriência art. 8º CCB, que trata da presunção de morte
simultânea, de duas ou mais pessoas nas mesmas circunstâncias.
A questão da comoriência interessa especialmente ao direito das sucessões. O domínio e a posse da
herança (princípio da saisine – art. 1.784 CCB), transmitem-se no exato momento em que se verifica
o óbito. Ex: Quando parentes sucessíveis sucumbem no mesmo acidente, a legislação orienta-se pelo
critério da simultaneidade. Neste caso, não se estabelecem relações jurídicas entre os sucumbentes e
beneficiar-se-ão os herdeiros de cada um, se existentes.
AUSÊNCIA - Juridicamente, considera-se ausente, todo aquele que desaparece do seu domicílio sem
deixar representante, art. 22 CCB.
Considera-se ausente, ainda, a pessoa de quem não se conhece o paradeiro.
A ausência, possui como traço característico, a incerteza da existência da pessoa desaparecida.
Há três períodos distintos a serem observados, em que a situação jurídica do desaparecido se modifica:
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a) direito à vida;
Direito à Integridade b) direito sobre o próprio
Física corpo.
c) direito ao cadáver; exigido pelos
sucessores.
a) direito à honra;
CLASSIFICAÇÃO b) direito à liberdade;
c) direito ao recato; proteção da vida
privada, vida íntima;
Dir. à Integridade Moral d) direito à imagem; preservação da
imagem;
e) direito ao nome;
f) direito à moral do autor; contra o deboche
público.
Os direitos de personalidade, são exercidos por meio ação, que deve ser requerida pelo próprio
ofendido, mediante indenização do dano moral, ou cominação de pena. Também podem ser
requeridos cumulativamente.
NACIONALIDADE
NATUREZA JURÍDICA - O direito de nacionalidade integra o direito público, ainda que venha
configurado entre as normas do direito civil.
Nacionalidade Primária; resulta de fato natural. Ex.: Nascimento.
Nacionalidade Secundária: resulta de fato voluntário, depois do nascimento. Ex.: Naturalização.
AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE - Primária: 1ª. pela origem sangüínea e a 2ª. pela origem
territorial.
Secundária: 1ª. Nat. ordinária - voluntária e a 2ª. Nat. extraord. - estudantes.
ESTRANGEIRO - Considera-se estrangeiro no Brasil, todo aquele que tenha nascido fora do
território nacional e que por qualquer forma prevista na Constituição, não adquira a nacionalidade.
Os estrangeiros residentes no país, gozam dos mesmos direitos e têm os mesmos deveres dos
brasileiros.
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ASILO POLÍTICO – É o recebimento de estrangeiro no território nacional, sem os requisitos de
entrada, para evitar punição em seu país de origem.
Importante: Asilo só é concedido a criminosos políticos, jamais a criminosos comuns.
EXTRADIÇÃO - É o ato pelo qual o Estado entrega um indivíduo acusado de delito e já condenado
como criminoso, à justiça de outro Estado, que o reclama e que é competente para puni-lo.
EXPULSÃO - É o modo coativo de retirar o estrangeiro do território nacional, por infração cometida
em outro e que o torna inconveniente.
É ainda, o modo de retirar o estrangeiro do território, por atividade nociva à ordem pública.
DEPORTAÇÃO - É o modo pelo qual o Estado devolve o estrangeiro ao exterior, que consiste na
saída compulsória do estrangeiro.
A deportação não decorre da prática de delitos e sim, do não cumprimento dos requisitos de entrada.
O estado civil da pessoa regula-se por preceitos de ordem pública que interessam a toda sociedade,
não podendo ser mudado por vontade do indivíduo, daí sua indivisibilidade (casado e solteiro, maior
e menor, brasileiro e estrangeiro), indisponibilidade (não pode ser objeto de comércio; renunciar a
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ser filho, mas não acarreta a impossibilidade de sua mutação) e imprescritibilidade (por ser
elemento da personalidade, não podendo desaparecer pelo decurso de prazo: nasce com a pessoa e
com ele desaparece).
AÇÕES DE ESTADO
Chamam-se de ações de estado, cuja finalidade é criar, modificar, ou desconstituir um estado, ou seja,
criar uma nova situação jurídica. Trata-se de ações especiais, também conhecidas como "prejudiciais".
Ex.: Emancipação. O novo estado resulta de sentença judicial.
Em geral, são ações personalíssimas, intransferíveis e imprescritíveis. Constitutivas e possuem
autoridade absoluta.