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DIREITO CIVIL I

PROFESSOR: ADOLFO AMARO MENDES


TERCEIRA AULA (3ª) AULA (22-AGOSTO-2.005)

CONTÉUDO PROGRAMÁTICO.
Sujeitos de direitos; Direitos da personalidade: Direito ao próprio corpo. Começo da
personalidade e a condição do nascituro; personalidade jurídica; Pessoas naturais:
estado e capacidade; incapacidades; emancipação.

DAS PESSOAS

Inicialmente vamos conferir o significado da palavra PESSOA. Pessoa vem do latim persona,
que significa ressoar.
Sob o prisma do Direito, Pessoa é o ente a que se atribuem direitos e obrigações, ou seja, é
sinônimo de sujeito dos direitos.
Todo ser humano é pessoa, pois não há homem que seja excluído da atividade jurídica, assim,
todas as criaturas humanas são portadoras de direitos. O detalhe é que certas criações sociais também
participam da vida jurídica como sujeitos dos direitos, isto é, como pessoas. Por isso existem duas
categorias de pessoas: as naturais e as jurídicas ( esta última veremos mais adiante ).
A pessoa natural, nosso primeiro tópico, também é conhecida como pessoa física, pessoa
individual ou pessoa singular. Trata-se do ser humano, o homem. Homem este possuidor de
capacidade para adquirir direitos e assumir obrigações, bastando para isso, que tenha nascido com
vida. Ao nascer com vida existe-se como pessoa.
Na qualidade de pessoa natural existe, como atributo, um conjunto de faculdades e de direitos
em potencial, formando o que podemos chamar de capacidade de direito. Alguns autores chamam esta
capacidade de direito pelo nome de personalidade.

Personalidade e Capacidade

A personalidade jurídica ou civil é o conjunto de faculdades e de direitos em estado de


potencialidade, que dão ao ser humano a aptidão para ter direitos e obrigações.
CAPACIDADE: é a medida jurídica da personalidade.
Aa que todos possuem é a capacidade de direitos (de aquisição ou de gozo ou de direito),
adquirida com o nascimento com vida, o que se constata pela respiração; nascendo com vida, a sua
existência, no tocante aos seus interesses, retroage ao momento de sua concepção;
A capacidade de fato (de exercício do direito), nem todos possuem, que é a aptidão para
exercer, por si só, os atos da vida civil.

INCAPACIDADE (é a daquele que somente tem a capacidade de direito, a capacidade é


limitada; aquele que tem a capacidade de direito e a de fato, tem capacidade plena).

- ABSOLUTA – acarreta a proibição total do exercício, por si só, do direito; o ato somente
poderá ser praticado pelo representante legal (representação - o incapaz não participa do ato, que é
praticado somente por seu representante; somente este assina o ato) do absolutamente incapaz, sob
pena de nulidade.

- os menores de 16 anos (menores impúberes)


- os loucos de todo o gênero
- os surdos-mudos que não puderem exprimir a sua vontade
- os ausentes, declarados tais por ato do juiz

- RELATIVA – permite que o incapaz pratique atos da vida civil, desde que assistido
(assistência - reconhece-se ao incapaz certo discernimento e, portanto, ele é quem pratica o ato, mas
não sozinho, e sim acompanhado, isto é, assistido por seu representante; ambos assinam o ato), sob

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pena de anulabilidade; certos atos, porém, pode praticar sem a assistência de seu representante legal,
como ser testemunha (CC, art. 228, I), aceitar mandato(art. 666, CC), fazer testamento(art. 1860,
Parágrafo único, CC), exercer empregos públicos, casar, ser eleitor, celebrar contrato de trabalho etc.

- os maiores de 16 anos e menores de 18 anos (menores púberes)


- os pródigos – é a pessoa que dissipa o seu patrimônio, desvairadamente; pode ser
submetido à curatela, se tiver cônjuge, ascendente ou descendente; ele pode praticar ,
validamente e por si só, os atos da vida civil que não envolvam o seu patrimônio.
- os silvícolas (CC/16)– são os habitantes das selvas, não integrados à civilização.

CAPACIDADE DE DIREITO OU GOZO (art. 1º, CC).


Mas quando pode se dizer que começa a capacidade de direito ou personalidade civil do
homem? Tal questão faz sentido pois, quando se inicia a personalidade, o homem se torna sujeito de
direitos. Pelo nosso Código Civil, a personalidade natural começa do nascimento com vida, reservando
ao nascituro uma expectativa de direito.
Basta que tenha vivido por um instante sequer e o ente humano adquire personalidade, sendo
considerado juridicamente uma pessoa.

CAPACIDADE DE FATO.
A capacidade de direito ou personalidade exprime a faculdade ou possibilidade de ter direitos,
mas o poder de exercê-los depende da capacidade de fato.
Esclarecemos melhor ao dizer que as pessoas podem ter a capacidade de direito sem que, por
isso, tenham a capacidade de fato. Por exemplo, o recém nascido e o louco têm a capacidade de direito
(personalidade civil) mas não detêm a capacidade de fato pois não podem exercer por si os direitos de
que são titulares.
Resumindo: a capacidade de fato ou exercício é a aptidão da pessoa para exercer por si
mesma os atos da vida civil, os direitos de que é titular. Essa aptidão para o exercício dos direitos
requer certas qualidades da pessoa, sem o que ela não terá a capacidade de fato. Daí resulta a
incapacidade das pessoas, que pode ser absoluta ou relativa.

CAPACIDADE PROFISSIONAL
É a capacidade especial para prática de atos do direito privado, regulados pelo direito do
trabalho, em que o indivíduo é considerado plenamente capaz antes da maioridade e apto para o
exercício dos direitos trabalhistas (CF, art. 6º, XXXIII- Trabalho Noturno, Insalubre e perigoso= + de
18 anos; proibição de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de Aprendiz= + de
14 anos).

Absolutamente incapazes.
A incapacidade absoluta priva a pessoa de exercer por si mesma qualquer ato da vida civil. De
acordo com o artigo 3º “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o
discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

Relativamente incapazes.
Tais incapazes intervêm por si mesmos nos atos da vida civil em que são interessados, mas
assistidos por outrem que lhes completa a manifestação da vontade para que ela seja eficaz.
Enumeremos os casos de incapacidade relativa de acordo com o nosso Código Civil:
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o
discernimento reduzido;

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III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

Nosso Código Civil não define o que seja Pródigo. Pode-se considerar pródigo aquele que gasta
desordenadamente e destrói a sua fortuna. Eles são relativamente incapazes, dependendo o caso de
constatação judicial, quando então o juiz nomeará um curador a esse incapaz, que só o será
relativamente a certos atos.
No CC/1916, os últimos relativamente incapazes a que se referia o código eram os silvícolas.
A palavra silvícola indica os habitantes das selvas, que aí nasceram e se criaram, ficando
alheios à civilização social. Quando os silvícolas são adaptados à civilização cessa-se essa
incapacidade. Enquanto ela durar eles serão assistidos por um curador.
O preso e o falido não são incluídos expressamente no artigo como pessoas incapazes. Todavia,
sofrem restrições no exercício de certos atos, embora não lhes seja nomeado um curador. As restrições
que lhes são impostas decorrem da situação jurídico-penal e financeira em que temporariamente se
encontram. Assim, o preso ficará sujeito às restrições previstas. O falido, desde a decretação da
falência, perde o direito de administrar e de dispor de seus bens, assim como de praticar quaisquer atos
que tenham direta ou indiretamente implicação com a massa falida.
Nos casos da incapacidade, que pode ser relativa ou absoluta, devemos fazer algumas
comparações para entendermos melhor. Os incapazes absolutos são representados e os incapazes
relativos são assistidos. Na incapacidade absoluta os atos praticados são nulos e já na incapacidade
relativa os atos são anuláveis.
Diz a lei que no caso de falecimento ou ausência dos pais, ou ainda, decaindo os pais do pátrio
poder se nomeia um tutor. Já no caso de pessoas maiores de idade estão sujeitos à curatela os ébrios
habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os pródigos.
Os pais são os tutores natos dos filhos, representando enquanto impúberes e assistindo se
púberes.
Na verdade, a tutela, a curatela e o pátrio poder são os modos que dispõe nosso Código para
suprir a incapacidade das pessoas. Os menores são representados ou assistidos por seus pais e, na falta
destes, por seus tutores; os demais incapazes serão representados ou assistidos por seus curadores.

COMO SE ADQUIRE A CAPACIDADE ?


A incapacidade cessa, em primeiro lugar, quando cessar a sua causa (loucura, menoridade ou
maioridade etc.) e, em segundo lugar, pela emancipação, que pode ser de três espécies:
voluntária (é a concedida por ambos os pais, se o menor tiver 16 anos cumpridos; se
divergirem entre si, a divergência deverá ser dirimida pelo juiz; tal espécie de emancipação só não
produz, segundo a jurisprudência, o efeito de isentar os pais da obrigação de indenizar as vítimas dos
atos ilícitos praticados pelo menor emancipado, para evitar emancipações maliciosas);
judicial (é a concedida por sentença, ouvido o tutor, em favor do tutelado que já completou 16
anos) e;
legal (é a decorrente de determinados fatos previstos na lei, como o casamento, o exercício de
emprego público efetivo, a colação de grau em curso superior e o estabelecimento com economia
própria, civil ou comercial).
Lembrando que a emancipação é a aquisição da capacidade de fato antes da idade legal. Ela
tem caráter irrevogável, ou seja, a pessoa que se emancipou pelo casamento não deixa de ser
emancipado ao enviuvar-se.

CAPACIDADE E O SERVIÇO MILITAR


Existe ainda um caso especial de aquisição da capacidade. Trata-se do menor que houver
completado 18 anos para ser alistado e sorteado para o serviço militar. É o que diz o art. 73 da lei
4.375, de 17/08/64: “Para efeito do serviço militar, cessará a incapacidade civil do menor, na data
em que completar 17 anos”.

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TÉRMINO / FIM, DA PESSOA NATURAL
EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL: extingue-se nos casos de:

a) morte real (CC, art. 6º, 1ª parte);


b) presumida (art. 6º, 2ª parte, 22 e 39, CPC, arts. 1.161 a 1.169); CC); a sua prova faz-se
pelo atestado de óbito ou pela justificação, em caso de catástrofe e não-encontro do corpo;
a declaração de ausência (morte presumida) somente produz efeitos patrimoniais,
permitindo a abertura da sucessão provisória e, depois, a definitiva; o ausente não é
declarado morto, nem sua mulher fica viúva (diferentemente do que ocorre com a
justificação, cuja sentença produz o mesmo efeito do atestado de óbito, permitindo o seu
registro); não há transferência de bens entre comorientes; se morrem em acidente casal sem
descendente e ascendente, sem se saber qual morreu primeiro, um não herda do outro; os
colaterais da mulher ficarão com a meação dela, enquanto os colaterais do marido ficarão
com a meação dele; mas se houvesse prova de que um faleceu pouco antes do outro, o que
viveu um pouco mais herdaria a meação do outro e, por sua morte, a transmitiria aos seus
colaterais;
c) Morte Civil: (CCom, art. 157; CC, art. 1.816)
d) Morte Simultânea ou Comoriência: (CC, art. 8º) Por fim há o caso de ocorrer a
comoriência: Pode acontecer que venham a morrer na mesma ocasião duas ou mais pessoas,
havendo entre elas relações de direito cujos efeitos pedem que se verifique qual delas
morreu em primeiro lugar. É o que se chama comoriência. Nosso código estabelece que,
nesse caso, não podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros,
presumir-se-á que morreram todos simultaneamente, conforme dispõe o art.8º do NCC.

Evidentemente que ocorre quando a pessoa falece, ou seja, com a morte desaparece a
personalidade humana. A morte pode ser real ou presumida pela lei, quando a ausência da pessoa se
prolonga por um certo lapso de tempo, sem que dela haja notícias. (vide arts. 7º e 1.167, II CPC ).

DIREITOS DA PERSONALIDADE –
Todo homem é apto para desempenhar na sociedade um papel jurídico, como sujeito de direitos e
obrigações. A personalidade é um atributo jurídico. Art. 1º CCB.
A personalidade jurídica como dissemos acima, têm-na também, os grupos de pessoas assim
constituídos na forma da lei.
A ordem jurídica admite duas espécies de pessoas juridicamente existentes, quais sejam as pessoas
físicas ou naturais, de existência real e as pessoas jurídicas, de existência ideal. Ambas são sujeitos de
direitos e obrigações.

- Pessoas naturais ou físicas;

Pública
associações
CATEGORIAS - Pessoas jurídicas Privadas sociedades
fundações, art. 44 CCB.

A peculiaridade entre uma e outra é que as distingue.

- A existência da personalidade, normalmente coincide com a duração da vida.


EXISTÊNCIA - Começa com o nascimento com vida e termina com a morte.
DURAÇÃO - Entretanto, a ordem jurídica admite a existência da personalidade em hipóteses
em que a coincidência não se verifica. É o caso das personalidades fictícias.

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a) Nascituro; é um ser em gestação, art. 1º CCB.
b) Ausente; é aquele que desaparece sem deixar notícias nem representante.
Art. 22 CCB.
c) Inexistente; é o caso do Fideicomisso. Só é possível
PERS. através de testamento art. 1951 CCB.
FICTÍCIA Trata-se de construção técnica apenas para alcançar certos
fins, onde se dilata o termo inicial ou final da vida, para que sejam protegidos
certos interesses.
- O natimorto não adquire personalidade.

TÉRMINO DA PERSONALIDADE
A personalidade civil do homem, termina com a morte real, presumida, civil e comoriência. Somente a
morte, mesmo que ficta, põe termo a personalidade.
Este assunto é do maior interesse, porque trata de determinar o momento em que se extinguiu a
personalidade, principalmente, quando duas ou mais pessoas falecem nas mesmas circunstâncias, ou
mesma ocasião, sem que se saiba quem morreu primeiro.
Chama-se este acontecimento de Comoriência art. 8º CCB, que trata da presunção de morte
simultânea, de duas ou mais pessoas nas mesmas circunstâncias.
A questão da comoriência interessa especialmente ao direito das sucessões. O domínio e a posse da
herança (princípio da saisine – art. 1.784 CCB), transmitem-se no exato momento em que se verifica
o óbito. Ex: Quando parentes sucessíveis sucumbem no mesmo acidente, a legislação orienta-se pelo
critério da simultaneidade. Neste caso, não se estabelecem relações jurídicas entre os sucumbentes e
beneficiar-se-ão os herdeiros de cada um, se existentes.

AUSÊNCIA - Juridicamente, considera-se ausente, todo aquele que desaparece do seu domicílio sem
deixar representante, art. 22 CCB.
Considera-se ausente, ainda, a pessoa de quem não se conhece o paradeiro.
A ausência, possui como traço característico, a incerteza da existência da pessoa desaparecida.
Há três períodos distintos a serem observados, em que a situação jurídica do desaparecido se modifica:

Ausência presumida - período inicial, a conveniência e a conservação do


patrimônio, sugerem a nomeação de um curador provisório para regê-lo. É a fase
preparatória;
PERÍODOS Ausência declarada momento em que se busca a declaração judicial da ausência e
a abertura da sucessão provisória, art. 26.
Morte presumida é quando o juiz declara judicialmente a morte presumida e abre
a sucessão definitiva, art. 37 e 38 CCB.

A sucessão provisória é em síntese, uma sucessão resolúvel.


Os bens conservam-se em seu patrimônio enquanto perdurar a situação de pendência, porém, a
titularidade passa para os herdeiros legítimos ou testamentários investidos na posse provisória. A prova
do óbito converte a posse provisória em definitiva.
A personalidade define-se por particularidades que em conjunto a individualizam.

DIREITOS “DA PERSONALIDADE” (arts 11 usque 21, CCB)


São direitos considerados essenciais ao desenvolvimento da pessoa humana, disciplinados pelo Código
Civil, como direitos absolutos, art. 11 a 15 CCB.
Direitos de personalidade, são extra patrimoniais, intransferíveis, imprescritíveis, impenhoráveis,
vitalícios e necessários.
Por sua natureza, opõem-se contra todos (eficácia erga onmes), implicando o dever geral de
abstenção.
Não são suscetíveis de avaliação econômica, embora possam constituir-se como objeto de negócio
jurídico patrimonial, ou mesmo, objeto a indenização por lesão a qualquer deles.
São direitos que nascem e extinguem-se com a pessoa.
De seu teor extra-patrimonial, decorre a impossibilidade de execução.
São impenhoráveis e imprescritíveis, não se extinguindo pelo não uso durante certo prazo.

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a) direito à vida;
Direito à Integridade b) direito sobre o próprio
Física corpo.
c) direito ao cadáver; exigido pelos
sucessores.

a) direito à honra;
CLASSIFICAÇÃO b) direito à liberdade;
c) direito ao recato; proteção da vida
privada, vida íntima;
Dir. à Integridade Moral d) direito à imagem; preservação da
imagem;
e) direito ao nome;
f) direito à moral do autor; contra o deboche
público.

Os direitos de personalidade, são exercidos por meio ação, que deve ser requerida pelo próprio
ofendido, mediante indenização do dano moral, ou cominação de pena. Também podem ser
requeridos cumulativamente.

NACIONALIDADE

NACIONALIDADE - É o vínculo jurídico-político de direito público interno, que faz da pessoa um


dos componentes da dimensão pessoal do Estado, na opinião de Pontes de Miranda.
Nacional, é o brasileiro nato ou naturalizado, aquele que se vincula pelo nascimento, ou naturalização,
cujo conjunto forma o povo.
Cidadão, é o nacional no gozo dos seus direitos políticos.

NATUREZA JURÍDICA - O direito de nacionalidade integra o direito público, ainda que venha
configurado entre as normas do direito civil.
Nacionalidade Primária; resulta de fato natural. Ex.: Nascimento.
Nacionalidade Secundária: resulta de fato voluntário, depois do nascimento. Ex.: Naturalização.

AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE - Primária: 1ª. pela origem sangüínea e a 2ª. pela origem
territorial.
Secundária: 1ª. Nat. ordinária - voluntária e a 2ª. Nat. extraord. - estudantes.

CIDADANIA - É o atributo político inerente, decorrente do direito de participar do governo.


É ainda, a qualidade daqueles que estão no gozo dos seus direitos políticos.
No direito brasileiro, só o indivíduo é titular de direitos.
Adquire-se a cidadania, mediante o alistamento eleitoral.
O eleitor é cidadão e titular da cidadania.
Cidadania, é o atributo jurídico-político que o nacional adquire no momento em que se torna eleitor,
Art. 12 da Constituição.

ESTRANGEIRO - Considera-se estrangeiro no Brasil, todo aquele que tenha nascido fora do
território nacional e que por qualquer forma prevista na Constituição, não adquira a nacionalidade.
Os estrangeiros residentes no país, gozam dos mesmos direitos e têm os mesmos deveres dos
brasileiros.

1ª. Visto de entrada


Condições de entrada: 2ª. Visto de permanência
3ª. Visto de saída

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ASILO POLÍTICO – É o recebimento de estrangeiro no território nacional, sem os requisitos de
entrada, para evitar punição em seu país de origem.
Importante: Asilo só é concedido a criminosos políticos, jamais a criminosos comuns.

EXTRADIÇÃO - É o ato pelo qual o Estado entrega um indivíduo acusado de delito e já condenado
como criminoso, à justiça de outro Estado, que o reclama e que é competente para puni-lo.

EXPULSÃO - É o modo coativo de retirar o estrangeiro do território nacional, por infração cometida
em outro e que o torna inconveniente.
É ainda, o modo de retirar o estrangeiro do território, por atividade nociva à ordem pública.

DEPORTAÇÃO - É o modo pelo qual o Estado devolve o estrangeiro ao exterior, que consiste na
saída compulsória do estrangeiro.
A deportação não decorre da prática de delitos e sim, do não cumprimento dos requisitos de entrada.

O nome, que identifica a pessoa, art. 16 CCB.


O estado, que identifica sua posição familiar,
INDIVIDUALIZAÇÃO social e civil, art. 3º e 4º CCB.
O domicílio, o lugar de sua atividade principal/ social, art. 70 CCB.

ESTADO DA PESSOA NATURAL/FÍSICA


Estado ou Status, é a noção técnica destinada a caracterizar a posição jurídica da pessoa no meio
social. É seu modo particular de existir, que pode ser encarado sob os aspectos individual ou físico,
familiar e político.
É a situação do indivíduo na sociedade política e na família.
É uma qualificação que encerra elementos de individualização da personalidade.

1º Estado Político – qualidade jurídica que advém da posição da pessoa: nacionais


- natos e naturalizados estrangeiros - pertencentes ao direito internacional privado;
2º Estado Familiar – Indica a sua situação na família: casado, solteiro, separado,
divorciado, cônjuge e parentesco consangüíneo e afim. No parentesco, o estado
difere segundo o grau e a distância entre as gerações;
São parentes consangüíneos: pai, mãe, filho, avô, netos, irmãos, tios, primos e
sobrinhos.
ESPÉCIES tios, primos e sobrinhos.
São parentes afins: sogro, genro, nora, cunhados, madrasta, padrasto, enteado,
enteada.
O estado familiar, civil e de parente, cria inúmeros direitos e deveres, dependendo
do grau e da fonte.
3º Estado Individual - é a condição física do indivíduo e sobre ele

a) a idade; pessoas maiores ou menores de 18 anos


atuam: b) o sexo; homens e mulheres
c) a saúde; sãos ou insanos

1º. Indivisibilidade; o estado é uno e indivisível, ninguém pode ter ao


mesmo tempo, estados opostos. Ex.: Estar solteiro e casado, maior
e menor ao mesmo tempo.
2º. Indisponibilidade; a proibição de dispor do estado não implica,
contudo, na impossibilidade de sua variação. Porque determinados
estados comportam mudança. Ex.: Casar, separar-se etc..
CARACTERÍSTICAS 3º. Imprescritibilidade; pelo decurso de tempo, ninguém perde ou
adquire o estado.

O estado civil da pessoa regula-se por preceitos de ordem pública que interessam a toda sociedade,
não podendo ser mudado por vontade do indivíduo, daí sua indivisibilidade (casado e solteiro, maior
e menor, brasileiro e estrangeiro), indisponibilidade (não pode ser objeto de comércio; renunciar a

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ser filho, mas não acarreta a impossibilidade de sua mutação) e imprescritibilidade (por ser
elemento da personalidade, não podendo desaparecer pelo decurso de prazo: nasce com a pessoa e
com ele desaparece).

AÇÕES DE ESTADO
Chamam-se de ações de estado, cuja finalidade é criar, modificar, ou desconstituir um estado, ou seja,
criar uma nova situação jurídica. Trata-se de ações especiais, também conhecidas como "prejudiciais".
Ex.: Emancipação. O novo estado resulta de sentença judicial.
Em geral, são ações personalíssimas, intransferíveis e imprescritíveis. Constitutivas e possuem
autoridade absoluta.

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