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Meios de Suprimento de Incapacidades


Designa-se por meios de suprimento de incapacidades as situações jurídicas que
permitem resolver problemas técnico-jurídicos emergentes ou nascentes de uma
situação de incapacidade. Esses meios compreendem o poder paternal, a tutela, a
emancipação, a administração de bens e a família de bens de acolhimento.

Poder Parental

 Âmbito

Nos termos do artigo 283 da lei nº. 10 ̸ 2004, de 25 de Agosto (Lei da Família), os filhos
estão sujeitos ao poder paternal até atingir a maioridade ou forem emancipados.

 Conteúdo do poder paternal

Nos termos do artigo 264, lei nº 10 ̸ 2004 de 25 de Agosto, o poder parental consiste no
especial dever que incumbe aos pais, no superior interesse dos filhos, garantir a sua
protecção, saúde, segurança e sustento, orientando a sua educação e promovendo o seu
desenvolvimento harmonioso. O poder paternal inclui igualmente a representação dos
filhos menores, ainda que nascituros, bem como a administração dos seus bens.
Relativamente, o regime consta do artigo 286 da lei nº 10 ̸ 2014. Nos termos deste
preceito legal, se na data em que o seu filho atingir a maioridade ou for emancipado e
não tiver completado a sua instrução mantém-se a obrigação referida no artigo 285, na
medida do que se mostra razoável e pelo período de tempo requerido para que seja
completado a respectiva formação. Os pais estão igualmente obrigados a promover ao
sustento dos filhos e assumir as despesas relativas a sua segurança, educação ate que
eles estejam legalmente de suportar através do produto do seu próprio trabalho ou de
outros rendimentos. O poder parental e irrenunciável. Os pais não podem renunciar ao
poder paternal nem a qualquer dos direitos e deveres que aquele especialmente lhes
confere, sem prejuízo do que a lei nº 10 ̸ 2004 estabelece acerca da família de
acolhimento ou adaptação.

 Tutela

A tutela é o meio de suprimento de poder paternal. Deve ser instaurada sempre que se
verifique alguma das situações previstas no artigo 330 da lei nº 10 ̸ 2004. Estão nela
integrado o tutor, o protutor, o conselho da família e, como órgão de controlo e
vigilância, de tribunal de menores. O menor está obrigatoriamente sujeito a tutela se os
pais estiverem falecidos, estiverem inibidos do exercício do poder paternal, quanto a
regência do seu filho ou da pessoa.

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O Tutor – órgão executivo da tutela, tem poder de representação abrangendo, em


princípio, tal como os do pai, a generalidade da esfera jurídica do menor. (ver o artigo
370 da lei 10 ̸ 2004). O poder tutelar e, todavia, menos amplo que o poder paternal.

 Modo de constituição de Tutela

Para se constituir uma tutela é necessário requerer ao ministério publico por via de uma
sentença judicial. A tutela é exercida por um Tutor sob controlo do tribunal, e fazem
parte da tutela os ascendentes colaterais até ao quarto grau do menor.

 Órgãos de Tutela

A tutela é exercida por um tutor ajudado pelo conselho da família. O cargo de tutor é
obrigatório uma vez aceite não pode ser recusado, salvo por meio legitimo, devidamente
comprovado pelo tribunal.

 Término da Tutela

Quando o menor em causa atingir a maioridade, emancipação, adopção, termo da


inibição do poder parental, cessação de impedimento dos pais, estabelecimento da
maternidade ou paternidade, e a cessação da incapacidade ou da interdição (ver o artigo
373 da Lei 10 ̸ 2004) tem como encerrada a sua tutela e começa a responder por si
próprio.

 Emancipação

Noção

Emancipação significa o acto de tornar livre ou independente.

 Emancipação do menor

Emancipação do menor é o direito do menor de administrar os seus próprios bens. É um


acto jurídico que concede a uma pessoa que não tenha atingido a maioridade, a
capacidade para a prática dos actos da vida civil, sem a tutela dos pais.

 Factos constitutivos da Emancipação

A emancipação pode resultar:

a) Do casamento do menor;
b) Da concessão do pai ou da mãe quando exercem plenamente o poder paternal;
c) Da concessão do conselho da família, na falta dos pais ou estando eles inibidos do
poder parental.

A emancipação por concessão do pai, mãe ou conselho de família só é possível com a


aquiescência do menor e depois deste haver completado 18 anos de idade.

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Salientar que a emancipação só é aplicável apenas a menores que tenham completado


18 anos de idade que exercendo todos e quaisquer tipos de actos (emancipação restrita)
não significa terem sido maiores de idade, apenas agem como se fossem maiores.

 Administração dos Bens

Noção

A instituição de administração bens, como meio de suprimento de incapacidade do


menor terá lugar coexistindo com a tutela e com o poder paternal segundo o artigo 374
da lei nº 10 ̸ 2004 de 25 de Agosto.

a) Quando os pais, mantendo a regência da pessoa do filho, foram excluídos, inibidos


ou suspensos da administração de todos os bens do menor ou de alguns deles;
b) Quando a entidade competente para designar o tutor confie a outrem, no todo ou
em partes, a administração dos bens do menor.

O administrador e o representante legal do menor nos actos relativos aos bens cuja a
administração lhe pertença e os seus poderes são idênticos ao do tutor.

 Termo da Administração dos bens

A administração de bens cessa nos mesmos termos que a tutela (ver o artigo 380 da lei
nº 10 ̸ 2004, de 25 de Agosto).

 Família de acolhimento

E um meio alternativo de suprir o poder paternal, proporcionando o menor órfão, filho


de pais incógnitos, abandonado ou desempregado a integração numa família que o
recebe e o trata como filho, ressalvadas especificidades constantes na secção da lei 10 ̸
2004 que trata da família de acolhimento.

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