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DIREITO CIVIL I

PROFESSOR: ADOLFO AMARO MENDES


SEGUNDA (2ª) AULA (15-AGOSTO-2.005)
CONTÉUDO PROGRAMÁTICO
Código Civil de 1916. Codificação e suas tentativas. Técnicas de codificação. Sistemas
jurídicos: romano-germânico, common law, Direitos socialistas; Sistemas filosóficos e
religiosos - Direito Chinês e Direito Japonês. Tentativas de reforma legislativa. A Lei de
Introdução ao Código Civil e seu objeto; Definição, vigência e conhecimento da lei; Da
aplicação direito e das lacunas da lei; Interpretação e integração da norma jurídica; Relação
jurídica e direitos subjetivos; Conflitos de leis no tempo (Direito Intertemporal) e no espaço
(Direito Internacional Privado).

DIREITO
CONCEITO — O direito constitui-se de um conjunto de normas que disciplinam a vida do
homem em sociedade, revestidas de coercibilidade física e material.
Sob o aspecto formal o Direito é norma de conduta imposta coativamente ao individuo.
Sob o aspecto material é norma para disciplinar o convívio social. O aspecto material é
composto pelos fatores sociais.

O direito é a norma das ações humanas na vida social, estabelecida por uma organização
soberana e imposta à observância de todos.
À medida que as sociedades evoluem e se organizam, a sanção, em vez de manifestar-se pelo
ofendido, manifesta-se pela autoridade constituída.
Esta impõe à norma, força coercitiva, obrigando a sua obediência e a infração à norma cogente,
provoca uma reação do poder público.
Desse modo, os preceitos de etiqueta são menos intensos que os preceitos de ordem moral e
estes mesmos intensos que os de direito, de maneira que a desobediência a qualquer um deles,
provoca uma reação sob a forma de sanção.
Ex.: Mulher de vida desregrada, provoca reação do grupo social. Por outro lado, a lei obriga o
marido a manter a família, sob pena de sanção.
Por essa razão, a essência do direito, está em seu caráter normativo e obrigatório.
O direito visa a justiça que é constituída por leis e quando possível, não depende diretamente da
moral. Embora ambos tenham por objetivo o equilíbrio perfeito do comportamento humano, tanto a
moral como direito, impõe normas de conduta que interferem na vida dos homens.
Evidencia-se dessa forma, que o homem criou o direito, porque é um ser imperfeito e que tem
necessidade de conviver com os seus semelhantes, tendo o direito o objetivo de prevenir conflitos.

DIREITO NATURAL - JUSNATURALISMO – “ARISTÓTELES” - O direito natural, tem


validade em toda parte e em todo lugar, não depende de aceitação ou não, porque baseia-se em
princípios normais. Ex.: Autoconservação.
DIREITO POSITIVO - POSITIVISMO – “AUGUSTO COMTE” - É a expressão escrita
pelo Estado e usada num determinado momento, é uma espécie de ciência que terá que se adaptar a
cada tipo de Estado. Sua característica reside no caráter normativo e obrigatório.

BENTHAN - Classifica a moral e o direito, como dois círculos concêntricos; sendo a moral,
representada pelo círculo mais amplo e contendo todas as normas reguladoras da vida em sociedade e o
direito, o círculo menor, abrangendo tão-somente aquelas normas munidas de força coercitiva do
Estado.
Tanto a moral quanto o direito, impõe normas de conduta, que interferem na vida dos homens. Direito
absoluto, é oponível contra todos, tem eficácia absoluta - "erga omnes".

JUSTIÇA - É o princípio de coordenação entre os homens e de conformidade com a lei divina.


É o princípio de comportar-se diante de todos os homens e de viver honestamente, que é o
conceito necessário para sobrevivência.

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DIVISÃO FORMAL DO DIREITO
A divisão formal ou morfológica do direito, importa em localizá-lo dentro do ordenamento
jurídico, em que se divide em:

Direito objetivo - é a norma de agir "norma agendi", através das regras


obrigatórias em que contém-se e regula-se o poder de ação individual. O direito
objetivo é a norma, seja ela a lei ou o costume.

Direito subjetivo - é a faculdade de agir "facultas agendi", trata-se da faculdade


conferida aos indivíduos, de invocar a norma a seu favor, sob a sombra do direito, a
regra jurídica. Ex.: o direito de propriedade, de buscá-lo e mantê-lo.
As pessoas travam relações na sua vida social e o que importa é definir e delinear o
poder de cada um deles frente ao seu semelhante.

DIVISÃO Direito Público - É destinado a disciplinar os interesses gerais e


coletivos, de modo que lhe compete: a organização do Estado, através do dir.
Constitucional; a disciplina de sua atividade, seus fins políticos e financeiros, a
hierarquia entre os órgãos e as relações com os seus funcionários, pelo dir.
Administrativo; a distribuição da justiça pelo dir. Judiciário; e a repressão aos
delitos através do dir. Penal.

Direito Privado - É aquele que regula as relações entre os homens, tendo em vista
o interesse particular dos indivíduos na ordem privada.
Compete ao direito privado, disciplinar os conflitos que surgem no âmbito familiar,
obrigacional, contratual, comercial, trabalhista etc.

TÉCNICA JURÍDICA
O direito realiza-se mediante processos técnicos que são: conceitos, categorias, construções,
ficções e presunções, a saber:
Conceitos - são uma abstração esquematizada que permite simplificar o entendimento das
diferentes construções e teorias.

Categorias - são os quadros em que se agrupam, por afinidade, os elementos da vida jurídica.
A relação jurídica constitui-se como básica do direito privado, e possui como elementos:

1o. Sujeito de Direito - compreende a análise das regras atinentes às pessoas físicas e
jurídicas;
2o. Objeto de Direito - abrange o exame das diversas espécies de bens e prestações; e
3o. Fato jurídicos- fato gerador, avulta a modalidade, como mais importante da
categoria.

SISTEMA JURÍDICO
A coordenação dos diversos institutos jurídicos em um todo harmônico, foram o sistema
jurídico.
Todo instituto tem no sistema seu lugar próprio e encontrá-lo, é determinar sua natureza.
A expressão instituto jurídico, usa-se ora para designar a matéria que constitui o objeto da
disciplina jurídica e ora para qualificar tais normas.

DIREITO E SUAS DIVISÕES: PRIVADO E PÚBLICO


Privado: Regula as relações entre os homens tendo em vista o interesse particular dos
indivíduos. Fazem parte os ramos de: Direito Civil, Comercial e Trabalho.
Público: Constitucional, Administrativo, Penal, Processual ou Judiciário, Direito Internacional
Público.

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LEI — Embora o estudo da lei e das disposições normativas pertença à Teoria Geral do
Direito, o conhecimento das espécies e características é indispensável ao estudo do direito civil.

Obrigatoriedade - a lei é obrigatória, todos lhe devem obediência, sua


sanção é incondicionada, no sentido de que ninguém pode deixar de
observá-la. A intensidade de sua força obrigatória, varia de acordo com a
sua finalidade.
CARACTERES Coação – O infrator está sujeito a sanção: prisão, multa, indenização.
Generalidade - o caráter de generalidade da lei, não significa que deva
aplicar-se a todos os indivíduos e sim a todos os que se encontrarem na
mesma situação.
Abstração - A lei é regra abstrata e não visa uma situação individual e
persistente, nem tampouco se exaure ao ser aplicada.

ESTRUTURA DA LEI: Na sua estrutura distinguem-se dois elementos:

a) disposição/preceito: sobre o que a lei prescreve. Ex.: transmissão.


b) sanção: a penalidade: Ex.: nulidade do ato.

CLASSIFICAÇÃO DA LEI QUANTO À:

Perpétuas - leis de vigência ilimitada. Até a revogação. Ex.: Código Civil.


DURAÇÃO
Temporárias - leis de vigência limitada, transitória. Ex.: lei do Imp. Renda,
CPMF, etc..

Comuns ou gerais - todo o ordenamento jurídico. Ex.: Código civil, etc.

Especiais - regulam critérios particulares, certas relações. Ex.: código


Comercial.

AMPLITUDE Especiais ou Excepcionais - são aquelas que regulam de modo contrário o


estabelecido na lei geral e constituem uma espécie de limitação ao direito
comum, por essa razão, não comportam interpretação extensiva. Ex.: Liberação
de recur-sos para calamidades públicas; O chefe da nação tem este poder para
deliberar em virtude da urgência que fato requer. Trata-se de privilégios de
aplicação restrita, art. 61 CF.

Coativas, Cogentes ou de Ordem Pública: Atendem diretamente ao


interesse geral, não podendo ser alteradas por convenção das
partes/particulares. são leis cogentes, de submissão incondicional, que
proíbem algum ato, sob certa sanção

Imperativas - são leis que se impõe ao agente. Ex.: regime de casamento.


Art. 1639 CCB.
À INTENSIDADE
DA COAÇÃO Permissivas/Dispositivas- são leis que permitem certa deliberação do
agente. Podem ser derrogadas por convenção das partes: Ex.: testamento.

Supletivas - são leis que não estão diretamente ligadas ao interesse da


sociedade. Elas funcionam no silêncio da vontade dos contratantes. Ex.:
escolha do regime de bens no casamento. É livre, mas terá que haver.

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Leis perfeitas - são aquelas, cuja transgressão importa em nulidade do ato,
podendo sujeitar o infrator a uma pena. Ex.: Art. 166 CCB.

Leis menos-que-perfeitas - são aquelas, que cominam sanção inadequada. Ex.:


Proibir o casamento da viúva que tiver filhos do cônjuge falecido, enquanto não
fizer o inventário.
SANÇÃO Leis imperfeitas - são de ordem moral, porque não impõe qualquer sanção aos
transgressores. O ato não sofre nulidade, nem tampouco o agente é punido. Ex.:
Proibir o casamento da viúva antes dos dez meses de falecimento do marido.

Norma geral é a lei, que possui como elementos: o preceito e a sanção.


NORMA Norma individual é o ato jurídico. A declaração de vontade.
JURÍDICA Norma cogente é aquela que por atender mais diretamente o interesse geral, não
pode ser alterada pela vontade das partes. É de ordem pública. Art. 183 CCB.

REGRA JURÍDICA
É a prescrição da lei, o artigo da lei, a forma objetiva da vontade social, manifestada
imperativamente a todos pelo Estado através do seu ordenamento jurídico.
A previsão abstrata da norma é em função de determinado fato que a lei visa tratar.

RELAÇÃO JURÍDICA
Relação jurídica é o vínculo que se estabelece entre duas ou mais pessoas, tutelado pelo
direito. É também, o nexo entre o sujeito ativo e o sujeito passivo de que resultem direitos e
obrigações. Ou ainda, o vínculo entre o sujeito e o objeto, que possui como elementos:

Elementos Sujeito - é o elemento subjetivo, que requer capacidade.


Objeto - é a coisa, ou o bem, sobre o qual incide o poder do sujeito
Fato - é o acontecimento dependente ou não da vontade humana, a que a lei atribui a
função de criar, modificar, conservar ou extinguir direitos.

ATO JURÍDICO - É a declaração de vontade, cuja finalidade é a criação, a conservação,


modificação ou a extinção de direitos individuais.
A lei também é manifestação de vontade tendente à produção de efeitos jurídicos.
A diferença está em que o ato, produz uma situação pessoal e a lei impessoal.
Entre a lei e o contrato não pode haver oposição, pois são aspectos do mesmo fenômeno e a fonte única
do direito neste caso, é o ato jurídico.

FATO JURÍDICO - É um acontecimento natural ou social, capaz de produzir efeitos


jurídicos, tornando-se relevante para o direito.

NCC.; ENTRADA EM VIGOR:


É polêmica, a data da entrada em vigor, do NCC. Entendendo alguns que entrou em vigor no
dia 10, outros no dia 11 e outros no dia 12/01/2.003.
Na verdade, entrou em vigor no dia 11/01.2003.
É que há uma incoerência (ilegalidade "vertical", diria eu) no art. 2.044 do Código Civil de
2002, por ter estabelecido o prazo de "vacatio legis" da nova norma civil utilizando o critério anual:
"um ano", na forma: "Este Código entrará em vigor 1 (um) ano após a sua publicação".
Facilmente se identifica o problema. É que o §2º do art. 8º da Lei Complementar Federal n.
95/98, alterada pela LCF n. 107/2001, determina expressamente que as leis brasileiras (todas elas)
devem estabelecer prazo de vacância em dias, somente em dias (e não em anos ou em meses), com a
cláusula "esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação".

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Não se trata de mero detalhe ou firula, pois a LCF n. 95/98, por ser complementar (arts. 59,
inciso II, e 69 da Constituição de 1988), exige quórum mais qualificado para aprovação (maioria
absoluta) e é hierarquicamente superior ao Código Civil de 2002, que não passa de lei ordinária.
Quando a Lei n. 10.406/2002 foi publicada, já estava em vigor o preceito cogente da norma
complementar federal.
Há quem discorde da idéia da existência de ilegalidade vertical, ao fundamento de que não se
dá cotejo hierárquico entre lei complementar e lei ordinária. Mas, ainda que afastada esta opção (não
de todo descartada), é preciso observar que a matéria em questão (elaboração de diplomas normativos)
tem reserva de lei complementar por expressa disposição constitucional (art. 59, parágrafo único, da
CF).
Sendo assim, o Código Civil de 2002 devia (e deve) obediência à Lei Complementar n. 95/98,
que veio a lume exatamente para regular a forma de elaboração e redação das leis nacionais, atendendo
ao comando do art. 59, parágrafo único, da Carta de 1988. Então, é patente a ilegalidade vertical entre
o art. 2.044 do novo Código Civil e o art. 8º, §2º, da LCF n. 95/98, quando o estatuto civil adotou o
critério anual, descartando o critério unificador, da contagem em dias. De qualquer modo, havendo ou
não a ilegalidade vertical, o art. 2.044 do Código Civil de 2002 terá desconsiderado matéria sujeita a
cláusula constitucional de reserva de lei complementar.
Se o art. 2.044 do Código Civil de 2002 tivesse estabelecido o prazo da vacância em dias, 365
dias, em lugar de fazê-lo em 1 (um) ano, como o fez, teríamos reduzido substancialmente (quiçá
eliminado) a polêmica em torno da exata data de início da vigência do novo Código e de outras tantas
leis ordinárias.
Pelo critério ora proposto, deve-se ler o art. 2.044 do novo Código Civil, como se tivesse
estabelecido o prazo da vacância do diploma em 365 dias (e não 1 ano). Contando-se esse prazo em
dias na forma do §1º, do art. 8º, da LCF 95/98 (com inclusão da data da publicação e do último dia do
prazo), chegamos ao dia 11 de janeiro de 2003 como de início da vigência do novo Código Civil (Lei
Federal n. 10.406/2002). São 21 dias em janeiro de 2002, 28 dias em fevereiro, 31 dias em março, 30
em abril, 31 em maio, 30 em junho, 31 em julho, 31 em agosto, 30 em setembro, 31 em outubro, 30 em
novembro e 31 em dezembro, totalizando 355 dias. Para os 365 dias da "vacatio legis", contam-se mais
dez dias em janeiro de 2003, até o dia 10, alcançando-se o marco legal ou dies ad quem, termo final de
contagem.
É fácil entender: o Código Civil de 2002 foi publicado no Diário Oficial da União de 11 de
janeiro de 2002. Os 365 dias da vacância, começando-se a contagem pelo próprio dia 11/01/2002,
inclusive, levam-nos ao dia 10 de janeiro de 2003, inclusive. Logo, aplicando-se conjuntamente os
§§1º e 2º do art. 8º, da LCF 95/98, tem-se que o dia subseqüente, 11 de janeiro de 2003, é o da entrada
em vigor do novo Código Civil, independentemente do conceito de ano civil previsto pela Lei n. 810,
de 1949.

CÓDIGOS CIVIL DE 1916 (LEI 3.071 DE 01.01.1916) E NOVO CÓDIGO


CIVIL 2.003 (LEI 10.406 DE 10.01.2002, que entrou em vigor em 11-01-2.003)

a) O CÓDIGO CIVIL 2.003 E SUAS DIVISÕES.


O Novo Código Civil brasileiro é composto de NOVE (9) LIVROS, sendo três na parte geral e
seis na parte especial. O NCC comporta duas grandes divisões: Parte geral e Parte especial. E é
antecedido pela Lei de Introdução ao Código Civil (Decreto-lei 4.675 de 04/set/1942).
A Parte Geral do NCC contém preceitos aplicáveis aos institutos disciplinados na Parte Especial
e se divide em TRÊS (03) LIVROS:
a) Livro I (arts. 1º a 78), que cuida da TEORIA DAS PESSOAS, isto é, do sujeito do direito:
define a personalidade civil, a capacidade para o exercício dos direitos, a personalidade
jurídica e o domicílio;
b) Livro II (arts. 79/103), trata da CLASSIFICAÇÃO DOS BENS, isto é, do objeto do direito e;
c) Livro III (arts. 104/232), cuida da teoria dos fatos e atos jurídicos, isto é, da relação jurídica,
da Decadência e Prescrição e da matéria atinente à Prova.

A Parte Especial do Código Civil divide-se em CINCO (05) LIVROS: a) Livro I: Direito das
Obrigações: Livro II: Direito de Empresa; Livro III: Direito das Coisas; Livro IV: Direito de
Família; Livro V: Direito das Sucessões. Tem, também o LIVRO COMPLEMENTAR (das
disposições finais e transitórias).

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b) CÓDIGO CIVIL DE 1916 E SUAS DIVISÕES.
O Código Civil de 1916 tinha apenas SETE (7) LIVROS, sendo três na parte geral e quatro na
parte especial. Também comportava duas divisões: a Parte Geral e a Parte Especial.
Continha a parte geral três livros (Livro I: das Pessoas, Livro II dos Bens e Livro III, dos Fatos
Jurídicos). A sua parte especial continha apenas QUATRO (4) LIVROS: 1) Direito de Família, 2)
Direito das Coisas, 3) Direito das Obrigações, 4) Direito das Sucessões, 5).

INOVAÇÕES DO NCC NA SUA PARTE GERAL.


O primeiro ponto a se destacar na Lei 10.406 é a menoridade, que a teor do artigo 5.o cessa aos
dezoito anos completos e não mais aos vinte e um anos como dispõe o Código vigente, ocasião em que
o sujeito fica habilitado à prática de todos os atos da vida civil. Emancipação - A antecipação da
maioridade, por óbvio, foi reduzida, nos termos do artigo 5. o, parágrafo único, I, do novo Código,
quando tiver dezesseis anos completos, pela concessão dos pais ou por sentença judicial, ouvido o
tutor.
Estão previstos, no capitulo II, nos artigos 11 a 21, as regras gerais e essenciais à plena
existência da pessoa humana. Encontram-se elencadas no novo código: a) Proteção aos direitos da
personalidade. Preceitua o artigo 11: "Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos de
personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária"; b) Proibição de atos de disposição do próprio corpo, que importe diminuição permanente
da integridade física, ou que contrariem os bons costumes, consoante dispõe o artigo 12. O parágrafo
único, deste dispositivo legal, admite o transplante, na forma estabelecida em Lei; c) Nos termos do
artigo 14, é válida a disposição gratuita do corpo, no todo ou em parte, com objetivo científico ou
altruístico, para depois da morte; d) Tutelou de forma expressa, nos termos do artigo 16, o direito ao
nome, nele compreendido o prenome e o patronímico, como já era admitido em Leis esparsas e
pela doutrina. Da mesma forma, o direito do pseudônimo (artigos 17 a 19); e) Proteção à
propriedade intelectual, a honra, a boa fama ou respeitabilidade da pessoa.
Cuidou-se de regrar, na parte geral, da curadoria dos bens do ausente, sucessão provisória e
definitiva, no capítulo III, artigos 22 a 39 do novo diploma, adotando-se critérios mais condizentes
com as facilidades de comunicação e informação próprias de nosso tempo.
Avanço significativo e tratamento diferenciado foram dados as pessoas jurídicas de direito
privado. O novo código, ao contrário do vigente, que se revelava lacunoso e vacilante, elabora
conceitos efetivos e precisa a distinção entre as associações e fundações (artigos 53 e 62,
respectivamente), - que possuem fins não econômicos - daquelas que possuem no seu âmago manifesto
propósito econômico.
Exsurge de forma expressa, no artigo 50, da Lei 10.246, a desconsideração da personalidade
jurídica, quando do uso indevido da personalidade jurídica e dos fins a que se destina, em especial
para a prática de atos ilícitos ou abusivos. A doutrina, já admitia a despersonalização da pessoa jurídica
"disregard of legal entily, disregar doctrine", do direito anglo-saxão, ou da "penetração na pessoa
jurídica"). Todavia, já se fazia mister como defendia os pressupostos do abuso de direito, o desvio de
poder, a fraude e os prejuízos a terceiro, em virtude de confusão patrimonial ou desvio dos objetivos
sociais da empresa. Pelo dispositivo legal, havendo abuso da personalidade jurídica caracterizado pelo
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, possibilita ao magistrado, que os efeitos
determinados nas relações sejam ampliados aos bens particulares dos sócios ou administradores da
empresa. A legislação trabalhista a longa data já admitia esse Instituto Jurídico no artigo 2, parágrafo
segundo, parece aplicar a teoria da desconsideração ao prescrever que:
"Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria,
estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial
ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente
responsáveis à empresa principal e cada um das subordinadas".
Nas relações de consumo (CDC), vige este princípio. É exeqüível desconsiderar a
personalidade jurídica, consoante dispõe o artigo 28 da Lei 8.078 de 1990, nas seguintes hipóteses: -
abuso de direito, desvio ou excesso de poder, lesando consumidor; - infração legal ou estatutária, por
ação ou omissão, em detrimento do consumidor; - falência, insolvência, encerramento ou inatividade,
em razão de sua má administração, etc. Convém lembrar, a teor do artigo 20 do Código Civil Vigente e
artigo 596 do Código de Processo Civil, a absoluta independência entre as pessoas jurídicas e seus
sócios, inexistindo quaisquer responsabilidades destes por dívidas da sociedade, salvo em excepcionais
exceções previstas em Lei.
De grande importância o disposto no artigo 52 do novo Código:
"Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade".

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A Carta cidadã de 1988, no art. 5º, X, declara invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação. Com o advento da Súmula 227-STJ, encerrou-se fase de profundas controvérsias e
discussões jurisprudenciais a cerca da aplicabilidade dos danos morais à pessoa jurídica, sendo estes
admitidos.
Disciplina, a nova lei, o que a doutrina contemporânea denomina negócio jurídico, em
substituição a expressão genérica ato jurídico, empregada no Código vigente. Figuram normas
distintas para os dois Institutos. O primeiro assume papel primordial, dá-se ênfase de forma expressa
não apenas a forma e o objeto do ato negocial, mas sobretudo o elemento vontade ou no plano da
existência com a declaração de vontade. Aliás, o que já dispunha o artigo 85 do Código vigente e vinha
sendo reconhecido pela doutrina. É de importância destacar, o capítulo IV, no que tange aos defeitos
dos negócios jurídicos, já que foi incluído o estado de perigo e a lesão previstos nos artigos 156 e
157, respectivamente, novidades em relação ao Código atual, podendo acarretar, se comprovado, a
anulabilidade do negócio.
Configura-se o estado de perigo: Art.156: "quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa". De relevo destacar, nos termos do parágrafo único do dispositivo legal
citado, que pode o magistrado ao apreciar a demanda estender esta prerrogativa à pessoa não integrante
da família. Pelo novo conceito, faculta-se a uma das partes, postular a anulabilidade do negócio
jurídico.
Outra forma inovadora e que pode gerar a invalidade do negócio jurídico é a lesão. Dispõe o artigo
157 "Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se
obrigada a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta". Para
caracterização da lesão, que não basta o elemento objetivo (desproporção material e econômica). Faz-
se mister a comprovação do elemento subjetivo, qual seja o abuso da premente necessidade, da
inexperiência e da necessidade do lesado.
Na disciplina dos bens, praticamente nada foi alterado. Permanecem os conceitos anteriores,
inclusive no tocante aos bens públicos (de uso comum do povo, de uso especial e dominiais). Nesse
particular é oportuno ressaltar que os bens de uso comum do povo, expressão empregada inclusive na
Constituição Federal – art. 225, são aqueles que, apesar de públicos, não são do domínio do Estado.
Diz Antônio José de Souza Levenhagen que os bens públicos de uso comum pertencem a todos e
podem por todos ser utilizados’ (CC Comentado, parte geral, I/99) .Clóvis Beviláqua, citado por
Washington de Barros Monteiro, chega mesmo a afirmar que o proprietário desses bens é a
coletividade , ou seja, pertencem a todos e podem ser utilizados por qualquer pessoa. J. Cretella Júnior
leciona que: ‘Bem de uso comum é todo bem imóvel ou móvel sobre o qual o povo, o público,
anonimamente, coletivamente, exerce direitos de uso e gozo, como, por exemplo, o exercício sobre as
estradas, os rios, as costas do mar. Exemplo de bem público de uso comum é a rua’ . Os bens
pertencentes às associações abertas, grêmios recreativos , igrejas e templos, conquanto, na maioria das
vezes, abertos ao uso do povo, não podem ser considerados "bens de uso comum do povo". São bens
particulares e , como tal, podem ser livremente alienados e terem a destinação e o uso que seus
proprietários lhes queiram dar, desde que não vedados pelo ordenamento jurídico.

1. CODIFICAÇÃO E SUAS TENTATIVAS.


Após ter transformado o costume em leis, o legislador partiu á codificação, a reunião em um
único texto e conexo com todo o direito em vigor, que é a criação de um código.
O Direito é um contínuo acumular de experiências e há necessidade de substrato estrutural de
uma codificação, de um conjunto de leis anteriores, de maturidade para a tarefa. Toda a lei nasce já
defasada, porque o legislador tem como laboratório de experiências, a História, seu passado. Programa
leis para os fatos sociais que o cercam, mas á sempre dificil prever condutas.
A grandeza da codificação residem, dentre outros aspectos no fato de poder adaptar-se, pelo
labor da doutrina e aplicadores da lei, aos fatos que são do futuro.
Os precursores das grandes codificações, foram o Código Civil da Prússia de 1794 e o Código
Civil da Áustria de 1811 e o Código de Napoleão (França) de 21-3-1804, que influenciou sobremaneira
as codificações do século XIX e o Código Civil alemão (BGB) que entrou em vigor em 1-1-1900, após
ter sido promulgado em 1896 e que influenciou as codificações do século XX, sendo adotado no Japão
(1.898) e mais tarde na China (1930).

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CODIFICAÇÃO NO BRASIL
Na década de quarenta (1940), surgiu a primeira tentativa de modificação da lei vigente, com
OROSIMBO NONATO.
A frustrada tentativa de modificação não impediu o surgimento de numerosas leis que alteraram
a substância do CC/1916, como a que modificou os prazos prescricionais (Lei 2.437, de 7-3-1955), a
que possibilitou o reconhecimento de filhos adulterinos (Lei 833 de 22-10-1949), a Lei 4121 de 27-08-
1962 que dispôs sobre a situação da mulher casada e a Lei do Divórcio (Lei 6.515 de 26-12-1977).
Surgiu o projeto de Orlando Gomes e caio Mário da Silva Pereira em 1963.
Em 1972 foi designada uma comissão sob a supervisão de Miguel Reale para elaborar novo
Código e da qual faziam parte Arruda Alvim, Clóvis do Couto e Silva e depois de Ter recebido várias
emendas o Anteprojeto foi publicado em 1973. Com modificações foi elaborado projeto definitivo e
enviado ao Congresso pela Mensagem 160/75 onde se transformou no Projeto de Lei 634 de 1975.
Depois de anos em discussão, o projeto foi modificado em ambas as casas do Congresso para se
converter no novo Código Civil, Lei nº 10.406 de 10de janeiro de 2.002.

TÉCNICAS DE CODIFICAÇÃO.
Os códigos não apresentam diferenças no tocante às leis ordinárias, mas em relação ás matérias
tratadas, sua estrutura orgânica, tem maios peso para o jurista.
Enquanto a lei ordinária é citada por seu número e respectiva data de promulgação, tal não
acontece com os códigos, simplesmente mencionados como Código Civil, Comercial, Penal e etc.
Citam-se os “artigos” do Código, que seguem numeração contínua. Os códigos estão, regra
geral, divididos em livros, capítulos, títulos e seções. Os artigos podem vir subdivididos em parágrafos
e alíneas, todos numerados no artigo.
É costume numerar os artigos do 1º ao 9º, pelos ordinais e a partir do 10 pelos cardinais, assim
como a numeração dos parágrafos. Os incisos, dentro dos artigos, vêm numerados pelos números
romanos. É de boa técnica englobar em um mesmo artigo várias normas, quando possuem vínculo de
dependência.
A citação dos artigos é feita pelos números e, quando há parágrafos ou alíneas, deve ser citado
o número do artigo. Quando o artigo possui vários parágrafos, usa-se o sinal gráfico respectivo.
Quando o artigo possui um só parágrafo, denomina-se “parágrafo único” e se escreve por extenso.
A Lei Complementar Federal n. 95/98, alterada pela LCF n. 107/2001, determina
expressamente que as leis brasileiras (todas elas) devem estabelecer prazo de vacância em dias,
somente em dias (e não em anos ou em meses), com a cláusula "esta lei entra em vigor após decorridos
(o número de) dias de sua publicação" e estabelece que somente os textos legais de menor importância
entram em vigor da data de sua publicação, reservando-se às de maior relevo, um período de vacatio
legis para entrarem em vigor.

SISTEMAS JURÍDICOS: ROMANO-GERMÂNICO, COMMON LAW, DIREITOS


SOCIALISTAS; SISTEMAS FILOSÓFICOS E RELIGIOSOS - DIREITO CHINÊS E
DIREITO JAPONÊS.
Sistema jurídico, é o agrupamento de ordenamentos unidos por um conjunto de elementos
comuns, tanto pelo regulamento da vida em sociedade, como pela existência de instituições jurídicas e
administrativas semelhantes. Os vários tipos de ordenamentos podem ser reduzidos a certos tipos,
certos sistemas.
Em primeiro lugar, notaremos que uma verdadeira classificação, abrangendo a totalidade dos
sistemas jurídicos e visando a sua ordenação em função de um critério único, é, quando não impossível
(por força da multiplicidade e da heterogeneidade dos Direitos), pelo menos, desinteressante, porque
escassamente informativa.
Há que se diferenciar dois tipos básicos de sistemas jurídicos, duas "famílias de direitos": o
direito anglo-saxónico ou "common-law" — isto é, os sistemas jurídicos próprios de Inglaterra e
Estados Unidos e das restantes ex-colónias inglesas — e o direito continental ou romano-germânico, o
"civil law", próprio dos países continentais e das suas ex-colónias. Todos os sistemas jurídicos de
países de língua oficial pertencem à família romano-germânica. No "common-law", o juiz julga
sobretudo com base em decisões anteriores dos próprios, os chamados precedentes, que são
vinculativos. A legislação é esparsa. Nos sistemas continentais, a principal fonte do direito é a a
legislação emitida pelo Legislativo. As decisões dos tribunais superiores não vinculam, regra geral,
para casos futuros.
Dentro do chamado “mundo ocidental” (em sentido político-cultural e não e em sentido
geográfico, obviamente), haverá apenas que considerar duas famílias: a romano-germânica (ou da civil

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law, na terminologia anglo-americana) e a da common law (muitas vezes chamada anglo-saxónica,
mas a que preferimos chamar anglo-americana).

A classificação mais simplificada dos sistemas jurídicos, no mundo atual são:

a) Romano-germânica;
b) Common Law;
c) Direitos socialistas;
d) Filosóficos ou religiosos;
e) Canônico.

Sistema Romano-germânica: Sistema ao qual pertence o direito brasileiro, bem como se filiam
todos os direitos que tomaram por base o direito romano. As normas surgem vinculadas a
preocupações de justiça e moral. Há predominância da lei como fonte do direito. As obras de doutrina
preocupam-se em ser dogmáticas e interpretar os textos legislativos, relegando a jurisprudência e a
prática do direito a plano secundário. As aulas ainda são conferenciais. Timidamente surgem
disciplinas para um ensino prático. O direito civil é a base de todo o sistema jurídico. Esse sistema
estende-se por toda a Europa Ocidental.
Common law
É essencialmente de precedentes judiciais. Os costumes antigos formaram apenas o início do
direito. A denominação Common Law é devida por ser um direito comum a toda a Inglaterra, em
contraposição aos antigos costumes locais. A estrutura do direito inglês difere do nosso sistema. Não
se encontram aquelas divisões entre direito público e privado e nem mesmo as divisões elementares de
direito privado, como direito comercial e direito civil.
A grande divisão nesse sistema, é o Common Law e a Equity.
O Common Law designa o direito não escrito, em contraposição ao statute law, direito
escrito.Em sentido estrito, porém, o Common Law opõe-se não apenas ao direito escrito, como também
à Equity.
A Equity tende a converter-se em conjunto de regras destinadas a julgar, em processo escrito,
enquanto a Common Law ficam relegadas as mate´rias do direito oral antigo. A cada sistema
corresponde certo número de matérias, não havendo mais duplicidade de jurisdição.
O direito inglês não é mais simplesmente um direito costumeiro. ´, antes, um direito
jurisprudencial. O Common Law determinou o desaparecimento do direito consuetudinário antigo, que
era conteúdo dos direitos locais. Hoje há uma única jurisdição que dita a jurisprudência vinculante.

Direitos socialistas.
São o chamado terceiro sistema, posto ao lado do romano-germânico e do sistema do Common
Law. Este sistema esfacelou-se com o desaparecimento da União Soviética e do muro de Berlim.
Partiu o sistema socialista da revolução comunista de 1917. Para os revolucionários impunha-se
uma nova ordem jurídica determinada pelo marxismo-leninismo. Aos juristas soviéticos impunha-se
criar uma nova ordem, transformando completamente a sociedade, e criando condições para que no
futuro as idéias de Estado e Direito desaparecessem.
Nestas condições, odireito privado, tal como compreendido pelo ocidente, deixa de
desaparecer, com propriedade restrita, de forma que o direito era tão-só público.
A doutrina marxista-leninista representava o Estado e regia todos os campos, da economia ao
direito.
Para os soviéticos o Direito era uma forma de opressão, direito dos burgueses, pois que era um
instrumento que na luta de classes protege os interesses da classe dominante e, para eles o antagonismo
entre as classe sociais era a causa de todos os males.
O Direito nos países socialistas, era um dogma (doutrina, ponto indiscutível e fundamental)
imposto pelo Estado.
A falência do sistema na década de 1980, fez ruir todo o sistema jurídico e levou os países
socialistas a ingressar na economia de mercado, e começa a voltar às origens.

SISTEMAS FILOSÓFICOS E RELIGIOSOS – DIREITO MUÇULMANO, CHINÊS E


JAPONÊS.
Não são propriamente um sistema, porque são independentes entre si e não se agrupam em uma
unidade de direitos nacionais.

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MUÇULMANO
O mais importante deles é o sistema do Direito Muçulmano, que não é propriamente direito de
Estado algum, mas refere-se aos estados ligados pela religião maometana. Em razão da religião
pretender substituir o Direito, mais que um sistema jurídico, é um conjunto de normas relativas às
relações humanas. Trata-se de uma das facetas da religião islâmica.
A concepção islâmica é uma sociedade essencialmente teocrática (forma de governo em que a
autoridade, emanada dos deuses ou de Deus, é exercida por seus representantes na Terra) em que o
Estado apenas se justifica para servir à religião.
A principal fonte do direito muçulmano é o ALCORÃO, livro sagrado dos árabes, juntamente
com outras três fontes () 1) SUNNA (tradição relativa ao enviado de Deus), 2) IDJMA
(consentimento universal da comunidade muçulmana) e 3) QUIYÁS (raciocínio por analogia).

CHINÊS
Quanto ao DIREITO CHINÊS, sua concepção é diferente do direito ocidental. O direito
desempenha função secundária. A promulgação das leis para os chineses não é um procedimento
normal para assegurar o funcionamento da sociedade. A filosofia chinesa tradicional, considera a
promulgação de leis, como algo mal em si mesmo, porque as pessoas conhecendo as leis passam a
entender-se com direitos e tendem a prevalecer-se dos mesmos, abandonando as normas tradicionais de
honestidade e moral que são as únicas normas que devem orientar suas condutas.
Na China, antes de chegar ao processo judicial, tentam-se todas as formas de conciliação, com
grupos sociais de conciliação, municípios e as próprias famílias. Mesmo quando já se tenha uma
decisão judicial favorável, reluta-se em executá-la e quando executada, executa-se de forma que
prejudique o adversário o mínimo possível. São esses os pensamentos tradicionais dos chineses, de
acordo com a doutrina de Confúcio. O ideal chinês é de que cada um se submeta a seu superior natural:
o jovem ao velho; o filho ao pai; a esposa ao esposo; o amigo ao amigo.
O direito não atrai os doutrinadores chineses, que são mais atraídos pela moral e pelas normas
de conduta.
A tendência de codificação na China, com o CC de 1929-1931, não afastou esses postulados,
pois subsistem as concepções tradicionais.

JAPONÊS
No Japão, com a transformação do Estado feudal em Estrado democrático, houve
desenvolvimento em todos os ramos da ciência e o Direito ocidentalizou-se e, hoje, segue o modelo
ocidental românico, seguindo o seu Código Civil de 1898 os rumos do Código Civil alemão. Já a partir
de 1945, começou a sentir-se uma influência norte-americana no seu direito, mormente no direito
público.

A LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL E SEU OBJETO A Lei de Introdução


ao Código Civil (ou LICC), Dec-lei 4.657/42 que revogou a antiga LICC nº 3.071/16, é um Dec-lei
com hierarquia de Lei Ordinária) que regula a vigência, aplicação, interpretação e a revogação de
normas no direito brasileiro.
É, assim, uma "lei sobre a lei".
Foi editada em 1942, e está em vigor até hoje. Com ele, se encerrou a vigência das antigas
ordenações portuguesas. Seu objetivo foi orientar a aplicação do direito civil, preencher lacunas e
dirimir questões que foram surgindo entre a edição do primeiro Código Civil em 1916 e a edição da
LICC.
A Lei de Introdução ao Código Civil fixa e define algumas questões básicas, como o tempo de
vigor da lei, o momento dos efeitos da lei, e a validade da lei para todos.
Caracteriza-se por ser um metadireito ou supradireito, na medida em que dispõe sobre a própria
estrutura e funcionamento das normas, coordenando, assim, a aplicação de toda e qualquer lei, e não
apenas dos preceitos de ordem civil. Para melhor epitomizar tal faceta da LICC, alguns doutrinadores
formularam a expressão "Lei de Introdução às Leis".
A LICC atesta o fato de que, modernamente, como salientou o sociólogo Anthony Giddens, as
instituições tendem a guardar um caráter reflexivo. No caso do Direito, pode-se dizer, sem maiores
hesitações, que o diploma de introdução ao código civil é uma forma de auto-reflexão do ordenamento
jurídico, por meio da qual se estabelecem certos critérios de aplicabilidade que são passíveis de
controle pelo Poder Judiciário.

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Quanto aos prazos para a vigência de uma lei: se ela não dispuser nada em contrário, o prazo
padrão é de 45 dias a partir de sua publicação. Mas a nova lei respeita o (ato jurídico perfeito),
garantindo a estabilidade do ordenamento jurídico.
O Artigo 3º versa sobre os (princípios da publicidade, generalidade, abstração,
obrigatoriedade): "ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece". O artigo 3°, de
fundamental importância para os sistemas jurídicos modernos, garante, por meio de uma presunção, a
eficácia global do ordenamento.
O Artigo 4º versa sobre o papel do (juiz), tornando obrigatório o seu pronunciamento, mesmo
quando a lei for omissa: "Quando a lei for omissa, o juiz decidirá de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito". Com isso, fica a obrigatoriedade do juiz em apreciar tudo o
que for levado ao tribunal e o reconhecimento explícito, por parte do supradireito, da plenitude ou
completude do ordenamento jurídico, que não possui lacunas (uma lei pode ser omissa, mas não o
ordenamento jurídico).
O Artigo 5º diz que, na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum. Assim, ao invés de aferrar-se à letra fria do texto, o juiz deve fixar-se
claramente no objetivo da lei e da (justiça): manter a paz social. Hoje em dia, diante dos objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil, entre os quais consta a erradicação da pobreza e da
marginalização (artigo 3°, III da Constituição Federal), pode-se dizer que os "fins sociais" a que alude
o texto da LICC estão estreitamente vinculados à busca de maior igualdade material entre os cidadãos
brasileiros e à modificação do caráter do direito de propriedade (artigo 5°, XXIII da Constituição
Federal), que deixa de ser absoluto e incontrastável para tornar-se, a um só tempo, um instrumento de
descentralização econômica (função clássica) e de bem-estar e igualdade social (função moderna).
A Lei de Introdução ao Código Civil estabelece, ainda, regras relativas ao (domicílio), a
correção de textos legais (nesse caso, a correção é considerada lei nova).
O Artigo 9º dispõe sobre as obrigações contraídas, dizendo que se regem pelas leis país onde se
constituíram. Isso veio a ser excepcionalmente importante nas (Direito internacional / relações
internacionais privadas).
A Lei de Introdução ao Código Civil é é resumo, uma lei de introdução á todas as leis, por
conter princípios sobre as normas sem quaisquer discriminação; é uma norma de superdireito ou de
apoio que disciplina a atuação da ordem jurídicaum instrumento que orienta a sua própria aplicação,
definindo e compondo diferentes situações.

A APLICAÇÃO DO DIREITO E DAS LACUNAS DA LEI — O juiz aplica a lei ao caso


concreto.
Ocorre que às vezes não existe a disposição do juiz, legislação escrita para aplicação a
determinado caso.
O juiz não poderá furtar-se de decidir o caso, sob tal pretexto, sob pena de conturbar a ordem
social, mesmo porquê, compete ao Estado, através do Poder Judiciário, solucionar os conflitos entre os
particulares.
E quando a lei for omissa, diz-se que há uma lacuna na lei, o que é inevitável em qualquer
ordenamento jurídico, o juiz então decidirá com base no art. 4º da LICC.
Julgar por analogia, significa aplicar às hipóteses semelhantes as soluções oferecidas pelo
legislador para os casos análogos.Vale dizer: onde houver a mesma razão, o mesmo deverá ser o
direito.
Não havendo solução para o litígio apresentado, nem por analogia, o juiz deverá recorrer aos
costumes.

DA INTERPRETAÇÃO DA LEI (HERMENÉUTICA)


Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma jurídica
A norma jurídica funciona como premissa maior de um silogismo e a hipótese sub judice,
como a premissa menor, decorrendo inevitavelmente a conclusão.
Ex.: Se a regra dispõe que a maioridade atinge-se aos 18 anos e se no caso concreto, o autor da
ação possuir esta idade, a conclusão resultará automaticamente, considerando-o plenamente capaz, art.
9º CCB.
A necessidade de interpretação é indiscutível, pois trata-se de precisar o conteúdo, de
determinar a norma. Exceto naquelas em que o sentido da norma for evidente. Art. 4º CCB.

QUANTO ÀS FONTES
Autêntica - é aquela que emana do próprio legislador e declara o sentido da regra.

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Doutrinária - é aquela que aparece nos livros, nas obras dos juristas, etc…
Jurisprudencial - é a que se elabora nos tribunais, através das decisões do Poder Judiciário.

QUANTO ÀS FORMAS / MODOS/INTENÇÃO


Gramatical - consiste no exame detalhado do texto, para dele extrair a vontade do legislador, o
sentido exato da norma, através dos vocábulos, pontuação etc..
Lógica- consiste na análise sistemática da lei, do plano da lei, face a ordem jurídica analisando
a lei como um todo, examinando o pensamento do legislador.
Sistemática- Considera o sistema em que se insere a norma, relacionando-as com outras
concernentes ao mesmo objeto, pois por uma norma pode desvendar-se o sentido da outra
Histórica - consiste em trabalhos que precederam a promulgação da lei. Resulta das discussões
que rodearam a sua elaboração. Diz respeito ainda, aos anseios que a lei veio satisfazer.
Teleológica ou sociológica - Interpreta a Lei de acordo com o fim a que ela se destina, visando
sempre atender aos fins sociais a que se destina

QUANTO AOS EFEITOS:


Declaratória: Quando o mandamento legal coincidir suficientemente com a vontade que tende
a manifestar, afirma-se, com essa interpretação, a coincidência da norma com o sentido exato
do preceito legal.
Extensiva: Complementar uma norma, ao admitir que ela abrange certos fatos-tipos
implicitamente, ultrapassando-se o núcleo do sentido da norma. ( a retomada do prédio, na lei
do inquilinato, inclui não só o proprietário, mas o possuidor e usufrutuário). A fórumula
(mandamento legal), exprimir menos do que, por ela, se quis dizer ou ordenar
Restritiva: restringir, reduzir o sentido normativo, com escopo de dar a mesma aplicação
razoável e justa.

EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO


Direito Intertemporal
Quando uma lei entra em vigor, revogando ou modificando outra, sua aplicação é para o
presente e para ao futuro. Não seria compreensível que o legislador, instituindo uma norma, criando
um novo instituto, ou alterando a disciplina da conduta social, fizesse-o com os olhos voltados para o
pretérito, e pretendesse ordenar o comportamento para o decorrido.
Toda a matéria de direito intertemporal, qualquer que seja a forma, legislativa ou doutrinária,
subjetiva ou objetiva, abstrata ou prática, por que se encare, tem que partir de um conceito
fundamentalmente estruturado na essência do próprio ordenamento jurídico: o princípio da
irretroatividade das leis.
No Brasil, o princípio da não-retroatividade é assentado com caráter mais rijo do que uma
simples medida de política legislativa, pois assume o sentido de uma norma de natureza
constitucional. Não é apenas uma regra imposta pelo juiz, a quem é vedado atribuir à lei efeito retro-
operante. Diferentemente daqueles sistemas que admitem possa o legislador manifestar claramente o
propósito de impor às disposições legais efeito retroativo, aqui esta liberdade é negada. Assim, a lei
que tenha um tal efeito é considerada inconstitucional, cabendo ao Poder Judiciário declará-lo e
recusar-lhe aplicação, pela maioria absoluta dos membros dos tribunais.
O problema de direito intertemporal consiste na indagação se a lei tem efeito retroativo, não
podendo ser aplicada em caso afirmativo.
Nesta indagação, em face de uma lei nova que substitui com o seu domínio a lei anterior,
existem três hipóteses:

1) a primeira compreende os fatos que já produziram efeitos sob a lei anterior;


2) a segunda aparece, quando os efeitos dos fatos ocorridos na vigência da lei anterior
se estendem pelo período subseqüente à sua revogação;
3) a terceira entende-se com a continuidade de fatos interligados, que vêm ocorrendo
desde o domínio da antiga lei e ainda se verificam no tempo da vigência da lei atual,
em curso de produção de efeitos.
O direito brasileiro tem seguido, quase uniformemente, uma só orientação, desde a Constituição
do Império de 1824, até a Constituição Federal de 1988, todas ditando com exceção da Carta de 1937,
a regra da irretroatividade ao próprio legislador.

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A Lei de Introdução ao Código Civil em seu artigo 6º determina que a lei em vigor tem efeito
imediato e geral, respeitando sempre o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Toda
a construção legislativa atual está assentada no respeito do direito adquirido, sob os seus vários
aspectos.
O primeiro aspecto se apresenta como o ato jurídico perfeito, que é o já consumado segundo a
lei vigente ao tempo em que se efetuou. É o ato plenamente constituído, cujos requisitos se cumpriram
na pendência da lei anterior, e que fica a cavaleiro da lei nova.
O segundo aspecto é o direito adquirido que abrange os direitos que seu titular ou alguém por
ele possa exercer, como aqueles cujo começo de exercício tenha termo prefixado ou condição
preestabelecida; inalterável ao arbítrio de outrem. São os direitos definitivamente incorporados ao
patrimônio do seu titular, sejam os já realizados, sejam os que simplesmente dependem de um prazo
para o seu exercício, sejam ainda os subordinados a uma condição inalterável ao arbítrio de outrem. A
lei nova não pode atingi-los.
Por último, a lei prevê a coisa julgada que é a decisão judiciária de que já não caiba recurso. A
coisa julgada é inatingível por uma lei posterior, material ou formal.
A lei que regula a forma e a prova dos atos jurídicos é a do tempo em que se realizam. A
sua validade deve ser apreciada segundo a lei vigente quando realizados. Se uma lei impõe forma
pública para ato que se podia celebrar por escrito particular não atinge os que revestem esta forma,
celebrados ao tempo em que a lei o permitia, ainda quando os seus efeitos se venham a produzir sob a
nova lei.

CONFLITO DE NORMAS (APARENTE) - SOLUÇÃO


É inegável a existência de conflitos normativos, porque a realidade demonstra que essa rigorosa
coerência lógica não é requisito essencial do direito, mas do sistema jurídico.
Resolve-se pelos critérios:
a) Critério Hierárquico (Lex Superior derogat lex inferiori)- baseia-se na superioridade de uma
fonte de produção jurídica sobre outra;
b) Critério Cronológico (Lex Posterior derogat lex priori)- referem-se às leis do mesmo nível
ou escalão hierárquico e;
c) Critério da Especialidade (Lex Specialis derogat lex generali) – leva em consideração
quando da matéria normada, o recurso aos meios interpretativos.

EFICÁCIA DA LEI NO ESPAÇO — A questão se estabelece em saber se a eficácia da lei no


espaço territorial pode ter eficácia fora de seu território.
Por que o Estado politicamente organizado, tem sobre seu território e seus habitantes, um poder
que não conhece outro maior, chamado de soberania.
Neste poder se inclui o normativo de ditar as leis que vinculam a todos.
Naturalmente, a lei de um país só é obrigatória nesse país, mas há casos em que pode haver
aplicação fora do território.
O art. 9º da LICC, trata da aplicação da lei estrangeira no Brasil, o que se pode chamar de
anuência a norma estrangeira, para regular relações jurídicas com os estrangeiros.
Essa transigência recíproca não traz qualquer diminuição à soberania dos Estados. Ex.:
Convênios, contratos internacionais, acordos, etc.
Quando houver problemas nessas áreas, esses serão regulados pelo Direito Internacional
Privado, que resolve os conflitos da lei no espaço.

DEFINIÇÃO, VIGÊNCIA E CONHECIMENTO DA LEI.

A LC 95/98, com redação da LC 107/01), dispõe:


Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a
contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a
cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.
§ 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam
período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do
prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral. (Redação da
LEI COMPL. Nº 107/2001)

13
§ 2o As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula
‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’".
(Redação da LEI COMPL. Nº 107/2001)

DO CONHECIMENTO DA LEI - A lei uma vez publicada e transcorrido o período de


vacatio legis, entrará imediatamente em vigor, vinculando a todos pela sua força coercitiva. Sendo
assim, um preceito geral e ninguém poderá fugir, ainda que ignorando a sua existência. Art. 3o. LICC.

A validade não se confunde com a vigência, posto que pode haver uma norma jurídica válida
sem que esteja vigente, isso ocorre claramente quando se vislumbra a vacatio legis ou quando o
dispositivo legal é revogado, embora continue vinculante para os casos pretéritos.
A vigência representa a característica de obrigatoriedade da observância de uma determinada
norma, ou seja, é uma qualidade da norma que permite a sua incidência no meio social.
A Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro trata da vigência da lei, estabelecendo de forma
pragmática os critérios que determinam o início da vigência. Afirma que, salvo disposição em
contrário, a lei começa a vigorar em todo o território nacional quarenta e cinco dias após a sua
publicação. Observe-se que, nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. A maioria das leis, porém, traz em seu
texto a data em que passará a viger. Em geral, o início da sua vigência coincide com a data da sua
publicação.
Por vezes, faz-se necessária a concessão de um período de adaptação, para que os destinatários
da nova disposição legal possam conhecer e compreender o que fora disciplinado.
A norma jurídica perde a vigência quando outra a modifica ou a revoga, salvo nos casos em que
a norma se destina à vigência temporária, estipulada no próprio texto legal ou em uma norma de
hierarquia superior.
A Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro não traçava qualquer distinção entre vigência e
eficácia quando afirmava que:

"Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral. Não atingindo, entretanto, salvo
disposição expressa em contrário, as situações jurídicas definitivas e a execução do ato
jurídico perfeito".

Ressalte-se que essa redação original foi alterada, em 1957, para:

"Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.
§1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em
que se efetuou.
§2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele,
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou
condição preestabelecida inalteráveis, a arbítrio de outrem.
§3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba
recurso".

Assim, pode-se concluir sintaticamente que a vigência está dividida em positivação e


obrigatoriedade.
Um sistema de normas é vigente se for capaz de servir como um esquema interpretativo de um
conjunto correspondente de ações sociais, de maneira que se torne compreensível para a sociedade esse
conjunto de ações como um todo coerente de significado e motivação. Por fim, Ross afirma que tal
capacidade do sistema se baseia no fato das normas jurídicas serem acatadas porque são sentidas como
socialmente obrigatórias.
A conceituação da eficácia da norma jurídica é o aspecto mais importante e difícil do presente
trabalho, posto que, enquanto alguns afirmam que vigência e eficácia se confundem (positivistas), há
outros que alegam inexistir diferença entre validade e eficácia (realistas).
A eficácia de uma norma jurídica é a sua idoneidade para provocar, através da sotoposição de
um fato aos fatos jurídicos descritos pela citada norma, as reações prescritas no seu conseqüente ou no
ordenamento jurídico. A eficácia deriva diretamente dos efeitos da imputação normativa, partindo-se
logicamente de uma relação de "dever-ser".

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A Lei Complementar Federal n. 95/98, alterada pela LCF n. 107/2001, determina
expressamente que as leis brasileiras (todas elas) devem estabelecer prazo de vacância em dias,
somente em dias (e não em anos ou em meses), com a cláusula "esta lei entra em vigor após decorridos
(o número de) dias de sua publicação" e estabelece que somente os textos legais de menor importância
entram em vigor da data de sua publicação, reservando-se às de maior relevo, um período de vacatio
legis para entrarem em vigor.

_______________________________________

DIREITO ROMANO – BREVE INTRODUÇÃO.

SUMÁRIO:
Introdução; 1 A palavra “direito”; 2 Fases do Direito Romano; 2.1 A Realeza; 2.2 A República;
2.2.1 O plebiscito; 2.2.2 A interpretação dos prudentes; 2.2.3 Os editos dos magistrados; 2.3 O
principado ou alto império; 2.3.1 Os senatosconsultos (senatus consultum); 2.3.2 Os editos dos
magistrados; 2.3.3 As constituições imperiais; 2.3.4 As respostas dos prudentes (responsa prudentium);
2.4 O dominato ou baixo império; 3 A importância da codificação do imperador Justiniano; 4 A
influência do direito romano no direito civil brasileiro; Conclusão; Referências Bibliográficas.

SÍNTESE:
Os romanos deram à humanidade uma contribuição inestimável ao Direito. A história do
Direito Romano inicia-se com a origem da cidade de Roma, em 754 a.C., e termina com a morte
do imperador Justiniano, em 565. O nosso Direito foi influenciado pelo Direito Romano, por
intermédio da legislação portuguesa. Nosso Código Civil adota importantes institutos jurídicos
provenientes do Direito Romano.

INTRODUÇÃO
Os romanos deram à humanidade, especialmente ao ocidente, uma contribuição inestimável ao
Direito, este refletido nas diversas codificações modernas, como verificamos em nossa própria
legislação.
Há um brocardo latino, muito usado nos meios acadêmicos, especialmente no início do estudo
do direito, que diz ubi societas ibi jus (“onde há sociedade há direito”). Isto quer dizer que onde existe
um agrupamento humano, aí está o direito regulando de alguma maneira a conduta de seus membros.
Os estudiosos do direito da antigüidade nos trazem a história de povos que foram governados
por sistema de leis, como, por exemplo, o Código de Hamurabi, considerado o mais antigo de
todos, de aproximadamente 2083 a.C., descoberto somente em 1901, por uma missão francesa
chefiada por JACQUES DE MORGAN, nos arredores da cidade islamita de Susa, na Pérsia.1 Podemos
citar ainda outros, como a Legislação Mosaica (hebreus), de aproximadamente 1400 a.C., o Código
de Manu, da Índia, de aproximadamente 1000 a.C.

1 - A PALAVRA “DIREITO”
Pode-se definir o direito como um conjunto de normas ou preceitos legais que disciplinam e
protegem os interesses pessoais e da coletividade, e que regulam as relações jurídicas.
A partir do direito posto ou positivo, Maria Helena Diniz, declara ser um “conjunto de normas,
estabelecidas pelo poder político, que se impõe e regula a vida social de um dado povo em determinada
época”.
As definições de “direito” são múltiplas, por tratar-se de matéria complexa, assim como é
complexa a vida social.
O direito existe onde o ser humano convive, isto é, onde há sociedade, aí há o direito (ubi
societas, ibi jus). Segundo o ensinamento de Tércio Sampaio Ferraz Júnior, “a origem da palavra do
latim clássico jus, significando também ‘direito’, apareceu a palavra derectum”. O sentido de jus
passou a significar aquilo que é conforme a justiça, como virtude moral, enquanto que derectum
corresponde a um exame de retidão, por meio do ato do aparelho judicial.

2 - FASES DO DIREITO ROMANO

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Algumas datas aproximadas variam, de acordo com as fases de desenvolvimento do Direito
Romano, de autor para autor, mas o que interessa é o conteúdo histórico desses períodos importantes.
O romanista José Carlos Moreira Alves (Direito romano. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991.
V. 1) adota a seguinte divisão da história do Direito Romano, com base nas diferentes formas de
governo que teve Roma:

“1º - período real (vai das origens de Roma à queda da realeza, em 510 a.C.);
2º - período republicano (de 510 a 27 a.C., quando o Senado investe Otaviano - o
futuro Augusto - no poder supremo com a denominação de princeps);
3º - período do principado (de 27 a.C. a 285 d.C., com o início do dominato por
Diocleciano);
4º - período do dominato (de 285 a 565 d.C., data em que morre Justiniano).”

Para o autor, o Direito Romano inicia com as origens de Roma, fundada em 754 a.C., e
termina no ano de 565 d.C., com a morte do imperador Justiniano.
O período real também é denominado de período da realeza; o período do principado também é
chamado de período do alto império; e o período do dominato, período do baixo império. Há um outro,
denominado período bizantino, que tem início no ano 565 d.C. e término em 1453, com a tomada de
Constantinopla pelos turcos, caíndo por vez o Império Romano do Oriente, considerada uma fase de
grande influência do Direito Romano no oriente.

3. FONTES DO DIREITO ROMANO.


O que nos interessa, neste trabalho, em relação a esses períodos, são os elementos pertinentes às
FONTES DO DIREITO ROMANO que serão expostos a seguir.

3.1. A REALEZA
No período histórico da realeza, Roma foi governada pelos reis.
As fontes do Direito Romano nesse período são o “costume” e a “lei”. A primeira fonte, o
costume (consuetudo), é o uso repetido de uma norma de direito tradicional, não expressa solenemente
pelo poder legislativo.
No dizer de Ulpiano, o costume é o “consentimento tácito do povo, envelhecido por longo
hábito”.
A força do costume origina-se do acordo geral tácito de toda a coletividade. É o denominado
jus non scriptum, o direito costumeiro ou consuetudinário.
Por outro lado, a lei resulta da declaração solene do poder competente, proveniente do acordo
geral dos cidadãos. O rei faz a proposta da lex ao povo que se encontra reunido em comicios curiatos
ou centuriatos, que a aceita ou a rejeita. A aceitação da iniciativa real, torna a lei obrigatória, após
ratificada pelo senado.
Na realeza as leis não tinham sentido geral, mas particular, para reger certos casos, como, por
exemplo, o nascimento de uma lei para regular a questão da herança que o pater não queria deixar para
os herdeiros, mas para terceiros, conflitando assim com o costume vigente.

3.2. A REPÚBLICA
A queda da realeza com uma revolução que destituiu Tarquínio, instaurou, em Roma, a
República, em 510 a.C. Sucederam o rei o “poder consular”, detentores do imperium ou a suprema
magistratura.
São cinco as fontes do Direito Romano nesse período republicano.
Contando com a lei e o costume, surgem o plebiscito, a interpretação dos prudentes e os
editos dos magistrados.
No ano de 450 a.C. é instituída a Lei das XII Tábuas (Lex Duodecim Tabularum), estas
gravadas sobre bronze ou carvalho, expostas em lugar reservado à justiça. Essa codificação
representou a mais importante lei republicana. Os romanos a consideravam como a fonte de todo o
direito público e privado.
Nesse período surgiram as leis que regulavam as relações dos povos de Roma e aqueles dos
territórios conquistados: as leges rogatae e as leges datae. As primeiras eram votadas pelo povo por
iniciativa de um magistrado; as segundas são emanadas de um magistrado a favor de pessoas ou de
cidades provincianas.
3.2.1. O plebiscito

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Plebiscito é o que a plebe deliberava por proposta de um magistrado plebeu (tribuno). A partir
da Lei Hortência - 286 a.C. - o plebiscito adquiriu valor de lei, sendo designado lex.
3.2.2. A interpretação dos prudentes
Os prudentes ou jurisprudentes eram jurisconsultos que tinham a incumbência de preencher as
lacunas das leis. O trabalho interpretativo dos prudentes é denominado hodiernamente de
jurisprudência (decisões dos tribunais). A interpretatio prudentium era definida como conhecimento
das coisas divinas e humanas, ciência do justo e injusto.
Os jurisconsultos davam consultas orais ou escritas, assistência jurídica nos processos e assistência ao
cliente na redação de negócios jurídicos.
3.2.3. Os editos dos magistrados
A palavra edito ou edicto, vem do latim edictum.
Eleitos, os magistrados romanos apresentam um conjunto de declarações (edicta) em que
expõem seus projetos que irão desenvolver. Os magistrados eram os cônsules, censores, pretores e
governadores das províncias.
O edito urbano, o mais importante, era proclamado pelo pretor urbano. Havia o edito perpétuo,
que durava tanto quanto os poderes do pretor, que era de um ano (lei anual). O edito repentino era,
emergencial, para um caso especial.
O pretor, portanto tinha o direito de fazer editos. A palavra vem de ex dictum, de ex dicere:
significa proclamar solenemente, decorrente de que na origem eram proclamações à viva voz. Esses
editos dos magistrados foram criando o direito pretoriano ou “direito honorário”.

3.3. O PRINCIPADO OU ALTO IMPÉRIO


No período do principado ou alto império, a pessoa do príncipe é sagrada e inviolável. O
imperador ou príncipe partilha o poder com o senado.
As fontes do Direito Romano no alto império são: o costume, a lei, os senatosconsultos, os
editos dos magistrados, as constituições imperiais e as respostas dos prudentes.

3.3.1. e 33..2. Os costumes e as leis continuam a exercer grande relevância no mundo jurídico dos
romanos.
3.3.3. Os senatosconsultos (senatus consultum)
No início do principado o príncipe propunha medidas que lhe pareciam necessárias e o senado
sobre elas deliberava. Com maior autoridade do príncipe, sua proposta passa a ter mais valor que a
deliberação do senado, que por subserviência, chega a votar as proposições do imperador, sem a devida
discussão.
Os senatosconsultos levavam o nome de quem propunha as medidas, como, por exemplo, o
senatus consulto Tertuliano.
3.3.4. Os editos dos magistrados
Os editos dos magistrados perdem a importância e os pretores vão reproduzindo os editos de
seus antecessores.
O imperador Adriano ordenou ao jurisconsulto Sálvio Juliano o estabelecimento definitivo do
texto dos editos, o que foi chamado de Edictum Perpetuum (Edito Perpétuo). Essa publicação, como
toda codificação, serviu para imobilizar o direito, se bem que, por outro lado, contribuiu para o
desenvolvimento de comentários, como os de Paulo e Ulpiano, dois grandes jurisconsultos romanos.
3.3.5. As constituições imperiais
O príncipe, com a autoridade que lhe era reconhecida, passou a interferir na criação do direito.
As constituições imperiais eram medidas legislativas emanadas do príncipe.
As constituições imperiais são edicta (editos), mandata (mandatos), decreta (decretos), e
rescripta (restritos). Edicta são normas gerais proclamadas pelo imperador; Mandata são instruções que
o príncipe transmitia aos funcionários; Decreta são sentenças dadas pelo príncipe em causas a ele
submetidas, em primeira instância ou em grau de recurso; Rescripta são respostas às questões jurídicas
dadas pelo imperador a particulares, ou a magistrados e a juízes.
3.3.6. As respostas dos prudentes (responsa prudentium)
Alguns jurisconsultos, jurisperitos ou prudentes tinham autorização do príncipe para o
fornecimento de pareceres e opiniões sobre casos concretos ou em obras doutrinárias, que permitiam
fixar o direito. Eram o jus respondendi, isto é, o direito de dar uma consulta, possuindo assim maior
autoridade que a dos juristas sem o jus respondendi.
O jurisconsulto Gaio é deste período, cuja obra máxima, os “Comentários”, em quatro livros,
serviu como modelo às “Institutas” de Justiniano. Outros jurisconsultos famosos são Papiniano, Paulo
e Ulpiano.

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3.4. O DOMINATO OU BAIXO IMPÉRIO
Foi neste período, em 476 d.C., que houve a queda do império romano do ocidente. O império
romano do oriente permaneceu com Justiniano até a sua morte em 565 de nossa era.
As fontes do direito romano são apenas as constituições imperiais, denominadas leges. Antes de
Justiniano haviam codificações particulares e oficiais, entre outras, o Código Gregoriano, compilado
por um certo Gregório, que teria sido um jurisconsulto; Código Hermogeniano, compilado por
Hermogeniano, um jurisconsulto, que reuniu constituições imperiais dos imperadores Diocleciano e
Maximiliano; Código Teodosiano, elaborado por ordem do imperador Teodósio, reunindo as
constituições imperiais a partir da época de Constantino, que reinou de 306 a 337, d.C.

4. A IMPORTÂNCIA DA CODIFICAÇÃO DO IMPERADOR JUSTINIANO


É importante mencionar o papel do imperador Justiniano (coroado rei em 527), como o homem
que sistematizou o direito romano e desempenhou um trabalho extraordinário em favor das letras
jurídicas. O Direito de Justiniano consolidou-se numa única obra grandiosa: o Corpus Juris Civilis.
Podemos definir essa obra monumental como o conjunto do Direito Romano compilado no
século VI da era cristã, por determinação do Imperador Justiniano e vigente para todo o império.8
O Corpus Juris Civilis compreende o Digesto (Digestus - latim; Pandectas - grego), versa sobre
regras de direito civil, decisão dos jurisconsultos sobre questões que lhes eram propostas; as Institutas,
obra didática de direito privado, pautadas nas Institutas de Gaio; o Código Novo, ou Codex, é o código
antigo atualizado com as novas leis; e Novelas, são as novas constituições imperiais ou leis publicadas
por Justiniano, e foram escritas em latim e grego.
A data de 565, por ocasião do falecimento do imperador Justiniano, é considerada o
termo final do Direito Romano. A partir daí desenvolve-se o direito bizantino no oriente, que é uma
evolução do direito justiniano. O direito bizantino, segundo CRETELLA JúNIOR, “é o conjunto de
regras jurídicas justinianéias que continuaram em vigor de 565 a 1453, mas modificadas e adaptadas à
vida dos povos do novo império”.A palavra “bizantino”, vem da cidade grega “Bizâncio”, construída
no século VII a.C., que passou a se chamar “Constantinopla”, no quarto século de nossa era, pelo
imperador Constantino, região que equivale à parte antiga da cidade de “Istambul”, na Turquia.

5. A INFLUÊNCIA DO DIREITO ROMANO NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO


O nosso direito está ligado ao direito português, e este, por sua vez, estava alicerçado no Direito
Romano. A recepção do direito romano foi maciça, não só em Portugal, mas em outros países do
ocidente, especialmente na França, Espanha, e Alemanha.
O jurista nacional, Sílvio de Salvo Venosa10 (Direito Civil, v. 1, 2003, p. 86) nos conta que as
Ordenações Afonsinas de 1466, mandava aplicar o Direito Romano nos casos omissos na legislação
portuguesa, “nos estilos da Corte, nos costumes ou no Direito Canônico”.
Posteriormente, outra legislação portuguesa, as Ordenações Manuelinas (início do século XVI)
continuaram com os mesmos princípios das Ordenações anteriores.
Ainda, as Ordenações Filipinas, do início de 1603, dispunham que o Direito Romano seria aplicado,
subsidiariamente, quando do “silêncio da lei; no costume do reino ou estilo da Corte e em matéria que
não importasse pecado” (Venosa, ob. cit., p. 86).
No Brasil, como colônia portuguesa, vigoravam as leis de Portugal. Mesmo com a
independência proclamada, em 1822, essas leis continuaram em vigor. A lei de 20.10.1823, mandava
observar as Ordenações Filipinas, assim como, os alvarás, leis, regimentos, e resoluções vigentes em
Portugal até a data de 25.04.1821.
A legislação de Portugal teve vigência no Brasil até a promulgação do Código Civil brasileiro,
de 1º de janeiro de 1916, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1917, com a seguinte redação do
artigo 1.807, verbis: “Ficam revogadas as Ordenações, Alvarás, Leis, Decretos, Resoluções, Usos e
Costumes concernentes às matérias de direito civil reguladas neste Código”.
Na codificação brasileira mais recente, Lei nº 10.406, de 10.01.2002, que entrou em vigor no
dia 11.01.2003, ainda constatamos a relevante influência do Direito Romano, em seus institutos
jurídicos originais que permanecem em nossa legislação.
Por exemplo, o Jus Personarum (Direito das Pessoas) é um deles, tendo em vista que o estudo
do direito deve começar pelas pessoas, porque não é possível conhecer o direito sem conhecer as
pessoas. Conforme o dito de Justiniano: “Vejamos antes as pessoas, pois é conhecer pouco o direito, se
desconhecemos as pessoas, em razão das quais ele foi constituído” (“Et prius de personis videamus.
Nam parum est jus nosse, si personae, quarum causa constitutum est, ignorentur”. Institutas, I, 2, 12).
Em nosso Código Civil, na Parte Geral, o Livro I tem como denominação “Das Pessoas”, com o Título

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I, “Das Pessoas Naturais”. O art. 1º determina, verbis: “Toda a pessoa é capaz de direitos e deveres na
ordem civil”. O art. 2º diz que “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a
lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Desde o nascimento com vida até o
último momento, a pessoa é sujeito de direito, mas o Direito Romano, como, em grande parte dos
sistemas jurídicos antigos, não atribuem igualdade jurídica a todos os seres humanos. No sistema
jurídico romano o escravo é ser, mas não é homem, não é sujeito de direito, equipara-se a coisa (res).
Para a ordem jurídico-romana, o homem para ser pessoa, deve ter forma humana e não estar em
condição de escravo.

6. CONCLUSÃO
O Direito Romano vigorou por mais de 12 séculos, evoluiu por intermédio de estudos nas
idades média e moderna, e chegou até nós.
O sistema formalista do Direito Romano foi bem recepcionado no mundo jurídico ocidental,
servindo como alicerce para a nossa codificação, especialmente a respeito dos institutos jurídicos de
direito privado.
Os vários períodos do Direito Romano nos mostra a sua evolução através dos tempos, e serve
como verdadeiro laboratório de pesquisa do direito.
Sem dúvida, outros institutos jurídicos e regras se tornaram necessários para a adaptação do
direito à evolução das relações sociais, mas, apesar do direito romano permanecer em seu devido lugar,
como um momento histórico da humanidade, continua o seu reflexo a iluminar muitos sistemas
jurídicos da atualidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, José Carlos Moreira. Direito romano. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991. V. 1
CRETELLA JR., José. Curso de direito romano. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1985.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 18. ed. São Paulo: Saraiva, v. 1, 2002.
PESSÔA, Eduardo. História do direito romano. São Paulo: Habeas Editora, 2001.
PINHEIRO, Ralph Lopes. História resumida do direito. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1981.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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