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Estive Por Aí...

Buenos Aires
Julho de 2015

l Fátima Mendonça

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BUENOS AIRES
ROTEIRO PARA 7 DIAS

Conteúdo

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 3
INFORMAÇÕES BÁSICAS ................................................................................................................. 4
DIA 1 (03/07/15 – Sexta-feira) ........................................................................................................ 7
DIA 2 (04/07/14 – Sábado) ........................................................................................................... 29
DIA 3 (05/07/15 - Domingo) ......................................................................................................... 53
DIA 4 (06/07/15 – Segunda-feira) ................................................................................................. 70
DIA 5 (07/07/15 – Terça-Feira) ..................................................................................................... 84
DIA 6 (08/07/15 – Quarta-feira).................................................................................................... 93
DIA 7 (09/07/15 – Quinta-feira) .................................................................................................... 98
Especial – Alfajor e outras coisitas mas ......................................................................................... 99

As pessoas não fazem as viagens,

as viagens é que fazem as pessoas.”

(John Steinbeck)

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APRESENTAÇÃO

Viajar é como abrir os olhos da alma. É expandir nossa energia e conectá-la com tudo o que
o mundo pode oferecer.

Muitos acham que viajar é preciso para fugir da realidade, para esquecer os problemas do
dia-a-dia, para descansar. Ok, de fato, para alguns, até pode ser. Mas, para mim, é uma maneira de
me encontrar. De entrar em contato com sentimentos profundos, de descobrir, de aprender e ver o
que nunca imaginei que existia.

Viajar é preciso porque saímos do nosso mundo e vemos outras possibilidades de ser e ter.
Outras realidades, outras maneiras, outros costumes, outros outros.

Viajar é preciso porque você não controla o que acontece longe da sua realidade. Você lida
com imprevistos, com o desconhecido, com mudanças. Saindo da sua velha e boa zona de conforto,
você desenvolve habilidades que nem imaginava ter e assim, se reinventa. Já dizia uma velha frase,
que viajar é como trocar a roupa da alma. E faz sentido.

Viajar é preciso porque o tempo passa e a vida é curta.

Escrevi este relato para relembrar uma dessas experiências.

Boa viagem a Buenos Aires.

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INFORMAÇÕES BÁSICAS

Traslado Aeroporto/Hotel

Chegando pelo aeroporto Ezeiza, pegar um táxi com a empresa TaxiEzeiza com tarifa de $ 450,00
pesos argentinos (maio/15), o táxi é todo branco. Só aceita dinheiro e o percurso dura 40 minutos.
Está localizado no centro do salão principal do aeroporto.

Como não havia contratato transfer para o hotel, e havia lido sobre a existência de taxistas
que dão golpe em turista, resolvi não arriscar e paguei (caro, mas seguro) pela comodidade do
TaxiEzeiza. O quiosque fica bem a vista no aeroporto e é só chegar e solicitar um taxi. Paga-se ali
mesmo, ou seja, o taxista em si não recebe dinheiro algum. Mas há pessoas, geralmente idosos, por
perto, querendo levar suas malas (em troca de uns trocados) até o taxi, são irritantemente
insistentes, mas só isso. O trajeto até Buenos Aires foi bem tranquilo.

Volta com TaxiEzeiza tem desconto ($ 350,00 – maio /15)

Como andar de ônibus/metro:

Não usei taxi, a não ser o Ezeiza, pois li que há vários tipos de golpes com turistas, então pesquisei o
metro e ônibus e vi que eram fáceis de usar.

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Cartão (tarjeta) SUBE: cartão tipo bilhete único, válido
para ônibus, metro (Subte) e trem.
Custa $ 20,00 o cartão, depois só carrega para usar em
qualquer quiosque/mercearia espalhado pela cidade.
Acabei usando apenas ônibus...

Com o cartão SUBE pode-se usar todos os transportes públicos da cidade, é só falar para o
motorista qual lugar que você vai, geralmente só o nome da rua basta, ele vai dizer a quantia a ser
paga e você encosta o cartão na maquininha que fica ao lado do motorista. Então, não há um valor
fixo a se pagar, ou seja, quanto mais longe mais caro... Outra coisa, nos pontos de ônibus existem
plaquinhas com as linhas que operam naquele local, então, não adianta dar sinal para um ônibus se
seu número não estiver na plaquinha, ele não vai parar ali. Os ônibus circulam 24 horas.

Máquina do SUBE nos colectivos Placas indicando quais colectivos param neste ponto

Hotel – Gran Hotel Argentino – Carlos Pellegrini, 37

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Segundo o e-booking: “Localizado no centro de Buenos Aires, a
poucos metros da Avenida 9 de Julho e a 3 quarteirões do
Obelisco, o Gran Hotel Argentino apresenta quartos
confortáveis com acesso fácil a transportes públicos. A Plaza de
Mayo e a Casa Rosada ficam a 5 quarteirões de distância. O
Gran Hotel Argentino convida você a descansar em quartos
renovados, equipados com comodidades modernas como ar-
condicionado, TV a cabo e internet. Há um serviço de translado
de ida e volta para o aeroporto à sua disposição. O Gran Hotel
Argentino também dispõe de um restaurante onde o buffet de
café da manhã é servido diariamente. Para sua comodidade, há
um serviço de quarto disponível 24 horas por dia. “
Hotel: 3 estrelas

Ok, internet, si, pero no mucho, se pagar ok, se não, pode-se usar o Wi-Fi (sqn) do restaurante do
hotel, mas a única vez que tentei usar, fui muito maltratada, parecia que estava pedindo algo além
do combinado. Quanto ao quarto, não posso reclamar, bastante grande, com banheiro, televisão,
canais a cabo, mas não possui frigobar e minha vista era a do prédio ao lado. Conclusão: a janela
vivia fechada. O elevador é claustrofóbico. O ponto a favor é a localização, super perto do Obelisco,
tem também um supermercado (Carrefour) na esquina e está a duas quadras da Av de Mayo.

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O Lobby do Hotel

Minha vista privilegiada, sqn!!!!! A suíte 326

DIA 1 (03/07/15 – Sexta-feira)

Saindo do hotel, fui caminhando pela Avenida, em vez de pegar o metro, resolvi ir andando,
primeiro porque queria passar no supermercado e comprar alguma coisa para comer durante o dia
(bolachinhas), acabei achando um Dia na Av de Mayo, também tinha que passar para comprar o
cartão SUBE. No caminho, vi as “Cataratas”, que é um Monumento às Cataratas do Iguazu.

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Edifício Barolo (Av de Mayo, 1370) considerado o edifício mais alto da Argentina até 1935 – tem em
sua fachada várias referências à Divina Comédia, motivo pelo
qual o palácio está dividido três partes, da mesma forma que
a obra de Dante: Inferno, Purgatório e Céu. Além disso, a
divisão estrutural
segue toda uma
correspondência exata
e o Farol representa os
"Nove Coros
Angelicais”. A estrutura
tem 100 metros, o
mesmo número de
cantos que tem
a Divina Comédia, e 22 pisos, número de estrofes dos versos
desta obra.

Hoje só por fora, por causa do horário, muito cedo.

Seguindo pela Avenida de Mayo cheguei a Plaza del Congreso – nesta praça encontra-se uma
réplica de O Pensador e o Monumento a los dos Congresos.

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Em frente à praça ver o Congreso Nacional – visitas guiadas grátis – 2as, 3as, 6as às 11h e às 17h
Entrada pela Rivadavia, 1850.

DICA: Procure a entrada pela Av Rivadavia (lado direito do prédio) e pergunte sobre a visita. A
entrada é por ali. Não tinha muita gente procurando o passeio, tive que esperar chegar mais alguns
turistas para então começar a visita. E lá dentro vinha um vento frio sei lá de onde...

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Logo de cara, ficou evidente que eu era a única brasileira na visita. O grupo, cerca de 8 pessoas, era
formado por alguns turistas da própria Argentina e de outros países de língua espanhola. A guia
explicou o funcionamento do Poder Legislativo e quais as atribuições de deputados e senadores no
país. Ela também contou algumas das histórias da construção do prédio.

A visita passa pelos plenários das duas casas. Segundo a guia, há um sistema automático de votação
em cada uma dessas cadeiras, que também contam com sensores – assim que o deputado chega ao
seu lugar, um sensor avisa que ele está lá, informação que é transmitida para o painel e para o
presidente da Câmara.

Plenário da Câmara dos Deputados

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No caso do Senado, que é bem menor, há uma diferença em relação ao modelo brasileiro: assim
como nas constituições de Estados Unidos e Uruguai, o presidente do Senado é o vice-presidente da
República, que tem a atribuição de chefiar as reuniões e desempatar votações.

Plenário dos Senadores

Além dos plenários, a visita passa pelo Salão Rosado, que recebe o nome de Eva Perón, Nesse salão
os deputados tem mais privacidade antes de entrar na seção. A homenagem a Eva Perón vem do
fato da luta pelo direito ao voto feminino. O Salão Rosado possui tons de rosa apenas por questões
históricas, sendo palco de encontro diversos, independente do gênero dos deputados. Os lustres
são o grande destaque do salão, assim como o busto de Eva Perón e objetos de seu funeral.

Salão Rosado

Passamos ainda por outras salas do Congresso, como o hall de entrada (que recebe visitantes
ilustres) e o local onde são realizados velórios de presidentes e ex-presidentes.

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A Biblioteca é um dos destaques da visita, totalmente feita de madeira importada da Europa. Além
da coleção de livros, o relógio que pertenceu à monarquia francesa é um dos destaques.
Incrivelmente lindo!

Biblioteca

Voltei caminhando pela Avenida de Mayo, caminhar por 11 quarteirões e virar à esquerda na Calle
Florida, essa é uma rua apenas para pedestres muito conhecida em B.A.

Tem bastante gente circulando pela rua, a maioria é turista. Tem muito cambista também. Não é
um lugar para compras, achei tudo muito mais caro por ali... Vale para conhecer.

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Andar por ela por uns 3 quarteirões até chegar a Galerias Pacífico, um belo shopping com uma
arquitetura incrível. Aproveitar para almoçar (subsolo).

A face interna da cúpula central abriga afrescos de grandes artistas argentinos: alguns deles são
Antonio Berni, Lino Spilimbergo e Juan Carlos Castagnino. É incrivelmente bonito.

Na Av. Córdoba pegar o ônibus 115 direção Av. 9 de Julio (saindo da Galeria à esquerda), descer na
Calle Talcahuano, na próxima esquina é a Calle Tucumán, onde está o Teatro Colón.

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Impossível passar em frente ao Teatro Colón, na Avenida 9 de Julio, sem ficar pelo menos admirado
com a imponência do prédio. Mas vamos começar deixando uma coisa bem clara:

Apesar do nome, o Teatro Colón não é um teatro!

O lindo edifício do Teatro Colón em Buenos Aires foi construído para ser uma casa de óperas, onde
também ocorrem apresentações de balé e música erudita de forma geral.

O Teatro Colón foi inaugurado em 1908 depois de longos 20 anos de obras. Vários cantores famosos
e companhias de ópera já se apresentaram na sala principal, que é considerada uma das 5 salas com
melhor acústica do mundo.

Curiosidade: O primeiro prédio do Teatro Colón funcionou num edifício na Plaza de Mayo, de 1857
até 1888. A sede da Av. 9 de Julio veio depois, e funcionou de 1908 até 2008, quando o governo
iniciou uma enorme obra de restauração e modernização do teatro. A reinauguração aconteceu em
2010, ano do bicentenário argentino.

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Conheci o prédio através de uma visita guiada,
uma experiência excelente e que valeu cada
minuto e peso argentino investido.

As visitas guiadas acontecem todos os dias, das 9 da manhã às 17h, com grupos de até 34 pessoas
que saem a cada 15 minutos. O ingresso custa 180 pesos argentinos (julho/15) e os ingressos são
comprados numa bilheteria dentro do Teatro, com acesso pela rua Tucuman, 1171.

O nosso guia era muito divertido e sabia bastante sobre os detalhes históricos do Teatro Colón. A
visita foi toda em espanhol, mas isso não foi problema.

O passeio começa no hall principal, aos pés da imponente escadaria de mármore e sob os lindos
vitrais do teto. Dá pra perceber os diferentes materiais trazidos de diversas partes do mundo para
construir o Teatro Colón. Espalhados pelo hall vimos alguns figurinos utilizados em antigos
espetáculos. Fomos informados que o Colón possui sua própria oficina para confecção das peças
usadas nas apresentações da casa.

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Nosso guia à esquerda e pessoas do nosso grupo no Hall

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Ali, escutamos a história da maldição da construção do Teatro. O primeiro arquiteto, o
italiano Francesco Tamburini, morreu aos 44 anos, com um ataque súbito, durante a realização das
obras. Quem assumiu o trabalho foi seu sócio, o também italiano Víctor Meano, que também foi o
responsável pelo prédio do Congresso Nacional. Víctor também não teve sorte e foi assassinado
pelo amante de sua mulher, também aos 44 anos. Com isso, levou um tempo até conseguirem um
novo arquiteto disposto a assumir o trabalho.

Quem topou foi um arquiteto belga, Jules Durmal. Com tantas mãos no projeto, o estilo do
teatro foi mudando, saindo da escola italiana tradicional e ganhando um quê de arquitetura
francesa.

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Subindo as escadas,
chegamos ao Salão dos
Bustos, onde sobre
cada porta repousam as
figuras de importantes
compositores, como
Mozart,
Bellini, Beethoven, Wag
ner e Verdi. Giuseppe
Verdi, inclusive, foi o
autor da primeira ópera executada no Colón, em 1988, Aída.

É também nesse ambiente que fica a escultura El Secreto, uma peça


em mármore que impressiona pelos detalhes. Se você olhar com
atenção, vai ver que o artista Gustavo Eberlein conseguiu esculpir no
mármore a pressão exercida pela mão de Cupido sobre a perna de
Vênus.

Lindo de tão perfeito!

Seguimos para o Salão Dourado – ou Salão Francês, que é um espaço magnífico com detalhes em
ouro. O salão de estilo francês tem lustres lindíssimos, e como um todo foi planejado para lembrar
as salas dos teatros europeus, como a Ópera Garnier de Paris. Isso porque, honestamente, tudo que
a população argentina queria na época era se sentir na Europa. Começando pelas óperas que eram
executadas no Teatro Colón, ao comportamento da população mais abastada. O Salão Dourado era
o local onde a sociedade se encontrava no intervalo das apresentações, para pura ostentação: as
roupas, as joias, tudo que fizesse você se sentir mais europeu em plena Argentina do começo do
século XX.

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Seguimos dali para o Salão Principal. Vamos definir como MAGNÍFICO. Em formato de ferradura, a
sala cumpre as normas mais severas do teatro clássico italiano e francês. A sala acomoda 2478
pessoas sentadas, além de mais 500 pessoas que podem assistir os espetáculos de pé. Os camarotes
margeiam o palco. O Camarote Presidencial fica do lado direito, mas curiosamente não tem a
melhor vista do palco. Sua posição é na verdade excelente para que seus ocupantes sejam vistos
pela população.

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No dia da minha visita, não podia fotografar o palco, pois estavam ensaiando uma nova peça. Só
podia fotografar os camarotes...

Para ver a peça, o melhor camarote é o central. Na cúpula, lindos afrescos do pintor argentino Raúl
Soldi.

O palco é giratório. O movimento pode ser


acionado em qualquer sentido,
eletricamente, o que facilita a mudança das
cenas. O fosso da orquestra possui uma
capacidade para 120 músicos. As maravilhas
acústicas da sala principal são obtidas
graças às câmaras de ressonância e curvas
especiais de reflexão do som nessa área do
teatro. Junte isso com os detalhes
arquitetônicos, e o Teatro Colón entra na
lista das 5 melhores salas de ópera do
mundo. Conta-se que o próprio Luciano
Pavarotti ressaltou uma vez que ‘por causa
da acústica quase perfeita dessa sala, nem
eu mesmo posso cometer um erro’.

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Saindo do Teatro, ir até a Av. 9 de Julio, ver o Obelisco...

Você sabe para que serve um obelisco e como ele surgiu? Palavra de origem grega, obelisco significa
pilar ou espeto. Ele é um monumento, criado no antigo Egito, em homenagem e adoração ao deus
sol, Rá. Os egípcios acreditavam que o obelisco protegia a cidade das catástrofes da natureza.

A proteção contra catástrofes não é mais o motivo da construção dos obeliscos, mas o fato é que
toda cidade que se preze tem um. Em Buenos Aires (Argentina), um dos destinos turísticos mais
visitados do mundo, não é diferente. Seu obelisco é um dos cinco principais do planeta.

Além dele, o Monumento a Washington (o


maior obelisco dos Estados Unidos); do
Vaticano (um dos mais famosos do mundo); o
Obelisco de Luxor, em Paris; e o dos Heróis
ou do Ibirapuera (o mais famosos do Brasil,
em São Paulo, onde estão enterrados os
corpos dos quatros estudantes assassinados
na época da Revolução Constitucionalista de
1932).

OBELISCO DE BUENOS AIRES

O obelisco de Buenos Aires, capital


portenha, está localizado em uma área
privilegiada e de fácil acesso na região
central: na Praça da República, entre as
famosas avenidas 9 de Julho e Corrientes.
Aliás, a 9 de Julho é considerada uma das
avenidas mais largas do mundo. Tem 140 metros de largura e foi inaugurada em 1936.

O obelisco de Buenos Aires foi construído em 1936 pelo arquiteto argentino Alberto Prebisch para
celebrar os 400 anos da cidade. Três anos depois, porém, foi sancionado um despacho que
autorizava a sua demolição por questões econômicas, estéticas e de segurança, uma vez que se
acreditava que o monumento iria cair.

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O despacho, ainda bem, não foi aprovado e o obelisco é hoje um dos atrativos mais visitados de
Buenos Aires.

A Praça onde está localizado o obelisco de Buenos Aires também é ponto de encontro dos
argentinos e de turistas. No dia da minha visita, por exemplo, o local estava lotado de gente sentada
e conversando, algumas pessoas fazendo piquenique e ambulantes vendendo artesanatos.

Na Av. 9 de Julio pegar o ônibus 10 ou o 59 ou o 17.

Descer na Av. Santa Fé, para ver a livraria El Ateneo, considerada a 2ª. mais bonita do mundo.

Fachada

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Por qual razão você deveria incluir uma livraria em seu roteiro em Buenos Aires? Primeiro, não
estou falando de qualquer livraria, mas daquela que foi eleita pelo jornal britânico The Guardian
como a segunda livraria mais bonita do mundo, a El Ateneo Gran Splendid, que só ficou atrás da
Selexyz Dominicanen Boekhandel, na cidade holandesa de Maastricht.

A Livraria El Ateneo Gran Splendid, mas que todo mundo conhece intimamente como El Ateneo, foi
aberta onde um dia funcionou o Teatro Gran Splendid, construído em 1919 pelo austríaco Max
Glücksmann, que foi dono da gravadora Odeón e quem descobriu outro ícone argentino, Carlos
Gardel.

Mesmo ocupando o espaço do antigo teatro há pouco tempo, El Ateneo já é parte da cultura
portenha e acabou se transformando em um dos pontos turísticos obrigatórios para quem vai a
Buenos Aires.

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Imagine um teatro, com seus camarotes, corredores e escadarias tomadas por livros? E não são
poucos, mais de 120 mil publicações espalhados por três pisos, além de um dedicado apenas a
mídias digitais, como CDs, DVDs, etc.

Entrada para o subsolo

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Detalhe da arquitetura linda

O palco onde funciona um café

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É puro glamour, e mesmo para quem não gosta de livros, vale a pena uma visita para admirar um
espetáculo arquitetônico.

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Com mais de 120 mil livros espalhados entre as prateleiras da livraria, o que mais me agradou foi a
possibilidade de você sentar em uma poltrona, que por sinal são bem confortáveis, e passar horas e
horas lendo um livro sem a necessidade de comprá-lo.

E se estiver viajando com os pequenos, a livraria El Ateneo conta com um espaço exclusivo para a
criançada viajar no mundo dos livros (Ateneo Junior). O espaço infantil fica no subsolo do prédio e
assim como toda a livraria, é um lugar super lindo e aconchegante até para os adultos. O Ateneo
Junior tem uma decoração temática toda voltada para o mundo infantil, e ainda conta com algumas
mesinhas.

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Ah, quando for a El Ateneo, não deixe de prestar atenção no teto maravilhoso da livraria, o afresco
estampado no teto é o responsável por atrair cerca de três mil pessoas por dia interessadas em
visitá-lo. A obra de arte é de autoria do italiano Nazareno Orlandi e representa o fim da Primeira
Guerra Mundial, sob o título de Alegoria da Paz.

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.

Pegar um dos mesmos ônibus listados acima para voltar. Todos passam pelo hotel.

DIA 2 (04/07/14 – Sábado)

Caminhar pela Av. de Mayo, sentido Casa Rosada (esquerda). No número 825 está localizado o

Café Tortoni, tradicional café de BA, comer chocolate com churros ($75,00 – julho de 2015). O Café
é muito bonito, como fui de manhã, estava vazio. Pedi o famoso chocolate com churros. Os churros
da Argentina são bem diferentes do que os do Brasil, lá os churros não vem recheados, o doce de

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leite (MARA) vem em uma travessa ao lado e você vai “molhando” o churro ali. A massa também é
diferente, mais crocante por fora e macio por dentro, uma delícia!!

Se eu disser que isso aqui estava simplesmente di-vi-no, vocês acreditam?

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Aliás, ele foi inspirado nos clássicos cafés parisienses do século 19. Quer mais charme que isso???

O café preserva a decoração original, com seus


espelhos, lustres, colunas e vitrais dos séculos
passados. É maravilhoso. E enquanto você
come, ainda fica ao lado dessas figuras.

O lugar, além de lindo, guarda história. Desde sua fundação, foi frequentado pela nata da sociedade
portenha. Escritores, jornalistas, músicos como Carlos Gardel e até o físico alemão Albert Einstein já
estiveram por lá.

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Tanta gente importante e intelectual junta não poderia dar em outra coisa: o café sediou uma
associação literária, liderada pelo pintor Benito Quinquela Martin, no espaço conhecido como La
Peña. Várias reuniões aconteceram ali até o ano de 1943.

E toda essa história é preservada em sua decoração e arquitetura, mas também em uma espécie de
museu, onde estão expostos máquinas de escrever, quadros, fotos, esculturas, entre outros objetos
que recontam um pouco a trajetória da casa.

Lá também tem um espaço exclusivo - Sala


Alfonsina - para apresentações da dança mais
tradicional da Argentina. Não assisti, mas dizem que
é muito bonito. Na parede, tem alguns quadros da
pintora Ana Maria Montalvo que homenageiam o
tango. Tem ainda uma lojinha com alguns produtos.

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Continuar na Av. de Mayo até a Plaza de
Mayo, nesta praça está localizado o Cabildo,
a Catedral Metropolitana, o Banco de La
Nación e a Casa Rosada.

Cabildo (esse edifício foi sede da administração no período colonial): visitas guiadas 4ª. às 15h30 –
grátis. Bom, como era um sábado, paguei $15,00 para entrar. Não há muito a se ver

Catedral (estilo neoclássico, erguida em 1791): Sua fachada é composta por 12 colunas que
representam os apóstolos de Jesus, além de seu interior, que possui uma cúpula com mais de 40
metros. Visitas guiadas ao mausoléu/cripta de 2ª. a sábado às 11h45. Essa informação sobre as
visitas guiadas não foi confirmada, procurei e esperei e nada. Resolvi fazer a visita por minha conta
mesmo...

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Que o papa Francisco é argentino todo mundo já sabe. Quando ele morava em Buenos Aires, ainda
como o Cardeal Arcebispo Jorge Mário Bergoglio, celebrava missas na Catedral Metropolitana,
localizada na Plaza de Mayo. Ao todo, foram 15 anos, entre 1998 a 2013, à frente da arquidiocese
de Buenos Aires.

E, durante uma visita à capital portenha, fiz questão de conhecer de perto a Catedral, que é um
ícone do catolicismo na cidade.

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A Catedral Metropolitana de Buenos Aires foi construída no século XVIII com características
neoclássicas e abriga um mausoléu, onde está enterrado o corpo do general San Martín, um dos
responsáveis pela independência da Argentina, e de outros religiosos.

Guardas em frente ao mausoléu

Desde 1942, ela é um dos Monumentos Histórico Nacional de Buenos Aires e considerada uma das
obras arquitetônicas mais importantes da Colônia. Também pudera, a Catedral é lindíssima. Se
parece muito com os templos gregos.

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Sua fachada, inclusive, erguida em estilo neoclássico do século XIX, possui 12 colunas, que fazem
referência aos 12 apóstolos de Jesus. A catedral não tem torre e tem uma nave e uma cúpula do
século XVIII.

Banco de La Nácion

Plaza de Mayo - é a principal praça de Buenos Aires, já foi palco de grandes protestos desde a sua
fundação, em 1580.

Casa Rosada (sede da presidência da Argentina): visitas guiadas aos sábados e domingos das 10h às
18h – grátis, com saídas a cada 10 minutos com duração de 1 hora. As visitas guiadas são bastante
procuradas, por isso, chegar cedo.

Os motivos por trás da cor rosa

Qual seria o motivo da tradicional cor da Casa Rosada? Bom, os próprios guias turísticos do Palácio
de Governo oferecem três teorias possíveis. Todas elas com suficientes razões para serem
acreditadas… ou talvez não.

1. Uma mistura de cal e banha animal formavam a cor rosa, já que a banha tinha restos de
sangue. Essa particular combinação de materiais era utilizada para evitar a formação de
umidade na estrutura da Casa de Governo.

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2. O Presidente Sarmiento, após voltar da América do Norte, inspirou-se na Casa Branca. Na
época, a cor rosa estava simplesmente à moda na Europa e Sarmiento teria se inspirado
nessa tendência.

3. Os dois principais partidos políticos no século 19 eram os Unitários e os Federais. Os


primeiros se identificavam com a cor branca e os segundos com a cor vermelha. A cor rosa
seria uma democrática maneira de associar as duas agrupações.

Seja qual for o motivo, é bom entender que a Casa Rosada tem essa cor apenas do lado de fora. No
seu interior podemos achar uma variedade de tons totalmente diferentes onde a tonalidade rosa
justamente brilha… pela sua ausência!

Pela primeira vez tive sorte em estar sozinha, estava na fila para pegar uma senha para a visita e a
moça me perguntou com quantas pessoas eu estava acompanhada e eu respondi que era somente
eu, então ela me disse que poderia acompanhar a visitação que estava começando naquele
instante, ou seja, acabei economizando um tempo por que a fila estava grande.

A fachada principal tem um arco central, que é a entrada principal. No lado direito está o famoso
balcão usado por líderes diferentes para seus discursos, incluindo as ocorrências históricas de Evita
e Juan Domingo Peron.

Vamos conhecer detalhadamente a Casa de Gobierno, também conhecida com Casa Rosada, a sede
do Poder Executivo da Argentina, onde fica o gabinete da então presidente, Cristina Kirchner.

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A entrada para a visita guiada ocorre por um portão de frente para a Plaza de Mayo. Logo na
entrada do edifício é preciso passar por um detector de metais, por questões de segurança. Logo
em seguida, surge um pátio interno amarelo, por onde passamos em direção a um salão de espera
para pegar uma senha e aguardar o início da visita.

A visita tem inicio a cada 10 minutos. Tem cerca de uma hora de duração e é guiada por um
funcionário da casa para um grupo de cerca de 30 pessoas. O guia falava em espanhol e em inglês.

Esta sala tem o nome de Galeria de Patriotas Latinoamericanos e nela estão diversos painéis em
homenagem a figuras públicas importantes dos países da América Latina, como Che Guevara, Juan e
Evita Perón, o Papa Francisco, Getúlio Vargas, entre muitos outros. Aqui foi onde aguardamos o
guia para começar a visita.

Inaugurada pela presidente da Argentina em 25 de maio de 2010, com a presença de quatro


presidentes convidados, essa galeria evoca os heróis, que em seus respectivos países da América
Latina, lutaram pela liberdade e independência desde o início do século XIX até o terceiro trimestre
do século XX. As obras que foram doadas pelos presidentes latino-americanos podem ser vistas pelo
público que visita a Casa Rosada.

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A primeira parada foi no Salón Pueblos Originarios. O espaço foi inaugurado pela presidente
Cristina Kirchner em abril de 2014. Está situado no piso térreo do Palácio de Governo, de frente
para o Rio da Prata. O salão tem suas paredes na cor vermelho-terra para simbolizar a terra. Há
painéis, em forma de linha do tempo, que detalham a história das diversas tribos.

Salón Pueblos Originarios.

O próximo ambiente visitado foi o “Salão de Pintores e Pinturas Argentinas do Bicentenário”, um


grande salão azul com móveis antigos e pinturas de importantes artistas argentinos. O salão está
localizado no subsolo e era a antiga entrada para o Palácio do Governo. Foi reinaugurado em 2011 e
por decisão presidencial foi pintado nas cores da bandeira argentina. Está decorado com quadros
dos principais artistas nacionais.

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Salón de las Mujeres Argentinas - Criado pela Presidente Cristina Kirchner, ocupa um lugar de
honra na casa. Estão representadas através de fotografias, sem distinção de ideologia ou profissão,
aquelas mulheres que em diferentes áreas da sociedade e cultura argentina, abriram o caminho
para outros como: Eva Perón, Lola Mora, Tita Merello, Alfonsina Storni, Mercedes Sosa, as Mães da
Plaza de Mayo e mãe das Malvinas, em claro reconhecimento nelas a tantas mulheres anônimas.

Salón de las Mujeres Argentinas.

Alguns corredores da Casa Rosada fazem parte da “Galeria de Ídolos


Populares”, onde grandes painéis mostram a imagem de diversas
personalidades da argentina dos mais diferentes segmentos, como
esportistas, atores, escritores, políticos, entre outros. Uma das salas, que
não me recordo o nome, possui uma grande mesa de reuniões e um
antigo vestido utilizado por Evita Perón e logo em seguida é possível
visitar a varada do edifício, com vista privilegiada para a Plaza de Mayo.

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Salão dos Científicos Argentinos del Bicentenario - É um dos poucos espaços originais do primeiro
Palácio de Governo projetado em 1882 e foi utilizado para a recepção de diplomatas estrangeiros. O
salão presta homenagem ao Dr. Carlos Saavedra Lamas, argentino, e primeiro cidadão latino-
americano a receber o Prêmio Nobel da Paz por sua ação diplomática. São também representados,
através de seus retratos, cientistas argentinos que contribuíram com suas pesquisas para o país e
aqueles que têm presença no cenário internacional.

Salón de los Científicos Argentinos del Bicentenario

E enfim o mais esperado da visita, a lendária Varanda com vista para a Plaza de Mayo.

Varanda

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Salón Eva Perón - Foi inaugurado pela Presidente Cristina Kirchner em 7 de maio de 2012, dia em
que Eva Perón completaria 93 anos. Esse Salão era o escritório de trabalho de Evita, é nele que está
a varanda onde ela olhou pela última vez. No ato de inauguração, a Presidente Cristina disse que
Evita “era uma atriz, mas, sem dúvida, seu melhor papel seria na história, o mais difícil de todos e
aquele que mais amargura traz.”.

Salón Eva Perón

Salón Blanco - O Salão Branco é o mais bonito e luxuoso dentre os que visitamos. Originalmente era
chamado de Salão de Recepções, pois é nele que são realizados os eventos de maior importância do
governo. No teto do salão há uma pintura do artista italiano Luis de Servi que comemora dois

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momentos-chave da história argentina: a Revolução de Maio (1810) e da Declaração da
Independência (1816).

Salão Branco

No centro do salão pende um lustre de procedência francesa que com suas 456 lâmpadas acesas
realçam as molduras trabalhadas com folha de ouro. Em 1903 foi colocado o piso de carvalho eslavo
trazido de Bruxelas (Bélgica).

Mas acredite se quiser: esse salão é bem menor ao vivo do que na foto! Tudo por culpa de uma
ilusão de ótica, graças à quantidade de espelhos no salão.

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Outro destaque fica por conta da pintura em homenagem à Revolução de Maio, que decora o teto
do Salão Branco.

Patio de Honor - Pátio de Honra também conhecido como o Pátio das Palmeiras é o pulmão da
casa. Possui linhas italianizadas, especialmente na ala norte e setor presidencial.

O piso do pátio e as galerias originalmente eram em cerâmica esmaltada inglesa, com figuras
geométricas de várias cores e ladrilhos lisos combinados em dois tons. No entanto, devido ao

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desgaste pelo uso e pelo tempo, o piso original foi substituído por ladrilhos confeccionados na Itália
com o mesmo design. É uma área muito bonita, aliás como tudo que conhecemos na Casa Rosada.

O escritório onde a presidente realiza seus despachos também é visitado rapidamente, mas neste
ambiente não são permitidas imagens. As últimas explicações ocorrem num grande salão dourado
onde costumam acontecer recitais, concertos e reuniões.

Hall de Honra conhecido como Galeria dos Bustos, localizado na esplanada da Av. Rivadavia, é o
acesso do Presidente, Ministros e Convidados Oficiais. Os bustos em mármore foram esculpidos por
grandes artistas nacionais e estrangeiros e prestam homenagem aos presidentes da Argentina.

Hall de Honor conhecido como Galeria dos Bustos

Aqui se encerra a visita, a saída é feita por uma porta lateral que dá acesso aos jardins e para a Plaza
de Mayo.

Achei o tour guiado na Casa Rosada muito interessante. Chegar a varanda da Casa Rosada e poder
ver a Plaza de Mayo de uma nova perspectiva foi bem bacana!
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Indo para trás da Casa Rosada há um parque (Parque Colón) seguindo por ele e atravessando-o
chega-se a Puerto Madero.

Ver a Fragata Sarmiento Preço: $5,00 – julho de 2105 – todos os dias – Av. Alicia Moreau de Justo,
980 (deque 3)

O navio foi construído em 1897 na Inglaterra, e foi


comprado pela Argentina para ser a primeira escola
da marinha do país. A embarcação já realizou 39
viagens percorrendo mais de 1.1000.000 milhas
marinas (distância equivalente a 50 viagens ao redor
do mundo). A embarcação tem 85 metros de
comprimento e toda original, com seus 12 canhões,
35 velas e todas as peças, objetos e mobílias originais.

Nos anos 60, ele deixou de ser uma escola e passou a ser um museu, tornando-se um ótimo e
famoso ponto turístico localizado em Puerto Madero, um dos bairros mais modernos da cidade
de Buenos Aires.

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Dentro do Fragata Sarmiento, os visitantes têm a possibilidade de descobrir como era viver a bordo
de uma embarcação desse porte percorrendo cada pedacinho dele, incluindo a sala de máquinas,
um dos lugares mais interessantes.

Objetos antigos que tripulantes trouxeram de diversas partes do mundo estão expostos como a
pedra da Grande Muralha da China e o corpo empalhado de um cachorro que era o animal de
estimação da tripulação da época.

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Bem pertinho do Fragata está a Ponte da Mulher - Trata-se de uma ponte pedestre giratória com
um dos maiores mecanismos de giro do mundo, pensado para permitir a passagem das
embarcações à vela que navegam pelos diques do Puerto Madero. Representa a imagem de um
casal que dança o tango, onde o mastro branco simboliza o homem e a silhueta curva da ponte da
mulher.

Caminhar por Puerto Madero

Quem passa hoje por Puerto Madero com seus ótimos restaurantes, prédios de luxo e hotéis cinco
estrelas, não imagina que até 1990 aquela era uma região abandonada e perigosa de Buenos Aires e
justo ali, atrás da Casa Rosada.

A história de Puerto Madero começa no século 19 quando os argentinos precisaram ampliar seu
porto para aumentar a capacidade de importação e exportação.

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O projeto foi vencido por um comerciante local chamado Eduardo Madero, que criou um sistema de
diques e docas para acomodar os grandes barcos que levavam e traziam mercadorias para Buenos
Aires.

Depois de construído, os argentinos perceberam que o projeto não conseguiria atender a


necessidade deles e todo o complexo, com seus 16 armazéns, guindastes e docas foram
abandonados por anos.

No final dos anos 80, o Governo Menem tinha um plano de revitalização de algumas áreas da
cidade, semelhante ao que foi feio recentemente no Rio de Janeiro na região do cais e Praça Quinze
de Novembro para a Olimpíada. Foi aí que Puerto Madero começou a renascer.

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Os armazéns de tijolos aparente foram transformados em restaurantes, escritórios, lojas e moradia,
até a sede argentina do Google se mudou para lá. Os guindastes e parte do aparato original, tudo
importado da Escócia foram mantidos, se integrando perfeitamente ao projeto.

Em Puerto Madero ficam excelentes restaurantes, para todos os gostos e bolsos. É lá que fica
também um dos principais cartões postais da cidade: a Ponte de La Mujer.

A ponte foi inaugurada em 2001, o projeto é do espanhol Sergio Calatrava e ela se chama assim pois
as ruas de Puerto Madero levam os nomes de mulheres argentinas famosas. A ponte é móvel, ela
gira para permitir que barcos maiores atravessem o canal. A ponte é uma homenagem as mulheres
e ao tango, a sua forma remete a um casal dançando.

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Voltar pela Ponte da Mulher até a Plaza de Mayo, pegar a Av. Leandro N Alem, caminhar por 3
quarteirões até chegar ao Centro Cultural Nestór Kirchner, na Av Sarmiento, 151, grátis.

A construção do então palácio de correios e telégrafos (o Correo Central) iniciou em 1989 e foi
finalizada em 1928. Demorou bastante por conta do tamanho do empreendimento, mas também
devido às diversas crises econômicas que o país sofreu no período — quando o dinheiro é escasso, as
prioridades mudam.

Situado no bairro de San Nicolás, na área central da cidade, este monumento arquitetônico faz
referência ao academicismo francês. Em 1997, foi declarado Monumento Histórico Nacional, pois
mesclava singularidade em sua arquitetura com importância histórica e, ao mesmo tempo, abrigava
muitas obras de arte clássica em seu interior.

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Deixou de ser a sede dos correios em 2003. Em 2006, o então presidente Nestor Kirchner resolveu
transformá-lo em um centro cultural — juntamente com uma série de outros empreendimentos
realizados em comemoração ao bicentenário da Revolução de Maio.

O espaço é enorme, é grátis e tem bastante coisa pra ver. Vale a visita.
No caminho de volta, achei uma igreja que não estava no meu roteiro, mas vi que era importante, li
que era a igreja mais antiga de Buenos Aires.

Igreja de Santo Ignácio - Construída pelos arquitetos jesuítas Krauss, Bianchi e Primoli entre 1686 e
1722, a Paróquia de San Ignacio de Loyola é a mais antiga igreja de Buenos Aires e faz parte
de Manzana de las Luces, complexo histórico da cidade.

Localizado no centro portenho, no bairro de Monserrat, o edifício é considerado Monumento


Histórico Nacional desde 21 de maio de 1942 e está sob túneis que eram usados para defesa e
contrabando durante a era colonial. Com arquitetura simples e austera, influenciada pelo barroco
alemão, o templo realiza festivais de música e oferece atividades culturais, como oficinas
de orquestra e coral.

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DIA 3 (05/07/15 - Domingo)

Pegar o ônibus 8 na Av. Hipólito Yrigoyen (direção Casa Rosada) e descer na Av. Paseo Colón, com a
Calle Humberto Primo (+/- 12 quarteirões) - referência: loja Auto Ferro.

Tá, eu ia pegar o ônibus, mas as ruas estavam fechadas. E acabei indo caminhando. Acontece que a
Feira de San Telmo começa bem antes de San Telmo, hahaha. O único problema era que o frio
estava cortante, acho que foi um dos dias mais frios que peguei na Argentina.

Caminhar pela Humberto Primo por 2 quarteirões, chegar na Plaza Dorrego onde aos domingos
acontece a Feira de San Telmo, famosa feira de Antiguidades de BA (das 10h às 17h), caminhar pela
feira que acontece na Calle Defensa.

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Sempre que alguém me pede dicas do que fazer em Buenos Aires, um dos primeiros lugares que eu
sugiro é a Feira de San Telmo. A feirinha de antiguidades que surgiu na Plaza Dorrego no coração do
tradicionalíssimo Bairro de San Telmo é hoje uma das principais atrações da cidade.

A feira de antiguidades surgiu nos anos 70 e uma das regras era só vender objetos com mais de 70
anos de idade. Essa regra é mantida até hoje pelos mesmos expositores que ajudaram a fundar a
feira.

Com o passar dos anos e a popularização da feira, ela foi crescendo e saindo dos domínios da Plaza
Dorrego e se espalhando pela Calle Defensa em direção a Plaza de Mayo, onde fica a Casa Rosada,
sede do governo argentino.

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Ao longo de nada menos que 9 quarteirões, centenas de expositores vende de tudo um pouco:
placas antigas, pinturas, artigos de couro, brinquedos, imãs de geladeira (comprei um monte),
móveis, lustres, LPs, todo tipo de buginganga e claro, muitas antiguidades.

Ao longo das ruas existem alguns mercados antigos, como o Mercado San Telmo, que foi aberto em
1860 e poucas modificações foram feitas até hoje. Além de muitas antiguidades, o lugar é excelente
para comprar posters de filmes antigos e LPs, em nenhum lugar você vai achar mais discos de tango
do que nesse mercado e lá dentro os preços são ligeiramente melhores do que na rua.

É também na Feira de San Telmo que fica a famosa estátua da Mafalda, a personagem criada pelo
cartunista argentino Quino, fica sentadinha num banco de praça na esquina da Calle Defensa com
Chile, pertinho de onde ela foi criada em 1964. A fila para sentar no banquinho e tirar uma foto com
ela é longa, ainda bem que cheguei cedinho e a fila não estava tão grande.

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Para quem gosta de turismo religioso, na Calle Defensa tem duas igrejas que merecem a visita. Um
delas é a Igreja de Santo Domingo, que fica na esquina da Defensa com a Belgrano. A outra igreja é
a Paróquia de San Pedro Gonzalez Telmo, pertinho da Plaza Dorrego, no coração da Feira de San
Telmo.

O dia estava tão frio que ao passar pela igreja de San Pedro, entrei para me aquecer um pouco. É
uma igreja muito bonita pena que não é muito bem conservada.

Mas uma das coisas que mais encantam na feira não são as antiguidades ou as comidas, mas as
manifestações artísticas. São dezenas de músicos de rua, bandas, dançarinos de tango e até
orquestras em cada esquina. Como esse senhor que encarnou o personagem do Carlos Gardel e
toca suas músicas todos os domingos na Feira de San Telmo. Falando em ritmos, tem para todos os
gostos: do tradicional tango até os “bate-estaca” dos DJs portenhos.

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A Feira de San Telmo é um caldeirão de latinidade no coração de Buenos Aires, uma cidade que tem
seu lado europeu, seu lado americanizado, mas que tem essa efervescência latina pulsando bem
naquele bairro cheio de casarões antigos e ruas de pedras.

Próximo da rua Moreno é que o empurra-empurra de turistas começa a se formar e é onde ficam as
casas de antiguidades mais procuradas, as galerias de arte, os sebos, restaurantes e outros espaços
superbacanas.

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Na Pasaje San Lorenzo (1 quarteirão acima da Av. Independencia, virar à direita e ver a Casa
Mínima: possui 2,5 metros de largura e 13 metros de profundidade, ou seja, é a casa mais estreita
de Buenos Aires.

São várias as lendas que rondam o local. Uma delas diz Buenos Aires tinha uma grande quantidade
de escravos negros na primeira metade do século XIX .Com a abolição da escravatura, um escravo
de José Urquiza, ao ser libertado, recebeu essa casa em 1813. Mas de acordo com os historiadores
do Museu Arqueológico de El Zanjón (museu vizinho a casa), a casa sempre foi parte de uma
residência maior. Sabe-se que foi construída em 1807 e era uma residência típica de estilo espanhol,
com um pátio central e entrada lateral para carruagens.

Almoçar no Don Ernesto (melhor carne bovina) – Calle Carlos Calvo, 375.

Se você ainda não sabe, fique sabendo: não se pode visitar BsAs e não se conhecer ao menos
um bodegon. Certo, você não sabe o que é um bodegon. Pietro Sorba, autor do livro Bodegones de
Buenos Aires (Editora Planeta), vai nos explicar:

“Es un lugar porteño que debe tener cierta edad, con algo de historia, informal y cómodo, donde se
disfruta de comidas tradicionales (principalmente picadas, buenas pastas caseras y, por supuesto,
milanesas y carnes) presentadas en un extenso menú. Se sirven porciones abundantes que se

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comparten sin que nadie te mire o te trate miserable. El sabor de las comidas y los precios de los
platos son abordables. No se admiten platos conceptuales o innovadores.”

Sacou? Lugar tradicional e com comida boa e barata. E assim, fui conhecer o Don Ernesto.

Como boa carnívora, no dia da minha


visita a San Temo fiquei contando as horas
até o almoço. Estava cheia de
expectativas, pois sabia ser o Don Ernesto,
o dono da fama de possuir uma das
melhores carnes da cidade, se não do
mundo.

Cheguei, sentei, pedi uma cerveja e admirei o décor. Puro bodegon.

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Antigo, aconchegante e com as paredes cheias de frases dos frequentadores, que ao longo dos anos
foram registrando a sua satisfação com as refeições ali provadas.

Enquanto aguardava o meu bife de chorizo com papas espanholas. Confesso que meu prato não
demorou para chegar, e entre goles de cerveja, quase não vi o tempo passar.

E então:

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Maravilhosa, tenho que confessar que foi um dos maiores bifes que já comi na vida. A minha ideia
inicial era comer um tiramisu de sobremesa, que me foi super recomendado, mas o prato principal
era tão grande que não rolou...

Em suma: a comida é muito boa, e o ambiente é mega agradável, e a frequência, tipicamente


portenho. Então, anota aí: imperdível!

Voltar pela Calle Chile até a Av. Paseo Colón (pela direita), ali pegar ônibus (números: 62, 195, 93,
130) até a Torre Monumental (Av. Libertador, 49):

Também conhecida como “Torre dos Ingleses”, seu antigo nome, foi inaugurada em 1916 no
bairro de Retiro. Foi construída por residentes britânicos da cidade para comemorar o
centenário da Revolução de Maio.

Ainda na Calle Florida (no. 1065) está o Edificio Kavanagh, construído em 1936. (perto da Plaza San
Martin).

Com 31 andares e 120 metros de altura, esse espigão foi por muito tempo o prédio mais alto do
país. Porém o que ele tem mais de interessante é a história da sua construção. Corina Kavanagh, de
uma família muito rica do início do século passado, mandou erguer essa enorme construção por
vingança a um amor fracassado.

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A jovem era apaixonada por um moçoilo da tradicional família Anchorena, porém os pais dele nunca
aprovaram a relação e fizeram o possível para ela dar errado. Contrariada pela decisão dos
Anchorena, Corina se vingou escondendo uma outra obra arquitetônica, a Igreja do Santíssimo
Sacramento, templo construído em 1920 pelos Anchorena que seria usado como sepulcro da
família.

O único pedido de Corina para os arquitetos e engenheiros da obra, inaugurada em 1936, era que
ela tapasse totalmente a vista que a família Anchorena, que morava do outro lado da Praça, tivesse
da igreja

Na Calle Posadas com a Av. Callao encontra-se o El Sanjuanino (Posadas, 1515), onde se vende a
melhor empanada de BA.

El Sanjuanino: ponto certo para excelentes empanadas caseiras em Buenos Aires. Só de me lembrar
me dá água na boca.

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Buenos Aires é conhecida pelo tango, pelas
carnes, por ter o segundo melhor futebol do
mundo, pelo espanhol com som de “ch” e,
não menos importante, pelas famosas
empanadas. Para quem não conhece: a
empanada é um prato herdado da cozinha
espanhola que se assemelha muito a nossos
pasteis de forno.

A diferença está em três fatores: na massa; no modo de preparo, já que além de assada ela pode
ser frita; e no recheio, o tradicional é de carne, mas existem diversos outros sabores, porém
tipicamente picantes. A carne não é moída como se esperaria, mas em pequenos cortes, picada na
ponta da faca.

É claro que tinha que experimentá-la, e num bom lugar. Sabia que acharia empanadas em cada
esquina, então precisava de alguma referência: olhei na web, e achei algumas recomendações.
Decidi ir ao El Sanjuanino, tido por muitos como TOP1 no assunto, localizada no meio da Recoleta.

Com duas casas em Buenos Aires, o El Sanjuanino é um patrimônio da cidade. O endereço na chique
e cara Recoleta é o mais famoso, mais pitoresco, mais procurado pelos turistas. Cheguei a um lugar
rústico, que mais parecia um "bodegón". Parece caótico, mas a visita é obrigatória.

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Como diz o slogan da casa: “Comer es un acto biológico, comer em El Sanjuanino es um acto
cultural”.

Cardápio nas mãos, pedi 2 empanadas, de massa incrivelmente leve: 1 de carne (picada na ponta da
faca, cozida por horas, gordura zero, saborosíssima), 1 de carne picante e confesso, viciei... Não
importava em que parte da cidade eu estava, tinha que ir até a Recoleta no Sanjuanino comprar
empanada.

O restaurante tem um detalhe interessante: todos os pratos podem ser encomendados para levar
por um preço bem mais acessível do que comer no local. As empanadas para viagem, por exemplo,
saem 5,50 pesos argentinos. Mas se você se sentar, o quitute custará 9 pesos. Ainda assim uma
barganha. O El Sanjuanino oferece, também, empanadas doces e diversas sobremesas regionais.
Uma tradicional cerveja Quilmes pequena custa 10 pesos.

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Pegar o ônibus 130 e ir ver a Floralis Genérica: A enorme estrutura conta com um mecanismo que
articula suas seis pétalas para que abram no amanhecer e voltem a fechar caindo à noite. Quando o
casulo está fechado, um jogo de luzes liga para marcar os efeitos da escultura.

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E os Bosques de Palermo:

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Infelizmente o Rosedal estava fechado. Bem perto do parque está o Planetário Galileu Galilei, sua
fachada é bem interessante (fica iluminada à noite).

Pegar novamente o ônibus 130, ver o Jardim Japonês ($50):

O Jardim Japonês fica dentro do Parque Três de Fevereiro, no bairro de Palermo e foi inaugurado
em 1967, por conta da visita do futuro imperador do Japão. Parece um lugar novo, por ser muito
bem cuidado, mas tem quase 50 anos de história.

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Puente Curvo (Ponte Curva)

Ele é enorme e foi construído pela comunidade nipônica de Buenos Aires em 1967 para receber o
imperador Akihito que, na época, era príncipe herdeiro do país. É administrado pela Fundación
Cultural Argentino-japonês.

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Mas o que mais se destaca na paisagem, com certeza, é a tradicional ponte vermelha sobre um
lago. Na cultura japonesa, a ponte simboliza o ritual de passagem entre os mundos humano e
divino. É a evolução do ser humano para um nível superior, de amadurecimento e de aprendizado.

Tem até um espaço para a tradicional cerimônia do chá. É bem interessante, embora eu não tenha
gostado do chá kk.

O que achei da visita ao Jardim Japonês

A visitação ao Jardim Japonês de Buenos Aires foi o momento perfeito para desacelerar um pouco
durante a viagem. É o ambiente ideal para sentar, descansar, admirar a natureza e, é claro, tirar

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algumas fotos porque ninguém é de ferro. Então valeu super a pena a visita e recomendo para
qualquer um que vá a Buenos Aires.

Para voltar ao hotel, pegar o ônibus 10, na Av. Libertador e descer na Av 9 de Julio. Para variar me
perdi voltando do Jardim Japonês, fui andando pela avenida procurando pelo ponto do ônibus 10,
andei, andei e andei muito e nada de ponto. Vi pelo mapa que p nº 102 passava então arrisquei, o
motorista disse que não passava pelo Obelisco, mas ia me deixar no ponto que passava. Ele me
deixou em frente a Faculdade de Engenharia (que me pareceu uma igreja à primeira vista), peguei o
ônibus 59 e desci no Obelisco.

DIA 4 (06/07/15 – Segunda-feira)

Pegar o metro na estação Avenida de Mayo até a Plaza de Mayo (3 estações), ir em sentido ao
Cabildo, seguir pela Av. Pres. Julio A Roca (dá para ver um prédio com uma torre de relógio),

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caminhar até uma praça com uma estátua com um cavalo, ali em frente fica a Manzana de las Luces
– Perú, 272: Conhecido como Quarteirão das Luzes por receber pensadores do Iluminismo. Voltar
para o hotel e solicitar um rádio taxi e ir ao Caminito

E está aí um dos inconvenientes de se viajar sozinha, imprevistos acontecem e como acontece.


Ainda bem, esse não foi o dos mais graves, mas estragou todo meu roteiro para hoje. Cheguei até o
local da Manzana e para minha surpresa (e em desacordo com as informações que tinha
pesquisado) só abria a partir do meio-dia. Então resolvi ir para o Caminito e como estava bem cedo,
fui de ônibus (nº 29 – pegando perto da Casa Rosada [Calle Bolivar com Av. Rivadavia na Plaza de
Mayo] e descendo na Av. Pedro de Mendoza). Super tranquilo.

Até o início do século XIX, a região onde hoje é o bairro La Boca permaneceu praticamente
desabitada. As primeiras famílias começaram a se instalar no bairro entre os anos de 1830 e 1852.
Por ser uma zona portuária, no final do século XIX ali se estabeleceram muitos imigrantes italianos,
principalmente genoveses, que deram ao bairro a sua aparência atual.

Os cortiços (conventillos) se caracterizavam por serem construções com chapas de metal canelado,
montados muitas vezes sobre pilotis altos devidos às frequentes inundações. Em seu interior

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havia uma grande quantidade de pequenas habitações e em cada uma delas residia uma família.
A cozinha e o banheiro eram compartilhados por todas as famílias que ali moravam.

Na década de 50, o pintor Quinquela Martín iniciou um projeto de recuperação do local. As casinhas
(conventillos) coloridas atraíram visitantes. O nome Caminito veio de um famoso tango e logo
passou a designar um dos locais mais conhecidos de Buenos Aires.

“Caminito que el tiempo há borrado Que juntos um dia nos viste


pasar. He venido por última vez. He venido a contarte mi mal.
Caminito que entonces estabas. Desde que se fue, triste vivo yo.
Caminito amigo, yo también me voy. Desde que se fue nunca más
volvió. Seguiré sus pasos, Caminito adiós.”.

Caminito (Carlos Gardel)

O Caminito é tipicamente turístico. Observe o visual super

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interessante das casas, o colorido, o material empregado nas construções e os bonecos nas sacadas.
Além de todo esse visual, há bares, restaurantes, barraquinhas e centros de artesanato que vendem
de tudo, fazendo a alegria dos turistas e dos vendedores locais.

Segurança na região

Os vários blogs de turismo que pesquisei alertam para a questão de segurança. Não dar bobeira.
Ficar sempre atento aos seus pertences, cuidado com carteiras. Recomenda-se também visitar a
região durante o dia. Outro recomendação é não ir ao Caminito em dia de jogo no estádio do Boca.
De verdade, segui todos os conselhos e não senti perigo nem insegurança. Sim, é notadamente um
bairro pobre, mas não achei perigoso.

Saindo do Caminito, pegar a rua Dr. Del Valle Iberlucea e caminhar por 4 quarteirões até a Calle
Brandsen para ver o Estádio da Bombonera.

O estádio do Boca é conhecido como La Bombonera, porque seu formato retangular lembra uma
caixa de bombons. Em 1905 nascia o Clube Boca Juniors. Seus fundadores decidiram que o novo
clube levaria o nome do bairro acompanhado do termo “juniors” prática comum para dar um maior
prestígio às instituições, embora, neste caso, o contraste era notório pela fama de bairro “difícil” e
marginal que havia ganho o La Boca naquele momento. Assim como no River, muitos dos seus
torcedores eram italianos, em sua maioria genoveses que viviam na região. Em 1914 o clube esteve
prestes a deixar o bairro quando a diretoria conseguiu um terreno na área de Wilde (Avellaneda),
porém a contundente negativa de 1.300 dos seus 1.600 sócios fez com que os dirigentes voltassem
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atrás e com a construção do estádio La Bombonera em 1940, o Boca fixaria definitivamente sua
residência na região.

Visita guiada ao Estádio do Boca Juniors – La Bombonera

Não escondo de ninguém que sou super fã de futebol. E quando pus os pés na Argentina, eu tinha
certeza de pelo menos um ponto turístico que não podia faltar no meu roteiro: o Estádio Alberto J.
Armando, ou La Bombonera, o estádio do Boca Juniors.

Futebol na Argentina é religião e o Club Atletico Boca Juniors talvez seja a principal igreja dos
hermanos. Os torcedores fanáticos do clube têm orgulho de contar as histórias dos 6 títulos da
Copa Libertadores da América e dos 3 campeonatos mundiais do time azul e amarelo. E é pra ficar
muito orgulhoso mesmo. Além disso, a velha discussão Maradona x Pelé aqui não tem vez para
brasileiro. Diego Maradona é torcedor fanático do Boca. Tão fanático que é proprietário vitalício de
um dos melhores camarotes do estádio.

La Bombonera tem capacidade para


49.000 torcedores e o apelido do estádio
vem do seu formato. Como a área para
construir o estádio era pequena, o
projeto foi feito para que o estádio
crescesse pra cima, com arquibancadas
bem altas e íngremes, que circundam o
campo formando um D. Parecendo com

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o formato de uma caixa de bombons. Com esse formato, a torcida fica tão perto do campo que
praticamente conta como mais um jogador, enlouquecendo o time adversário.

No estádio também funciona um dos maiores orgulhos do time hermano: o Museo de La Pasión
Boquense. Isso mesmo: um museu só pra contar os feitos do Club Atlético Boca Juniors. Existem
quatro opções de passeio (Valores atualizados em Setembro de 2019):

1. Visita ao Museo de La Pasión Boquense


2. Visita ao Museo de La Pasión Boquense + Visita Express ao estádio
3. Visita ao Museo de La Pasión Boquense + Estádio Tour
4. Visita ao Museo de La Pasíon Boquense + Vestiario VIP

Escolhi a opção 3, Museu + Estádio Tour. Depois de pagar (130 pesos) e passar pela catraca,
podemos ficar passeando pelo Museo de La Pasión Boquense até a hora do início do passeio guiado,
quando todo mundo se reúne em um ponto de encontro.

Museo de La Pasión Boquense

O museu é muito bacana, uma mistura de passado e futuro, contando a história do clube com
bastante tecnologia. Logo na entrada, fica um enorme mural com estrelas amarelas, onde cada uma
tem o nome de um dos sócios fundadores do clube. Um jeito legal de agradecer e eternizar pessoas
importantes para a história do time.

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No espaço do museu, estão expostos recortes de jornal, as camisas do time, as taças e medalhas,
maquetes do estádio e do bairro La Boca, camisas, chuteiras e muita, muita paixão por futebol.
Fiquei andando por cerca de 20 minutos até a guia nos chamar. Não deu tempo de ver tudo, mas
não precisa desesperar! A visita guiada acaba de volta no museu e podemos ficar quanto tempo
quisermos a partir daí.

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Estádio Tour – La Bombonera

A visita guiada foi muito divertida. A nossa guia era super simpática e sabia muito sobre as histórias
do time. Contava piadas o tempo todo, sempre exaltando o Boca e sacaneando o grande rival na
cidade, o River Plate. O tour é em espanhol, mas foi fácil de entender e a guia ajudava, falando
devagar.

Primeiro, fomos levados até as arquibancadas preferenciais, que ficam de frente para as cabines de
rádio e TV. Lá, nossa guia contou um pouco da história do time e da construção de La Bombonera. E
prepare para subir escadas, porque o estádio tem muitos degraus nessas arquibancadas!

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Camarotes – o do Maradona é um dos centrais

A guia contou várias histórias. Inclusive, foi aqui que descobri o porquê das cores azul e amarelo. Os
fundadores escolheram as cores totalmente ao acaso, sentando no porto e dizendo que as cores do
time seriam as da bandeira do próximo navio a desembarcar em Buenos Aires. Como o navio foi da
Suécia, o time virou azul e amarelo. E como não podia faltar a piadinha contra o River Plate, a guia
soltou ‘Ainda bem que foi um navio sueco. Imagina se fosse um país com a bandeira vermelha e
branca, igual a de um time pequeno de Buenos Aires?’

Da arquibancada preferencial, com vista para a geral (em azul) e La 12 (amarelo) ao fundo.

Lá no alto, em azul, fica a torcida adversária, na parte mais isolada do estádio.

Em seguida, descemos para visitar o gramado. A gente não pode pisar no campo em si para não
prejudicar a grama, mas chegamos na lateral, bem próximos mesmo. Visitamos ainda as
arquibancadas populares, que ficam atrás de um dos gols. Lá ficam a ‘geral’ e a famosa La 12, uma
das mais temidas torcidas organizadas do mundo. Aqui foi bem legal porque a guia nos sugeriu dois

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exercícios. O primeiro foi corrermos todos em direção ao alambrado, como fazem os xeneizes
quando o Boca marca um gol. Essa parte do estádio não tem cadeiras exatamente para permitir o
movimento dos torcedores. Depois, começamos a pular sem sair do lugar e gritar gol, pra testar a
acústica do estádio – que é assustadoramente boa. No final, ela explicou: ‘Vocês viram como o
barulho dos gritos e dos pés de vocês foi amplificado? Sabem quem fica aqui embaixo ouvindo
tudo? O time adversário!’

Sério, gente! Que genial! Colocar a torcida mais barulhenta e mais frenética pra cantar e pular na
cabeça do time adversário antes dele entrar em campo. Isso que é estratégia! Da geral, também
vimos a área destinada à torcida adversária. No lado oposto, na parte mais alta do estádio. Isso
também foi planejado cuidadosamente: chegar lá em cima é mais difícil, lá em cima é mais frio e
fica muito longe do campo! Como o time adversário escuta qualquer coisa da sua torcida, que fica
praticamente exilada na pior parte do estádio? Esses argentinos são malvados, gente. Sério.

Terminando o tour nas arquibancadas em frente aos camarotes, onde a guia nos mostrou o
camarote do ídolo Maradona e contou um pouco da sua história no clube. Com o fim do tour no

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gramado, visitamos ainda o vestiário do Boca (que é lindo, por sinal, todo azul e amarelo e com
pequenas mordomias) e o do time adversário, bem mais simples. O tour segue para o
bar/restaurante temático, onde podemos parar pra lanchar e que é ligado ao museu, para onde
voltamos para terminar de ver as peças que contam sobre os mais de 100 anos do Boca Juniors.

Visitando La Bombonera – Visão geral

Eu adorei o passeio. A guia foi super animada, contou muitas histórias interessantes, fez bastante
piada, deixou todo mundo empolgado. Tinha gente de todo lugar no tour, mostrando que a visita a
La Bombonera é um ‘must do’ para amantes do futebol no mundo inteiro, mas a grande maioria era
de brasileiros.

Voltando pela Dr. Del Valle Iberlucea, virar à esquerda na Calle Olivarria e caminhar 1 quarteirão, na
Olivarria com a Palos passa o ônibus 33, descer na Plaza de Mayo – Casa Rosada.

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Fui almoçar no Mostaza, é uma rede de fast food bem famosa em BsAs. É bem parecido com o
McDonalds e os hambúrgueres são bem gostosos. Mas achei o ambiente meio descuidado, tinha
muita bandeja pelas mesas...

Fui então para o Manzana de las Luces - Um dos


significados da palavra Manzana em espanhol é
quadra, quarteirão. A Manzana de las Luces é
uma quadra histórica de BsAs, delimitada pelas
ruas Bolívar, Alsina, Avenida Julio A. Roca
(Diagonal Sur) e Perú (continuação da famosa
Florida). Reúne várias das construções
mais antigas da cidade.

Foi chamada assim pela primeira vez em 1821, por um jornal da época chamado El Argos, em
referência às instituições intelectuais que funcionavam ali. Mas a História da cidade também passa
por baixo da Manzana de las Luces. Na época colonial, foram construídos túneis, que supostamente
seriam utilizados tanto para a defesa quanto para o contrabando de mercadorias. Há quem diga que
a ideia era conectar os diversos edifícios dos jesuítas, mas o projeto teria ficado inacabado quando
os religiosos tiveram que deixar a cidade, expulsos em 1767. Outros pensam que eram utilizados
por seitas ou grupos secretos, como a Maçonaria.

Comprei o ingresso para a visita guiada (35 pesos), que começa dentro do prédio.

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Nessa sala funcionou a primeira câmara dos deputados (Sala de los Representantes).

Logo depois, visitamos os famosos túneis de Buenos Aires, com mais de 400 anos de construção.
Infelizmente não é possível andar por eles. Mas se sabe que eram utilizados para defesa da cidade,
comércio e comunicação, pois uniam diversos prédios.

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Pegar o metro na estação Catedral (linha verde – direção Congreso) descer na estação 9 de Julio,
fazer baldeação para a estação Carlos Pellegrini (linha B vermelha – direção Parque Chas) e descer
na estação Carlos Gardel (5 estações). Acabei indo de ônibus – em frente fica o shopping Abasto
(em frente fica um supermercado Coto [Calle Aguero] e um Dia [Calle Dr. Tomás Manuel de
Anchorena]).

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Dei uma voltinha pelo shopping, tomei um sorvete no Freddo (famosa sorveteria argentina). Depois
voltei ao hotel.

DIA 5 (07/07/15 – Terça-Feira)

Pegar o ônibus 10 ou 59 na Av. 9 de Julio para ir ao Cemitério Recoleta (Calle Junin, 1760). Tá, é
meio mórbido pensar em um cemitério como ponto turístico, mas esse é. O túmulo mais visitado do
cemitério é o de uma das mulheres mais importantes e poderosas da Argentina, o de Eva Duarte
Perón, também conhecida como Evita, que foi a primeira mulher de Juan Domingo (presidente da
Argentina na época). O túmulo dela não está entre um dos mais bonitos, aliás, é bem simples e até
mesmo difícil de encontrar ele no meio de tantos outros que ficam com mais destaque. Seu túmulo,
apesar de simples, está sempre rodeado de flores novas todos os dias.

Uma curiosidade sobre o túmulo de Evita é que ela já rodou o mundo antes de ser sepultada no
Cemitério da Recoleta. Para ser mais clara, seu corpo já foi embalsamado e exposto à visitação
pública, foi roubado e levado para a Europa devido a questões políticas da época, e depois de quase
duas décadas, finalmente pode retornar a Argentina em 1976, onde se encontra sepultada no jazido
da família Duarte.

Outras histórias do Cemitério de la Recoleta

Além da história de pessoas famosas, o cemitério da Recoleta também está cheio de curiosidades
sobre pessoas que antes eram desconhecidas, mas que ficaram famosas depois de bater as botas.

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Algumas histórias são apenas lendas, outras de fato aconteceram. Apenas uma pitadinha das
histórias que mais me chamaram a atenção, 3 no total.

1. A história de Liliane Crociati, uma jovem que


morreu durante uma viagem de Lua de Mel na
Áustria, onde uma avalanche atingiu o quarto de
hotel no qual estava hospedada, matando-a na
mesma hora. O curioso é que no mesmo dia, do
outro lado, lá em Buenos Aires, seu cachorro e fiel
amigo, Sabú, também falecia. Seu pai então decidiu
fazer um mausoléu no estilo gótico com uma
escultura dela e seu cachorro. Seu túmulo também
está na listinha dos mais visitados do cemitério.

Outra história para lá de “cabeluda” e uma das mais


comoventes para mim é a da jovem Rufina Cambaceres,
que morreu com apenas 19 anos. A moça caiu dura na rua
e segundo a opinião de um médico, ela estava morta, e
assim Rufina foi enterrada no dia seguinte. Mas depois
veio a parte mais triste da história, alguns funcionários do
cemitério perceberam que seu caixão estava quebrado e
resolveram abri-lo. Ao abrir o caixão, a grande surpresa,
seu corpo estava virado de lado e foram encontradas
várias marcas de unhas no caixão. A explicação da qual
alegaram foi de que a jovem sofria de catalepsia. Desde
então, Rufina Cambaceres é conhecida como a garota que
morreu duas vezes.

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3. Outra história muito triste é a da jovem Elisa Brown,
filha do famoso Almirante Brown. A história da sua morte
é pra lá de romântica, mas com um final triste. Depois da
morte de seu noivo que lutava na guerra, Elisa,
inconformada e triste com o fato de ter que viver sem o
seu amor, decide se jogar no Rio da Plata com o vestido de
noiva que havia sido encomendado para seu casamento.
Infelizmente, a jovem morreu afogada. Hoje, seus restos
mortais estão expostos numa caixa de bronze, feita com
um dos canhões das embarcações onde seu noivo lutou.
Seu túmulo é bem visível, pois se trata de um monumento
verde que fica em uma esquina do cemitério.

Saindo do cemitério, descer na Av. Gral. las Heras (ponto depois da Embaixada do Uruguai), virar à
direita na Calle Junin, continuando na Calle Junin, ver a Igreja de Nossa Senhora del Pilar

Construída em 1732 pelos padres Recoletos, esta é a segunda igreja mais antiga de Buenos Aires.
No interior da igreja, você verá o magnífico retábulo barroco de prata. Decorado com um sol inca e
outros detalhes pré-hispânicos, o retábulo foi feito por artesãos de Jujuy. O altar de prata da
Basílica de Nossa Senhora do Pilar é obra de Carlos Pallarol, o artífice prateiro mais famoso
da Argentina.

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e o Centro Cultural Recoleta (Grátis)

Saindo pela Av. Pueyrredón há um Hard Rock Café, indo para a Av. Del Libertador, chega-se ao
Museu de Belas Artes (grátis)

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Esse museu além de ser um dos mais importantes da América Latina, com um acervo riquíssimo e
obras de Monet, Picasso, Renoir, Van Gogh entre outros.

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O MNBA tem um formato mais tradicional e ao longo do percurso de cada sala, podemos ir
admirando pinturas, esculturas, tapetes, objetos e gravuras. É muito bem organizado, tem diversos
folhetos explicativos e opções de visitas guiada. Também é permitido fotografar sem flash! Eu
gostei muito deste museu.

Retrato de Mulher jovem (Rembrandt- sala 3) Amarelo e Rosa (Degas – sala 19)

A Ninfa Surpreendida (Manet – sala 13) jovem Mulher de Chapéu (Renoir)

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Moinho de a Galette (Van Gogh – sala 14) O Gênio da Guerra (Rodin – sala 16)

Voltar para o hotel para se preparar para o show de tango no Café de los Angelitos.

O Café de los Angelitos – um pouco de história

Fachada do Café

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O café foi inaugurado em 1890 com o nome de Bar Rivadavia pelo italiano Bautisto Fazio e tornou-
se o ponto de reunião de “compadritos” e malandras no final do século XIX. O lugar se converteu
em um dos principais centros de payada, uma forma de canção popular portenha até 1920. Carlos
Gardel e Razzano José eram clientes assíduos do bar. Passou a se chamar Café de los Angelitos a
partir de 1920 e devido às sucessivas crises econômicas, em 1992 fechou as portas. O imóvel ficou
abandonado até 2006 quando foi reconstruído e reinaugurado em 2007. Hoje é um café,
restaurante e casa de tango. Fica na esquina da Av. Rivadavia com Rincón.

Para o show os lugares são marcados, quando se compra o ingresso, a mesa já fica definida. Assim
que a gente chega e se acomoda à mesa, os garçons apresentam o menu e temos que escolher
entre as opções apresentadas para entrada, prato principal e sobremesa. Eles têm que ser muito
eficientes pois o serviço de jantar deve encerrar antes do início do show para que os garçons não
fiquem circulando e atrapalhando a visão das pessoas. Alguns brasileiros reclamam “dessa pressa”
nos sites de avaliação, mas devem entender que o show tem que começar!

Entre as opções de entrada escolhi:

Ceviche de salmón rosado Bife de Chorizo com Papas e Cebollas caramelizadas

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Sobremesa: Mousse de Chocolate

Para beber é servido vinho branco, vinho tinto, água mineral, cerveja, refrigerantes e café, à
vontade, tudo incluso no valor previamente pago. A única coisa que você paga no local (se quiser) é
a gorjeta do garçom. No final do espetáculo os garçons solicitam a contribuição da gorjeta (nosso
10% do serviço). Dá quem quer, normalmente as pessoas contribuem.

O show apresenta espetáculos de dança e de canto. A orquestra fica num local suspenso acima do
palco. Todo o espetáculo é de muita beleza.

Minha mesa ficava no canto esquerdo, encostada na parede, onde marquei com a seta amarela na
foto, mesmo sendo bem na lateral, a visão do show era muito boa.

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O espetáculo é bonito do começo ao fim.

Aqui no Brasil descobri que paguei por algo que não precisava; explico: Os cafés dispõem de um
serviço de traslado, quando você reserva um show com eles, mas eu reservei com a Decolar que
cobrou pelo serviço de traslado (que raiva, e olha que eu pesquisei hein).

DIA 6 (08/07/15 – Quarta-feira)

Pegar o ônibus 67 na Av. 9 de Julio e ir até a Av. Del Libertador, bem perto está o hotel Alvear (5
estrelas), na Av. Alvear, 1891.

Um luxo só, sabe aqueles hotéis que você sabe que é caro, só pela fachada, o Alvear é um deles...
Depois (já no Brasil) descobri que o hotel oferece um serviço de chá da tarde maravilhoso.

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Fui para o MALBA, na Av. Figueroa Alcorta, 3415 – museu. Abre às 12h00.

O prédio do museu foi inaugurado em 2001 e foi


o primeiro prédio construído na cidade com a
finalidade de abrigar um museu. E junto da
abertura, vieram um turbilhão de críticas, pois
milhares de dólares foram gastos num
momento em que a Argentina vivia a sua pior
crise.

Mas os anos passaram, a situação da Argentina melhorou e o Malba se firmou com um dos
principais museus de arte da América Latina.

O museu em si já é um atrativo. O prédio foi construído para ser um museu, então, os espaços já
foram pensados para isso, tornando a visita mais fácil e agradável. O lugar é incrível, muito amplo e
moderno. Ele foi criado em 2001, a partir da coleção do empresário Eduardo Constantini.

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No acervo, um dos grandes destaques é o quadro Abaporu, de Tarcila do Amaral. Este quadro é um
dos mais importantes do movimento Modernista brasileiro, iniciado lá na Semana de Arte Moderna
de 1922, em São Paulo.

Ainda tem Frida Kahlo com Autoretrato con Chango y loro de 1942, é o surrealismo mexicano muito
bem representado nesse autorretrato com os temas favoritos de Frida: pássaros e macacos.

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Fernando Botero é bem representado com Los Viudos, de 1968, além de Ernesto Deira, Di
Cavalcanti, Antonio Berni. O Malba sempre exibe grandes mostras e exposições, além de um ótimo
cinema que funciona de quinta a domingo exibindo clássicos, cults e filmes argentinos.

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Ir ao Museu de Artes Decorativas – infelizmente estava fechado. Então fui caminhando pela Av. Del
Libertador, até a Plaza Evita, bem atrás dela fica a Biblioteca Nacional que tem um design bem
interessante.

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DIA 7 (09/07/15 – Quinta-feira)

Dia de me despedir de Buenos Aires. Fui rever alguns pontos que mais gostei. Muitas ruas estavam
fechadas, pois o dia 09 de julho é o dia da independência da Argentina.

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Ir para o aeroporto

Voo sai às 22:55 chega a SP às 01:30 do dia 10/07 – voo Qatar QR772

Especial – Alfajor e outras coisitas mas

Tá, todo mundo sabe que os alfajores argentinos são fabulosos, e claro, estando lá experimentei
vários. Vou listar os que comi e quais mais gostei.

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Alfajor Terrabusi

Esse é um dos mais simples, o chocolate não é


dos melhores (hidrogenado). È um dos mais
baratos, e, você encontra facilmente em
qualquer supermercado ou quiosque.

Alfajor Jorgito

Esse é um dos mais baratinhos. Você acha em


qualquer supermercado. Eu comprei nessa
embalagem com 6. Mesmo sendo feito com
chocolate mais barato (hidrogenado) é bem
gostoso. Não faz feio.
Alfajor Milka

Para mim, o que menos parecia um alfajor,


parece mais um chocolate. O Mousse Blanco é
bem doce, chegando a ser enjoativo. O de doce
de leite é um pouco melhor, mas ainda lembra
mais um chocolate...

Alfajor Havanna

Os da Havanna são maravilhosos, mas temos


aqui no Brasil, então não é surpresa. Não senti
diferença entre os vendidos por aqui com os de
lá.

100
Alfajor Cachafaz

Ah, o Cachafaz, ele é mais caro (do padrão do


Havanna), também é encontrado em
supermercados. Mas o sabor, ah o sabor. É
simplesmente delicioso. De todos que comi,
com certeza, o melhor.

Quilmes Cristal

(4,9% teor alcoólico): a Argentina que levou


medalha de ouro na categoria light tropical e
latino-americana, é uma pilsen bem encorpada
e de boa qualidade, mais forte que as populares
vendidas aqui no Brasil. No país de origem é, de
longe, a mais vendida. Ela foi batizada a partir
do antigo nome indígena da localidade onde a
fábrica foi instalada. Fabricação: Cervecería y
Maltería Quilmes.

Doce de Leite Vacalin

Comprei esse doce de leite, pois me


recomendaram como o melhor da Argentina. E
não é que é mesmo? Ele tem uma textura bem
grossa, e é bem marrom. O melhor que comi na
vida...

FIM DA VIAGEM

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