Minas para todos: análise de peças publicitárias da Secretaria de Turismo de

Minas Gerais

O Brasil é um país de dimensões continentais, banhado pelo Oceano Atlântico e

conhecido por suas diversas riquezas naturais. Destaca-se em especial, aos olhos de
brasileiros e estrangeiros, paisagens litorâneas e belas praias, sendo que cidades como
Rio de Janeiro, Maceió ou Salvador destinos comumente procurados tanto pelo público
interno como externo. Isso porque sol, mar e praias propícias para o banho e presença
de pessoas bonitas, associadas a culturas como o Carnaval ou o frevo, são propícias para
estimular o turismo.

No entanto, o Brasil reserva outras riquezas e culturais e históricas que extrapolam as os

litorais e roteiros turísticos mais comuns. É o caso do estado de Minas Gerais. Berço de
minas de ouro e diamante no século XVI e XVII, que eram extraídos pela Coroa
Portuguesa, foi justamente a presença de emigrantes em seus territórios, somados aos
escravos, que permitiu ao estado ter uma diversidade cultural e histórica extremamente
importantes para o Brasil. Assim, longe do Oceano e com boa parte de seu território
marcado pelo relevo montanhoso, cidades como Ouro Preto, Mariana, Congonhas e São
João del Rei se destacaram por serem importantes centros econômicos e culturais do
país, onde figuras históricas como Tiradentes surgiram. É possível percorrer nessas
cidades um pedaço da história do Brasil, com prédios e estruturas que superam a marca
de dois séculos de existência.

Assim, o estado tem grande importância histórica mas, não é só por isso que atrai a
curiosidade de se conhecer esse pedaço do Brasil. Com culinária extremamente rica –
muitos dos quitutes receitas dos escravos –, paisagens exuberantes, e grande
concentração de cidades históricas e igrejas, Minas Gerais reúne uma diversidade de
elementos capazes de despertar o turismo.

Desta forma, o presente trabalho analisa quatro imagens publicitárias da Secretaria de

Estado de Turismo durante a gestão do ex-governador Aécio Neves, período em que se
investiu intensamente em publicidade não só no próprio estado como também em
grandes redes de comunicação. Partindo da ideia de Maffesoli de que “a Comunicação,
ao mesmo tempo, verbal e não-verbal, constitui uma vasta rede, que liga os indivíduos
entre si” (2001, p.113) propõe-se a análise das peças publicitárias levando em
consideração os seguintes aspectos: contexto histórico-cultural do Estado de Minas
Gerais, imagens (a partir de Roland Barthes e Martine Joly), textos (com base em
Patrick Charaudeau e Dominque Maingueneau) e cores (a partir dos estudos de Luciano
Guimarães sobre cores na mídia) utilizados na composição dos cartazes, a fim de
depreender as mensagens construídas para o público externo a fim de estimular o
turismo no Estado.

As peças selecionadas são intituladas “Renove as fotos do Facebook: descubra lugares,

descubra pessoas, descubra novas histórias”; “Montanhas, igrejas e pão de queijo.
Agora só falta 99% de Minas Gerais para você conhecer”; “Viaje e conheça pessoas
interessantes. Você mesmo, inclusive.”, e “Viajar sempre para o mesmo lugar também é
rotina.”. Veiculadas em formatos variados, tanto em anúncios impressos como em
mídias digitais, as peças reúnem uma série de informações verbais e não-verbais a fim
de chamar a atenção do turista para o Estado, reforçando o que diz DE LA TORRE: “O
Turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporal de
indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação,
descanso, cultura ou saúde, se trasladam de seu lugar de residência habitual a outro,no
qual não exerçam nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas
relações de importância social, econômica e cultural”. (DE LA TORRE, 1997, p.16)

Considerando que as estratégias publicitárias são essenciais para alcançar esse objetivo,
auxiliando na conquista de viajantes para os diversos espaços, as peças do governo de
Minas Gerais cumprem com um importante papel ao estimular ao provocar o turista a
sair do lugar comum – como a visita ao litoral – para que possa conhecer o estado em
toda sua riqueza e diversidade histórica e cultural.