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INTRODUÇÃO
Com o crescimento da bovinocultura de corte e de leite nas últimas décadas houve
necessidade de aumentar os níveis de produção ocorridos através do menor intervalo
de tempo de abate nos bovinos de corte e a busca por mais produtividade em vacas
de leite. É interesse do produtor que o gado engorde mais rápido e produza mais para
que o lucro aumente. Para que esta engorda se dê de forma mais rápida, além dos
alimentos fibrosos (pasto) que o gado está acostumado a ingerir, são introduzidos em
sua dieta alimentos de alta energia e facilmente fermentáveis, como grãos de cereais
ricos em amido. O resultado é satisfatório, porém não podem ser deixadas de lado as
enfermidades que esta mudança na dieta pode vir a acarretar, tendo como principal
delas a acidose ruminal.
A acidose ruminal ocorre devido à ingestão de alimentos ricos em carboidratos não
fibrosos, sem adaptação prévia, provocando desequilíbrio fermentativo, manifestando-
se de forma subaguda ou aguda (LEAN et al., 2013; OWENS, 2011). Quando
subaguda o quadro é assintomático e o pH do rúmen é variável (5.0 a 5.5), podendo
acarretar abscessos hepáticos, lesões no tecido epitelial ruminal e nos dígitos,
alterando seu sistema imune e o metabolismo de minerais no organismo. A acidose
láctica aguda apresenta redução do pH (pH˂ 5.0), com sinais clínicos específicos,
sendo necessária a intervenção clínica ou cirúrgica dependendo da gravidade, pois o
animal pode entrar em óbito
O RÚMEM
O rúmen é um ambiente primariamente anaeróbico, com um pH variando entre 5,5 e
7,0, onde diversos microorganismos coexistem num balanço delicado, digerindo os
carboidratos, proteínas e lipídeos ingeridos pelo animal (Niederman et al., 1990). Sua
temperatura média é de 39°C, o potencial de redução varia entre 250 e 450mV,
indicando um ambiente altamente redutor e a ausência de oxigênio. Normalmente é
bem tamponado devido à presença dos ácidos graxos voláteis (AGV), produzidos pela
fermentação, à capacidade tamponante de vários alimentos e ao intenso fluxo de
saliva (Hoover e Miller, 1991).
Na tentativa de alcançar as grandes exigências nutricionais dos animais, são utilizadas
dietas altamente palatáveis, contendo ingredientes de alta digestibilidade e altos níveis
de energia (Kleen et al., 2003). Rode (2002) comenta que o ambiente ruminal desses
animais é muito diferente daquele no qual a maioria dos microorganismos e os
próprios animais evoluíram.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A acidose ruminal láctica predispõe a doenças secundárias e desequilíbrios
metabólicos em gados de corte e de leite, causada pelo excesso de carboidratos
ofertados no manejo errôneo da dieta, podendo agravar o estado de saúde e causar a
morte do animal. O desbalanço das populações de bactérias celulolíticas e amilolíticas
modifica a microbiota do rúmen aumentando a produção de ácido láctico neste, desde
modo diminui-se o pH do meio ruminal, destruindo as bactérias celulolíticas e
protozoários gerando quadro de hemoconcentração e desidratação no animal, como
efeito dominó temos atonia ruminal, podendo chegar ao óbito. O acesso a alimentos
fermentáveis deve ser evitado pelos bovinos, devendo ser mantidos longe de
instalações com este tipo de produto.