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IDP – Instituto Brasiliense de Direito Público

Aluno: Rafael Luiz dos Santos Menezes Silva

RA:1721125

Turma:202/1°Semestre

CHÂTELET, François et al. História das ideias políticas: a gênese do pensamento político.

Palavras-chave: Roma, Império, Filosofia grega, Principado, Religião.

O problema da política na antiguidade: Roma

A sociedade romana, nos primeiros séculos, era constituída por classes sociais bem definidas,
separadas num sistema hierárquico determinado pelo nascimento, fortuna e domicílio da
pessoa. Eram divididos em: patrícios, clientes, plebeus e escravos.

Os patrícios eram descendentes dos fundadores e cada família era chefiada pelo pater familae
que, no âmbito familiar, era juiz, rei e sacerdote. Somente os patrícios possuíam direitos,
porque eram considerados cidadãos romanos apenas aqueles que seguiam a religião da cidade.
Quando necessário, os pater famílias se reuniam para discutir os problemas da cidade, sendo
essa a origem do senado romano. Os clientes eram estrangeiros, portanto, sem cidadania. Os
plebeus eram pessoas que fixavam residência em roma, porém não possuiam direitos e
dedicavam-se ao comércio, agricultura e artesanato. Os escravos eram considerados objetos e
eram comprados e vendidos como mercadoria e seus proprietários tinham sobre eles o poder
de vida e morte. O rei era ao mesmo tempo chefe de Estado e chefe religioso, porém não
cabia ao rei criar o direito, mas aplica-lo segundo a vontade dos deuses.

A base do direito romano em seu início era a família e a religião, sendo que o conceito de
família não era sanguíneo e sim religioso. A herança, por exemplo, não era devida a filha pois
aquela nunca seria a líder do culto familiar. O direito romano excluia aqueles que não eram
cidadãos, e apenas os pater familae eram cidadãos. Plebeus não poderiam contrair matrimônio
ou se unir ao exército, consequentemente, não poderiam participar do saque. Com a
implementação da república, o cargo de rei deixou de ser hereditário e passou a ser exercido
por dois cônsules indicados pelo povo e aconselhados pelo senado romano, composto pelos
pater famílias. A estrutura político-administrativa da república era formada pelo senado, pela
magistratura, que era exercida pelos cônsules, pretores e pelas assembléias do povo
(conhecida como comitiá). Por volta de 540 A.c Sérvio Túlio estendeu aos pebleus o direito
de participar das votações nas assembléias populares, porque depois de algumas guerras, o
efetivo do exército estava baixo.
Com a expansão de Roma, o direito arcaíco e voltado para a classe dos patrícios já não
correspondiam com a nova realidade. Houve a criação da lei das doze tábuas, importante
porquanto as leis do período monárquico não se adaptavam mais à República, que necessitava
de um direito que servisse tanto aos plebeus quanto aos patrícios. Mais tarde surgiu um novo
direito, o direito pretoriano, mais flexível e influenciado também por costumes e conceitos
trazidos pelos estrangeiros que comerciavam em roma. Essa nova realidade, trazida com a
expansão das fronteiras e o intercâmbio cultural fez com que o direito romano fosse se
globalizando, deixando de ser voltado para os patrícios e se tornando num direito
internacional jus gentium. Enquanto o jus civile tinha como fonte os usos e costumes
tradicionais, o jus gentium era fundamentado no direito natural. Cícero foi quem definius os
príncipios que serviram de fundamento para uma roma ecumênica, inspirado nos estóicos
Panécio e Possidônio.

Com a transformação de república a império, atualizou-se de modo exemplar a tripartição das


funções sócio-políticas sob a tutela de César Augusto: No topo, a classe dos sacerdotes-reis,
os senadores, os magistrados civis; no meio, a classe dos guerreiros que defendem a cidade e
por baixo, a classe dos agricultores e dos artesões. Na pessoa do César Augusto se encontra
reunidos os atributos correspondentes à essas três funções: senhor na ordem político-religiosa,
já que detém a potesta administrativa e auctoritas, qualidade moral que lhe permite julgar o
que é conveniente ao bem público; chefe supremo das legiões, enquanto imperador; e
princeps, que lhe dá a missão de empreender, nos domínios relativos à vida econômica ou
artística. Essa estrutura acarretou três problemas políticos:

 A escolhe de César Augusto como imperador se deu em caráter excepcional, ficando a


questão da sucessão como um problema;
 O segundo problema se refere a relação do indivíduo com seu destino e sobre o papel
que cada um tem na decisão dos eventos, que nasce da estrutura do poder imperial: um
poder onipotente e sacro;
 O terceiro problema se deve à fragilidade do império, provocada por sua expansão. A
complicada tarefa de defender fronteiras cada vez mais distantes e a possibilidade de
rebelião por parte do império

Devido aos reiterados confrontos militares, instalara-se na República um verdadeiro caos


financeiro, com elevada inflação e incontrolável corrupção. Instalara-se, também, uma total
inversão de valores, com o povo se afastando cada vez mais da religião e das tradições dos
antepassados, tudo isso em meio a um aumento sempre crescente do fluxo de estrangeiros que
se fixavam em território romano, oriundos das mais variadas regiões do Império. O exército
se tornara de tal forma profissionalizado que dependia do apoio dos soldados a indicação dos
governantes do próprio Estado romano. Tal estado de coisas propiciou o surgimento do
Principado, uma fase de transição entre a República romana decadente e o absolutismo
emergente. O pensamento platônico do rei filósofo, influenciou a passagem da republica para
a instituição do principado em Roma. O príncipe ou governante deveria ser moralmente
virtuoso.

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