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1 — PSTRUTURAS SOCIAIS DA ESFERA PORLICA $4 — Protepomenos Acsfera_piblica bunguest pode ser entendida inicial- mente como a estora das pessoas privadas reunidas em um public; else relrindoam exta exteca publics regulamenta: Ga pela sutoridade, mae detamente contra a propria auto. ridade a fim de cacutir com ela as leis geris do troca na fsfera fundamentaimente privada, mas publicamente rele- ‘ante, as Inls do intarcdmbio de mereadorias © do trabalho Social” O meio dasa disrussio politics no tem, de modo peculiar © histrieo, um modelo anterior: a racicnallzacéo Piblick. Na lingus diem, esta palavra, Résonnement, man- fm indelveis as nuaness poliiess de ambos os laos: 0 pelo razio e, ao mesmo tempo, © seu rebalxamento,chelo fe menosprezo, a mero palavrerio peeudo-racional /1/. Ate tentio os estamentastinham negeeiado eontratas com as mo- nnaeas, quando, de caso a caso, dentro das berdades das forporastes, as preiensies confltantes de poder eram equi- lipradas pela eutaridade do soberano ou dos senhores feu dale /2/.4 partir do sfeulo XI, esta praxis leva primelro ‘2 uma dieotomizapio entre estamentos dominantes emo ‘ae; logo 36 of estamenice naclonals & que ainda repre Ssectam 0 pals, contraponcose a Seto shor feudal /3/- Na Ingiaters, reconbecidamente, com a relattizago do poder real pelo Parlamento, ess evolucio assume um outro €urs0| do que com s medlicao dos estsmentos pelo monarca no (Continente europea. Gom este medo de equiliorio de forge (que enti o terseizo estado ramps, pois elo no pode mals estabelecerse como um estado dominente, Uma partitha do poder mediante a limitegdo dos direitos feudals (direitos feodais eram também at “liberdades” eorporstivas) so & ‘nals possvel A base dt economia de troea — pos, ofundo o Direlto Privado, nfo € patio 0 poder de dispor sobre ' propriedade que funcioné eapltlistamente. Os bargueses ‘ip pessoas privadas; como tai, no "govermam” Por isso, as suas reivindleagba de poderc contra o poder piblico nio Se divigem contra a concentracéo do poder que deveria “eompartdhado”; mullo mais eles atacam 0. propo. peid- clio de dominasio vigente. O principio de controle que 0 pilblico bangués contrapse a esta dominagio, oa seja, a este- a pibliea, quer modifiear a. dominagdo enguanto tal A ‘ivindicagdo. de poder que se coloea a argumentaqdo da fsfers piles, exigéncin de poder, deveri, caso pudesse {impor-se, lerar » algo mais do que ume mera mudanea na base de tegttimagio de ume dominagio que, em peinlpio, @mantida. (57). (Of critéioe da “rasio" e as formas da “lel”, a que o pblco gostaria de aubmeter & dominagio e, assim, todi- fedla de modo substandal,s6 revelam 0 seu sentido socio- gto a uma andlise da propria esfere publica burguesa, 5 pelo fato de que sio psoas privadas que nela se reincio- znam entre s como pbc. A compreensio que o tircinio ‘lice tem de a! mekmo € deigido especfleamente por tals fxperiinsias privadas que se originam da subjetividade, em ‘lngdo eo pablico, na esera fatima da pequens-familia. Esta o local em que historicamente se origina a privacidade, no Sentido modemo de uma interiordade livre e satisets. © Sentido antigo de “prvado” —o dominio onde relna a neces- Slade ditada pelas exigincias da sobrevivincia — esta, 20 ‘mesmo tempo, a0 que parece, em relagdo aos esforgos © as Yeagbes de dependéncia do trabalho social, totalmente ex- ‘ldo do eirou intimo de esters priveds, dolar. A medida ‘tue a troce de mereadoras reventa com of limites da econo fla doméstica, a eserarestita da fara se delimita peran- te a enfera dt reprodueso social: o proceso de polarizagso entre Estado e sociedade repete-se mals uma ver dentro da s sccledade. 0 status de homer privado combina 0 papel de dono de mereadorins com o de Pal de familie, © de proprie- tirlo com 0 de "homem” simplesmente. A auplleario da esters privads no nivel mais elevado da esfera intima (5 6) tere’ base para uma Mentifcagio daqueles dois paplis Sob o titulo eomum do "privado"; nele também se Basia, fem titima instancia, a compreensso politica que a esfera plea burguesa tem de s1 mesma “Antes que, no campo tensional entre Estado sociedad, ‘ esfera pablica aisuma expressamente fungSes politiens Subjetivdade que se origina da esfera intima da tamil stricta sensu }& tem, no entante, por assim dizer, 0 se proprio public, Anda antes que a natureza pblica do poder piblico tenha. sido contestada pelo racioenio politics das Dssoss privadas pars, afinal, seeihe totalmente eubtraida, formacse sob a sua protepdo uma esferapibilea sem confi. ‘furagio politica — o esbogo lterlo de uma esters publica 4 funcionar poltcamente. Ela ¢ o campo de manobras de lum raciociniopiblico que ainda gira em torno de | metmo = um proceso de autocompreensso dax pessoas pivadas em, felagio' as genuinas experincias de sus nova Privacidade ‘Ao ado da Boonomia Politics, a Paiologia& a otra cléncin fspecficamente burgueta que surge no séeulo XVII. Ine- rTeses prcologicos também dirgem 9 raclcino que ae inf ‘manos espagos culturals tornados ppiblleos: ‘na sala de Jeibura ou no teatro, em museus e concertos. A medida que cullura assume forma de mereadori, ¢ #6 azsim, ela se {transforma propeiamente em “eultura” (como algo que {a2 de conta quo existe por at mesmo), pretende-se ver nein 0 ‘bjeto proprio. de ciscussio © com'o qual a tubjetivdad Iigada a9 pbies entende a at meat ‘A esfera piliea Iterdria certamente no é autoctone- mente burguest; els preserva uma ceria continuldade em Telapdo 1 reprentstividade publica du corte. A arte do raciocinio pibiico € aprendide pela Yanguarda bunguesa da flasse media culta em contaze com o “mundo elegant”, fa teciedade aistoeratica da corle que € verdade, & medida que ‘Ormoderno aparcino de Estado te autonomizava em relagio Aestera pesca do monare, separaraae por sua ver cada ‘es mals da corte, pancando a constr um conrapeso na {ade A "etnde” nip € apenas econamleamente 0 eeniro ‘ital da tociedage burgess; em antitese police cultural "tore ea caractern anten de mais naa ume petra Csfor pollen iervia que encontra as sas institu nos ‘orfeckouer, nos salon ‘as eominidades de omens ‘Or herdelos daquclsActedade de trstoeratas humanists, fm conto com os intelctnie unguctes que logo Pasa ‘eanformar as as converses sells em aberta rte, {ebentam a ponte exitento entre forma que restava de ‘in soiedade decaSente, corte, «forma prmelra de uma ‘ova. a enor publica burgusa’ (8). ‘romand 0 habitual euldo quanto és simpliiagies gaan a tale reprcentagds, esata basin da esfera ‘loca barguesn dosti VIN pode ser reprsentada grax Teamente do aeguin modo por am eoquema de sets mals ‘Setor Privado Exfera do Poder Pablo rocisade ct tera, pobten tao (tor da ‘toca ‘Dakin (nto do pela") (cube, pees) page ntina (nereado de corte ‘pegsena fala ‘ns enfin) eda a ato Fseecuaanse ‘eis corte), ‘irra ‘Aliana diviéria entre Bstado ¢ soeledade, fundamental ‘para 0 nowo context, separa a esfera publles do sttor pr- ‘Yado, O telor pio iimita-se ao poder piblic. Nele ainda Inelulmos a corte. No setor privado também esté abrangida fs "esfera publica” propriamente aia, pos ela 6 uma esfera “a\ | | | 3 3 ~\ neta real de Versailles para Paris, @ que a corte perde pusca de pesons pevadas Por, dentro do errata Eeseasprivaan‘itinguinos ‘etre afer riada Gi pie stn vaca smn cee on barguess er endo mals ret, portato 0 slor dx mea Seren dota sal = fain cm un or tna, ea a tnsrsa, A estera pln Palen ‘era teria; ei intermein, ira 8 opto ube, (0 Bstado o as necssidades da socledade #5 — Instituigdes da Bsfera Pibion = |e pubic, na Pranga do sfeulo XVI, designa os lee Stews, spectators, audeurs coma dentist, congo rend tee etre ln ena "Siem prmetrelina, a corte, depos ‘abn ay partes da @ orena’ urbana somadas'n una pequena ennada data: Drurguesia que se sentam nos eamarotes des teat par Senses Portanto, t ete pablico pertenern, enn prilro iogar, a corte e'"a cgsas”.'Um Momento odervo a2 consti ‘a socublidade otaimente artocrtien, este Cirle: com o'*Hte de Rembouilee" surge, no Tugat Jo {alto da corte, em que © monarenoferecla ‘suns fetes, ‘emo um meeenas, rein 2 seu Yedor os ait, aguilo aque mais tarde seria chamado de stlon 57. De acordo com @ seu modelo, surgram as rules précewes que afrmavam tua cevta autenomia ‘em elagio A corte Embors al jase fontigare una rag tipta dex sabes do aéeulo VIC, da fstocraciaetadina, economicsmente improdutva ple amonte despida de fungi, em cy male signlfiativos Stertores, anita ¢ lent Grfundes com feqagnla da Durgusi, no eli vigente da honndteté (oexptito ainda io pode, no entanto,Iterta-se da astoriéae dos anise aiocricos nem evolu para aulanamia que transom ‘tconversagio em eiiea,ditorexprtuoss em argument Se-com « Rewtnes de Filpe Goran, quo dedoea Posiefo central na estera pilliea, ou melhor, a su pos “6 de ester pibliea, A modida que “a cidade” assume, suns ‘Ringbes culturas, modifiea-se nfo s6 0 sustentéculo da es- fers pabca, ras ela mesma se modifi A eafera da repre: fenlagio reil —~ e, com ela, 0 grand godt de Verses — fornalse uma fachada mantida com grandes difieuldade. O'Principe Regente e seus dois sucessores preferem as so- Glesides Techadas, © no exatamento 0 eirelo familiar e, Sté certo ponto, fogem A etigueta. O grandioso cerimonial ‘quase dd ger a time fntimldade borguesa: Na corte do hits XV, durante seis dlas da semana os reunldes tian. f cardter de eicilo privado, Durante a Regénela, © nico focal cin que se desenvolve algo parecido com uma vida de forte ¢ oenstelo da Doquest de Maine & Seetux, que se fransforma em paleo de fstividades brilhantes, Tuxwosas € repletas de fanteslas, nim novo centro artistico, uma ver- ‘Sader corte das musas. AS recepgdes da Duquesa eontérm Gms no entanto, o germe da demgregagio defniiva, da orto consiituem a transi da corte no antigo sentido pars ‘Sullo do séoulo VIE, ete herdlzo espiritual da core /6/" ‘Na Inglaterra, jamais a corte teria podido dominar a cidade assim como a Prange do ReiSol /1/. Enteetanto, fepis da Grande Revolugdo pide ser observa ume mudan (ein relagio entre courte fown semelhante de Uma ge- ‘aco posterior na relagdo entre cour e ville, Sob os Stuarts, [ME Charles Ty, literabura e arte serviam para a representagio Go rel "Depols da Revalusdo empalideceu, contudo, o trilno ‘a corte. Nem a posigdo politica da Corva nem as earacte- fistlcas pessonis de seus detantores correspondiam ainda & feala do possado, O severo Guilherme, a sofredora Ana, eis alemes eom o nome George, o agricola George, a cae ‘ildra: nenfium deles eticulou o dessjo de manter uma corte no estilo eliabetino. A partir dat, a corte era a resi- encia de uma familia reel que viva retirada, para @ qual Se apontava de longe e da qual s6 com dilculdades & que ra possiel aproximar-se em oeasies formals de proverbiat ‘chatce /8/, A preponderdnele da “cidade” & astegurada por faguelas nova Insttulgées que, em toda a sua diversidade, fasumem ma Inglaterra e na Franca fung6es socials seme- a ‘nantes: os cafés em seu periodo Aureo de 1860 « 1780, os sales no periodo entre a Rogéncia e a Revolugio, Taste ca ‘quanto li, sio centros de uma erties inclalmente Hterisia ©, depos, também politic, na qual camera a ge efetivar uma ‘espécle de paridade entre os homens da sciedade erlstcrs: ‘Hes e da intelectualiade barguese LU pela metade do steulo XVIK, depois que ndo 360 chi, 8 primelra bebide a ser difundida, mas também o chocolate 0 café se tornaram bebidas usa (ao menos para as ca. ‘madas mais elevadas da populacio), o cocheito de um mer~ cador oriental inaugura o primelro cate. No primero dectnio o séoulo XVII jé'existem mats do 2000 deles em Londres, cad um com o seu efrculotntimo de tregueseshabituais 97 Assim como Dryden polemiza quanto & “antigos © moder: ‘os’, um pouco mals tarde, nos eifeuoe da jover geraglo de csritores que freqdentava Wills, Addizon e Steele tinkam 9 seu pequeno eendculo no Buttons, assim também, s00 a Dresidéneia de um dlscipalo de Milton, Marvell e Pepys tre- lentayam o Rotaclub com Harrington, tendo este notada. ‘mente exposto ai as idéias republleania de seu “Ocean” /10/ ‘Assim como nos salées, a Ieratara tinna de oe lettimar nesoeo cafés em que & “intelcetualidede” se encontrava com { aristocracl. Mas @ nobrem que ae allava & alta burguesia| fat ai, no entanto, de posse das fungGes soclals que foram sassadus 8 aristocracia francesa: representa landed © mo. eyed ‘nterestz Assim, o racielnio nascido das bres do ane ¢ polities, 1ogo ve expande também para dlsputas eam. ‘omicas e polilieas, como nos sade, gurantind a sua ine ‘onseginela imediata. isso também pode esta relacionads| © alo de que A scciedade dos cafés somente eram admits homens, enguanto que 0 estlo do salsa, todo rovoed, era ‘enclimente marcado pela infénela feminina As". Ieres da sociedadelondrina, abandonades a cada noite, tam. ‘bém ensaisrem entio uma luta enérgies, mas intl contra ‘nova instulgdo /11 Os cafés nda 8 permitiam um aces ais féc aos eieujos én moda, mas, alma de fd, ara 5 Toler tnanis © tnaneise “ pa wpa a nt eee wm 25 Carers © que Ned Ward rate bre 9S Soae cee a a le a sr mon oo seats Bitar St ae re ea [Se fornia compen sta superosdade materia poe Shoo Ge peiviopor da rele © oa énfase roprsonal senor Gnas inca Toa fore fe een eaten renee ee so 4 ‘de igualdade. O plebeu DAlembert nio a Sephari fia burguesin, ireulam {hos Ge prineipes e de cones, best eee cn ea uses Sreustle soma seme Pateaaua eins Zname seta Os can te si i eo er tes associaramm, no entanto, as discusses. A siterenciagio de ‘Diderot ‘entre textos escritos e discursos /15/ mostra care ee snte as fungdes do novo local de encontros. Sou ain Tu dos rece ecitores do sealo XVII avis dead rei ae re a sc 3 Gh i pon cae cn a ae 2h Sa ata 9 monopélio da primeira edicéo: uma nova ot eos) 3am oy eal pe sos et aC i ae a er a Car ee tesa ate pl a passant TRievante, teatro e politica: ev eee ae! "ea Alemanha gessa epecs. nao hi neni Se eee onan ” ‘entos semelhantes encontrem-se, no entanto, também al; rimeiro, nas erudiss comunidades de comensniss as enti, Saciedadés de converstgio do stelo XVIZ Has tio, natn, ‘mente, mence atuantes e difundii do que os cafés sales ‘io até mats estritamente excluidas da price polliea ao ‘due os sldes: o seu piblico se rectuta, no entanto, cons ‘os als, entre pessoas privadas que fazem um trabaino bredutivo: ou sej, entre a onorabiidade da cldaderest {fuses com formapio academics, As “Sociedades Teatern, das quals a primeira fol fundada em Leipaig por Gottsohed fm 1127, sio uma continuagio das Sprachorden ™ do Seco anterior: Estas ainda haviam sd canvocadas peoe prineipes, tas evitaram o exclusiismo estamental; tentalios, poste ‘ores de transformécias em ordens de eavahelrer fracas. Fam, o que é muito signiieativa. Commo € dito em um de seve Gocumentos de fundagio, elas pretendem “encontrar sasmn Juma igualdade e sensibilidade entre pessoas de classes des gual” /16/, Tals ordens, chmaras ¢ aeademias se prescupem fom a Ungua mater, pois esta pass agora a ser concebida ‘como meio de entendizento entte os homens ehguants he ‘ens, Fara além dos limites da hierarqu socal be Desgocs 1 se encontram ai, coma “mero” seres hurmasos, cove co nobres: soetslmente ‘mo: Ineilmente a igusldade seal x6 ema possiel com une ‘gualdnde fora do Estado. Por isto, a reunido das, peascur rivadas em um piblico 6 anteeipada ean segredo tm sate ‘7% publica antecipada ninda grandemente com eatlusio oe plea das Jojas magécicas, as também difundida,entee Sutras gas ¢ essoclagies, 6 de cariler dialtice A aso Que deve coneretiarse na comunlespio racional de une he Bileo de homens eultos, no uso pico do entendimento, por ‘meager ums 7elasio qualquer do pede, ela mesma necceta (8 protego de fo se tornar publics, nquanto « chancelaria atc onplinde, ws no pote Se Mita amie sine lata Sans litt rogues pbc. mesons ii cil soning nr neon Ada BUD es pus pe, dress Je 8 ea. $55 Sci fab arc ale tin tes ae fe quency, um fnimencomum ade 8B aa eg ut se Sia cine newts te io ea mana" ens das snes metas cl sb ogo de Piette Wiel que Panic pean com Beret ates bueguse, bal romania bse et Sem pe cle fs, Dy irs se amp peclbo © attire em Fl Seater pen exsente met intern” /10/-Outas och ‘especialmente aquelas que, no transcurso ein Reads honduras frac o ota, para atrlae plus gue, também, SOP? n,m un nes, ne et uml cottapanas & conven corel c0- io ume naturaldade que lo mis necesita do ial SS Seances men "por mais que se diferenciem entre si comt : come ui nts to tumanno ena como Se Sapte ssl ass omporanmnt, 2 ca 3 2 ees a ental ten, ato tendon tee Seth bo ntetsaroo mans ee Pans Ec era om, wom te es cml mcs n roar lp, ei SEROTEC aie «agus aan fe ero om ot SORE DS. SUV a ereqanempiow eden SOT ne 4 ln le ‘nei ge nutraede argument oe sme args por hy 3 mp, Pl st pie gene & eyes, signa a iguidade do simple men “meramente humana Lay hommes, piss re ren, Pisetlenteconsttuem o pabico nose ne sen a ot respetablidate dos cargos piblices nls ceca Aepenincia econanea naa a; mas, com eles, ela fot fn eh; com eis, ea fo inatitetonalizda enqunnte al fomo reivindieagdo objliva e, nessa ‘medida, ainda que nio ten! “neti, nda que néo tenha se tomado realdade, fol ng oe sa nese es seinem ee ‘outror Sct are ee ee sees at gee ee cid a tea eo hace en ee aos mt Wie Sacra as Sai Cone ayn ves & todos Nao con- presentatividade pis. e Isso € que pensada profanagio de seu cardter 88 As quals a obra se torna profanam-na & media que, mal, entre si, por conta pri “cultura” passim a ter 0 seu signifieado moderno de uma fsfera separeda da Feprodueso da vida socal ‘O mesmo processo que transpée a cultura para a forma de mereadorlae, assim, fa dea, afinal, uma eultura jé ques: Wondvel, € que, por principio, leva, em fercetro tigar, 20 hfo-fechamento do piblleo. Por mals exslusivo que 0 pibll- fo pudesse ser eada ver, ele nunca podia fechar-se completa- mente e transformarse em clique; ois le sempre jd se per ‘ebla ese encontrava em meio a um pablice malo, todas as pessoas privadas que, como leitoes, ouvintes e espectadores, pressupondo posses e formagdo académica, podiam, através {io mereado, apropriar-se das objetos em discuss ‘As ques tees discutivels tomam-te “gerais” ndo 36 no sentido de sua felevancia, mas também de sua acessibllidade: todos devern| poder partilpar. Onde o publico se estabelece como grupo fixo de interloeutores, ele no se coloca como equivalente a0 frinde pablico, mas reivindiea aparecer de algum modo como ‘eu porta-vos, talver até como seu edueador. Aparecer em seu home e até mesmd representéclo — els a nova configuraeso Ga representagao burguesa, © piblic das primeiras geragies fambem se sabe presente onde ele se eonstitul na forma de lim elteuo de pessoas que dio o tom dentro de um publica Inaior, Potenciaimente, ele j4 € sempre uma corporagio pu ‘edt, pols, dcutindo, pode voltar-se de dentro para fora “MMendo um entre multos exemplos algo como os Discursas Gos Pintores que Bodmer e Bretinger publieam em Zurique ‘2 partir de Y721 ‘0 “grande” piibico, que se constitul difusamente fora ‘as instituigoes de piblice, em, apesar de tudo, em relagio massa da populagéo rural e'do "pore" eltadino, sempre ‘ainda um volume bastante limitado, A formagio escolar pi- ‘mirla, onde ela choga a existir, & inferior; a peroentagem fe analfabetos, ao menos na Inglaterra, & malor do que na pees anterior, na época elizabetina /22/. No iniio da época ‘lzabetina, mals da populagdo vivia nos limites do minimo Ge subsisténela: at massas no s6 sfo em grande parte anal- fabetas, mas também tio paupetizadas que nem sequer pode- ram comprar livros. Elas ni dispéem de um poder de compra : j % futkionte pars ter acs, linda que mateo, to merendo ft bens Caltrais 29 Com tab pie ttn, ase Snail no eta Gt ‘comeritate te tect car, Spe uma nova cera so ‘A arstocract corte do afslo XVI no s constitu propiamente em pibleoletor © verdad gue an marten literate como sud sadn, & peda nsade no me, tenatocormenpone antes ma epic de cope cm feiption co qs sramente& ttre dom pub ine Feta. Ese 2 arco on primero desl do eta Evin) dei doer te sto mens oa entriante do etre ter amumigo ¢ dsb ‘obras no mereado /24/. reed Asin como a iteratir, também o teatro a gna un {(pittieo em sentido exrito quando os tettros das cores od os paléeios reais se tornam “publicas”, o que pode ser obser: ‘ vado de modo tipico na Alemanha certo que 0 povo ot, como é dito nas fontes contamporiness, a plebe, je tinha acesso, na Inglaterra e na Franga desde o séeulo XVII, por “exemplo, eo Globe Theatre ou & Comédie — até meemo eriados domésticos, soldados, aprendlzes, jovena escrituririos e um proletariado ldmpen sempre dispesto a “ir para oetpetdeulo", Mas todos eles sto ainda parte daquele outro tpo de esfera ppblica em que as fileiras (como anti-funcional regula r= GquitetOniea ainda mantlda em nosos teatros construides hoje) desenrolam a representagdo perante os olhares do pov aque aplaude. Como o'"parterre” primeiro precisa transfor ‘mare em publieo burguts, iso é mostrado sintomaticamen- ‘to nas ordens policais pariienses, que, desde 0 édito real de 1841 contra barulho, brigase,Lteralmente, homcitio /28/; pols de modo imediato nao s6 a “socledade” nos “camaro tes nos beledes deve ser protegida dos flows"), mas tam- ‘bem uma certa paresis do préprio piblleo do parterre — 0 pPbiico burguts, para o qual ao logo exemplifleativos os ‘marchands de te rue Saint Denis) (08 propretirios das 5) Gatun are 2) Gonetclntes ds mus Sip Blais OF), recémsurgidas lojas de moda e de 1uzo:joathelres, oculstas, omerciantes de Instrumentos musicals, 1averos). No parterre fedinese pouco a pouco o que mals tarde se computa entre fe camadas cults, sem que j& pertencam A cameda alta da frande burguesia que clreula pelos sales, — Na Inglaterra, ruptara € mals nti, © teatro popular desaparece total: mente; na época de Carles Tf, s6 se mantinha um tnico teatro sob patronato da corte Ye mesmo al nio era voltado para o burgufs, mas para a soledade” /26/. 86 na fase pét- Fevoluclondria, com a passagem das eomédlas de Dryden para ‘os dramas de Congreve, oo teatros se abrem para‘um publi- 0, sobre o qual s6 nos sno 60 do século seguinte Gottched pide dizer: “Agora em Berlim, a isto € que se chama de pablico” /27/. 86 em 1766 6 que a Alemanha recebe um paleo permanente, em decorrincla dos esforgos eriticos de Gottsched e Lessing: o Deutsches Nationaltheater. ‘Mais rigorosamente do que 6 novo publico de litoes € cspectadores, €com o piblica des concertos que se pode com- Jreender categorieamente o desloramento, que néo tem Por Gonseqhéncia uma reestruturagfo do pibile, ms que fa ‘sobretudo, com que aparega o "pblico” enquanto tal. ALE 0 final do século EVI, toda a misleacontinuou, efetiamente, Iigada Le fungdes de representatividade piblica: ere, como hoje se diz, misiea de eiteunstincla se consierada conforme fa sun fungao socal, ela servia para o recathimento e 0 dig- ‘dade do servi repos, para a fstvidade de eventos so- ‘ins da corte, sobretudo ‘para o Brlho do cenkrio festivo, ‘Os composttores eram empregados como mestrecapelas, mi- Steos da corte ou da prefelarae trabaavam por encomenda, fssim como os excritores servigals 0 fanlam para os seus me fenas e os atores da corte para os monareas. Os Durguoses tase no tinham oportunidade de ouvir misica, excelo ns ‘reja ov quando freqientavam a socledade aristocratic Thiclaimente se emanciparam os calegla ‘musica privados; {ogo eles se estabeloceram como socledades pblicas de con- certs. A cobranga de entrada faa da apresentago musical uma mereadoria, mas, to mesmo tempo, surge algo como Imisiea sem finalidade preefpua: pela primeira ve, eine-se Sa is meet om ge lural /28/. A avte, Uberada de suns fungoes de represenlaesy say lear Sie he a a ete expressee no julgamento de lelgas sem competéncla esp, tio essenclalmente pintura para os coleeionadores espe tinalmente obrigados a trabelhar parm 0 erence, Nemec Srna wep rena direedo de Le Brune, foi tundada a Academia de Artes, apenas trés anas depois de ea ter sido dotada por Colber, Space sen ee ea eee tee Aine Pane Suet marin eae ey Pree ieerrrteetcspete ent deer eect i oie ra eo pita rue Se een tee taatngle esata plgarento leigo sobre a arte: a discussio torna-se um meio ee ate as te jeto a criti shalt ROTSRE Tr aga ese ae gaa ate at ete ene Soe eae ns ake ee ire 56 0 A maida que expen pbs alee Sonao’ as ras ee arte em contato iru Mum © pataco mals amplo pasando por cma da ‘Sign ‘tenon, nes fo real mane 98 se sear dels jase tornow aspensvel: 2E0r2 Pome, Pimida pin eilea prfissona. AWE que ponto €& ae Noa ati, motre Togo em seu primal ¢ mals eri caone presente; Diderot escove seus Sales /3 Seat onentendio-em are sobre as expontes pei ‘et coder, a puri de 175, destinados& Corespon- See terrae Orinm, revsia insprada no, clebre en rae eplnay © Gus 11 vada para 180 prODCO Gite mals “i BautagSe dn cries de are, da rien eri, teats mulea’€ que se organi 0 ulgamento ego do tae cansade ft marsage ow que supa ter che rane a Row potest que crresponde as reek ra gmc. 0 nome de “arto das ats. O “Ar 2 TE en tart daletcn peculiar: el a entende ‘Mbo" Seo tempo como mandataro do publica © como $8 se say os aries de arte — na conirovernia eles Pete (aun eae topos cera — podem concer se corpora ere do pain, pls nao recoobecer nena coe Poraidadeaenao 2 do argumento e se sntem fh autre oNtpdce uns que sean convener Por TE ot com eam tempo, per vatarse conta 0 proprio pile, fan, clamavnm, conn "dogmas" pln rand pura capaciade de jlghnesto Says abe navam to uma boa formagéo. No mesmo eee ste ‘evden, tambim se eplca © psiio sae cece tyaca en inde no & usa pofsio ie do eta, O aire de are continua & te aig de So espera 26 vam enquanto nd-cotradios AUS sigamento lic 20 orgnien sem, no entanto, to. nes.” Lites an_especiengto, outa isa que n10_0 aera ace um homer pares ene todas as demas éeetr fireulos mals amplos, 1 padoresexlreidos (NT) a sous partes gin m ulin nti poe Sonera lo nena oto ulgament qe no Spe. Fa. amo fp rectum at ee Ean ooo por to’ putes get ae © Sire esl dc adr ttn cn te Soo tr Garett a eam omapondtnle antag ig fora impr Publicitarios dessa critica, - gs ae we ofan cme nee ri at 97 co cn de ts nota, txts pe dose VEL hea eat mies Drsine cn rai "qu ¢ ete se Se nas ‘o'mundo ter psa mato fen ten ests sis ‘pares por vat tae so RUG ee nae Por totim no cata 0 Re ae Se Prout cano wan rte ses, ete ful e ara lo pes gf eee ata ile de ty one ome Stan eS fue crea ogy, atl hn peed Sm ‘Por cu ado, 95 edna‘ 'apomgie ees as Mowat, iar oda ane Ce ens a hg am enon id meas 0S a Sat vie a nes Nate sinter, un fndmenochare loos Mebdomad- ios moratita. Nees sna eto reunldon os moments ap cpa sep cs pale eke ok a itt wo cei te oreagle wea pena ee fs quis slat Ages hoses ae tran, prs nea hr sun no ent covers can unt are Hearst oe ites for annonce eee pec ‘andy, on 300, sede Aen pubes cap sms nimatr do iter tale tek tae Bee os craw or ingestion de fala Ik eta te 2h Pos /6/ gues coo dame cal ies pa manda arava e sm fal 7, ko mee tbe ea novas revstas esto ligadas to intimamente com a vida dos ares que ela poderla ser reconstrulda através de cada. nie mero (Os artigos de jomals nio sb sfo transformados pelo paleo dos eafés em objeto de suns discusses, mas também. ntendides como parte integrante dele; isto se mostra no ‘Alivio de eartas, das quals es editores semanaimente publi ‘cavam uma selegdo, Af eartas dos lites, quando 0 Spec- tator separa do Guardian reoebem uma institulgso pré- pra: na parte Oeste do café Butto’s€ colocada uma cabeea Ee redo, por euje guryanta o lelor pod jogar as caras /38/ ‘Tamblm a forma de didlogo, que muitos artigos mantém, festemuna s.proximidade da palavra falads. Transport pera um outro melo de eomunicacto, continutse a mesma Aiscusio pars, mediante letura, reingressar no melo an terior, que era a conversagda. Varios hebdomadirios poste, Hotes desse género aparecem st6 sem data, pare entatizar om lag0 a continuldade supratemporal do proceso de hu; ‘mliagto refproes. Nos hebdomadirins moralistas /39/, apa eee mais nitidamente do que nos jornals posterires a in- engi de autoentendimento daqueles que se sentiam con- ‘lamados &matoridade, © que logo depois haveria de se espe ‘atizar em critica de are ainda €, nesses hebdomadirio, 29 ‘mesmo tempo arte e ertiea de ari teratura e critica. lite- risia, Com Tatler, o Spectator, 0 Guardian, o piblco se clha ho espelho; ele ainda nfo so entende mediante o desvio de ima reflexdo sobre obras de flosofla e erature, de arte e clinela, mas entrando ele mesmo como objeto ne "tera- fur”, Addison vé a sl mesmo como censor of manners and ‘morais; ele fala de obras fantrépicas ¢escolas pare. Gros, prope meorias no sistema de ensino, adverte quanto a qormas de eomportamento ético, polemiza contra o viio do jogo bemn como contra ofanatisin e o pedantismo, contra a fatta de boregosto doe letradas e a malugulce dos eruditos; atthe em rel de un mor tater, da mance dda moralidade burguesa em relaplo & moral teolgies, da Subadoria de vida em rlagio filosofice académica, © piico ‘Que Ie comenta tudo iso tem af a sl mesmo como tema pes LVEGSE eying FAR r $6 — 4 Jentia burguese a iitacionlizagto de una ‘privacidade ligada ao piiblico, = ‘nguanlo as ang intakes da exer. pale bor sce ho pots tn ee cin eo eprava da core, gn” ple que a cna {hla ‘em tetrs, muses ¢ concertos € um pies burguts Ineo ebnrandose enténor de sun iam sot. “Em ‘yam intr conga gener Ud os hehe madirios que inadru ton Zuops atngem none tho que fart medians Pomel s obn nel vei ao ci tes mnsmon scifi das neces dew Pleo buguta que al lade, podem act ela Fonte salstlas na fraser dorama beets romance palin As expec, etre as gute aia pit, qo apalatamente tein af meso, busca ,rektnio ibn tas peas prraasentendimena ‘iu eeadarsimenta ns expenachs fer de otal ae uma sje cope’ oa lr eee ie ester da puerta pire. Come asa Surginds de madanat da errata Que se pena flan hd srulas elm o evlulonameno eps, ea Sonar cm ipo preponderant as arstas arto ‘sobs ada, eapeinente areca caplt trance, qu dava‘@ tom furs o rll tn Euro cornu, cette, ante 9 stron de vdae ‘epee inerice dhs flr argue ge Iope familar, 20 mesmo tempo Derera 8 penn, franca scenes pl ome rn nex quer czblago doe conga eit com eq moran cada um no propa Sil" et encntm ms 2 rrr f lod gun ean femia A mate € aug tomate quate 8 tire futanio das apd © mane tebe Mi tin inact i em sce © he {aera pian no seta bungus raramesta pe Ua lade lanes gus oe quer que ainda mem, Serna pear be Udy da Intnnade pare da nova vide familar, Por outro lado, esta se separa das formas mais sntigns da eombnidade da grande fala con forme elas ainda tio mantidns pelo “povo", especialmente fut zone rural, ate bem depois do sfculo XVII e que si0 Drédburguesas também no sentido de que no se sujelam & fiferenga entre “pico” e “privado” ‘Mas Jé 0 abinguesado aristocrata rural inglés do sésulo ‘eviT parece estar seperado de in tal esto de vida Tgado ease toda A. prvatangao. da vida pode ser observads ‘hom alterapio. do estilo arultetOnico: "nas casas rectm- Constraidas foram feltas delerminadas mudangas arquitetd- ices A galeria de teto mais allo, com barrotes em cima, U') sat entao de moda. A sala do jantar e 03 quartos de hormie passarar a ser feitor da altura de um anda, ene fquanto que as diferentes fnalidades a que o antigo salio ‘ievia serve foram distbutdas por mumerosos quartos de {amanho eomum. Também o patio (...) em que uma parte {Go grande da vida tinha transcorrdo, encolhed (...) © fo trantferdo no melo da easa para a sua parte fronil /40/." (O que Trevelyan aqui reata Sobre as residéncias campestees Gos nobres ingleses& ylldo, no eontinente europe, para 3 nsxs burpuesas do adeno soguinte: “Nas modemas mansoes privades das grandes cldedes, todas a8 pegas que servem gre toda a famila” estdo redunidas &8 mals miserdvels dlimensées os espagotos vestbulos reduziramse a uma en- frainha pobre e esteta; a0 invés da familia © dos deuses Go lar somente erladas e cozinhelras movimentam-se pela ffuina protaneda; mas espeialmente os pits (...) trans formaramse em recantos esteitos, dimidos, mal-cheirosos (cy cas eitemos para o terior de noses moradias, entio 6 deacobre que 0 "erpago famine”, o Toeal de pemanéneia, fm comum para o homem, a mulher, as eriangas e a cria~ inpem tomouse eada ver menor ou desapareceu por com plvio, Em eompensegio, os quarts privados de cada um dos, hembros da famila toraaram-se cada vex mals Numero, endo decorados de modo earasteristico. O lsolamento 20 Jembro da familia, mesmo no interior da eas, passa a ser (onsiderado eomo algo positive /41/." Riehl analisa aquele procesto de privatizagio que, como ele mesmo wma ver ‘firma, fz com que a easa se forne mals habitével para 0 Individuo, porém mais estrelta e pobre para a familia /42/ ‘Arnatureza "pilin" do saldo de convivencia dt grande fa: ‘mii, em que a dana de eas, a0 lado do eenhor da ease ‘epredintaya perante a crladagem e a visinhanga, dé lugar {sala de estar da pequenscfariia, em que a spose, com eas infantes, capara-se da eriadagem. estas. familiares tomam-se noliadas em sociedad, «sala da familia torna-se sala de reepedo, em que a pessoas priv ee reinem nur publico" "AS pesas ou slas Consugradae a toda casa estio Zesuzidas a0 minimo. O espago malor, nas melhores mansies Durguesas,é dado, no entanto, a uma pega completamente nova: o so (...) 0 saldo néo serve, porém, ao “lar, mae ‘a “wociedade”;¢ esta socedade do saldo est muito disante de ser equivalonto eo eireulo resto, feenado, dos arnigos da feasa /49/." A linha entre a esters privada o a esfera publics pus pelo meio da casa. At pesoar privadae seem da inti Imidade de seus quartos de dormir pura & pubicidade do sallo: mas uma estéestretemente lignda A outa, 850 nome de “salio" & que ainda far lembrar a dspeta em tocledads © 0 raclocinio publico na estera da soeledade aristocratica. Enirementes, 0 salio se separou disso para tomar-se 0 lol Ge encontron doe pris de familias burguesae « respectivas ‘spas. As pessoas privadas que se contituem mum publeo nfo sparecem ‘na socledade"; toda vez elas, por assim dizer, Gestacem-se primero em relagfo a0 pano de fundo de uma vida privada que ganhou forma instifuional no espaco feehado do pequena-famila pateaces Bite ¢ 0 loea! de uma emaneipagio psioléges /44/ que corresponte 4 emancipazio poltieo-econémies, Embora. a ‘esfera do circulo famllar tvesse a pretensio de ver como Independente,ecmo live de todos os liames socal, como ‘ino da pura Trumanidade, ela ests numa reagio de de- endéncia para com a esters do trabalho © da troea de mer fedoras —mssmo a eonsciéncia da sndependéncia pode ser centendia siraves de dependinciaeleive daquele setor dati Ino em reacts 20 fator privady do mercado, De certo modo, e doncs de mercadorias poder vera si mesmo como sutncmos. 1a proporeto de sua emancipeglo quanto a diretivas e con- troies estatals € que eles deeidem livremente, de acordo com a remtabildade, nio obrigados af ase submeterem a ninguérs f tio somente sujetos, no quo parece, ag leis que fancionars hha racionaldade econémica imamente ao merotdo, Es#n8 Tes ‘io provides da. garantiaIdeolgica da troca justae, sobre: tudo, devem poder superar a forga através da justica. Uma {al autonomia da pesca privada, fundamentada no dlraito fe dispor da propredade e que, até certo ponto, tambim & ‘eoncretizada na participagéo no eaméreio ¢ nas tvocas,pre- fsa ser consderada nela mesma. A stonomia doe proprie: trios no mercado corresponte uma representasio pessoal na tamiia aparentemente dissciada da coagio socal, € 0 ca ‘mbo autentleador de tma autonomia privada extrcida na foncerréncia. Autonomla privada que, negundo s ave origem fcontmica, exereese unlcemeste fora do dominio em que fqueles que participam do mereado se acreditam indepen- ‘dente, conferindo & famfia burguesa essa consents que ‘la tem de al mess. Tal conconcia parece ser espontanes, purece ter sido fundada por individuos lives. e manterse fem coagio; ela parece repousar na permanents exude famosa dos einjuges; ela parece resguardar aquele Livre Gesenvotvimento de tds as faculdades que satinguem ma personalidade eulta. Os tre momentos — do livtearbitrio, 4a comunho de afeto e da formagio — conjugam-se num feoncelto de Iumanldade que se prelende que see inerente 4 todos os homens, definindo-ce certamente enquanto sere, Thumanos: a emancipacto que ainda ressoa quando se fala 40 urumente ou simplesmente “humano”, uma Intercrdade Ase desenvolver segundo leis propras e livre de tnslidades frternas de qualquer espéce. sta Idéia, que a esfera intima da familia esteta tem. de si mosma, clide, no entanto, com as reals fungbes ass mmidas pela familia burguesa e isso inclusive na eonseiéncie do proprio burgués. Pols, naturaimente, a famBla ndo esté livre das coagbes a que a scledade Durguesa submete como qualquer outa sccledade anterior. A famila. desempenha fsatamente o papel que the & presrito no provesio de valo- Hauglo do capital, Como uma seqiéneis genealdgics, ela garante a continuidade pesséal que, de foto, consiste na feumulagdo do eapital e que, de creo, est ancorada na livre herance da propriedade. Antes de mals nada, ela serve ‘como uma aginela da sociedade, ela assume a tarefa da diffe ‘mediagdo que, sob a aparéncia e liberdade, assegura no en- tanto a estrita observancia das inevitaves exigénclas socials, Freud descobriu © mecanitmo de internalizagio de. autcr: ade paterna; seus dlsripulcs, na pslcclogia social, enqua- ‘draram esse tipo na. poquena familia patriareal /45/.” De ‘qualquer modo, & autonomia do propretirio no mereado ‘ha. empresa privada correspondia a dependéncia da mulher dor fllhes em zelaco a0 marido e 20 pal: s autonomia Drivada 1 convertase ‘ed em altoridade e tornava ilusério 6 pretenso lrearbitrio dos individuos, Tambem & forma do contrato de casemento, que pressupée a declarazio aulénoma da vontade de ambos os cOnjuges, era grandemen:e uma ‘echo, uma ver que o contrato de casamento, a medida ose 2 familia tivese capital, nfo podia fear lvze de euldadas ‘quanto a sua conservagao e mallipicagéo. A ameage que dal Surge para a concepeao de comumhao amorasa, oeuPa, eX ‘quanto confito entre razdo © sentimento, ate hoje a itera tara (e no sb a Iteratura): easamento por dinhelro, casa mento por posieio /46/. Por fim, também as necessidades profssionals eontradizem um coneepgdo de Tormaeso edi Gacional © cultural segundo a qual ela deveria ter em si ‘mesma a sua finalidade, Logo em segulda Hezol entendeu que a “Tormapio", em seu cere, que ela mesma nfo podia. yerceber como burguesa, permaneee subordinada ao traba- Tho soclaimente neesitio. A antiga contradicio continua até hoje na briga entre, por um lado, a formagdo ds person Tidade e, per outro, noma formagse que apenas desenvalva abilisndes. Se oteas exiginelas da sociedade burguesa furam a este onto a concepego que a familia ter dest mesma come una fstera que elatora intimamente 2 humanidade, tals 1das de Nbsrdade, amor e formacio, desenvolvidas a partir das ex: * periéncias da esfera privada na forma da pequens-famiia, ‘io podem ser pura e simplesmente idelogia. Eases 146i também sio realidade como um sentido objetivo, 208 forma, e uma institulgdo real, sem euja validade subjetiva a socle- ade nio teria podido reprodusirse. Com esse concelto espe. vifieo de humanidade, expande-se na burguesia uma concep ‘io do existente que promete salvacdo da coagio da order ‘gente sem se evadir para um mundo transcendental Trans fender a imanénela reafimmada € 0 momento de verdade que leva a ideciogla burguesa para além do préprio ideologico, f sso de modo mais origindrio exatamente all onde a expe: rnela de “humanidade” /47/ tem o seu ponto de partida: nna humanidads dos reacionamentos intimos das pessoas ‘enquanto meros seas humanos no abrigo da familia, Na esfera da intimidade da pequena familia, as pessoas privadas eonsideramese independentes também em relagio & ‘sfera privada de suas atividades econfmicas — exstamente como pessoas que podem estabeler relagtes “puramente Thumanas": a forma literdria disso fol, em certa época, a correspondénela eplstolar. Nio € por acaso que 0 séeulo XVII se toma um século das cartas /49/: eserevendo cartas, © individuo se desenvolve em sun subjtividade. Nos primér- ios do correio moderna, entdo principalmente um meio de transporte para noves jornais, a carta logo passa a servir também como correspondéncia culta e como corte fami- liar. Mas, ainda no séeulo XVI, a epistola famiiar “tina- rmente redigida” e que se enviava & familia para transmitir ‘0 marido “amor eanjugal e, sobretudo, fidelidade” ou para lsegurar tanto ap senor pal quanto & senhora me a obe- iénela das tthos, nutre-se de tnformes secos, de “eronicas™ que passaram depois a se autonomizar em eategorias pré- priss Polo contrario, a noiva de Herder jé tamia que suas arias talver io contivessem “sengonarcratl- ¥2" /50/. Na Bra do Sentimentallsmo,eartas sio multo mals Reiplentes para of “derramamentos do coracio” do que re Positéros de “frias noticias”, que, quando aventadas, pre- cisam ser desculpadss. No jargio da época e que tanto deve CF. Gellert), a carta 6 considerada um “escrito da alma”, 6 uma “vista dala” carts querem eto sr estas com Sane, querem ier dirtamenie Sora 1). Dee oto feo, 0 interes psig crate a ule ensign e para com o primo: tintoypeao eure em fare poreariace, cm pate por simp as ones sin do out egh 0 diss itine tree usa eta Edereede 20 ein, narain er peel penn et ‘Rondon iron gid = ncplores utente, een Gls equivalents &sobetintnde essere no inter das ‘nts dante ein ste subjtricde, co torte interior do pao, fa 6, deste sempre gna so POD, A sites inknigade Intemediade Sereramente& Indcrgty no pu. dhe enquanto fa. Cats de ots io fo apenas Capes {dan ma copindan,vsiasconespndencis so de anteno destnadas Srem imprest, coo 0 denmuttr, a Ale ‘anha expos de Geers tem e Govt. Una expres So caren ne pace contra fo de ta cata bem Tega dts que cra "bon pry ae prea” Asim se Expl, apr cu ssjeivade dn correlpondncias «ot Sidniowireta ou indreamente ligne 8 piblelade © on fer co gineotpco eda preduplo ierina pclae ito: & romance bingo Sesergbo pean em fran a sutasogratia. Ose pric exer por ong emp, © mais in ueie, Pomele (140), Sng eataeente a {ntencn de Ricrarion no srg e rant una eta co. inca de sara moder Apes co Auta, ort elo {te shits, oosnda como cotton, simu por tor fatse 0 conto de infers. e ito, Pole uso Se ‘dio no exstamonte pre carta nas prs Fmanos et farts No ao ropes Richards cm Car eS Char tes Grendston, se mato fit 4 ta foe inweniade iendo Rousta cr La Nowrale Mette, east, Goetne com Wether Leon wna forma do ro! ‘ance em este, sé mas nada ques gure O eo fur enito te encoraea movimenlaae ‘ons goo mactra fo terreno da sutjelidade gus, no comes 9 Sere ougssins explora Moditleam-se as relagées entre autor, obra € piblico: tornaimee relacionamentos intmos entre pessoas prvadas, de ov intereses de ordem palealgica se orlentam para 0 “Shutmano”, tanto para sintrospeeego quanto para a emmpatia, mutua entre ae peteoae privades inteessadss, Richardson, ‘chara com o8 petwonagens de seus romances sasim como © {fazem of seus Ieltores: autor e Jeitor tomamee eles mesmas tore que "se expen" Especialmente Stome refinn bastan- te-o pape de narrador mediante reflexses,vltandose para 0 leit, quase fazendo indieagdes de cena ele reclocs 0 ro mance em cena pars 0 publico envoWido, Isso no para fine de estranhamento, mas para fazer desaparecer comple: tamente a diferenga entre er ¢ aparincia /38/. A reaidade ‘ome uaa que o novo penero via @ que o ings denomina fom o termo “fiction”: perde-se o carder de se ter algo me- Famente fingdo. O romance pssoldgieo € que primeir erla fate relismo que permite a qualquer partcipar da agio fomanesce como agao subeitutiva da apo pessoal, subst- {undo a religede das relagdes humenas por relagtes entre Peteonagens, entre seltors, personagens publico, Assim ‘emo o romance, também ¢ drama contemporineo tornse floego mediante a introdugao da "quarta pareée™. A mesma Madame de Stail que, em sa casa, eultva desentreada vida focial ne qual, apés a refegio, todos os convivas se retrain para esereverem eartas ne age outros, tornase consciente Ge que as peseoos se lornavam, para si e para os outros, Srwjets de feton”, "Nas camadae mals amplas da burguesia, x esfera do ‘spaniteo” urge iicialmente como ampliagio ¢, ao mesmo tempo, suplementaedo da exfera da intimidade familar. (Quartes de dormir e sal se encontram sob o mesmo teto; Ceomo a privacidade de‘um depende da natureza publica fo outro, subjetividade do indiviéuo privado esta desde 0 {nici igada A publleldade: assim tambem na eratara que fe tomnou fction, ambos esti sintatizados. Por um lado, exe leit empético repote as relagSes privadas esbocadas. na IMeratura; ele preenche a fingida infimidade a partir das fnperiénelas dae Telagies reais ¢ ae prova naquelas par 7 si, as nn mt he She. ne at ee ret ary oar oar sare unsure ise aah oe Sere Ret Peet Se sete tata ate brolam por todo lado ¢, numa época em que, como na. Tn ice Sa adalah sh? Sassari i ae dis dia eines She tts eta ti cts kta ‘Mi micieecy Staab tes seca ins ace ee rosin Sts ears Si feed cunt an a Spec tet ore? aetna ‘seca eae oe aeescmrr am $7 —A cxfera pitica lterdria em relagdo & esfera pibiea paitca. © proceso ao longo do glo pbc consis ‘navies cmsintasdn ata ta eens pe

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