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Uma música, uma inspiração.

Procurando por inspiração ligo o som. A noite não tem tantos atrativos
como deveria e, fora o lençol de estrelas que cobre a cama do mundo, nada parece ter
tanta beleza. Cacos de sentimentos antigos e novos misturam-se formando um único
sentimento sem o menor sentido. No televisor notícias que apenas preenchem a cor
negra da borda do projetor, temas altamente irrelevantes frente o vazio que toma
conta da carcaça noturna em que se transformou meu espírito.

Todos dormem como bailarinos de uma valsa de Hipnos, a personificação


grega do sono. Alguns sonham com o dia seguinte, outros com imagens psicodélicas
que não lembrarão ao despertar pela manhã. E ainda assim sonham. Imagens vívidas,
metamorfoseadas em indecifráveis enigmas que aparecerão em alguma hora do dia. E
cá estou penetrando a meu modo no sonho de cada ser. Como se tivesse o direito.

“Um anel para cada dedo”. Essa é a expressão que salta de um lado para
o outro na minha mente inquieta e, embora não faça idéia de seu significado,
contemplo-a como um tesouro raro guardado em um baú velho no canto do quarto.
Em meio a isso termino a noite, fantasiado de Morfeu, juntando-me à valsa de Hipnos,
como uma nova estrela que adere à legião de estrelas guardiãs da noite, formando o
lençol da cama do mundo. O mundo de sonhos.

Pedro Henrique, 02/03/2012 [02:22am]

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