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RESUMO
O objetivo deste ensaio é apresentar as concepções de governança na administração pública
australiana propostas por Edwards et al. (2012), associando-as às contribuições teóricas
nacionais e internacionais. O modelo australiano dos autores considera, basicamente, três
níveis de análise - macro, meso e micro, sendo focado, respectivamente, em atores que se
complementam: a sociedade; o governo; e as organizações. A Teoria da Agência foi utilizada
como preâmbulo e suporte para o desenvolvimento do tema. Ao final do estudo, apontam-se
caminhos orientados para a “boa” governança, ou seja, a governança pautada nos princípios
da accountability, da integridade e da transparência.
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1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
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2.1 Teoria da Agência
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Visando mitigar os conflitos apresentados, torna-se essencial a observação de práticas
que propiciem a transparência dos atos e integridade das informações públicas, sendo a boa
governança um dos caminhos recomendados pelos teóricos e estudiosos do assunto.
2.2 Governança
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2.2.3 Governança corporativa pública
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governança disseminados pela IFAC e pelo ANAO, bem como os respectivos significados
atribuídos pelas instituições.
Quadro 2 – Princípios de governança
Princípios Significados
É o processo pelo qual as entidades e agentes do setor público respondem pelas decisões e
Accountability ações adotadas, submetendo-se ao controle externo. Na prática, a accountability é a
obrigação de responder por uma responsabilidade conferida.
Baseada em honestidade, objetividade, altos padrões de decência e probidade na
administração dos recursos públicos e na gestão das entidades. É dependente da eficácia do
Integridade sistema de controle das entidades e dos padrões pessoais e profissionais dos agentes
públicos. Reflete-se tanto nos processos decisórios quanto na qualidade dos relatórios
financeiros e de desempenho elaborados pelas entidades públicas.
É necessária para garantir que os stakeholders possam confiar nos processos decisórios e
ações das entidades do setor público, na gestão das atividades e nos servidores dessas
Transparência entidades. As informações reportadas aos stakeholders devem ser completas, precisas e
claras. Além disso, elas devem ser divulgadas de forma efetiva e oportuna, e submetidas a
um exame externo quando necessário.
Fontes: IFAC, 2001; ANAO, 2003.
Dentre os princípios mencionados no Quadro 2, ressalta-se que a accountability carece
de uma tradução precisa para a língua portuguesa (PINHO; SACRAMENTO, 2009), sendo
normalmente relacionada à responsabilidade em prestar contas (IBGC, 2009; MATIAS-
PEREIRA, 2010; MEDEIROS; CRANTSCHANINOV; SILVA, 2013). Insta ressaltar que os
princípios elencados no Quadro 2 também são defendidos pelo Cadbury Committee (1992),
pela Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD, 2004) e pelo IBGC
(2009).
Registra-se que as concepções de governança de Edwards et al. (2012) são
complementares, ou seja, para ocorrer um adequado processo de elaboração de políticas
públicas (governança pública - macro) é fundamental que governo (meso) e organizações
públicas (micro) atuem de acordo com os princípios de governança.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Figura 1 – Governança na administração pública australiana
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