Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Itajubá (MG)
Dezembro de 2009
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
Itajubá(MG)
Dezembro de 2009
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mauá –
Bibliotecária Margareth Ribeiro- CRB_6/1700
B813e
Braga, Elizete Duarte
Estudos de reuso de água em condomínios residenciais / Elizete
Duarte Braga. -- Itajubá, (MG) : [s.n.], 2009.
144 p. : il.
Banca examinadora:
E por fim aos meus filhos João Guilherme e Marcos Paulo de onde
nasceram as forças para vencer esta etapa.
“Deus nos fe z perfeitos e não escolhe os capacitados,
capacita os escolhidos ” - fa zer ou não fazer algo só
depende de nossa vontade e perseverança.
RESUMO
ABSTRACT
RESUMO...................................................... ..................... 07
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ............................................. 13
1.1 Considerações Gerais ............................................... 13
1.2 Justificativa ....................................................... ....... 17
1.3 Objetivo Geral .......................................................... 19
1.4 Objetivos Específicos ................................................ 19
CAPÍTULO II – REVIS ÃO BIBLIOGRÁFICA ........................ 20
2.1 Reuso da água ......................................................... 20
2.1.1 A importância do reuso....................................... 22
2.1.2 Conceito e tipos de reuso .................................. 25
2.2 Formas potenciais de reuso ........................................ 35
2.2.1. Usos urbanos para fins potáveis ....................... 40
2.2.2 Usos urbanos para fins não potáveis .................. 40
2.3 A legislação de reúso da água ..................... ................ 42
2.3.1 Outorga de direito de uso dos recursos hídricos.. 49
2.3.2 Cobrança pelo uso dos Recursos Hídricos ........... 52
2.3.3 A classificação das águas e o reuso ................... 53
2.4 Qualidade das águas .................................................. 57
2.4.1 Critérios de adequação ao uso ........................... 61
2.4.2 Qualidade das águas cinzas ............................... 65
2.4.3 Qualidade das águas de chuva .......................... 74
CAPÍTULO III – MATERI AIS E MÉTODOS .......................... 81
3.1 – Métodos ................................................................. 81
3.2 – Metodologia de trabalho .......................................... 81
3.3 – Roteiro de trabalho. ................................................. 84
3.3.1 – Dados de entrada ........................................ 85
3.3.2 – Análise da oferta dos usos das águas do
Condomínio .................................................. 87
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
Através do uso doméstico da água, uma das for mas mais evidentes
de consumo, se percebe que, quando as pessoas ganham mais
dinheiro e eleva m o nível de vida, o uso doméstico aumenta. A
maioria da população mundial não possui uma torneira de água em
casa e tem que caminhar para buscar água em baldes ou latas,
quase sempre diversas vezes ao dia. As mulheres carregam cerca de
15 litros de cada vez, num trabalho árduo que consome muitas horas
todos os dias. A maior parte das pessoas sem suprimento de á gua
vive na Ásia e na África. Em Suazilândia, por exemp lo, as pessoas
em domicílios com água encanada usam 30 a 100 litros por dia , ao
passo que as que pagam pela entrega de água utilizam apenas 13
litros diários. De cada cinco africanos , dois ainda não têm acesso ao
suprimento de água pura.
Planos para projet ar os sistemas hídricos em grande escala são
temas de debates na China e na Espanha , pois diversas cidades do
mundo dependem basicamente das águas subterrâneas para o
suprimento seguro da água potável. Na Índia , o bombeamento
contínuo das águas subterrânea s em Gujarat fez com que a água
salgada invadisse os aquíferos e contaminasse os suprimentos de
água potável. A dessalinização auxiliou diversos países , a maioria no
Oriente Médio, porém a quantidade de água do mar transformada em
água doce ainda é mínima. Existem os navios -tanque que percorrem
países ricos em água até lugares como Bahamas, Antiqua, Malhorca,
Coréia do Sul, Taiwan e as ilhas do Pacífico. O problema não se
restringe apenas em conseguir água, para muitas cidades , é onde
conseguir essa água. A s maiores cidades do mundo como Los
Angeles, Cidade do México, Cairo, Calcutá, Pequim estão localizadas
em áreas com pouca água que lutam para satisfazer às necessidades
de sua crescente população como relata Clarke (2005).
Segundo o autor mencionado , o mundo tem consciência que é
premente a necessidade de preservar os estoques mundiais de água ,
precipitada pela urgência gerada na incerteza quanto às tendências
futuras do clima. Existem diversas formas de melhorar o uso da
água: aumentar a captação, gastar menos água para que menos
15
1.2 – Justificativa
- O que se faz com as águas desse mundo ?
Diariamente convive -se com os sinais de alerta sobre ataques
e danos que a população provoca como: drenagem de zonas úmidas,
superirrigação em fazendas, processos de contaminação das águas,
represamento de rios, exploração dos aquíferos, desmatamento,
expansão das cidades, usos de enormes quantidades de águas para
indústria de alta tecnologia e in terferência no clima mundial. M esmo
assim, o ciclo hidrológico se renova reabastecendo os fluxos
aquáticos da terra.
Nós e outros povos vivemos em regiões com abundância de
água e pensamos que esse recurso estará sempre à disposição,
porém é certo que a demanda mundial de água cresce a cada ano.
Até a metade deste século , calcula -se que em alguns países essa
demanda ultrapasse a oferta , o que levará quase metade da espécie
humana a conviver com a escassez da água. O que acontece na
realidade é que a poluição hídrica reduz o volume de água disponível
para o uso do ser humano e para outras espécies, sendo que bo a
parte da água usada é jogada sem tratamento no sistema hidrológico.
No mundo, o que se quer não é mais água e sim água limpa. O
que se precisa é de água mais limpa, mais barata e servida sem
entraves ao consumidor. O rumo para um futuro das águas do tip o
descrito por Clarke (2005 apud IBRAIM DIAW , 2000) certamente
seguirá caminhos semelhantes - as pessoas não se valerão de
conceitos do século 20 , a exemplo de represas enormes, inversão de
cursos de rios e usinas nucleares de dessalinização. O futuro terá
mais a ver com a captação de água em pequena escala e
principalmente incluirá a redução do uso da á gua em diversas áreas.
O desejo não será apenas de consumir água; será de querer cultivar
alimentos, fabricar bens dos quais as pessoas precisam para viver
confortavelmente.
18
Recarga de
Não aquíferos Processos Outros
potável Potável
100%
80%
60% Cons.Humano
Irrigação
40%
Uso Industrial
20% Cons.Animal
0%
100%
80%
60% D o m éstico
Irrig ação
40%
In d ú stria
20%
0%
100%
80%
60%
D o m é s tic o
40% Irrig a ç ã o
In d ú s tria
20%
0%
Polo gerador de
esgotos (sanitários ETE
e/ou industriais)
(Corpo receptor)
ET A ( r eu so d ir et o)
Corpo de Água
Receptor (Meio
Ambiente)
ET A ( r eu so ind i ret o)
)RQWH0D\
Figura 05 - Reuso de água diret o e indir eto .
6% 5% L a va lo uça
9% 6%
L a va tó rio
C huve iro
17 % B a cia S a nitá ria
28 % P ia
L a va ro up a
Ta nq ue
29 %
500 litros
355 litros
REUSO
ESGOTO 170 litros ESGOTO
145 litros 185 litros
145
25
U s o p o t á ve l Mi s t u r a n d o n o r e s e r va t ó r i o d e Tr a ç o s d e c o m p o s t o s o r g â n i c o s n a
á g u a b r u t a a f l u e n t e a E TA o u á g u a recuperada e seus efeitos
s u p r i n d o d i r e t a m e n t e a r e d e d e t o xi c o l ó g i c o s .
á g u a p o t á ve l . Estética e aceitação pública.
P r e o c u p a ç ã o c o m a s aú d e p ú b l i c a e m
e s p e c i a l c o m a t r a n s m i s s ã o d e ví r u s .
U s o d i ve r s o * Aqüicultura, fabricação de Preocupação com a saúde pública
n e ve , c o n s t r u ç ã o c i vi l p e s a d a , r e l a t i vo a p a t ó g e n o s ( b a c t é r a i s , ví r u s e
controle de poeira em estradas parasitas).
e dessedentação de animais.
(*) exceto esta linha, as outras estão na ordem dec rescente de volume de
uso
Fonte: adaptado de Metcalf & Eddy (1991); Souza (1997) e Asano (1991),
apud: Felizatto, M. R. – ABES – Trabalhos Técnicos (2002).
Red uç ão ( %)
Nº . P ro ce s so s d e T r at am ento
DBO SS Ba ct ér i as
1. Cr i v os f i nos 5- 1 0 2- 2 0 10- 2 0
2. Cl or aç ão de es g o to br u to ou 15- 3 0 - 90- 9 5
dec a nt a do
3. Dec a nt ad or es 25- 4 0 40- 7 0 25- 7 5
4. Fl oc u l a dor es 40- 5 0 50- 7 0 -
5. T anq u es d e pr ec i p it aç ão qu ím ic a 50- 8 5 70- 9 0 40- 8 0
6. Fi lt r os b io l óg ic os de a lt a 65- 9 0 65- 9 2 70- 9 0
c ap ac i da d e
7. Fi lt ros b i o ló g ic os de b aix a 80- 9 5 70- 9 2 90- 9 5
c ap ac i da d e
68
Red uç ão ( %)
Nº . P ro ce s so s d e T r at am ento
DBO SS Ba ct ér i as
8. Lo d os a t i va d os de a lt a 50- 7 5 80 70- 9 0
c ap ac i da d e
9. Lo d os at i v a dos c o n v e nc io n ais 75- 9 5 85- 9 5 90- 9 8
10 . Fi lt ros in term i te nt es d e ar ei a 90- 9 5 85- 9 5 95- 9 8
98- 9 9
Cl or aç ão de ef l ue nt e s de pur a d os
11 . - -
b io l og ic am en te
Fo nt e: Im hof f ( 20 0 2, a pu d F ior i , 2 00 5 )
Aplicação
Características Requisitos de
do efluent e qualidade
Reuso de
águas cinzas
Tipo de
Instalações Tratament o
Hidráulicas
Legislação e
Normas Técni cas
Q U A L I D A D E D AS Á G U A S C I N Z A S
Referência Fonte de água Local Parâmetros (mg/L)
cinza DBO5,20 DQO
Borges (2003) Banheiro Curitiba 17-287 -
L a va t ó r i o 265 653
C h u ve i r o 165 582
B a z za r e l l a Ta n q u e Vitória e 570 1672
(2005) Má q u i n a d e L a va r Esp. Santo 184 521
C o zi n h a 633 1712
Mi s t u r a d a 571 857
Phillipi(2005) Mi s t u r a Florianópolis 387 451
Apartamento com 258 470
crianças
Fiori; Fernandes Apartamento com Passo Fundo/ 174 374
e P i z zo ( 2 0 0 4 ) Porto Alegre
animais
Apartamento sem 384 723
crianças e animais
Fonini; B a n h e i r o Ma s c u l i n o Passo Fundo/ 20 44
Fernandes e
P i z zo ( 2 0 0 4 ) Banheiro Feminino Porto Alegre 96 234
Parâmetro (mg/L) Esgoto Forte Esgoto Médio Esgoto Fraco
DBO 5,20 400 200 100
DQO 800 400 200
Fo nt e: J o r d ã o e P es s o a ( a pu d M A Y, 20 0 6).
74
Fo nt e: T uc c i ( 20 0 2, A p ud F IO R I, 2 0 05 )
Fo nt e: Ma y (2 0 0 6) .
79
P ar âm et ro s Ág u as p luv i ai s
PH 7, 7
DB O ( m g/ L) 0, 6
DQ O ( m g/ L) -
T ur b id e z ( NT U) 1, 7 7
Cor A us e nt e
O d or A us e nt e
S ól i d os s us pe ns os (m g/ L) 12 , 5
Dur e za ( m g/ L) 19 , 3
Co l if or m es to ta is ( N M P/ 10 0m L) 75
Mé d i a d os r es u lt a dos ob ti d os n o m on it or a m ento do s is t em a d e ág uas
p lu v i a is n o Com p lex o Es p or ti v o Un i v ers it ár io d e Pas s o F u nd o, P ort o
A le gr e ( R S) .
NT U – un i d ad e d e tur b i de z
3.1 – Métodos
A implantação de um sistema de reuso e conservação de água
exigem um comprometimento dos condôminos com as questões
relacionadas ao uso racional e dos recursos naturais e com a
proteção do meio ambiente. Assim, a aplicação e a verificação da
eficiência de estratégias associadas com a otimização do uso, da
conservação e do reuso de água, proposta deste trabalho deverão
ser aplicadas a condomínios que realmente demonstre estes
interesses.
A escolha do condomínio residencial se justifica pela demanda
de água consumida e a oferta dos efluentes gerados por um grupo de
unidades unifamiliares em um grande complexo residencial.
O estudo do sistema propõe alternativas para otimização do
uso da água e a redução da geração de efluentes de águas negras
através da prática do reuso e da conservação de água e o quanto de
energia elétrica se gastará para aplicar tal sistema.
Através de uma análise de viabilidade econômica será adotado
um sistema da qual melhor se adapte às condições do condomínio e
contribua para preservação do meio ambiente.
F on te : M an u a l d o S in d us c on (2 0 0 6)
Figura 13 – Sistema de aproveit amento de água s pluviais.
a) Localização do empreendimento.
O condomínio em estudo está localizado no Bairro Varginha, do
Município de Itajubá, região Sudeste do Estado de Mina s Gerais,
conforme Figura 14 e com população estimada de 90.812 habitantes.
(IBGE, 2006). A visualização da posição geográfica do município é
importante porque para análise deste estudo precisamos caracterizar
o clima, os índices pluviométricos, o porte da comunidade, as
condições econômicas da comunidade, o grau de industrialização, a
presença de medição residencial, os custos da água na região.
F o n t e : A d a p t a d o d e ( C E TE S B , 1 9 7 7 ; 1 9 7 8 ) , B a r n e s e t a l ( 1 9 8 1 ) , D a h i h a u s
&Damrath (1982), Hosang & Bischof (1984).
P x QP C x R 3
Qm ( m / dia (2)
1000
Onde:
P - número de habitantes da edificação .
R - coeficiente de retorno de 8 0%
QPC - consumo per capita de água em L/hab.d (Tabela 12).
Q m – vazão ou volume de contribuição média diária de esgoto.
k 1 = 1 , 2 – c o ef ic ie n te re la t i vo ao d i a d e m a i or c o ntr i bu iç ã o de es g ot o;
k 2 = 1 , 5 – c o ef ic ie n te re la t i vo à hor a d e m a i or c o ntr i bu iç ã o de es g ot o.
K 3 = 0 ,5 – c oef ic ie n te r e la t i vo à hor a d e m e n or c o ntr i bu iç ã o de es g ot o.
Q min Qm x k3 0 ,5 Q m (5 )
94
Média 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Desvio
Janeiro 302 0 376 450 177 188 379 87 384 222 453 50,2
Fevereiro 195 0 150 170 177 202 99 337 190 233 19,6
Março 143 0 121 117 157 123 169 110 194 157 9,2
Ab r i l 42 87 38 18 7 8 57 105 20 36 -14,4
Maio 61 102 31 22 65 60 35 131 80 26 -58,0
Junho 15 2 55 2 17 1 0 31 16 13 -14,1
Julho 25 0 28 59 6 15 15 52 28 19 -23,5
Ag o s t o 26 17 0 80 24 85 16 3 4 4 -85,4
Setembro 57 73 21 80 62 76 19 4 117 61 6,9
Outubro 108 173 35 90 166 46 118 127 89 131 21,1
Novembro 142 87 64 287 137 120 141 142 63 234 65,2
Dezembro 220 273 295 120 316 292 186 142 137 221 0,4
1335 814 1214 1494 1311 1216 1234 1268 1321 1355 453
* (unidade em mm/mês)
Fonte: Estação Pluviométrica UNIFEI (2006).
2
Ac B x L (m ) (6)
Onde:
Ac - Área de coleta ( m 2 ), B – Compr iment o do telhado (m) e
C - Largura do telhado (m).
A determinação do coeficiente de Runoff: para efeito de
cálculo, o volume de águas pluviais que pode ser aproveitado não é
o mesmo que o precipitado. Assim são estimadas perdas que vão de
10% a 33% do volume precipitado, chamado de coeficiente de Runoff
Tomaz (2003). O coeficiente de escoamento superficial é
determinado em função do material e do acabamento da área de
coleta. Vários estudos determinam o coeficiente de Runoff conform e
localização, porém no Brasil ainda não foi estabelecido um
coeficiente próprio, sendo assim ado tamos os seguintes coeficientes,
Tabelas 16 e 17, onde:
96
C = c o ef ic i en t e de R u no ff
Características Valor
Propriedade da água Mo l e
Ph 5,8 a 7,6
DBO 5,20 Me n o r q u e 1 0
Coliformes fecais Ma i s d e 9 8 % d a s a m o s t r a s
Bactérias
Clostrídio sulfito 91% das amostras
enterococos 98% das amostras
pseudomonas 17% das amostras
Fonte: Tomaz (2003)
Q I x Ac / 60 (7 )
onde:
Q = vazão do projeto (L/min)
Ac = área de colet a de água pluvial ou área de contribuiç ão ( m 2 )
I = Intensidade pluviométrica (mm/h)
Q P x A x C x n (8 )
Onde:
Q - Volume mensal ou diár io de água de chuva (m 3 ).
P - Precipitação média mensal ou diária (mm) ou (m) .
Ac - Área de coleta ( m 2 ).
C - Coef iciente de Runof f .
n – ef iciência do sist ema de capt ação.
Meses Chuva Demanda Área de Volume de Diferença entre Diferença acumulada da Obs.
média constante captação chuva os volumes da coluna 6 dos valores
mensal. mensal mensal demanda. positivos
S (t ) Q (t ) S (t 1)
D (t ) PV ( t ) L (t ) (9 )
Onde:
S (t) - volume de água no reservatório no tempo t;
S (t-1) – volume de água no reservatório no tempo (t -1);
Q (t) – volume de chuva no tempo (t);
D ( t ) – consumo ou demanda no tempo (t). No caso supomos
constante.
PV ( t ) – perda por evaporação no tempo (t);
103
Filtros Industrializados
Filtros tipo Vortex
Os filtros tipo Vortex, Figura 16 são instalados geralmente
enterrados e recolhem a água de chuva proveniente de uma rede de
caixas de passagem no piso que por sua vez recebem a água dos
coletores verticais de água de chuva. Sua tampa é dimensionada
para, inclusive, suportar cargas de tráfegos de veículos. Este filtro é
instalado à montante do reservatório de armazenagem de água de
chuva. Os modelos disponíveis no mercado filtram partículas de até
0,28mm. O filtro é circular e a entrada da água de chuva ocorre
tangencialmente pelo compartimento superior do filtro forçando o
movimento centrifugo da água, lançando -a contra uma tela vertical
que contorna todo o perímetro e está localizada no compartimento
inferior. A água que não passar pela tela segue diretamente para o
106
Filtros de descida
Os filtros de descida , Figura 17 são instalados diretamente nos
coletores verticais de água de chuva separ ando as impurezas e
encaminhando a água filtrada para o reservatório de armazenagem
de água de chuva. Assim como o filtro tipo Vortex, os filtros de
descidas aproveitam aproximadamente 85% da água e filtram
partículas de até 0,28mm. São construídos geralme nte em aço ino x
ou em cobre. São apropriados para construções existentes e com
condutores de água de chuva instalados externos à alvenaria.
Filtro volumétrico
O filtro volumétrico assemelha -se muito com filtro tipo Vortex,
pois é instalado da mesma forma e sob as mesmas condições
108
Sifão ladrão
Como não se pode ter o controle sobre a quantidade de água
que entra no reservatório de armazenagem de água de chuva, deverá
ser prevista uma forma de extravasar o excesso de água nas épocas
de chuvas intensas. Porém, esses extravasores não p oderão ser
iguais aos que se instala em reservatórios de água potável nos quais
tem-se uma tubulação de descarte que deságua livre em algum local
apropriado, neste caso, como o descarte do reservatório deverá ser
encaminhado para a rede coletora de águas p luviais, é possível que
tenhamos insetos e pequenos animais na rede de águas pluviais que
com a ligação do extravasor nesta rede terão acesso ao interior do
reservatório. Desta forma deve -se prever um dispositivo que além de
extravasar o excesso de água ta mbém tenha um sifão acoplado que
impeça a entrada de tais animais. Este sifão ladrão pode ser
executado com a própria tubulação ou pode -se utilizar os que
existem disponíveis no mercado , Figura 22.
Válvula solenóide
A melhor alternativa para a interligação com a rede da
concessionária é um registro de acionamento remoto (válvula
solenóide) comandado por uma chave bóia eletrônica no interior do
112
onde:
Q – Va zã o L/ d i a
2
A - Ár ea de ir r ig aç ão – m
2
C - C ons um o de ág u a 6L / m . d ia
c) Áreas de limpeza
Q = A x H,
onde:
2
A - Ár ea de lim p e za – m
H - Al t ur a c o ns i der á v e l d e 0, 0 02 m
DGPLVV¯YHODRWUDWDPHQWR
116
3
V a zã o m é di a 36 m /d i a
Co ef ic i en t e de m áx im o C ons um o ( ad o ta d o) 1, 5
DB O ( a do ta d o) < 150 mg/l
Ó l eos e gr ax as ( a d ot a do) < 5 0 m g/ l
DB O es t im ad a d o ef l u en t e < 5 0 m g/ l
pH en tr e 6 e 9
S er v iç o e m at eri a is V al or R $
For nec im en t o de eq u i pam en t os d o s is t em a. 15 2 .6 1 1, 90
Pr oj e tos ex ec ut i v os d e h i drá u l ic a, c i v i l e e l ét ric a. 33 . 06 5, 9 1
O br as c i v is 73 . 00 6, 4 9
T otal 25 8 .6 8 4, 30
Fo nt e: A lp i na ( 20 0 5)
122
DADOS OBTIDOS:
COLUNA 1 – Meses de janeiro a dezembro.
COLUNA 2 - Índices pluviométricos do município de It ajubá em
mm/mês
COLUNA 3 – Demanda constante mensal está sendo considerada
apenas para os usos de irrigação de jardins e limpeza de passeios e
das garagens uma vez por semana, ou seja, 4 dias no mês. A
demanda é em função da capacidade máxima de volume de chuva
anual, esta demanda total mensal deve ser menor ou igual ou volume
total anual de chuva. Aqui deve ser levar em conta a área disponível
do condômino para instalação do reservatório subterrâneo de água
de chuva.
COLUNA 4 – Áreas de captação do telhado das torres do condomínio
e do telhado de garagem.
126
Re su lt a do s ( anu al ) SM 01 SM 02 SM 03 SM 04
Pr ec ip i taç ã o to ta l ( m m ) 13 3 6 13 3 6 13 3 6 13 3 6
3
Dem an d a to t al ( m ) 36 0 36 0 36 0 36 0
3
V ol um e to ta l d e c h u v a (m ) 90 8 90 8 25 1 2 25 1 2
3
Overf lo w (m ) 53 4 50 4 21 2 2 21 0 7
3
S upr im en t o (m ) 15 0 0 0
Ma t er ia is , s er v iç o s e e qu i p am ent os V al or R $
Cus tos dos m ater i a is , eq u i pam en t os e o bras c i v is d o s is t em a 22 . 28 3, 3 7
Cus tos dos e q u ip am en tos d o s is t em a . 9 .6 7 0, 0 0
T otal 31 . 95 3, 3 7
V ol um e do r es er v a tór i o p ar a ef ic iê nc i a de 1 00 % 4. 5 35 ,5 9
V ol um e de ág u a a pr o v e it ad a n o a no 2. 6 68 ,6 6
Ef ic i ênc i a d o s is tem a 37 , 06 %
3
Cus to do m d e á gu a po t á ve l R$ 7 , 36
Ec on om ia a n ua l R$ 1 9 .6 4 1, 34
1 – S i s t e m a d e á g u a p o t á ve l - C O P A S A
Equipamentos de recalque:
7 Bombas Centrifugas de 5 cv
V a zã o : 8 m 3 / h e A l t u r a m a n o m é t r i c a : 4 7 , 3 0 m c a
Custo do sistema de recalque: R$ 22.283,37
D e m a n d a d e á g u a c o m c a p a c i d a d e d e r e s e r va :
V o l u m e t o t a l d o s r e s e r v a t ó r i o s d e á g u a p o t á ve l : 9 0 m 3 / d i a
Média de consumo de água nos prédios de Itajubá de mesmo padrão
Água COPASA: 750 m3/ mês
E n e r g i a e l é t r i c a C E MI G : 9 8 5 kW h /m ê s
Tarifas:
COPASA: R$ 11,78 (água e esgoto)
CEMIG: R$ 0,684134 (residencial)
2 - S i s t e m a s d e R e u s o e c o n s e r va ç ã o d e á g u a
D e m a n d a d e á g u a : u t i l i za ç ã o d o va s o s a n i t á r i o , i r r i g a ç ã o d e j a r d i n s e l i m p e za d e
pátios e calçadas.
3
Volume total de água: 20 m /dia
2.1 – Sistema de reuso de água cinza
Empresa ALPINA:
To t a l o p e r a c i o n a l m e n s a l : R $ 9 5 5 , 0 0
Custo operacional descarte do Lodo mensal: R$ 22,88
Custo da implantação do sistema: R$ 280.967,67 (258.684,30 + 22.283,37)
Empresa CONSTRUSANE
Custo operacional mensal: R$ 150,00
Custo da implantação do sistema: R$ 127.931,37 (105.648,00 + 22.283,37)
134
n Co R
Em pr es as IA ( R$)
(m es es ) (R$ /m ês) (R$ /m ês)
A L PI NA 28 0 .9 6 7, 67 24 0 95 5 ,0 0 7. 0 68 ,0 0
CO N ST RU S A N E 12 7 .9 3 1, 37 24 0 15 0 ,0 0 7. 0 68 ,0 0
RA ST RO e n g. 31 . 95 3, 3 7 24 0 15 0 ,0 0 35 3 ,4 0
PR O J EL ET 76 . 62 5, 8 7 24 0 15 0 ,0 0 2. 6 15 ,1 6
O n d e:
I A – I n ves t im ent o d o s is t em a; R – Ec o n om ia m éd i a m ens a l ( CO P AS A = R $
11 , 78) ;
CO – C us to o p er ac i o n a l m ens a l d o s is t em a; n – V i da út i l d o s is tem a;
CAPÍTULO V - CONCLUSÕES
5.2 – Recomendações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PÓS, W .H. Gestão democrática poderá evitar colapso das águas. In:
Revista do Legislativo n.34, Belo Horizonte: Assembléia de Minas,
p.38-41, maio/ago/2002.