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27/09/2019 Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas

U F P
S I G A A

E 27/09/2019 09:21

Portal do Docente

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Projeto de Pesquisa: PRO472-2019 - O PORTUGUÊS AFRO-INDÍGENA NA AMAZÔNIA ORIENTAL
Orientador: JAIR FRANCISCO CECIM DA SILVA
Centro: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA
Departamento: CAMPUS UNIVERSITARIO DE BRAGANCA
Tipo de Bolsa: A DEFINIR
Tipo de Bolsa Desejada: PIVIC - VOLUNTÁRIO 2019 (IC)
Status do Plano: CONCORRENDO A COTA
Cota: PIVIC - VOLUNTÁRIO 2019 (01/08/2019 a 31/07/2020)
Edital: EDITAL 10/2019 - PIVIC
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Título
UNIVERSO DA APICULTURA: uma abordagem socioterminológica na comunidade da Chapada, Tracuateua-Pa
Introdução e Justificativa
O presente plano de trabalho visa a uma análise qualitativa acerca dos termos em contextos reais de uso dos profissionais da área da apicultura na zona rural
do município de Tracuateua-Pa, mais precisamente na região que compreende as comunidades que fazem parte da Reserva Extrativista Marinha de
Tracuateua-Pa, Estado do Pará, e especificamente a comunidade da Chapada, um dos polos de apicultura da RESEX. Por meio de uma abordagem
socioterminológica, será registrado um repertório de termos da apicultura, ou seja, a organização de um glossário.
A Socioterminologia é uma disciplina descritiva e como tal se preocupa em estudar o termo, do ponto de vista lingüístico, numa relação de interação social.

"Assim sendo, a pesquisa socioterminológica deverá considerar que os termos, no meio lingüístico e social, são entidades passíveis de variação e mudança e
que as comunicações entre membros da sociedade são capazes de gerar conceitos interacionais para um mesmo termo ou de gerar termos diferentes para
um mesmo conceito" (FAULSTICH, 2000).

A parte prática da Socioterminologia deve se ocupar “[...] da identificação e da categorização das variantes lingüísticas dos termos em diferentes tipos de
situação de uso da língua” (FAULSTICH 1995, p. 281 apud. Vasconcelos, 2000, p. 10).
A semântica linguística de Oswald Ducrot veio colaborar com essa nova ordem, postulando que o estudo sobre a língua, como meio de comunicação de uma
comunidade, não deve ser encarada só do ponto de vista interno, gramatical, de maneira bastante mecanicista, e analisada isoladamente, como apregoa a
Lingüística, mas também deve ser analisada do ponto de vista do seu uso concreto nas diversas situações de comunicação, levando-se em consideração os
diferentes aspectos da significação “[...] como resultado do uso da língua, [...]” (ZANDWAIS, 1990, p.17). Sob este aspecto, não podemos deixar de observar
um fator importante que interfere na relação de comunicação entre as pessoas, o fator social, e que não pode ser esquecido em qualquer análise linguística.
Vasconcelos (2000, p.4) afirma “[...] não ser possível fazer análise lingüística tomando a língua como um fenômeno isolado, sem qualquer ligação com o
mundo extralingüístico e com os usuários que dela se utilizam em situações concretas de comunicação”.
Não se pode mais pensar a língua fora do contexto no qual está sendo usada, porque tudo que se faz no dia a dia, nas relações com o mundo e com as
pessoas, o uso da língua é imprescindível, e, como conseqüência, a língua apresenta muitas variações do ponto de vista lexical, sintático, semântico.
Vasconcelos (2000, p. 10) ainda sustenta que a inserção do fator social em trabalhos terminológicos

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"[...] mostra-se atualmente o imperativo em estudos que tratam de línguas de especialidades uma vez que já é reconhecido o fato de que, apesar destas
línguas apresentarem univocidade de referência, há contudo, uma variação léxica/terminológica considerável dos termos a ser observada [...]” .

Vale frisar que uma pesquisa socioterminológica só poderá ser satisfatória se se utilizar dos princípios da etnografia, “Disciplina que tem por fim (...) a
descrição da cultura material dum determinado povo” (FERREIRA, 1986). Essa correlação deve ser estabelecida, para que a pesquisa seja realizada de forma
exaustiva e não deixe dúvidas quanto à validade dos dados, visto que a etnografia leva em consideração vários aspectos como o tipo de atividade que está
sendo praticada, as pessoas que participam desta atividade, o ambiente dentre outros.

A zona rural do município de Tracuateua, estado do Pará, mais precisamente a comunidade da Chapada, que está inserida na área da Reserva Extrativista
Marinha de Tracuateua-Pa, é um importante produtor de mel de abelha e seus derivados, apresentando relevância cultural e socioeconômica para o
município, portanto justifica-se a escolha deste tema, e a necessidade em registrar os termos usados pelos apicultores em seus contextos de uso. Desta
maneira, a organização e documentação do glossário contribuirá a estudantes, professores e até mesmo profissionais que desenvolvem atividades na
apicultura.
Objetivos
Objetivo geral
● Organizar um glossário socioterminológico da linguagem especializada dos apicultores da zona rural do município de Tracuateua-Pa, mais especificamente
da comunidade da Chapada, um dos polos de apicultura da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua-Pa, Estado do Pará.

Objetivos Específicos

● Fazer uma revisão bibliográfica da temática a ser abordada;


● Realizar a coleta dos dados por meio de entrevistas semiestruturadas e diário de campo;
● Elaborar transcrições grafemáticas dos dados;
● Organizar a árvore de domínio da língua de especialidade pesquisada;
● Registrar os termos em fichas terminológicas;

● Produzir um glossário socioterminológico;


● Proporcionar a comunicação entre os interessados, como estudantes, professores e até mesmo profissionais que desenvolvem atividades no ramo da
apicultura.
Metodologia
Uma vez que propomos investigar os termos usados pelos apicultores da comunidade da chapada no intuito de selecionar e organizar um glossário, o
presente plano vai utilizar como método de pesquisa a abordagem socioterminológica, que, segundo Faulstich (2006 apud RODRIGUES, 2015, p. 21) “[...] se
propõe a refinar o conhecimento dos discursos especializados, científicos e técnicos, a auxiliar na planificação linguística e a oferecer recursos sobre as
circunstâncias da elaboração desses discursos ao explorar as ligações entre a terminologia e a sociedade”.
Para atingir nosso objetivo, o caminho metodológico a ser construído abrange diferentes etapas: delimitação do tema e objeto de estudo, pesquisa de campo
com auxílio de entrevista semiestruturada apoiada no uso de gravadores e diário de campo. Além disso, conversas informais com os informantes serão úteis
para conhecermos um pouco mais sobre a comunidade em estudo. Após essa etapa, haverá transcrições grafemáticas das entrevistas realizadas com os
informantes. Em seguida, organizaremos o glossário terminológico a partir da elaboração da árvore de domínio e registro dos termos em fichas
terminológicas.
Além da pesquisa de campo, será necessária uma revisão bibliográfica com intuito de se fundamentar teoricamente no tema a ser pesquisado; para tanto,
nos embasaremos nos estudos de Faulstich (1995; 0000), assim como outros estudiosos como Borges (2011), Rodrigues (2015), Andrade (2017) e Peruchi
(2009), por julgarmos que as contribuições de suas pesquisas se mostram relevantes para o presente trabalho, pois abordam eixos de natureza variacionista
e estudos voltados para o campo da apicultura.
Referências
ANDRADE, J. R. Dicionário de Apicultura. 2017. 199f. Dissertação (mestrado em Sistemas Agroindustriais) – Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar,
Universidade Federal de Campina Grande, Pombal, 2017.

BORGES, Luciane Chedid Melo. Os Termos da meliponicultura: uma abordagem socioterminológica. 2011. 199 f. Dissertação (mestrado em linguística) –
Instituto de Letras e Comunicação, Universidade Federal do Pará, Belém, 2011.

PERUCHI, Rosane Malusá Gonçalves. O Léxico Da Apicultura e da Meliponicultura no Brasil: estudos iniciais para a elaboração de um dicionário terminológico.
2009. 219 f. Dissertação (mestrado em Linguística) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2009.

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RODRIGUES, Elias Maurício da Silva. Glossário eletrônico da terminologia da farinha de mandioca na Amazônia paraense. 2015. 264 f. Tese (doutorado em
Linguística) – departamento de Letras Vernáculas, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015.
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2019 2020
Atividade
Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E
X X X
METODOLÓGICO
INÍCIO DA PRODUÇÃO DO
ARTIGO/RELATÓRIO: FUNDAMENTAÇÃO
X X X
TEÓRICA (REVISÃO DA LITERATURA) E
METODOLOGIA
PESQUISA DE CAMPO X X
TRANSCRIÇÃO DOS DADOS X X
ELABORAÇÃO DE ÁRVORE DE DOMÍNIO E
ORGANIZAÇÃO DAS FICHAS X X
TERMINOLÓGICAS
CONTINUAÇÃO DA PRODUÇÃO DO
ARTIGO/RELATÓRIO: ORGANIZAÇÃO DO X X
GLOSSÁRIO
ENTREGA DO ARTIGO/RELATÓRIO X

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Data/Hora Situação Tipo de Bolsa Usuário
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