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BELTERRA EM ARTE: um estudo histórico-cultural sobre a

cidade-empresa de Henry Ford na Amazônia.

SOUSA, Míriam Lane Rodrigues de.1


miriambelterra@hotmail.com
CORDEIRO, Gisele do Rocio. 2

RESUMO

A História da cidade de Belterra está presente nas artes visuais produzidas por
belterrenses e por pessoas que se encantam com a história e encontram na
arte uma forma de demonstrar sua admiração, contribuindo com a preservação
da memória local. Para melhor compreensão dos trabalhos artísticos
apresentados na pesquisa, faz-se necessário um amplo desenvolvimento a
cerca dos fatos que marcaram a criação da cidade-empresa de Henry Ford na
Amazônia e dos investimentos necessários para a construção de uma moderna
cidade no meio da floresta. Pensando nisso, foi preparado um estudo sobre a
história, desde a criação de Fordlândia, e ressaltando o que ainda está
preservado, mostrando através de imagens alguns dos principais patrimônios
históricos ainda existentes que atraem visitantes do mundo inteiro.
O trabalho realizado tem como objetivo resgatar informações significativas no
contexto histórico e cultural de Belterra para que outros estudiosos da área
tenham acesso e para que professores utilizem a produção de artes visuais
como ferramenta para o aprendizado.

Palavras-Chave: Belterra, Artes Visuais, História, Cultura, Projeto Ford,


Educação

_____________________________
1 Aluna do Curso de Metodologia do Ensino de Artes, UNINTER. Artigo apresentado como
Trabalho de Conclusão de Curso, no curso de Metodologia de Ensino de Artes do Centro
Universitário Internacional UNINTER. 2013.
2 Mestre em Educação pela PUCPR. Graduada em Educação Artística pela UFPR, orientadora
do curso de Metodologia em Ensino de Artes do Centro Universitário internacional - UNINTER.

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INTRODUÇÃO
A arte está presente em todas as culturas espalhadas pelo mundo e
auxilia na obtenção de conhecimento sobre a história de um lugar. A produção
de artesanatos na Amazônia é tradição regional herdada da cultura indígena e
contribui com a preservação dos costumes locais. Em Belterra a arte se
apresenta através de:
1. Pintura
2. Dança
3. Teatro
4. Música
5. Poesia e
6. Trabalhos Manuais.
O objetivo do artigo é resgatar o conhecimento histórico-cultural da
cidade de Belterra através das artes visuais, para incentivar as atividades
artísticas baseadas no contexto social integrando o ensino de Artes e História e
estimulando a produção de arte sustentável. Os trabalhos apresentados foram
criados ao longo dos anos, mas sempre destacando a história e cultura local,
valorizando e incentivando a produção de artes. As pinturas dos monumentos
históricos, arquitetônicos, paisagísticos e outros cenários belterrenses serão
analisados de acordo com o contexto histórico e social de Belterra,
relembrando fatos marcantes e contando a finalidade de cada construção na
época da Companhia Ford Industrial do Brasil. A História de Belterra foi
marcada por grandes empreendimentos idealizados por Henry Ford. Diante de
tantos fatos que deram origem a pequena cidade-empresa surge a
necessidade de difundir o conhecimento a cerca da história local e repassar,
para que as memórias sejam guardadas e transmitidas para outras pessoas.
As artes visuais podem auxiliar no reconhecimento dessa época, passando o
conhecimento de geração para geração.
No contexto educacional, cada professor pode adequar um tema, ou
mais, a sua aula de Artes durante a elaboração de imagens, esculturas,
painéis, entre outros meios de expressão artística. Toda obra criada pelo aluno
poderá ser analisada pelo criador e por quem observa a produção. Dessa
forma, a interação entre a classe se dará naturalmente e irão assimilar fatos
históricos com aspectos atuais da região.

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HISTÓRIA TRANSFORMADA EM ARTE
Em 1934, Belterra foi fundada pelo norte-americano Henry Ford, dono da
empresa automobilística Ford Motor Company e da Companhia Ford Industrial
do Brasil, criada para iniciar o Projeto Ford na Amazônia. O grande
investimento tinha como objetivo produzir borracha natural através das
plantações de seringueiras (hevea brasiliense) - árvore produtora do látex -
para suprir a demanda da fábrica, no setor de produção de pneus e acessórios,
e acabar com a dependência da matéria-prima importada da Ásia.
O Projeto Ford iniciou em 1927 quando a Companhia Ford negociou
com o Governo do Estado do Pará cerca de um milhão de hectares de terras,
no local denominado Boa Vista, e deu origem a Fordlândia. A partir dessa
concessão de terras houve a derrubada e queimada das árvores para iniciar o
plantio e a construção da primeira cidade-empresa. Foram construídos
alojamentos temporários para os trabalhadores e, em seguida, casas, hospital,
usina de força, caixa d’água, hidrantes, entre outros benefícios trazidos pela
empresa.
Diante de muitos desentendimentos entre empregados e empregadores,
além de outros obstáculos que surgiram nas plantações, como o “mal das
folhas” causado por fungos nos seringais, os administradores cogitaram o fim
do projeto na região, mas logo mudaram de ideia e houve a necessidade de
procurar um local propício para o plantio de seringueiras, na mesma região do
Tapajós. Foi então que os técnicos contratados procuraram um lugar com
melhores condições e encontraram um platô de terras devolutas, localizada
numa planície elevada a cento e sessenta metros do nível do mar e coberta por
densa floresta, e que chamaram de “bela terra” por apresentar características
favoráveis para a continuidade do projeto. Por causa do sotaque americano e
da pronúncia rápida, a “bela terra” passou a chamar-se Belterra, com a letra “a”
sendo suprimida e unindo as palavras. (M e M Consultoria, 2001)
A Companhia Ford negociou novamente com o governo brasileiro
através de uma permuta de terras para que pudessem explorar o novo local.
Com a permissão concedida iniciaram os mesmos trabalhos desenvolvidos em
Fordlândia: construção de alojamentos para os funcionários, casas, hospital,
caixas d’água, hidrantes, esgoto, usina de força, campo de golfe, clube social,
tratamento da água, porto flutuante, fábrica de gelo, energia elétrica, usina de

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beneficiamento de látex, cinema e clube de sinuca. Uma autêntica cidade
“made in USA”. As construções iniciaram na comunidade de Samaúma, que
com o tempo passou a chamar-se Porto Novo, por ter sido o segundo porto de
escoamento de látex idealizado pelo Projeto Ford. Oti Santos no livro “Belterra:
a sua história” descreveu que
A partir de meados de 1934 a CFIB (Companhia Ford Industrial do Brasil) começou a
ter acesso à nova área. Esse acesso era feito através da primitiva comunidade
“Samaúma”, constituída praticamente das famílias Castro e Chagas, e situada à foz do
igarapé de mesmo nome, na margem direita do rio Tapajós. (pág.41)

O distrito de Belterra foi fundado em 04 de Maio de 1934. Essa nova


tentativa causou muita expectativa para os empresários e para os seringueiros
que dependiam do trabalho para retirar seu sustento. Belterra tinha tudo para
dar certo, sua localização facilitava o escoamento da produção de borracha por
ser próxima à cidade de Santarém, podendo também viajar por terra, e as
plantações de seringueiras nativas enxertadas com mudas do Oriente eram
eficazes.
Ainda existem seringueiros em Belterra e continuam fazendo história.
Todos possuem rica experiência e muitas informações sobre a vida nesse
tempo. Os falecidos deixaram registrados na memória de seus familiares as
histórias que presenciaram e ouviram. Muitos são os contos populares que
surgiram durante as longas caminhadas dos seringueiros pelo meio das
plantações e pelo trajeto até sua casa, relatos verdadeiros ou imaginários que
dão vida a cultura local e enriquecem os fatos com um pouco de suspense e
dramaticidade. Iniciavam o trabalho cedo levando seus materiais para extrair o
leite e executar serviços pesados. (PANTOJA, Chardival – O seringueiro).
Belterra começou uma nova fase na história após sua emancipação,
mas preservando a história de sua fundação paralela ao desenvolvimento
urbano.
Apesar do grande investimento de Henry Ford na Amazônia, ele nunca
chegou a conhecer as plantações, pois não aguentaria viajar durante dias
atravessando o oceano e também temia as doenças tropicais. Durante uma
conversa com um jornalista transcrita no livro Fordlândia, de Greg Grandin, ele
afirmou: “Se eu for ao Brasil será de avião. Eu nunca passaria vinte dias
fazendo a viagem de navio”. (2010, pág.17)

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A História de Belterra é pesquisada por pessoas do mundo inteiro que
buscam informações sobre as cidades que Ford construiu no meio da floresta
amazônica. A arquitetura americana chama atenção de quem visita o lugar,
pois ainda existem imóveis preservados. Além disso, Belterra possui belas
praias que atraem turistas nacionais e internacionais. Com o desenvolvimento,
a população está aumentando e a cidade ficou diversificada de culturas, com
pessoas vindas de todo país que escolheram a pacata cidade para viver.
Muitos belterrenses divulgam a história do lugar através de suas
produções artísticas, é o caso da artista local Mirasselva Sousa (criadora do
Brasão Oficial da Cidade de Belterra) que cria peças com materiais industriais
reutilizáveis e materiais naturais de árvores e plantas que são reaproveitados,
como sementes, palhas de milho e de palmeiras, casca de cupuaçu (fruta
típica), que fazem parte da composição das obras e retratam os patrimônios
históricos da cidade, difundindo o conhecimento através da arte. Em suas
criações também existem pinturas em telas e produções de imagens com
folhas e flores secas, mostrando que a arte pode ser sustentável, gerando
economia e valorizando a cultura através de materiais naturais sem agredir ao
meio ambiente. A artesã não possui formação artística. Seus trabalhos são
produzidos com base no conhecimento adquirido ao longo dos anos e
observando criações de outros artistas. Suas obras são inspiradas na história
de Belterra e todas valorizam as belezas naturais do lugar, patrimônios
históricos e momentos marcantes na vida dos belterrenses. Engelmann (2008,
pág. 25) explica que “quando elaboramos ou apreciamos uma obra de arte, os
sentimentos são inúmeros. Sentir prazer ao ver, ouvir ou produzir uma obra de
arte significa concentrar-se no que se ouve, vê ou produz”.
Para FERRAZ,
A respeito dos artistas e dos produtores de trabalhos de natureza artística, lembremos
que eles elaboram suas obras (visuais, sonoras, arquitetônicas, cênicas, audiovisuais,
verbais) concretizando-as através de sínteses formais resultantes de sentimentos, atos
técnicos, inventivos e estéticos. Em cada sociedade e em cada época, as obras
artísticas são também sínteses que dependem das trajetórias pessoais de quem as fez
e de suas concepções sobre o ser humano, o gosto, os valores, etc. Logo, os artistas,
autores, em suas relações com a natureza e a cultura produzem obras que se
diferenciam formal e expressivamente. (2010, pág. 21)

Dentre as diversas obras artísticas produzidas por Mirasselva,


destacamos as imagens mais conhecidas e divulgadas: o Hidrante; a Caixa
D’água; o Seringueiro; as Praias; os Seringais e o Por do Sol.

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HIDRANTE - A pintura do hidrante no meio das folhas representa sua
funcionalidade para o seringal e remonta ao aspecto americano de hidrantes
em via pública característico dos Estados Unidos, sendo que Belterra possui
dez hidrantes que foram espalhados em locais estratégicos para auxiliar os
bombeiros (que existiam na época) nos eventuais incêndios nas plantações.
A pintura foi criada em casca de cupuaçu (fruta típica da região) e no
acabamento da obra foram utilizadas flores e folhas secas para dar um aspecto
diferenciado à imagem.
A cor vermelha é representativa dos bombeiros e ainda permanece com
esta característica. As flores estão presentes em grande parte do centro urbano
e por trás de um dos hidrantes podemos avistar o majestoso rio Tapajós, como
mostra a pintura.

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POR DO SOL – Os atrativos naturais da pequena cidade são inúmeros.
Mesmo quem vive na Amazônia se encanta com os lindos finais de tarde. Em
Belterra é comum ir à praia em busca do melhor ângulo para fotografar em
frente ao por do sol e essa bela paisagem também é inspiração para as artes.

A casca de cupuaçu, utilizada nesta obra, foi manuseada com a intenção


de ter acabamento em alto relevo, observado nas árvores e no horizonte. A
pintura retrata o rio Tapajós que banha a cidade. Esse ângulo foi observado no
quintal da casa da artista, de onde é possível visualizar o rio que fica
aproximadamente 7 km de distância.

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SERINGAIS – Os seringais, chamados de Plantações Ford, ainda
existem. Na vila americana o Bosque das Seringueiras nos remete ao tempo do
auge da produção da borracha natural com o seringal remanescente. As
marcas nas seringueiras são a prova do árduo trabalho dos seringueiros e o
alinhamento das árvores é a prova de que tudo foi planejado.
Nesta pintura podemos perceber a representação da atividade extravista
que gerou emprego e renda para famílias do Brasil inteiro. A casca de cupuaçu
é utilizada por ser uma das frutas características do lugar. Nessa criação
observamos as árvores com as marcas deixadas pelos seringueiros durante a
colheita do látex (leite da seringueira) e as tigelas usadas para armazenar o
leite enquanto escorre.
As cores usadas são características das plantações que são compostas
pelos tons de verde, branco, cinza e marrom.

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CAIXA D’ÁGUA – Os símbolos mais conhecidos da cidade são as caixas
d’água: uma localizada na Estrada 1 (área central) e outra na Estrada 7, antiga
via de acesso para a vila. As caixas possuem cerca de 40 metros de altura e
grande capacidade de armazenamento de água. Também são monumentos
existentes nas fábricas norte-americanas. Antigamente, os seringueiros eram
avisados do horário de início e término do trabalho através de sua potente
sirene que pode ser ouvida cerca de 7 km, dependendo da direção do vento.
Nos diversos meios de comunicação, principalmente a respeito de divulgação
de eventos locais, a imagem da majestosa caixa d’água está presente, por ser
um dos patrimônios históricos do lugar.
Na imagem a caixa d’água aparece rodeada de árvores, de acordo com
a real localização do monumento e na cor cinza, sua tonalidade tradicional.

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SERINGUEIRO - O principal personagem da colonização americana é o
trabalhador rural, conhecido como seringueiro. Toda produção de borracha
natural contava com o árduo trabalho do homem tapajônico que cedo iniciava a
lida para garantir o sustento da família.
A pintura em tela mostra o seringueiro com suas ferramentas de
trabalho: boroca (sacola com materiais de corte) e cambão (vara com balde
pendurado). As vestes eram simples, mas serviam para proteger o corpo de
ferradas de bichos e do sol. O caminho do seringueiro era no meio das
plantações, e adentravam na mata formando “piquetes” (caminhos estreitos).

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PRAIAS – No meio da história da colonização americana, também se
misturam os atrativos naturais. Em algumas praias instalaram portos de
escoamento da produção de látex. As paisagens são exuberantes e as praias
são banhadas pelo rio Tapajós, com águas cristalinas. Belterra atrai turistas de
diversas culturas que podem apreciar a história e a beleza natural do lugar.
A pintura em tecido de juta retrata a ponta de areia da praia do Cajutuba,
uma das praias mais visitadas. Assim como nas outras imagens o que
prevalece na região belterrense é o verde da floresta, o azul do céu e do rio
Tapajós, formando uma bela paisagem.

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As imagens são de grande valia para a preservação da história de um
lugar e cada artista sabe representar o que pensa e o que as futuras gerações
precisam saber para que também possam lutar pela preservação da história e
da cultura promovendo o turismo local. “A educação pela arte permite uma
compreensão da realidade e da cultura e possibilita cada sujeito a sua própria
experiência estética”. (ENGELMANN, 2008)
No âmbito turístico a arte também vem contribuir com a cultura
belterrense por ser uma geradora de renda. Todo turista quando conhece um
lugar sente a necessidade de adquirir uma lembrança para si e para seus
familiares e amigos, mostrando uma característica local presente em
produções artísticas. As artes visuais são ferramentas indispensáveis nesse
sentido, pois mostram a realidade da vida de uma determinada cultura e
expressa o sentimento de quem a cria.
Usar as artes visuais também como ferramenta de aprendizado é uma
forma de facilitar a compreensão de outras épocas, pois elas retratam
informações sobre determinados momentos do passado, destacando objetos,
pessoas, lugares, clima, área urbana, rural ou ribeirinha. E para que haja maior
aprendizado é preciso conhecer o contexto histórico e social do lugar estudado.
Cada indivíduo possui uma forma de reconhecimento de significados em
pinturas e diferentes obras de artes, e podem descobrir particularidades que
nem mesmo o criador da obra teria percebido. Todos observam de modo
diferente porque cada um possui uma vivência diferente, mesmo que na obra
seja retratada algo comum a todos.
Portanto, a arte visual contribui na obtenção de conhecimento a cerca da
história, resgatando a cultura local e incentivando a pesquisa.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta do projeto de pesquisa sobre a arte belterrense visa
conhecer a história da cidade de Henry Ford na selva e preservar sua
identidade cultural, valorizando os aspectos regionais e incentivando a
produção de artes a partir dos registros visuais, bibliográficos e orais.
A história da cidade de Belterra é muito rica. Possui fases importantes,
desde a criação de Fordlândia, e que foram de grande valia para o
desenvolvimento da região. Não basta somente conhecer a história, é
necessário compreender e analisar todas as dificuldades e conquistas num
período que seria praticamente impossível investir tão alto. Henry Ford poderia
ter investido em vários lugares do país, em outras áreas da região norte, mas
escolheu instalar sua cidade as margens do rio Tapajós, num local de difícil
acesso. Toda trajetória, as dificuldades de implantar um grande investimento
numa área desconhecida e com pessoas de diferentes etnias foram riscos que
tiveram que enfrentar. Infelizmente, não durou o tempo que esperavam e o
projeto teve que ser abandonado.
As obras visuais analisadas são registros da presença americana no
vale do Tapajós e continuarão sendo lembrados e contemplados. Esses
trabalhos valorizam a história e artistas locais, e divulgam os principais
patrimônios, personalidades e fatos marcantes que fazem parte do legado do
lugar.
Contextualizando para o ensino de artes, podemos repassar para
alunos, de qualquer idade, que o aprendizado pode ser adquirido através da
arte podendo também aperfeiçoar conhecimentos artísticos e se tornar um
artista. Muitos pensam que aulas de arte servem, somente, para produzir
enfeites e objetos para datas comemorativas ou um momento de lazer, uma
espécie de fuga das aulas “sérias”. Esses pensamentos podem dificultar as
aulas, mas depende do professor saber direcionar cada trabalho em sala.
Estudar as artes produzidas por artistas locais contribui com a cultura e
com o trabalho artístico que terá um espaço valorizado na escola, assim como
incentiva os alunos a analisarem o contexto das obras, sejam elas mais
elaboradas ou não. Cada imagem representa uma experiência vivida, uma
memória, um pensamento, assuntos do cotidiano, ou um emaranhado de ideias
que visam despertar o aprendizado e raciocínio durante as análises.

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O estudo sobre as artes belterrenses aumentou meu conhecimento
histórico aperfeiçoando minha capacidade de compreender as obras criadas
por artistas da terra e entender a importância de cada criação para seu criador.
A cada leitura realizada sobre a história de Belterra descobri detalhes
que transformados em arte podem fazer diferença na compreensão das
características locais. Dessa forma houve a necessidade de fazer a leitura das
obras procurando identificar os fatos históricos destacados nas produções. É
importante conhecer a origem do criador e como era/é sua vida para que
possamos compreender seus sentimentos transmitidos para as artes.
Portanto, a arte contribui na formação do individuo desde a infância, e
por isso precisa ser mais bem aproveitada durante o desenvolvimento humano,
pois facilita o aprendizado e desenvolve o raciocínio.

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REFERÊNCIAS

BLOG BELTERRA DO TAPAJÓS, “O Seringueiro”. Página consultada em


Setembro de 2012, <http://belterradotapajos.blogspot.com.br/2010/10/o-
seringueiro.html>

COSTA, Francisco de Assis. Capital estrangeiro e agricultura na Amazônia:


a experiência da Ford Motor Company (1922-1945). Dissertação
apresentada à Escola Interamericana de Administração Pública da Fundação
Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, 1981.

ENGELMANN, Ademir Antonio. Filosofia da Arte. Curitiba, IBPEX, 2008.


(Metodologia do Ensino de Artes, v.3)

FERRAZ, Maria Heloísa Correa de Toledo. Arte na Educação Escolar/ Maria


Heloísa Correa de Toledo Ferraz e Maria Felisminda de Resende e Fusari. 4ed.
São Paulo: Cortez, 2010.

GRANDIN, Greg. Fordlândia: Ascensão e queda da cidade esquecida de


Henry Ford na selva/ Greg Grandin; tradução de Nivaldo Montingelli Jr. Rio de
Janeiro: ROCCO, 2010.

M E M CONSULTORIA E ASSESSORIA EM TURISMO. Secretaria de Turismo


da Cidade de Belterra. 2001.

SANTOS, Oti. Belterra: a sua história. Santarém, Instituto Cultural Boanerges


Sena, 2004.

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