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O luxo de
ter uma
horta em
casa
vida nas cidades e a busca pela qualidade têm pro-
vocado uma verdadeira volta ao tempo em busca de
valores esquecidos. Um exemplo disso é o resgate do
cultivo de hortaliças e temperos em casa, cada vez
mais comum nas residências. Para concretizar a ideia, não precisa
de muito, basta um pequeno espaço – que pode ser até um jar-
dim aéreo com vasinhos –, as espécies certas, um solo com pre-
paro básico e a drenagem da terra. A partir daí, deixe as pragas
bem distantes e bom uso, pois agora você poderá ter produtos
frescos sempre à mão! Uma outra grande vantagem de cultivá-lo
é o fato de poder ingerir itens orgânicos, mais saudáveis e a um
custo baixo, se comparado ao oferecido no mercado. Nesta edi-
ção, trouxemos muita ideias para viabilizar sua horta. Há desde
uma horta vertical até uma lista de alimentos funcionais e uma
relação dos transgênicos hoje comercializados. Tudo para você
ficar bem informado e fazer opções mais saudáveis.
Editora
plantas@editoraonline.com.br
www.editoraonline.com.br
Sumário
BROTOS COMESTÍVEIS
Cultivados na água ou na terra, eles são uma
das opções naturais mais nutritivas
HORTA VERTICAL
Para otimizar o espaço do ambiente, faça o
canteiro na parede!
ALIMENTOS FUNCIONAIS
Indispensáveis à mesa, eles podem, também,
prevenir doenças
DICA VERDE
As vantagens de incluir hortaliças e
legumes nos refrescos
terstock
Foto: Shut
TRANGÊNICOS
Veja por que os alimentos modificados em
laboratório criam tanta polêmica Batata ...........................................................51
Batata-doce ..................................................51
Berinjela.........................................................52
GALERIA Beterraba.......................................................53
Abóbora........................................................36 Boldo-de-jardim.............................................53
Abóbora-japonesa .........................................36 Brócolis .........................................................54
Abobrinha italiana .........................................37 Bodo-do-chile................................................55
Abobrinha......................................................38 Boldo-miúdo..................................................55
Açafrão-da-terra ou cúrcuma.........................38 Camomila......................................................56
Açafrão-verdadeiro.........................................39 Capim-limão ou capim-santo.........................57
Acelga...........................................................39 Cará...............................................................57
Agrião............................................................40 Cebola...........................................................58
Aipo...............................................................41 Cebolinha......................................................58
Alecrim..........................................................41 Cebolinha-francesa........................................59
Alcachofra.....................................................42 Cebolinho-chinês ou cebolinho-nirá...............59
Alcaparras......................................................42 Cenoura.........................................................60
Alfafa.............................................................43 Cevada..........................................................60
Alho...............................................................43 Cidreira-de-arbusto........................................61
Alface ...........................................................44 Chalota nacional............................................61
Almeirão........................................................46 Chicória.........................................................62
Alho-poró......................................................47 Chuchu..........................................................63
Arroz ............................................................47 Coentro.........................................................63
Aspargo ........................................................48 Cogumelo-shiitake.........................................64
Aveia.............................................................49 Confrei..........................................................64
Azedinha.......................................................49 Couve-flor......................................................65
Bardana.........................................................50 Courgettes nacional ou abobrinha.................66
Couve............................................................66 Pimenta-do-reino...........................................87
Curry..............................................................67 Pinhão...........................................................87
Endívia...........................................................68 Pinhão-roxo...................................................88
Endro-dill.......................................................68 Quiabo...........................................................88
Escarola.........................................................69 Rabanete.......................................................89
Erva-doce.......................................................70 Repolho.........................................................89
Ervilha............................................................70 Rúcula............................................................90
Espinafre........................................................71 Salsa..............................................................91
Fava...............................................................72 Sálvia.............................................................91
Feijão.............................................................72 Soja...............................................................92
Funcho...........................................................73 Quebra-demanda...........................................93
Gengibre........................................................73 Quebra-pedra................................................93
Grão-de-bico..................................................74 Tomate...........................................................94
Hortelã...........................................................74 Tomilho-limão................................................95
Inhame..........................................................75 Tomilho..........................................................95
Jiló.................................................................75 Trigo..............................................................96
Lentilha..........................................................76 Vagem...........................................................97
Mandioca.......................................................77 Uricum...........................................................97
Manjericão.....................................................77
Mandioquinha...............................................78 ONDE ENCONTRAR
Manjericão-folha-de-alface.............................79 Os profissionais e entrevistados que
Manjericão-italiano ou manjericão-roxo..........79 fizeram parte desta edição
Manjerona.....................................................80
Maxixe...........................................................81
Mostarda.......................................................81 CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
Milho.............................................................82 SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
Nabo..............................................................83
Orégano........................................................83 S578g
Palmito branco ou jussara..............................84
Pepino...........................................................84 Silva, Aparecida de Barros
Pimenta.........................................................85
Pimenta-de-bode...........................................85
Pimentão.......................................................86
ISBN 978-85-432-0098-9
14-09109
CDD: 635 CDU: 635
Cutivo
Brotos:
da horta
caseira
para a mesa
Com técnica simples, é possível cultivar
em casa, em um pequeno recipiente,
brotos supernutritivos que surgem das
sementes entre três a sete dias
Texto Cláudia Meyer n Fotos Shutterstock
uem diria que aquela experiência feita du- processo de crescimento, é o que garante altas doses de pro-
rante os primeiros anos escolares, na aula teínas, vitaminas (A, B, C, D e E) e sais minerais (cálcio, iodo,
de Ciências – grãos de feijão envolvidos ferro, fósforo e magnésio). “É uma combinação rara, presente em
com algodão úmido – seria repetida em poucos vegetais frescos”, explica a nutricionista da Universidade
nossa cozinha com resultados bem mais proveitosos. Metodista de Piracicaba (Unimep) Magali Rogge.
Fácil e de crescimento rápido, os brotos surgem das se- Livres de produtos químicos sintéticos – fertilizantes, defen-
mentes de três a sete dias, como em um passe de mági- sivos agrícolas, dentre outros –, os chamados alimentos vivos
ca, sendo comestíveis e supernutritivos (veja receita na proporcionam fácil digestão e podem ser utilizados em refeições
página 17). rápidas como sanduíches naturais, saladas e até sucos e iogurtes
A trajetória do broto para a mesa ocidental brasileira come- por todas as pessoas, principalmente, quem pratica atividades
çou há mais de 5 mil anos, quando foram incorporados à culiná- físicas intensas, substituindo a carne. Também podem ser usa-
ria oriental. Leves e fáceis de preparar, é uma opção acessível e dos como fito-hormônios, fazendo parte da dieta alimentar de
versátil para quem busca uma alimentação saudável. O fato de pessoas que precisam de reposição hormonal, mas não aceitam
poderem ser consumidos em fase de germinação, no início do produtos sintéticos. Além disso, os brotos combatem o estresse,
6 Guia de Hortas
e a baixa quantidade de calorias é um excelente estímulo para
quem quer manter o peso.
Sabor e saúde
Mais de 30 espécies de plantas, principalmente de olerícolas
– brócolis, rabanete, repolho, cebola, mostarda etc. – e de legu-
minosas – feijão-moyashi, alfafa, trevo, lentilha etc. – têm sido
utilizadas na culinária, segundo Dr. Rogério Faria Vieira, pesquisa-
dor da Embrapa. Alguns brotos são picantes, como o de rabanete;
outros são delicados e de sabor suave, tal qual o de alfafa e
de trevo. Já os brotos de feijão-mungo-verde, também chamado
de feijão-moyashi, é utilizado para o preparo de pratos orientais.
Vale lembrar que todos incorporam rapidamente qualquer tipo
de tempero.
Para quem sofre de hipertensão, osteoporose, anemia e es-
tresse, os brotos podem ser aliados naturais aos tratamentos con-
vencionais. “Uma xícara de broto de feijão, por exemplo, contém
1/3 da ingestão recomendada de folato e 22% de vitamina C.
Outros são boas fontes de minerais, como o de alfafa”, analisa a
nutricionista Tânia Rodrigues.
A alta concentração de clorofila nessas plantas ajuda a eli-
minação de toxinas no sangue, fortalece o sistema imunológi-
co e auxilia no equilíbrio do metabolismo. Elas possuem grande
quantidade de substâncias bioflavonoides – antioxidantes natu-
rais produzidos pela planta como mecanismo de proteção –, que o câncer, quando a comparação é feita com o brócolis na forma
atuam nas células humanas como anticancerígenos. Descobriu- em que é, normalmente, comercializado”, revela o dr. Rogério Fa-
se, recentemente, que os brotos de brócolis contêm de 10 a 100 ria. Já as vitaminas A, C e E previnem a oxidação de gorduras no
vezes mais um indutor de enzimas (“sulforaphane”) que combate sangue, inibindo a formação de radicais livres no organismo.
OS PRINCIPAIS TIPOS
Broto de feijão
Broto de bambu Muito utilizado na culinária
De consistência crocante japonesa (em sopas e no
e levemente ácido, yakissoba) e na chinesa
pode até substituir o (como recheio dos rolinhos
palmito em saladas, primavera e nos refogados).
recheios, refogados, Apresenta considerável teor
caldos ou sopas. É rico de compostos fenólicos e
em fibras, proteína substâncias antioxidantes.
vegetal, cálcio, fósforo, Possui, também, vitaminas e
vitaminas B1, B2, e minerais e baixo teor lipídico.
C. Também ajuda na
digestão, estimulando os
movimentos peristálticos
do estômago e intestino.
Broto de alfafa
Um dos alimentos mais ricos em minerais como cálcio, magnésio, fósforo
e potássio. São substâncias facilmente absorvidas pelo organismo.
O broto de alfafa é considerado também um alimento altamente
energético devido à grande quantidade de proteínas.
7
Cutivo
Modo de fazer
Coloque o pepino e a maçã picados em cubos no liquidificador.
Bata tudo sem água, com a ajuda de um socador para auxiliar na
extração dos nutrientes. Acrescente os brotos e cubra com folhas
verdes, de preferência orgânicas. Depois, passe em um coador de
gaze. Caso tenha centrífuga, dispense o coador.
Variação: você também pode acrescentar 1 copo de suco de laranja.
(Fonte: http://www.mundodesabores.com.br/receitas/suco-verde-de-brotos)
BROTO DE BAMBU:
MIL E UMA UTILIDADES!
Iguaria apreciada pela cultura japonesa, o broto de
bambu é saboroso, trazendo muitos benefícios para
a saúde das pessoas que o consomem. Ele faz parte
da dieta dos povos do Oriente – indianos, japoneses
e chineses, entre outros – há séculos, cujo cardápio
abrange desde frituras e assados a cozidos e saladas.
Mas, somente há pouco tempo, a medicina está des-
cobrindo do que o broto de bambu é capaz. Rico em
nutrientes, como proteína vegetal, cálcio, aminoácidos,
fibras, fósforo, e vitaminas B1, B2 e C, ele possui pro-
priedades medicinais acuradas. Por estimular os movi-
mentos do estômago e intestino, ele é indicado para
tratar problemas digestivos, além de ser utilizado na
prevenção de doenças cardiovasculares, como anti-
hemorrágico, no combate à epilepsia em crianças, para
diminuir a gordura corporal e a pressão sanguínea. Suas
folhas ainda podem ser utilizadas para tratar a tosse.
Na água Em países pobres, o broto ajuda no combate à desnu-
Separe uma travessa de vidro ou plástico, de preferência larga e trição. E mais: seu uso extrapola a alimentação humana
não muito profunda, que permita a entrada de ar. e de animais, podendo transformar-se em adubo para
Coloque três colheres de sopa das sementes e deixe-as de hortas e plantações.
molho em água mineral por uma noite (cerca de 12 horas).
Isso neutraliza uma enzima que segura a germinação do
broto e atrapalha a digestão no intestino humano. Cubra-
os com um guardanapo de trama fina (filó ou gaze),
prendendo-o com um elástico.
A temperatura deve ser ambiente, de 25 a 30 graus.
Na manhã seguinte, escorra a água, lave as sementes e escorra
novamente. Recomenda-se lavar as sementes duas vezes por
dia, para retirar os resíduos do próprio grão. Em dias quentes,
a germinação acontece quando um fio branco rompe a casca
do grão, em 48 horas em média. Ao aparecerem as primeiras
folhas, os brotos já estão prontos para o consumo.
9
Horta Vertical
vivo
10 Guia de Hortas
Se o problema é a falta de espaço, planeje sua horta na vertical. Não
importa se ela ficará na varanda do apartamento, naquele cantinho
perto da janela ou na cozinha. Usando a criatividade, é possível
substituir os quadros da natureza morta por natureza viva e ainda ter ao
alcance das mãos saúde e bem-estar
11
Horta Vertical
á imaginou colher ervas frescas sem sair da cozinha, Vivo, Gica Mesiara, que busca valorizar a natureza nos espaços
enquanto prepara o almoço? Ao unir design, fun- internos e reconectar as pessoas ao verde. “A proprietária optou
cionalidade e tecnologia, a empresa Quadro Vivo por mudas de hortelã, pimenta e tomilho que, além de serem o
Paisagismo Vertical criou uma solução que reúne destaque na decoração da cozinha, deixam um delicioso aroma
beleza e praticidade para quem aprecia plantar, mas não no ambiente e dão sabor às refeições”, diz Gica.
tem muito tempo para se dedicar às exigências do cultivo. A empresa também é pioneira na utilização de um painel –
O ambiente projetado pela arquiteta Varínia Schawartz, locali- jardins verticais fixos que podem revestir muros ou paredes, sem
zado na cidade de Curitiba, ganhou ainda mais vida com o quadro limite dimensional. Segundo a paisagista, ambos têm em comum
para temperos idealizado pela paisagista e fundadora da Quadro a facilidade na manutenção, graças a um moderno sistema com-
Uma outra boa opção para aproveitar a verticalidade, é lançar mão de aramados para aproximar a horta da cozinha.
Nos vasos, alecrim, pimenta, manjericão e outros temperos dividem espaço com orquídeas e gerânios
12 Guia de Hortas
putadorizado de regas, que garante a comodidade do cliente, a
saúde e a beleza das plantas.
Por permitir diferentes composições de plantas relacionadas
ao microclima do local em que são instalados, os painéis oferecem
grande efeito ornamental, enriquecendo qualquer ambiente inter-
no ou externo, grande ou pequeno. Aliás, em áreas reduzidas, além
de economizar espaço, eles geram a sensação de amplitude.
Para instalá-los, basta apenas um ponto elétrico e um hi-
dráulico para alimentar o sistema de irrigação automática. Já os
quadros possuem um reservatório de água que permite o funcio-
namento do sistema mesmo na ausência do proprietário, pois a
rega é acionada de acordo com a data programada. O sistema
dispensa regar, sendo necessário somente preencher o reservató-
rio de água do quadro e ficar atento ao acionamento da luz verde.
Quando ela se acender, é hora de repor a água.
13
Faça você mesmo
Temperos à mão
Na cozinha, área de serviço ou varanda, uma pequena horta
garante comodidade, ervas sempre frescas e mais sabor à mesa
Texto Cláudia Meyer n Produtora Lúcia Barradas n Fotos Adriana Barbosa
14 Guia de Hortas
Para fazer esta horta vertical, você irá
precisar de:
Como fazer
15
Alimentos Funcionais
A prevenção ainda
é o melhor remédio
Foto: Mônica Antunes
ão considerados alimentos funcionais aqueles fatores aliado à doença do século, o estresse, tem causado
que fornecem, além dos nutrientes básicos (car- o aumento de doenças crônicas, como diabetes, pressão alta,
boidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e sais problemas cardiovasculares.
minerais), substâncias que ajudam na preven- Por isso, o consumo regular de alimentos funcionais e a mu-
ção e tratamento de doenças, melhorando o funciona- dança na rotina para uma vida baseada em hábitos saudáveis,
mento do organismo. incluindo a prática de exercícios físicos regularmente, parar de
Com a atividade diária intensa imposta pela vida moderna, fumar e diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas, promovem me-
tem surgido um estilo de vida prejudicial ao organismo em lhor qualidade de vida e mais saúde.
decorrência da falta de atividade física, da má alimentação, do Para combater e prevenir doenças que estão se tornando ver-
fumo e da ingestão de bebidas alcoólicas. O acúmulo desses dadeiras epidemias do mundo moderno, como o câncer, as disfun-
16 Guia de Hortas
ções cardíacas e o diabetes, as maiores universidades e labora- ração das doenças crônicas degenerativas. Aprender a evitá-las
tórios do mundo estão apresentando pesquisas que comprovam: tem sido um grande desafio para cientistas do mundo inteiro, e
a sua salvação está na alimentação. Mais especificamente, nos já existem pesquisas sérias que relacionam o consumo de certos
alimentos funcionais. alimentos à baixa taxa de doenças cardiovasculares, câncer, hiper-
De acordo com a dra. Jocelem Mastrodi Salgado, em artigo tensão, diabetes, doenças inflamatórias, intestinais, certas afec-
no site da SBAF (Associação Brasileira de Alimentos Funcionais), ções reumáticas, mal de Alzheimer, entre outras. É uma medicina
“alimento funcional é aquele que, além das funções nutricionais preventiva que custa pouco, não necessita de prescrição médica e
básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz não apresenta contra-indicações.
É
efeitos metabólicos e fisiológicos benéficos à saúde, devendo ser
seguro para consumo sem supervisão médica”, ou seja, contém uma medicina preventiva que
componentes que podem prevenir doenças, além de retardar os custa pouco, não necessita de
efeitos do envelhecimento e provocar bem-estar.
prescrição médica e não apresenta
O corre-corre da vida moderna, com seus desequilíbrios, maus
hábitos alimentares e sedentarismo, desencadeou uma prolife- contra-indicações
17
Alimentos Funcionais
Foto: Juca Vieira
Um engano comum é acreditar que estes alimentos curam de fatores que contribuem com o desenvolvimento de doenças,
doenças pré-existentes ou amenizam o seu quadro, como fazem entre eles a genética e a qualidade de vida. Mas, nas palavras da
os remédios. Os alimentos funcionais podem ser utilizados após nutróloga Laura Sampaio, sócia do Equilibra Centro de Nutrição,
a diagnosticação do quadro médico, mas somente como comple- “ao ingerir estes alimentos, você está eliminando uma das pos-
mentar ao tratamento. Eles também não são a garantia absoluta síveis causas das doenças e, portanto, diminuindo as chances de
de que as doenças não se manifestarão, afinal, existe uma série elas se manifestarem”.
A grande lição que se tira é: quanto mais eliminar os agen-
É
tes de risco, menor é a possibilidade de desenvolver algumas
fato que os alimentos doenças, ou seja, se você não tem fator genético que impulsione
funcionais se provam mais esta doença e levar uma vida equilibrada, consumindo os ali-
efetivos para pessoas que mentos certos, suas chances de desenvolver os males é muito
mantêm dieta equilibrada e pequena. Vale ressaltar que é fato que os alimentos funcionais
se provam mais efetivos para pessoas com uma dieta equilibra-
praticam exercícios físicos
18 Guia de Hortas
Foto: Mônica Antunes \ Produção: Sheila Rodrigues
CUIDADOS
Fique atento aos valores calóricos dos alimentos
funcionais, pois, se forem consumidos em
excesso, podem causar obesidade e diversos
males à saúde. Vale lembrar que esses alimentos
atuam na prevenção de algumas doenças desde
que associados a hábitos de vida saudáveis.
19
Alimentos Funcionais
Peixes marinhos: sardinha, salmão, Ácidos graxos ômega-3 (EPA Redução do LDL-colesterol e ação antiinflamatória. É
atum, anchova, arenque etc. e DHA) indispensável para o desenvolvimento do cérebro e
da retina de recém-nascidos .
Tomate e derivados, goiaba vermelha, Licopeno Ação antioxidante, redução dos níveis de colesterol e do
pimentão vermelho e melancia risco de certos tipos de câncer, como o de próstata.
Cereais integrais, como aveia, centeio, Fibras solúveis e insolúveis Reduzem o risco de câncer de cólon, pois melhoram
cevada, farelo de trigo etc; leguminosas, o funcionamento
como feijão e ervilha; e hortaliças com intestinal. Podem ajudar no controle da glicemia e
talos e frutas com casca no tratamento da obesidade,
pois trazem saciedade.
Leites fermentados, iogurtes e outros Probióticos – bífidobacterias e Favorecem as funções gastrointestinais, reduzindo
produtos lácteos fermentados lactobacilos o risco de constipação e
câncer de cólon.
da e, em especial, praticantes de exercícios físicos. dicionantes e determinantes – com humanos e 22 estudos com
Não pense em tomar o caminho mais fácil e apelar diretamente animais foram capazes de estabelecer um vínculo entre o consu-
para os suplementos alimentares. Estes, sim, devem ser tomados com mo de frutas e vegetais à menor incidência de câncer. Um dado
a orientação de um profissional de saúde, para que não aconteça curioso revela, ainda, que muitos dos mesmos alimentos preven-
uma superdosagem. Além disso, nem sempre têm o mesmo efeito tivos deste mal ajudam a combater as doenças do coração, já que
dos alimentos. “O suplemento não tem a mesma biodisponibilidade, os componentes benéficos também têm ação antioxidante.
o que quer dizer que ele não tem a mesma disposição para absorção “É importante a freqüência no consumo e a forma de preparo
de todo o nutriente, sem contar que o alimento vem com outros bene- correta. Para que os benefícios sejam alcançados, é necessário
fícios de vitaminas, minerais, carboidratos agregados”, explica Laura. que o consumo seja regular e que se dê preferência sempre aos
Um artigo da revista Food Technology mostrou que 206 es- alimentos crus ou cozidos no vapor, minimizando a perda de nu-
tudos epidemiológicos – ciência que estuda quantitativamente a trientes”, diz a dra. Laura, que completa: “Vitaminas, minerais e
distribuição dos fenômenos de saúde/doença e seus fatores con- outros componentes se perdem na água do cozimento”.
21
22
Foto: Manoel Carvalho / Produção: Beto Biancalana
Guia de Hortas
Alimentos Funcionais
PREVINA DOENÇAS COM UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
A prevenção de males por meio da alimentação deve considerar outros aspectos além da escolha dos produtos, porque vai até a
forma como são preparados para o consumo. A seguir, dicas importantes para livrar frutas e vegetais de possíveis inimigos invisíveis,
como agrotóxicos, micróbios e bactérias:
n Dê preferência aos alimentos orgânicos, ou seja, àqueles cultivados com pouco ou sem produtos químicos.
n Escolha cuidadosamente os produtos, prestando atenção se estão livres de furos ou picadas por onde resíduos de agrotóxicos
possam ter entrado.
n Lave e esfregue com uma bucha macia as frutas e as hortaliças, removendo as folhas
soltas dos vegetais.
n Deixe os alimentos de molho em água com vinagre, por meia hora, em uma solução de
1 colher (sopa) de vinagre para cada litro de água.
Foto: Juca Vieira
23
Dica Verde
24 Guia de Hortas
CLOROFILA, A GRANDE ALQUIMISTA
A clorofila está presente em todos os vegetais e plantas de cor verde. Ela é res-
ponsável por um dos processos mais importantes para o surgimento e manutenção
da vida na Terra – a fotossíntese. Atualmente, diversas pesquisas estão sendo reali-
zadas para comprovar sua ação sobre o organismo humano, e os resultados parciais
já apontam para alguns benefícios:
Desintoxicação profunda Combate ao mal hálito e aos
25
Trangênicos
Caixa de
surpresas
Belos e resistentes, os alimentos
geneticamente modificados
despontam na agricultura como
solução lucrativa para a economia
mundial. Mas o impacto que eles
podem provocar na saúde humana e
no meio ambiente ainda é ignorado
26 Guia de Hortas
s melhores e mais instigantes filmes de ficção
científica descortinam um futuro em que a hu-
manidade é independente da natureza, sendo
capaz de controlar, não só a reprodução dos
próprios descendentes, mas a oferta de alimentos. Nesse
mundo, com a ajuda da engenharia genética, tudo é pos-
sível, desde isolar cromossomos defeituosos, para conseguir
seres humanos perfeitos – como no filme Gattaca: uma ex-
periência genética –, até cruzar diferentes DNAs para produ-
zir alimentos fortes, imunes a pragas e doenças, resistentes
às intempéries e, consequentemente, amplamente produ-
tivos. O que esses filmes não mostram é que, até chegar a
esse estágio, o caminho é bastante longo e perigoso.
Assistimos hoje a uma revolução mundial na agricultura promovida
pela biotecnologia aplicada aos alimentos. Segundo o ISAAA – Serviço “No Brasil, a adoção de biotecnologia foi muito rápida e hoje temos a
Internacional para a Aquisição de Aplicações Agro-Biotecnológicas – segunda maior área transgênica do mundo, atrás somente dos Estados
somente no ano passado, foram plantados 148 milhões de hectares de Unidos”, avalia Anderson Galvão, agrônomo da empresa de consultoria
transgênicos no mundo, um crescimento de 10% em relação ao ano an- Céleres. “O melhor exemplo dessa evolução é o milho transgênico, que,
terior (134 milhões de hectares). Ao todo, 15,4 milhões de agricultores de apenas em três anos, responde por 57% da área cultivada no País”.
29 países plantaram culturas geneticamente modificadas.
Isso representa – de 1996 a 2010 – 1 bilhão de hectares em lavou-
“ Se você pode escolher entre transgênicos ou não, por que arriscar? Essa é a
pergunta que faço para mim mesmo. O pequeno horticultor deve optar por
cultivares tradicionais.”
Ricardo Henrique Cardim, ambientalista e botânico
OS 5 MAIORES PRODUTORES
Área
Posição País Culturas GM
(em milhões de hectares)
1 EUA 66,8 Soja, milho, algodão, canola, abóbora, papaia, alfafa e beterraba
2 Brasil 25,4 Soja, milho e algodão
3 Argentina 22,9 Soja, milho e algodão
4 Índia 9,4 Algodão
5 Canadá 8,8 Canola, milho, soja e beterraba
*Área mundial de culturas GM em 2010 (milhões de ha)/ Fonte: http://www.cib.org.br/pdf/ISAAA_Briefs_42.pdf
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Trangênicos
De acordo com o estudo “Benefícios Econômicos e Socioam-
bientais da adoção de Biotecnologia Agrícola no Brasil” realizado ALERGIAS À SOJA
pela empresa de consultoria Céleres, em 2019, a área cultivada “Em um único ano, 1999, as alergias à soja no Reino Uni-
com soja somará 31,2 milhões de hectares, a de milho será de do saltaram de 10% para 15% da população amostrada. A
16,9 milhões de hectares, e a de algodão deve alcançar 2,4 mi- soja GM chegou ao País um pouco antes de 1999. Testes de
lhões de hectares. E mais: em apenas alguns anos, estarão dispo- anticorpos verificaram que alguns indivíduos reagem de forma
níveis mudas de cana-de-açúcar transgênicas. diferente à soja GM e não-GM. A soja GM apresenta concen-
tração de um alérgeno conhecido.”
Impactos do cultivo transgênico
Produto transgênico é aquele modificado geneticamente Fonte: SMITH, Jeffrey M. Roleta Genética – Riscos Documentados dos
Alimentos Transgênicos sobre a Saúde. Coral Editora.
e que pode conter genes de outros organismos. A técnica tem
sido utilizada para o melhoramento de plantas, com o objetivo
de torná-las resistentes a pragas e doenças, aumentando a pro- te. Com tamanha herança, parece-me razoável e prudente congelar
dutividade no campo. Na prática, a inserção da biotecnologia no qualquer novo lançamento de transgênicos até que tenhamos uma
meio ambiente e, consequentemente, na vida das pessoas e na melhor compreensão do DNA, e das ramificações de nossa interven-
economia, não é tão simples assim, acredita Jeffrey Smith, diretor ção”, afirma Smith, que esteve no Brasil em outubro e participou
executivo do Instituto Pela Tecnologia Responsável e autor de dois do seminário “Alimentos transgênicos e seus impactos na saúde, no
livros-bomba contra os transgênicos – Sementes da Decepção meio ambiente e na economia”.
e Roleta Genética. Especializado nos perigos que os alimentos transgênicos oferecem
“Diferentemente da poluição química, os transgênicos se auto- à saúde, Jeffrey Smith relaciona o consumo desses produtos a várias
propagam e podem tornar-se elementos fixos de nosso meio ambien- doenças: casos de esterilidade e morte, reações tóxicas e alérgicas em
MITOS VERDADES
São seguros. As empresas estão oferecendo produtos para milhões de pessoas de uma ciência que ainda
está em seu estágio infantil. Liberados no meio ambiente, eles podem alterar, permanente-
mente, o ecossistema.
Produzem colheitas maiores. Os cultivos GM têm produtividade média mais baixa por área. Um estudo do dr. Charles Ben-
brook, ex-diretor do Board on Agriculture, da National Academy of Science, mostra que nenhu-
ma das sementes “engenheiradas” aumenta significativamente a produtividade. Em mais de
8.200 experimentos de campo, a soja Roudup Ready produziu menos bushels de soja do que
variedades similares.
Promovem colheitas consis- Um relatório da ActionAid concluiu, que em vez de aliviar a fome no mundo, a tecnologia dos
tentes e confiáveis. transgênicos “pode exarcebar a insegurança alimentar, aumentando o número de pessoas
com fome”.
São melhores que as opções Outros métodos, como a agricultura sustentável, são bem melhores para as colheitas e para a
concorrentes. vida dos agricultores.
São a solucão para a fome, O aumento na produtividade da plantação não erradica, por si só, a fome. O livro World Hun-
por causa do aumento da ger: Twelve Myths, de 1998, cita um estudo em que “78% de todas as crianças mal-nutridas
produtividade nas colheitas. abaixo de 5 anos em países em desenvolvimento vivem em países com excesso de alimentos.”
Um relatório da ONU confirma que não haverá escassez no futuro. A causa primeira da fome é
a pobreza. Para que alimentos se os mais famintos continuarem a não poder pagar por eles?
28 Guia de Hortas
humanos, além de modificações estruturais no organismo de animais es- problemas de saúde, mas como ninguém estava monitorando isso, pode
tudados em laboratórios. “E não é só isso. Perigos como esses tornam-se levar várias décadas até que seja possível identificar esses problemas”,
ainda maiores se considerarmos que os OGMs contaminam plantações afirma em entrevista dada ao Greepeace.
não-transgênicas e espécies selvagens, permanecendo no meio ambiente Jeffrey cita a Inglaterra, em que alergias à soja foram acen-
por muito tempo”, esclarece. tuadas em 50% logo que a soja transgênica foi introduzida no
mercado. “Sem pesquisas e testes clínicos em seres humanos,
OGMs x Saúde não há como saber se ela é realmente a culpada. Os alimen-
Economicamente, Jeffrey acredita que a adoção dos transgênicos é tos transgênicos podem estar contribuindo para vários tipos de
prejudicial aos agricultores e à economia do País, pois interfere no de- problemas de saúde nas pessoas”, lamenta. “Consumimos hoje
senvolvimento do mercado para produtos não-transgênicos. Mas a gran- diversos alimentos com ingredientes à base de transgênicos,
de preocupação do autor é com os reflexos do consumo de alimentos produzidos para matar insetos e resistir a agrotóxicos. As pes-
geneticamente modificados pela população ao longo dos anos. “Uma soas devem pensar que exaustivos testes foram feitos, e todas
das afirmações mais anticientíficas e perigosas já feitas pela indústria de as pesquisas que apontam possíveis riscos foram levadas em
biotecnologia é que milhões de pessoas nos Estados Unidos comeram consideração, para que transgênicos fossem liberados. No en-
alimentos transgênicos durante uma década e ninguém ficou doente. tanto, isso não acontece”, garante um dos maiores críticos da
Pelo contrário, os transgênicos já podem estar contribuindo para sérios produção de alimentos GM, Jeffrey Smith.
29
Trangênicos
30 Guia de Hortas
MATINAIS E CEREAIS
Linea, Sustagen (Bristol & Meyers), Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Jasmine, Mãe Terra, Vitao
Café do Ponto, Kellog´s, Diet Shake (Nutrihouse), Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Mococa, Quaker, Sanavi-
(Nutrilatina), Melitta, Quero e Pro ta, Batavo, Ativa Soy, (Nutrimental), Suprasoy (Josapar), Nutrifoods, Nutrilon (Nutrimental),
Sobee (Bristol & Meyers). Nutry (Nutrimental), Nutry Fun (Nutrimental), Cerealon (Nutrifoods), Chocomilk (Batavo),
Chomax (Ducoco), Fibra Total (United Mills), Fitness & Diet (United Mills), Mucilon (Nestlé),
Nescau (Nestlé), Nesquik (Nestlé), Neston (Nestlé), Nutren (Nestlé), Toddy (Quaker) e Trio
(United Mills).
CHOCOLATES E BALAS
Adams, Cadbury, Dan Top, Dizioli, Big, Nestlé, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Arcor, Hershey’s, Dori, Ferrero, Kopenha-
Duitt, Garoto, Halls, Santa Edwiges gen, Lacta (Kraft), M&M (Masterfoods), Milka (Kraft), Pan, Twix (Masterfoods) e Snickers
e Trident. (Masterfoods).
BISCOITOS E SALGADINHOS
Adria, Ebicen (Glico), Lu (Arcor) e Za- Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Champion, Jasmine,
bet (Adria). Mãe Terra, Panco, Vitao (Nutrihouse), Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart),
Parmalat, Firenze, Piraquê, Nutrifoods, Nutry (Nutrimental), Dauper, Dori, Lu (Arcor), Ativa
(Nutrimental), Bauducco, Elbis (Mabel), Elma Chips, Fritex (Bauducco), Iracema (Kraft), Kelly
(Mabel), Mabel, Mini Bits (Kraft), Nabisco (Kraft), Skiny (Mabel), Tica (Panco), Tostines (Nes-
tlé), Visconti, Wickbold, Aymoré (Arcor), Gran Dia (Arcor), Biits Cookies (United Mills), Bon
Gouter (Kraft), Chocolícia (Kraft), Chocooky (Kraft), Club Social (Kraft), Oreo (Kraft), Trakinas
(Kraft), Duchen (Parmalat), Raris (Masterfoods), Mr. Nut´s (Masterfoods) e Triunfo (Arcor).
PÃES E BOLOS
Santa Edwiges, Pullman e Ana Maria Big, Pão de Açúcar, Panco, Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Firenze,
(Pullman). Bauducco, Tica (Panco), Visconti, Wickbold, Kidlat (Parmalat) e Jack Bolinho (Wickbold).
BEBIDAS
All Day (Bunge) e Cyclus (Bunge). Sanavita, Batavo, Clight (Kraft), Fresh (Kraft), Royal (Kraft), Danone, Ativa (Nutrimental),
Yakult, Ades (Unilever), Cereal Shake Light, Ki-Suco (Kraft), Maguary (Kraft), Jui-C (Nutri-
mental), Nutrinho (Nutrimental), Sustare (Olvebra), Tang (Kraft), Q-Refres-ko (Kraft), Tonyu
(Yakult), Chamy (Nestlé), Kissy (Batavo), Diet Fiber (Olvebra), Longevita (Olvebra), Novo Mi-
lke (Olvebra), Soy Fruit (Olvebra), Soy Original (Olvebra) e Soymilke (Olvebra).
FRIOS E EMBUTIDOS
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Champion, Sadia, Mais por Menos (Wal-Mart),
Anglo (BF), Bordon (BF), Swift (BF), Batavo, Perdigão, Rezende (Sadia), Seara, Marba e Wil-
son (Sadia).
LATICÍNIOS E MARGARINAS
Primor (Bunge), Mesa (Vigor), Leco Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart),
(Vigor), Vigor, All Day (Bunge), Amé- Sadia, Mais por Menos (Wal-Mart), Goodlight, Paulista (Danone), Batavo, Piraquê, Danone,
lia (Vigor), Cyclus (Bunge), Delícia Arisco, Philadelphia (Kraft), Claybom (Unilever), Baker (Vida), Colméia (Vida), Becel (Unile-
(Bunge), Franciscano (Vigor), Mila ver), Corpus (Danone), Cremutcho, Dannete (Danone), Danny (Danone), Doriana (Unilever),
(Bunge) e Soya (Bunge). Molico (Nestlé), Qualy (Sadia), Saúde (Unilever), Deline (Sadia), Dupli (Danone), FBE (Vida),
Glacier (Vida), Margarella (Vida) e Mariella (Vida).
MASSAS
Adria, Frescarini (General Mills), Pas- Big, Carrefour, Pão de Açúcar, Champion, Sadia, Mezzani, Firenze, Massaleve, Pavioli e
titex e Santa Branca. Piraquê.
CONGELADOS
Arosa, Forno de Minas (General Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Champion, Panco, Great Value
Mills), Pescal e Belcook. (Wal-Mart), Sadia, Goodlight, Anglo (BF), Bordon (BF), Superbom, Swift (BF), Batavo, Da
Granja, Kilo Certo, Perdigão, Rezende (Sadia), Seara, Bonduelle e Toque de Sabor (Perdi-
gão).
RAÇÕES PARA ANIMAIS
Guabi, Purina (Nestlé), Alpo (Nestlé), Bonzo (Nestlé), Cat Chow (Nestlé), Champ (Masterfoo-
ds), Deli Dog (Nestlé), Dog Menu (Nestlé), Fancy Feast (Nestlé), Faro (Guabi), Friskies (Nes-
tlé), Frolic (Masterfoods), Gatsy (Nestlé), Herói Mascote (Guabi), Kanina (Nestlé), Pedigree
(Masterfoods), Whiskas (Masterfoods), Top Cat (Guabi) e Kitekat (Masterfoods).
31
Trangênicos
32 Guia de Hortas
Artigo
Sem direito
à escolha
Por Ricardo Cardim – Ambientalista n Foto Shutterstock
33
Galeria
Leguminosas
e vegetais
Todos com informações completas: nome científico,
família, dicas de cultivo e utilização
Texto Ângela Arraya n Produção Lúcia Barradas n Fotos Leandro Andrade
34 Guia de Hortas
35
Abóbora
Nome científico: Cucurbita ssp
Família: Cucurbitaceae
Características: planta rasteira cuja reprodução
ocorre pelas sementes. Os frutos pesam de 5 kg
a 40 kg.
Cultivo: deve ser feito em local definitivo, colocan-
do 4 sementes em cada cova de 25 cm de profun-
didade. Irrigar diariamente durante 30 dias após o
plantio. Depois, regar de quatro em quatro dias. A
colheita ocorre de 100 a 130 dias após o plantio.
Utilização: é consumida cozida para o preparo de
Foto: Fernanda Venâncio/Produção: Lucia Barradas
Abóbora-japonesa
Nome científico: Híbrido das espécies Cucurbita
maxima e Cucurbita moschata
Família: Curcubitaceae
Características: também conhecida como tetsuka-
buto, é uma planta rasteira da família das abóboras
com alta produtividade e tempo de desenvolvimen-
to um pouco mais rápido. Seus frutos arredondados
têm casca de coloração escura e polpa alaranjada
com grande concentração de água.
Cultivo: por ser uma espécie híbrida, deve-se plan-
tar em consórcio com algum cultivar polinizador já
Foto: Fernanda Venâncio/Produção: Lucia Barradas
36 Guia de Hortas
Abobrinha italiana
Nome científico: Cucurbita pepo
Família: Curcubitaceae
Características: variedade de aboboreira com fru-
to mais alongado e alto teor de água, textura leve
e rápido desenvolvimento.
Cultivo: gosta de solo areno-argiloso profundo e
drenado, com pH entre 6 e 6,5. Adapta-se bem às
mais variadas temperaturas, porém, prefere as mais
altas. Propaga-se por sementes; cerca de 40 dias
após o plantio, já está pronta para ser colhida.
Utilização: Pode ser consumida assada, cozida,
frita, empanada, refogada ou crua (ralada ou cor-
tada em finíssimas fatias).
Pragas e doenças: brocas, podridão-dos-frutos.
37
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
Abobrinha
Nome científico: Cucurbita pepo
Família: Cucurbitacea
Características: as abobrinhas são, na verdade, os
frutos da aboboreira colhidos ainda jovens. Herbá-
ceas repletas de proteínas, cálcio, ferro, fósforo e
vitamina A, B1, B2 e C.
Cultivo: em locais de clima quente, pode ser feito
durante o ano todo. Já nas áreas mais frias, semeie
duas sementes em vasos de 9 cm de diâmetro no
início de novembro e faça o transplante das mudas
Foto: Mônica Antunes/Produção: Regina Guidi
Açafrão-da-terra ou cúrcuma
Nome científico: Curcuma longa
Família: Zingiberaceae
Origem: Índia
Características: bem adaptada em solos úmidos,
ricos e argilosos. Possui grandes folhas elípticas
que partem de seu rizoma, que é ovoide e contém
tubérculos cilíndricos. Suas flores são amareladas e
têm 15 cm de largura em espigas densas.
Parte usada: apenas o rizoma.
Ações: anti-inflamatória, hepatoprotetora, coleré-
tica e antidispéptica. Suas propriedades são indica-
das para combater os problemas de vesícula biliar,
fígado e colesterol. Pesquisas demonstram que al-
tas doses de açafrão inibem a ovulação.
Toxicologia e contraindicações: Não ingerir
mais de 10 g por dia, o que equivale a 4 colheres
de sobremesa, pois a planta é tóxica em grandes
doses, podendo alterar o sistema nervoso e provo-
car abortos.
Curiosidades: faz parte da composição de co-
rantes e do curry, tempero tradicional indiano. Os
trajes típicos budistas têm a cor amarelada pela
cúrcuma.
Foto: Shutterstock
38 Guia de Hortas
Açafrão verdadeiro
Nome científico: Crocus sativus
Família: Iridaceae
Origem: Oriente Médio e parte da Ásia
Características: herbácea bulbosa com vistosas
flores roxas. Gosta de solos areno-argilosos com
exposição solar que vai da luz plena à meia-som-
bra. Propaga-se por sementes e estacas.
Parte usada: estigma.
Ações: condimento, corante natural, aromatizan-
te. Tem propriedades antiespasmódicas, emena-
gogas e sedativas. Auxilia em casos de asma, co-
queluche, hemorroidas e cálculos renais, do fígado
e da bexiga. Algumas fontes da medicina chinesa
o consideram afrodisíaco.
Toxicologia e contraindicações: oito a dez estig-
mas ou três gramas por dia . Em doses muito altas
pode ser tóxico, desnorteante e abortivo.
Curiosidades: é um dos ingredientes culinários
mais caros do mundo, pois necessita uma quanti-
Foto: Shutterstock
dade exorbitante de flores para produzir um quilo
de produto.
Acelga
Nome científico: Beta vulgaris (variedade: Beta cicla)
Família: Chenopodiaceae
Características: planta bianual sem fruto comes-
tível. As folhas são grandes, com forma oval, cuja
cor varia conforme a espécie. O que se consome
são as folhas e o nervo central, ricos em cálcio,
ferro, fósforo, hidratos de carbono, potássio, pro-
teínas, sódio, niacina, vitaminas A, B1, B2, B5 e C.
É conhecida também como beterraba-branca.
Cultivo: recomenda-se colocar de 2 a 3 sementes
por cova, já no local definitivo, com 30 cm de dis-
tância entre cada uma. A colheita ocorre de 60 a
90 dias após o plantio.
Utilização: é consumida crua ou refogada e é
muito utilizada no preparo de saladas.
Pragas e doenças: nematódeos e pulgões.
39
Agrião
Nome científico: Nasturtium officinale
Família: Brassicaceae
Características: herbácea aquática de caule oco,
grandes folhas compostas e pequenas flores bran-
co-amareladas. Pode ser perene; a multiplicação
ocorre por sementes plantadas diretamente no lo-
cal definitivo.
Cultivo: as sementes podem ser plantadas nos
canteiros definitivos, com distância de 30 cm en-
tre elas. O cultivo necessita de tanques inundados,
também chamados de “agrieiras”, nos quais a fer-
tilização deve ser feita a cada semana. Colheita de
75 dias após o plantio.
Utilização: em saladas, . Possui propriedades me-
dicinais antiescorbúticas, com alto teor de vitamina
C e iodo. Além disso, trata-se de uma planta esti-
mulante, tonificante, cicatrizante e balsâmica.
Pragas e doenças: lagarta-rosada.
40 Guia de Hortas
Aipo
Nome científico: Apium graveolens
Família: Apiaceae
Características: também conhecido como salsão, é
uma planta composta de talos e folhas muito aro-
máticos. É fonte de vitamina A e de cálcio e sua sa-
fra acontece entre os meses de julho e novembro.
Cultivo: prefere solos areno-argilosos, profundos,
ricos em matéria orgânica e bem drenados. Adap-
Alecrim
Nome científico: Rosmarinus officinalis L.
Família: Lamiaceae
Características: arbusto perene, de numerosas fo-
lhas verdes estreitas e duras. Possui intenso perfume
nas folhas e flores, cuja cor é azul-clara. Pode viver
até nove anos, exala um aroma forte e agradável e se
adapta melhor ao clima subtropical.
Cultivo: propaga-se bem em solos secos, bem
drenados e pobres de matéria orgânica. Podem ser
cultivados em vasos, desde que expostos à luz so-
lar de cinco a seis horas por dia.
Utilização: estimula o sistema nervoso, dando for-
ça e vigor aos que sentem fraqueza e exaustão.
Possui propriedades antiespamódica, estomacal,
antisséptica, antibacteriana e fungicida. As folhas,
geralmente consumidas frescas, também podem
ser usadas secas, principalmente em forma de chás
e compressas. É indicado em caso de febre, dor de
cabeça de origem digestiva, inapetência, debilida-
de cardíaca, gases intestinais, gripe, reumatismo e
problemas respiratórios, estomacais e intestinais.
Também pode ser usado como diurético, e seu
Foto: Leandro Andrade
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Alcachofra
Nome científico: Cynara scolymus
Família: Compositaeae
Características: são hortaliças perenes, com caule
esbranquiçado, grandes folhas verdes, lanceoladas
e carnosas. Podendo atingir até 1,5 m de altura.
Multiplica-se por brotos que se desenvolvem em
torno do caule principal.
Cultivo: não há época apropriada para semeá-
la. O o transplante pode ser feito entre janeiro e
fevereiro, com um espaçamento de 60 cm entre
as mudas. Não é recomendado dividir o local com
outro tipo de cultura. A colheita é feita quando as
brácteas estão inchadas, porém não se deve colher
tudo de uma só vez. Deve-se cortar as brácteas em
formato de flor quando ainda estiverem verdes,
para aproveitar melhor o sabor.
Utilização: além de alimento, a alcachofra é muito
apreciada por suas virtudes terapêuticas: regulariza
Foto: Mônica Antunes
Alcaparras
Nome científico: Capparis spinosa L.
Família: Caparidáceas
Características: possuem talos que podem crescer
e atingir mais de um metro. As folhas são gran-
des e arredondadas, e as flores possuem coloração
branca e um bonito botão floral.
Cultivo: desenvolvem-se bem em solos secos, exi-
gem temperatura elevada, muita iluminação e abri-
go dos ventos. Vegetam bem em solos áridos e até
pedregosos, desde que bem drenados; os ideais são
sílico-calcários e sílico-calcários-argilosos. O cultivo
pode ser por sementeiras ou, mais comumente, atra-
vés de estacas e embriões da raiz. A partir do segun-
do ano de plantio, entram em produção e mantêm-
se produtivas por, aproximadamente, 20 anos.
Utilização: como tempero no preparo de peixes e
carnes, além de pizzas e saladas. São fontes de vi-
taminas, sais minerais e fibras, contêm considerável
teor de cálcio, sendo recomendadas para pessoas
Foto: Leandro Andrade
42 Guia de Hortas
Alfafa
Nome científico: Medicago sativa
Família: Fabaceae
Características: leguminosa perene de alto valor
nutritivo e muito adaptável aos mais diferentes ti-
pos de clima e solo.
Cultivo: prefere solos areno-argilosos férteis de
estrutura média, profundos e sem compactação,
com boa permeabilidade e de pH neutro. Atenção
à qualidade das sementes, que devem ter uma co-
loração amarelo-esverdeada.
Alho
Nome científico: Allium sativum
Família: Alliaceae
Características: herbácea de propagação vegeta-
tiva, cujas características, como formato e cor dos
bulbos, número de dentes, folhas, sistema radicu-
lar e ciclo, identificam suas diferentes variedades.
As folhas são estreitas e alongadas, recobertas por
uma camada de cera que protege do ataque de
doenças. Seu porte vai de 50 a 70 cm de altura e
suas raízes são compridas, atingindo 50 cm.
Cultivo: entre fevereiro e abril. Divida uma cabeça
de alho em dentes e plante-os em linha reta com
um espaçamento de 15 cm entre eles. Colha quan-
do as folhas começarem a amarelar.
Utilização: possui propriedades medicinais, como
redução da pressão arterial e prevenção de tumo-
res e problemas nos vasos sanguíneos.
Pragas e doenças: tripes e mariposas, ácaros, fer-
rugem e podridão-branca.
43
44 Guia de Hortas
Alface
Nome científico: Lactuca sativa
Família: Asteraceae
Características: a alface tem como parte comestível as folhas, que po-
dem se apresentar lisas ou crespas, de coloração verde ou roxa. Sua
multiplicação é feita por sementes pequenas, cinzas, pretas ou marrons.
As flores são distribuídas em capítulos, do tipo hermafroditas, com au-
topolinização. Possuem grandes ramificações e são fasciculadas.
45
Almeirão
Nome científico: Chicrium intybus
Família: Asteraceae
Características: folhas que variam do verde mais cla-
ro até o mais escuro. Pouco energéticas, com cerca
de 20 calorias a cada 100 g. Possuem em sua compo-
sição, proteínas, fósforo, cálcio, ferro e as vitaminas
A, B1, B2 e C.
Cultivo: feito com sementes no local definitivo, es-
palhadas em covas de 1 cm e em uma distância de
25 cm entre elas. Nas regiões Sul e Sudeste, o plan-
tio ocorre o ano todo. Já nas outras áreas do País,
acontece entre março e junho. A colheita ocorre em
cerca de 50 a 60 dias após a semeadura. O corte das
folhas externas deve ser feito rente ao solo.
Utilização: normalmente é consumido cru,
em saladas.
Pragas e doenças: fungos, pulgões,
tripes, lesmas e lagarta-rosa.
46 Guia de Hortas
Alho-poró
Nome científico: Allium porrum
Família: Alliaceae
Características: no primeiro ano, produz apenas
folhas; no segundo, começam a surgir flores de di-
ferentes cores. São resistentes e rústicas, cuja parte
comestível, o talo, apresenta-se cilíndrico e estiolado,
com a base dilatada. É rico em ferro, cálcio, fósforo,
proteínas e vitaminas A, B1, B2 e C.
Cultivo: nos meses de fevereiro a junho, em regiões
Arroz
Nome científico: Oriza sativa
Família: Poaceae
Características: originário de regiões úmidas da
Ásia e considerado o alimento básico para mais da
metade da população mundial. É uma planta hi-
drófila e necessita de boa irrigação. Caracteriza-se
por pequenos grãos brancos, amarelos, marrons,
vermelhos e até mesmo pretos. Existem mais de
100 espécies.
Cultivo: a partir de outubro ou no fim de setembro
até o começo de dezembro, dependendo da varie-
dade. Pode ser feito com semeadeiras manuais em
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
47
Aspargo
Nome científico: Asparagus officinalis
Família: Liliaceae
Características: hortaliça perene com raízes de
grande longevidade. O caule é dividido em duas
partes e nele são formadas as gemas, de onde bro-
tam os turiões, a parte mais consumida da planta.
A longevidade da planta pode girar em torno de
13 anos, dependendo do cultivo.
Cultivo: o plantio deve ser feito no final do inverno
e início da primavera, antes das estações chuvosas.
O preparo do solo deve começar 90 dias antes do
plantio das mudas, que são preparadas em semen-
Foto: Ricardo Novelli/Produção: Lúcia Guerzoni
48 Guia de Hortas
Aveia
Nome científico: A. sativa
Família: Gramineae
Características: o caule esguio da aveia tem um
crescimento superior a 1,2 m de altura, terminando
em pontas ramificadas que contêm as flores, das
quais as sementes se desenvolvem.
Cultivo: desenvolve-se melhor em regiões frias e
úmidas. Em clima seco e quente, os grãos ficam
chochos e apresentam baixa produtividade. A
aveia é pouco exigente em relação à qualidade do
solo; é o cereal mais resistente, depois do centeio,
pois cresce bem em terrenos de baixa fertilidade,
onde o trigo e a cevada não sobrevivem.
Utilização: reduz os níveis de colesterol, quando
parte de uma dieta equilibrada. O efeito é quase
inteiramente atribuído às b-glucanas (beta-
glucanas), porém os lipídios, vitaminas e proteínas
Azedinha
Nome científico: Hibiscus sabdariffa
Família: Malvaceae
Características: conhecida também como gro-
selha, rosela ou vinagreira, sua flor assemelha-se
a um pinhão e possui propriedades terapêuticas.
Pode atingir de 2 a 3 m de altura.
Cultivo: por ser adaptada ao clima quente, a azedi-
nha se desenvolve melhor em temperaturas superiores
a 21ºC. O solo ideal para o cultivo deve ser bem drena-
do, profundo e com alto teor de matéria orgânica.
Utilização: suas folhas e flores são aproveitadas
em saladas, geleias, sucos e infusões.
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
49
Bardana
Nome científico: Arctium lappa
Família: Asteraceae
Características: planta herbácea, pode atingir até
2 m de altura. Conhecida pelas propriedades nutri-
cionais e fitoterápicas, a bardana apresenta caule
robusto, que pode ser verde ou arroxeado de acor-
Foto: Ricardo Novelli /Produção: Lúcia Guerzoni
do com a variedade.
Cultivo: necessita de períodos frios para florescer. Os
melhores solos para produção de raízes são os are-
nosos, bem profundos, férteis e com boa drenagem.
Dificilmente é cultivada em vasos ou jardineiras.
Utilização: suas folhas, talos e raízes são ampla-
mente usados na culinária japonesa para temperar
sopas, arroz e peixes.
Pragas e doenças: pulgões e lagartas.
50 Guia de Hortas
Batata
Nome científico: Solanum tuberosum
Família: Solanaceae
Características: planta anual de raízes finas e caule
em rizomas, que é a parte comestível. A reprodução
da batata é feita plantando-se os tubérculos.
Cultivo: o ideal é plantá-la entre janeiro e abril, em
locais secos, e entre maio e junho, em temperaturas
baixas. Siga um espaçamento de 30 cm a 40 cm
entre as covas de plantio. As sementes devem ter o
Batata-doce
Nome científico: Ipomoea batatas
Família: Convolvulaceae
Características: raiz de uma planta herbácea, ras-
teira, que pode atingir de 3 m a 5 m de compri-
mento. Possui folhas codiformes, lanceoladas ou
recortadas, as quais são hermafroditas e de colora-
ção arroxeada. É uma planta rústica, de fácil cultivo
e resistente à seca.
Cultivo: deve ser feito a partir de ramas ou mu-
das obtidas com o plantio de batatas em viveiros.
Na maioria das regiões, a cultura deve começar na
metade do período das chuvas, de novembro a
janeiro. O plantio pode ser realizado com espaça-
mento de 25 a 40 cm entre as mudas. A colheita é
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
51
Berinjela
Nome científico: Solanum melongena
Família: Solanaceae
Características: planta arbustiva que pode atingir
mais de 1 m de altura. Possui caule semilenhoso, fo-
lhas ovais recobertas na parte inferior por pelos, e um
fruto de cor púrpura. As raízes podem chegar a 1 m
de profundidade.
Cultivo: de setembro a fevereiro. Recomenda-se
plantar em semeadeiras e, quando as mudas ti-
verem uma altura de, aproximadamente, 10 cm,
transferi-las para o local definitivo. A colheita ocor-
re de três a quatro meses após o plantio.
Utilização: além de qualidades gastronômicas,
possui propriedades medicinais que ajudam no
combate e na prevenção de artrite, reumatismo e
colesterol. É aconselhada por especialistas no com-
bate a diabetes, doenças do fígado, doenças de
pele e até como calmante.
Pragas e doenças: fungos, ácaros e pulgões.
52 Guia de Hortas
Beterraba
Nome científico: Beta vulgaris
Família: Chenopodiaceae
Características: herbácea bienal que desenvolve fo-
lhas alongadas e caule pequeno em sua fase vegeta-
tiva. A raiz tuberosa e com formato arredondado re-
presenta a parte comercial da planta, embora a folha
também seja comestível.
Cultivo: pode ser feito no canteiro ou por meio de
mudas, mas a segunda forma apresenta melhores
resultados. Nos dois casos, é necessário que cada
planta tenha a distância de 25 cm a 30 cm entre si.
Boldo-de-jardim
Nome científico: Plectranthus barbatus
Família: Lamiaceae
Origem: Índia
Características: planta volumosa sensível a gea-
das, mas muito resistente a pragas e doenças.
Ações: tônico, eupéptico, hiposecretor gástrico, he-
pático, carminativo, antir-reumático, estomáquico.
Bom para casos de azia, flatulência, cálculos biliares,
dispepsias, mal-estar gástrico, ressaca, indigestão e
gastrite.
Foto: Leandro Andrade/ Agradecimento: Sabor de Fazenda
53
Brócolis
Nome científico: Brassica oleracea
Família: Brassicaceae
Características: hortaliça arbustiva, de inflores-
cências, com haste carnosa e grossa e botões flo-
rais de cor verde-azulada. Os botões e os brotos
são a parte comestível.
Cultivo: as mudas são produzidas em semeadei-
ras, nas quais as sementes devem ser colocadas em
sulcos distantes 20 cm uns dos outros. A transfe-
rência para o local definitivo é feita quando o bró-
colis atinge 15 cm de altura. As plantas devem ser
distribuídas com o espaço de 60 cm entre as fileiras
e a mesma distância entre si. A colheita ocorre em
aproximadamente três meses após o plantio.
Utilização: crua ou cozida em saladas, sozinha ou
como acompanhamento. Sua composição é rica
em bioflavonoides e outras substâncias que prote-
gem contra o câncer.
Pragas e doenças: hérnia das crucíferas, afíde-
os, pulgões.
54 Guia de Hortas
Boldo-do-chile
Nome científico: Peumus boldus Molina
Família: Monimiaceae
Origem: Andes chilenos
Características: árvore que pode atingir até 15 m
de altura. Gosta de altitudes, solos secos e pedrego-
sos e bastante exposição solar.
Partes usadas: folhas.
Ações: tônico, aperiente, digestivo, regulador da
bílis e da vesícula, carminativo, diaforético, estomá-
Boldo-miúdo
Nome científico: Plectranthus neochilus
Família: Lamiaceae
Origem: África
Características: planta de cultivo fácil, pois não é
exigente quanto ao solo, água ou clima, além de ser
muito resistente às pragas e doenças. Pode ser plan-
tada em vasos, jardineiras ou canteiros. Suas folhas
Foto: Leandro Andrade/ Produção: Lucia Barradas
55
Camomila
Nome científico: Matricaria chamomila
Família: Asteraceae
Origem: Europa
Características: tem flores brancas semelhantes
às margaridas que florescem na primavera e no
verão. Só se desenvolve bem em clima tempera-
do. Trata-se de uma herbácea anual que atinge até
60 cm de altura, apresentando folhas divididas e
penadas.
Ações: anti-inflamatória, calmante, tônica, anal-
gésica, antibacteriana e antifúngica, antisséptica
e antiespasmódica. Muito usada no combate à
insônia, excitação nervosa, digestão, inflamações,
irritação e cansaço dos olhos.
Parte usada: flor seca.
Curiosidades: no emprego caseiro, a camomila
mantém as tonalidades da cor dos cabelos claros,
que vão do loiro ao castanho-claro com reflexos
dourados.
Toxicologia e contraindicações: evite usá-la na
véspera de fazer radiografias. Pessoas sensíveis po-
Foto: shutterstock
56 Guia de Hortas
Capim-limão ou capim-santo
Nome científico: Cymbopogon citratus
Família: Poaceae
Origem: Índia
Características: vegeta em abundância nas regiões
tropicais e temperadas. Prefere solos frescos, sem
umidade exagerada e argiloso. Necessita de ilumi-
nação plena. O plantio poderá ser feito ao longo de
todo o ano, por divisão de touceiras. Cresce espon-
taneamente, mas não suporta regiões frias.
Cará
Nome científico: Dioscorea alata
Família: Dioscoreaceae
Características: alimento altamente energético.
Concentra grande quantidade de vitaminas do
complexo B.
Cultivo: por ser de clima tropical, o cará desenvol-
ve-se bem em regiões quentes e úmidas. Prefere
solos leves, de textura pouco arenosa, profundos,
com boa drenagem, ricos em matéria orgânica e
boa capacidade de retenção de umidade.
Foto: Ricardo Novelli /Produção: Lúcia Guerzoni
57
Cebola
Nome científico: Allium cepa
Família: Alliaceae
Características: planta herbácea de ciclo anual
para produção de bulbos e bienal para a produção
de sementes. Possui folhas estreitas, carnosas e
verdes e um bulbo grande e único, comestível.
Cultivo: feito por mudas ou bulbinhos, cultivados
em semeadeira durante aproximadamente 40 dias.
No transplante, as mudas ou os bulbos devem ser
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
Cebolinha
Nome científico: Allium fistulosum
Família: Alliaceae
Características: planta perene, que produz folhas
verdes cilíndricas e fistulosas. A cebolinha atinge
de 30 cm a 50 cm de altura, produz brotos verdes
semelhantes ao alho-poró e um pequeno bulbo
branco, similar à cebola. Sua composição é rica em
vitamina C.
Cultivo: normalmente, é feito por mudas, cultiva-
das em semeadeira durante aproximadamente 40
dias. No transplante, as mudas devem ser planta-
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
58 Guia de Hortas
Cebolinha-francesa
Nome científico: Allium shoenoprasum
Família: Alliaceae
Características: espécie de cebolinha com sabor
mais suave, formada por filamentos foliares mais
finos que raramente ultrapassam os 30 cm de com-
primento. Tem cor verde-escura e forma pequenas
touceiras. Gosta de iluminação plena e solos bem
drenados e ricos em adubo.
Ações: anti-helmítica, aromática, digestiva, diuréti-
ca e hipotensora. Boa para combater gripes, doen-
ças das vias respiratórias, hipertensão, mau funcio-
Cebolinho-chinês ou cebolinho-nirá
Nome científico: Allium tuberosum
Família: Alliaceae
Origem: Ásia
Características: herbácea bulbosa com folhas es-
treitas que se reproduz por sementes ou divisão de
touceiras. É muito rústica e resistente. Tem porte
médio de 70 cm e floração branca.
Partes usadas: todas.
Ações: antisséptico, antiasmático, antirreumático,
carminativo, cicatrizante de úlceras gástricas, hipo-
tensor, antigripal e desintoxicante.
Foto: Shutterstock
59
Cenoura
Nome científico: Daucus carota
Família: Apiaceae
Características: hortaliça anual herbácea, com fo-
lhas serrilhadas e caule diminuto. Possui uma raiz
tuberosa de cor alaranjada e formato, na maio-
ria dos casos, cilíndrico ou cônico (mais comuns
comercialmente), mas pode ser arredondado, de
acordo com a variedade.
Cultivo: direto no local de cultivo, entre os perí-
odos de março e junho (variedades de inverno) e
Foto: Fernanda Venâncio/Produção: Lucia Barradas
Cevada
Nome científico: Hordeum vulgare L.
Família: Gramíneas
Características: composta por 32 espécies, é origi-
nária do Oriente e cultivada no Brasil nas regiões Sul e
Sudeste. As flores são dispostas em espigas, na extre-
midade do colmo, e os frutos, amarelados e ovoides,
fornecem uma farinha alimentícia. Os grãos torrados
e moídos são usados na fabricação de café natural
sem cafeína.
Cultivo: prefere solos frescos e não ácidos. Semea-
se de março a maio. A colheita é feita entre agosto
e setembro, de preferência em dias secos. Inde-
pendente do local de plantio, o vigor das plantas
está associado ao adequado manejo da umidade
do solo, adubação, temperatura e luminosidade.
Utilização: antiescorbútica, emoliente, diurética,
depurativa, digestiva, carminativa, expectorante,
nutriente, estomáquica, energética, tônica, hipo-
glecimiante e alcalinizante.
Pragas e doenças: entre as doenças, oídio, ferrugem
e escaldadura; entre as pragas, destacam-se os pulgões
Foto: Leandro Andrade
60 Guia de Hortas
Cidreira-de-arbusto
Nome científico: Lippia alba
Família: Verbenaceae
Origem: Brasil
Características: planta de fácil cultivo, adapta-se bem
a vários tipos de solo. Deve ser regada três vezes por se-
mana.
Partes usadas: folhas e flores.
Ações: a infusão das folhas é muito indicada para insônia
e dores de cabeça em decorrência do estresse, além de me-
Chalota nacional
Nome científico: A. Oschaninii
Família: Alliaceae
Características: são oblongas, avermelhadas ou
castanho-avermelhadas, com 1,5 cm de diâmetro.
Parecem miniaturas de cebolas, com um sabor
semelhante, porém mais delicado, e por isso é usada
em vez da cebola em pratos e molhos refinados.
Foto: Leandro Andrade/ Agradecimento: Sabor de Fazenda
61
Chicória
Nome científico: Chicorium endivia
Família: Chicoraceae
Características: planta herbácea anual, que pro-
duz folhas radiais e numerosas com aparência se-
melhante à da alface, ou crespas, com as folhas
divididas e enroladas.
Cultivo: pode ser feito, preferencialmente, entre os
meses de março e junho, iniciando em sementeiras,
com sulcos de 1 cm de profundidade e um
espaçamento de 10 cm entre eles. Com 10 cm de
altura, as mudas devem ser transplantadas para o
local definitivo, com um espaçamento de 30 cm
Foto: Leandro Andrade
62 Guia de Hortas
Chuchu
Nome científico: Sechium edule
Família: Curcubitaceae
Características: planta trepadeira, perene, de ra-
mas longas de onde saem folhas numerosas em
formato de coração. O “fruto” é rico em cálcio,
fósforo, ferro e vitaminas A, B e C.
Cultivo: deve ser feito com mudas e, por ser uma tre-
padeira, é necessário que se construa um caraman-
chão de arame apoiado em postes para suportar a
planta. O espaçamento entre cada estrutura é de 9
m e a irrigação, frequente. A colheita ocorre entre 80
Coentro
Nome científico: Coriandrum sativum
Família: Apiaceae
Características: Também conhecida como cheiro-ver-
de, é uma herbácea aromática normalmente colhida
ao atingir 0,5 m de altura. Tem caule cilíndrico, estria-
do e pouco ramificado. Suas folhas são de coloração
verde-brilhante e apresentam-se em duas formas: as
inferiores, pinadas e as superiores, bipinadas.
Foto: Rodrigo Estrella / Produção: Lucia Barrada
63
Cogumelo shiitake
Nome científico: Lentinula edodes
Família: Tricolomataceae
Características: possuem o chapéu redondo, cujo
diâmetro pode chegar a 15 cm. Suas cores vão do
caramelo ao marrom-escuro e desenhos formados
por pontos brancos, especialmente, ao longo das
bordas. É considerado um fungo saprófito que
coloniza madeiras mortas de várias espécies. No
Japão, ocorre naturalmente em um tipo de árvo-
re chamada Shii, daí o nome Shiitake em japonês:
“fungo da árvore Shii”.
Cultivo: produzido em compostos orgânicos à
base de serragem, farelo de arroz, trigo ou soja,
normalmente hidratados. O produto repousa du-
rante 145 dias em local fechado e climatizado a
cerca de 14°C até o aparecimento dos frutos e a
chegada da época da colheita.
Utilização: pode ser consumido em risotos, sala-
das, pizzas, peixes e carnes.
Pragas e doenças: fungos.
Confrei
Nome científico: Symphytum officinale
Família: Boraginaceae
Origem: Europa e Ásia
Características: planta herbácea, com flores nas
cores branca, rosada ou violeta. Produz uma gran-
de quantidade de folhas lanceoladas e ásperas,
cuja composição é rica em proteínas. Além disso,
contém cálcio, ferro, mucilagens, gomas, tanino,
sais minerais, vitaminas e alantoína (substância
que auxilia em processos de cicatrização e regene-
ração celular). Prefere clima temperado a frio, ter-
Foto: Leandro Andrade/ Agradecimento: Sabor de Fazenda
64 Guia de Hortas
Couve-flor
Nome científico: Brassica oleracea
Família: Brassicaceae
Características: hortaliça do tipo inflorescência
com alto valor nutricional, pois é rica nos minerais
cálcio e fósforo, contém quantidades apreciáveis
de vitamina C, e é livre de gorduras e colesterol.
Cultivo: planta de fácil cultivo, pois se adapta bem
a qualquer tipo de solo.
Utilização: costuma-se remover as folhas e as par-
tes muito grossas e duras do caule antes do co-
zimento. Normalmente, é consumida assada, frita
ou cozida no vapor, suas folhas podem ser refoga-
das ou utilizadas em sopas.
Pragas e doenças: podridão-negra e pulgão.
65
Courgettes nacional ou abobrinha
Nome científico: Cucurbita pepo
Família: Cucurbitaceae
Características: planta herbácea anual com sistema
radicular alongado, que se estende por uma grande
área. Rasteira, pode chegar aos 10 m de comprimen-
to. Os caules são herbáceos ou levemente lenhifica-
dos, angulosos, estriados, ocos no centro, de aspecto
áspero e sarmentoso. As folhas são pubescentes, lo-
buladas e em forma de coração. As flores são unisse-
xuais, grandes, de corola amarela, com frutos oblon-
gos, cilíndricos, de cor verde e casca lisa e dura.
Cultivo: em sementeiras, entre os meses de abril e
junho ou em estufa, entre os meses de fevereiro e
março. A transplantação acontece entre os meses
de março e julho, com raíz protegida, pois são muito
sensíveis. Devem ser cultivadas ao sol e à meia-som-
Foto: Leandro Andrade
Couve
Nome científico: Brassica oleracea
Família: Brassicaceae
Características: produz folhas grandes e muito
divididas. Sua composição é rica em vitaminas A
e C, enxofre, iodo, cobre, cálcio, potássio, ferro,
fósforo, magnésio e mucilagens.
Cultivo: feito por mudas, extraídas de outro cantei-
ro ou produzidas em viveiros a partir da divisão de
touceiras. Neste caso, quando as hortaliças estive-
rem com quatro a seis folhas, o transplante deve ser
feito para o local definitivo e deve-se manter 50 cm
de distância entre cada uma. A colheita acontece
aproximadamente 90 dias após o plantio.
Utilização: normalmente, é consumida cozida,
mas também pode ser usada crua.
Pragas e doenças: pulgões, lagarta e afídios.
Foto: Leandro Andrade
66 Guia de Hortas
Foto: Leandro Andrade/ Agradecimento: Sabor de Fazenda
Curry
Nome científico: Helichrysum italicum
Família: Asteraceae
Características: arbusto de folhas acinzentadas e
pequenas. Eventualmente desenvolve flores ama-
relas.
Ações: anti-inflamatório, antiviral, antiespasmódi-
co, adstringente, bactericida, colagogo, emolien-
te, diurético, expectorante, fungicida, aromático e
sedativo.
Toxicologia e contraindicações: superdosagem
leva ao entorpecimento.
67
Endívia
Nome científico: Cichorium endivia var. Crispa
Família: Asteraceae
Características: tem folhas curvas e retorcidas,
com bordos denteados e sabor amargo.
Cultivo: sob sol pleno, em solo profundo, enri-
quecido com matéria orgânica, bem solto, elevado
cerca de 20 cm e irrigado regularmente. Ela deve
ser bem limpa e plantadas em caixotes com terra
solta e irrigada apenas uma vez. Depois cobre-se
o caixote com plástico ou papel e, em cerca de 30
dias, já estará pronta para ser colhida.
Utilização: pode ser consumida crua, refogada,
cozida no vapor ou assada.
Foto: Leandro Andrade
Endro-dill
Nome científico: Anethum graveolens L.
Família: Apiaceae
Características: planta anual e rústica, com 20 a
60 cm de altura. Sua folha é aromática, plumo-
sa, com segmentos filiformes azul-esverdeados. O
caule é oco, estriado, ramificado e azul-esverdeado
e as flores são amarelas e muito pequenas, forte-
mente aromática, dispostas em umbelas, desabro-
chando em meados do verão. As partes utilizadas
são folhas, flores e sementes.
Cultivo: solo bem drenado, argilo-arenoso, leve-
mente ácido. Espaçamento de 15 a 40 cm entre as
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
68 Guia de Hortas
Escarola
Nome científico: Chicorium endivia var. Latifolia
Família: Chicoraceae
Características: é uma planta herbácea anual, de
porte grande e compacto. Possui folhas verdes e
ricas em cálcio, fósforo, ferro, fibras e vitaminas B,
C e betacaroteno (pró-vitamina A)
Cultivo: feito por mudas preparadas em sementei-
ras, por 25 dias. No local definido, as plantas de-
Foto: Fernanda Venâncio/Produção: Lucia Barradas
69
Erva-doce
Nome científico: Pimpinella anisum
Família: Apiaceae
Origem: Egito e Turquia
Características: planta herbácea anual, ereta e aro-
mática, com caule ramoso, estriado e cilíndrico. Os
frutos parecem pequenas sementes . Adapta-se bem
a solos leves, bem drenados e iluminados. Não tolera
geadas, chuvas e ventos fortes. Propaga-se por se-
mentes plantadas diretamente no solo.
Ações: geralmente consumida como chá, serve para
aliviar as cólicas intestinais. Graças às propriedades
alcalinizantes, funciona como expectorante. É ainda
Foto: Adriana Barbosa/Agradecimento: Uemura
Ervilha
Nome científico: Pisum sativum L.
Família: Leguminosae
Características: semente da ervilheira, altamente
nutritiva e rica em sais minerais e vitaminas A, B e
C. A ervilha é uma leguminosa originária da Euro-
pa, que pode ser encontrada fresca ou em conser-
va. Quando fresca, fica envolvida em uma casca,
como se fosse uma vagem.
Cultivo: plantar a uma profundidade de 4,5 cm,
com espaçamento de 17 cm a 20 cm. A quantida-
de de água depende da variação da ervilha, além
das condições de clima e solo. Em média, varie-
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
70 Guia de Hortas
Espinafre
Nome científico: Spinacia oleracea
Família: Quenopodiaceae
Características: possui caule curto e folhas verde-
escuras que crescem ao seu redor. Sua composição é
rica em vitaminas A, B, C e H, além de conter sais mi-
nerais como potássio, sódio, cálcio, magnésio e ferro.
Cultivo: feito por mudas preparadas em semen-
teiras. O transplante para o local definitivo deve
ser feito assim que as plantas estiverem com cinco
ou seis folhas, dispostas em fileiras, com espaça-
mentos de 40 cm e de 25 cm entre cada planta.
Segundo os especialistas, o processo de germina-
ção é agilizado se as sementes ficarem imersas em
água por cerca de 24 horas antes da semeadura. A
colheita ocorre de 40 a 60 dias após a semeadura.
Utilização: normalmente, suas folhas são consu-
midas cozidas, mas também são apreciadas cru-
as em saladas. Por seu valor nutricional, é muito
usado no combate da anemia, do diabetes, dos
Foto: Leandro Andrade
71
Fava
Nome científico: Vicia faba
Família: Leguminosae
Características: herbácea não trepadeira que pro-
duz vagens grandes, dentro das quais se formam as
sementes conhecidas como favas, que, assim como
os feijões, podem ter inúmeras variedades, como a
fava rajada e a vermelha. O pé maduro alcança até
1,20 m de altura e produz flores grandes.
Cultivo: tolera bem temperaturas extremas, como
geadas e secas, exceto na fase de floração, e pre-
Foto: Fernanda Venâncio/Produção: Lucia Barradas
Feijão
Nome científico: Phaseolous vulgaris
Família: Leguminosae
Características: planta herbácea, trepadeira ou
não. De origem sul-americana, é um alimento
muito importante e típico do prato brasileiro. São,
aproximadamente, 55 espécies e entre as varie-
dades, há diversos tipos de grãos, de tamanhos,
cores e sabores diferentes, como o feijão-preto, o
feijão-roxinho e o feijão-fradinho. É famoso por
sua grande quantidade de ferro.
Cultivo: o ideal é procurar uma região de outono
e primavera mais extensos, suficientes para que o
ciclo do feijoeiro se complete. Para as variedades
carioca, rosinha G-2 e bico-de-ouro, em cultura
não-irrigada, recomenda-se o espaçamento de 40
cm entre as linhas, colocando-se duas sementes a
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
72 Guia de Hortas
Funcho
Nome científico: Foeniculum vulgare Mill.
Família: Apiaceae
Características: planta perene ou bianual que
pode atingir até 2 m de altura, com caule estriado
de onde saem os ramos, raiz em forma de fuso, da
espessura de um dedo e folhas grandes, podendo
medir até 30 cm de comprimento por 40 cm de
largura. As flores são amarelas, hermafroditas e
compostas por cinco pétalas.
Cultivo: propaga-se por sementes. Adapta-se
a diversos climas, preferencialmente, em regiões
temperadas com verões quentes, não resistindo
às geadas. Vegeta em locais com luz solar direta e
Gengibre
Nome científico: Zingiber officiale
Família: Zingiberaceae
Características: herbácea com parte aérea anual
e subterrânea perene. Possui folhas de cor verde e
flores verde-amareladas. O rizoma é muito rami-
ficado e um pouco achatado, de sabor picante e
aroma forte. Sua composição é rica em sais mine-
rais, como ferro, manganês e zinco, além de conter
uma certa quantidade de amido, fibras, proteínas,
lipídeos, ácido orgânico e resinas.
Cultivo: normalmente, é feito com mudas prepa-
radas por um mês em sementeiras até que tenham
3 cm de altura. Nesse estágio, a planta deve ser
transplantada para o local definitivo do cultivo, co-
locada em fileiras distantes 80 cm umas das outras
e em sulcos de 10 cm de profundidade. A colheita
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
73
Grão-de-bico
Nome científico: Cicer arietinum
Família: Fabaceae
Características: herbácea, que mede entre 20 a 50
cm de altura, o grão-de-bico é um legume com im-
portantes qualidades culinárias e nutritivas, rico em
proteínas, sais minerais e vitaminas do complexo B.
Cultivo: desenvolve-se melhor em regiões com
temperaturas por volta de 9ºC a 11ºC, ou ainda
inferiores, mas sem geadas, especialmente duran-
te o período de floração. Os solos mais indicados
para o plantio são os argilosos ou pouco arenosos,
que podem variar de textura.
Utilização: o grão é usado para o preparo de uma pas-
ta árabe conhecida como homus, mas também pode
ser usado em saladas ou cozidos em diversas receitas.
Pragas e doenças: ferrugem, nematoides e lagar-
ta-do-grão.
Hortelã
Nome científico: Mentha x piperita L.
Família: Lamiaceae
Características: planta herbácea, com 30 a 60 cm
de altura, folhas opostas suavemente aveludadas,
muito aromáticas.
Cultivo: por via vegetativa, atravez da divisão de
touças ou propagação por estacas.
Utilização: antisséptica, calmante, digestiva,
estomáquica, galactagoga, tônica, vermífuga,
antiemética (combate o vômito), auxiliar no
tratamento de tosses, bronquite e faringite. Auxilia,
principalmente, no sistema digestório.
Pragas e doenças: ácaros, lagartas de noctuídeos,
ferrugem e afídeos.
Foto: Leandro Andrade
74 Guia de Hortas
Inhame
Nome científico: Colocasia esculenta
Família: Araceae
Características: trepadeira que produz uma túbe-
ra rica em carboidrato, vitamina B, amido, cálcio,
fósforo e ferro. Tem grande produtividade e, por
ser de fácil conservação, exige poucos insumos e
mão de obra.
Cultivo: feito com mudas ou com a própria raiz
(como sementes). Nos dois casos, elas são deposi-
tadas em fileiras com espaçamento de 30 cm entre
cada planta. Após o plantio, em períodos de estia-
Jiló
Nome científico: Solanum gilo radd
Família: Solanaceae
Características: contém grandes quantidades de
sais minerais, como cálcio, fósforo e ferro, além
das vitaminas B5 e C.
Cultivo: agosto a fevereiro, por ser muito sensível
ao frio. O transplante para o canteiro definitivo deve
ser feito quando as mudas estiverem com 4 a 5 fo-
lhas. A colheita ocorre de três a seis meses após a
semeadura, sempre com o fruto ainda verde.
Utilização: devido ao seu baixo valor calórico, é
muito utilizado em regimes alimentares. Recomen-
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
75
Lentilha
Nome científico: Lens culinaris
Família: Leguminosae
Características: é cultivada no Oriente Médio des-
de, aproximadamente, 8.000 a.C.. Possui ótimo va-
lor nutritivo, sendo fonte de proteínas, amido, fibras
solúveis, vitaminas do complexo B e minerais, como
ferro, potássio e zinco
Cultivo: a época mais recomendada é entre os me-
ses de abril e maio, sob o regime de irrigação. O es-
paçamento deve ser de 25 cm entre as linhas, com
35 até 40 plantas por meio linear. A colheita é feita
quando as plantas apresentam coloração amarela-
da, e os grãos, de 12% a 13% de umidade
Utilização: muito comum no preparo de sopas
Foto: Shutterstock
76 Guia de Hortas
Mandioca
Nome científico: Manihot esculenta
Família: Euforbiaceae
Características: planta perene, arbustiva e com
raiz tuberosa bem desenvolvida, que constitui a
parte comestível da planta. É bem tolerante à seca,
mas precisa de terrenos úmidos para um bom de-
senvolvimento. Suas folhas são muito ricas em di-
versas vitaminas e minerais, por isso, são utilizadas
como ingredientes da famosa multimistura, mas só
podem ser usadas após alguns dias de secagem. É
também conhecida como aipim e macaxeira.
Cultivo: utilizar ramas inteiras ou em pedaços de
plantações sadias e maduras com, aproximada-
mente, 8 meses de vida, quando são depositadas
em sulcos com espaçamento de 60 cm entre cada
um. A colheita começa entre 16 e 24 meses após o
plantio, quando a raiz atinge 30 cm.
Utilização: consumida cozida, frita ou crua, e também
como matéria-prima para a farinha de mandioca.
Manjericão
Nome científico: Ocimunnbazilicum L.
Família: Lamiaceae
Características: subarbusto perene de caule ere-
to, folhas opostas de coloração verde-clara. As
flores podem ser brancas, dispostas em espigas.
Gosta de clima tropical e solos drenados, ricos em
matéria orgânica e levemente alcalinos.
Cultivo: em setembro, início da primavera, quan-
do ocorrem as primeiras chuvas da estação, com
estacas de ponteiro, colocadas em bandejas de iso-
por de 200 células com substrato comercial. Elas
devem ser mantidas irrigadas.
Utilização: antiespasmódico, diurético, cicatrizan-
te, digestivo e calmante. Pode também ser mistu-
rado na água do banho para combater o estresse.
Popularmente, o chá combate o ardor ao urinar.
Pragas e doenças: embora seja bastante resisten-
te, pode ser atacado, principalmente, pela larva
minadora, pelo bicho-mineiro e pelas doenças rhi-
zoctoniose, fusariose e cercosporiose. Procure um
agrônomo para melhor controlar esses problemas.
77
Mandioquinha
Nome científico: Arracacia xanthorrhiza
Família: Umbeliferae
Características: herbácea, semiperene, com raízes
ricas em vitaminas do complexo B. A parte aérea
das folhas atinge de 30 a 50 cm de altura e forma
uma coroa resultante da brotação da muda. Já a
parte externa, ou zona dos filhotes, é um produto
de brotações laterais da coroa. Sua composição é
rica em vitaminas A, B1, B2, C, D e E, carboidra-
tos, potássio, silício, fósforo, enxofre, cloro, cálcio,
ferro e magnésio. É conhecida, também, como
batata-baroa.
Cultivo: deve ser feito diretamente por mudas,
que são depositadas em sulcos, distantes 30 cm
uns dos outros, dispostos em fileiras, distantes 75
cm entre si. A colheita ocorre em cerca de 10 a 12
meses após o plantio.
Utilização: sua raiz serve de matéria-prima para
pães, bolos, cozidos e purês. Suas folhas podem
ser usadas como complemento para ração animal.
Pragas e doenças: podridão basal, mancha da fo-
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
78 Guia de Hortas
Manjericão-folha-de-alface
Nome científico: Ocimum
basilicum crispum
Família: Lamiaceae
Características: herbácea subarbustiva muito aro-
mática com folhas grandes e encrespadas. Gosta
de sol pleno, solos férteis e ricos em matéria orgâ-
nica com regas regulares. Sensível ao frio.
Ações: combate mau hálito, inflamações de boca
e garganta e problemas gastrointestinais. É tônico
Manjericão-italiano ou
manjericão-roxo
Nome científico: Ocimum purpuraceus
Família: Lamiaceae
Origem: Índia
Caractetrísticas: outra variedade do genero Oci-
mum. Suas folhas são roxo-azuladas. Adapta-se
em solos drenados, rico em matéria orgânica e sol
pleno. Não suporta inverno rigoroso e ventos for-
tes. Propaga-se por sementes ou estacas.
Ações: o chá quente é ótimo contra atrasos do
Foto Leandro Andrade/ Produção Lucia Barradas
79
Manjerona
Nome científico: Origanum majorana
Família: Lamiaceae
Origem: Oriente
Características: herbácea de caule quadrangular, um pouco lenhoso
na base e flexível na parte superior. Possui pequenas touceiras de 40
a 60 cm de altura. As folhas são pequenas, ovais, opostas, pecioladas,
de coloração verde-acinzentada na face superior e aveludadas na face
inferior. As flores, de coloração branca, violácea ou rosada, também
são pequenas. Gosta de solos arenosos ou areno-argilosos, bem dre-
nados e ricos em matéria orgânica.
Ações: na medicina familiar, é usada como digestiva, expectorante,
antiespasmódica e contra resfriados. É carminativa, sedativa, hipoten-
sora, expectorante e estimula a menstruação. Pode auxiliar ainda na
cura do reumatismo e da artrite; para tanto, a pessoa deve beber o
chá e aplicar óleo quente (mas não queimando) com a erva macerada
nos lugares mais doloridos. Popularmente, é utilizada em compressas,
para aliviar torcicolos.
Partes usadas: folhas e flores.
Curiosidades: a história da manjerona é semelhante à do alecrim, re-
pleta de lendas. De acordo com a mitologia grega, um príncipe de Chi-
pre, chamado Amaracus, era exímio na arte de fabricar perfumes. Ao
conseguir produzir uma fórmula que excedia às demais, foi acometido
de embriaguez mortal. Os deuses, então, metamorfosearam Amaracus
em uma planta de perfume suave, e, assim, nasceu a manjerona.
Toxicologia e contraindicações: o uso imoderado causa cefaleia e
sonolência. O óleo essencial só deve ser usado sob prescrição profis-
sional, pois tem inumeras restrições.
Foto: Shutterstock
80 Guia de Hortas
Maxixe
Nome científico: Cucumis anguria
Família: Cucurbitacea
Características: fruto originário da África, introdu-
zido no Brasil pelos escravos. O maxixe é da mes-
ma família que as abóboras, o pepino, o melão e
a melancia. Seus frutos são fonte de sais minerais,
principalmente zinco, e têm poucas calorias.
Cultivo: as sementes são colocadas no local de-
finitivo em covas na distância de 40 cm entre si.
Necessitam de irrigação no início, mas é muito re-
sistente à seca.
Utilização: consumido, tradicionalmente, cozido
Mostarda
Nome científico: Brassica alba e Sinapis alba
Família: Brassicaceae
Características: herbácea anual de sabor amargo
e folhas escuras com bordas serrilhadas que lem-
bram ligeiramente as do brócolis. Tem flores ama-
relas pequenas que nascem na haste principal do
caule reto da planta. Após adulta, pode atingir até
1 m de altura. Os frutinhos redondos são as “se-
mentes de mostarda” tão apreciadas na culinária.
Cultivo: estimuladas ao florescimento em dias
longos; por isso, a melhor época para o plantio
ocorre entre os meses de março e abril, quando há
um bom desenvolvimento vegetativo antes que as
Foto: Fernanda Venâncio/Produção: Lucia Barradas
81
Milho
Nome científico: Zea mays
Família: Gramineae
Características: planta que pode atingir até 2 cm
de altura. Possui flores masculinas e femininas que
são reunidas em inflorescências distintas. A mas-
culina pode atingir 60 cm de comprimento, com
coloração variável (esverdeada, marrom ou verme-
lho-escura). Já a inflorescência feminina é a própria
espiga de milho.
Cultivo: inicia-se em sementeiras, até obter as
mudas. No transplante, manter fileiras com espa-
çamento de, aproximadamente, 1 m entre si. A co-
lheita ocorre de 160 a 180 dias após o plantio.
Utilização: consumido tanto em forma de espiga
quanto em diversos pratos preparados com seus
derivados, como pamonha e bolo. Além de sabo-
roso, é nutritivo do ponto de vista medicinal, usado
como demulcente urinário, diurético e regulador
da pressão arterial.
Pragas e doenças: ferrugem, mancha da folha,
enfezamento do milho, largarta-do-cartucho.
82 Guia de Hortas
Nabo
Nome científico: Brassica napus
Família: Brassicaceae
Características: herbácea anual, com raiz, parte
mais consumida da planta, tuberosa e branca. Sua
composição é rica em enxofre, zinco, potássio, só-
dio, cálcio, ferro, fósforo e vitaminas A, B, C e P.
Cultivo: por sementes diretamente no local defini-
tivo, em covas de 2 cm de profundidade e distantes
cerca de 20 cm entre si. O cultivo é feito em fileiras
com espaçamento de 50 cm de uma para outra. É
Orégano
Nome científico: Origanus vulgaris
Família: Lamiaceaea
Características: mais adaptado nos solos bem fér-
teis, calcários, secos e bem iluminados. O orégano é
um congênere da manjerona, cultivado nas hortas.
Cultivo: propaga-se por divisão de touceiras, esta-
cas ou por sementes.
Utilização: funções gástricas e biliares. É diurético,
expectorante, sedativo e carminativo. Combate a
tosse, doenças do pulmão e dores musculares.
Pragas e doenças: pulgões verdes, formigas, bro-
cas-dos-ponteiros, ácaros, lagarta-falsa-medideira
e nematóides. As doenças mais comuns acontecem
devido ao excesso de umidade no solo, causando
incidência de fungos como Puccinia sp., Fusarium
sp., Phoma sp, e carência de nutrientes. A Pucci-
nia sp. é um dos patógenos de maior importância
agrícola e econômica por reduzir a produtividade,
depreciar o produto causando assim, sérias perdas
em plantios comerciais.
Foto: Shutterstock
83
Palmito branco ou jussara
Nome científico: Euterpe edudis Marte
Família: Palmae
Características: palmeira esbelta, de estipe reto
e cilíndrico, podendo atingir até 15 a 20 cm de
comprimento. Uma planta é capaz de produzir até
8 kg de frutos, o que correspondem a quase 6.500
sementes/planta. Atinge 20 m de altura. Tem tron-
co liso e fino, num tom acinzentado. Entre maio e
junho, dá flores miúdas e amarelas.
Cultivo: necessário sombreamento durante os primei-
ros estádios de desenvolvimento das plantas. Prefere
Foto: Leandro Andrade Produção Lucia Barradas
Pepino
Nome científico: Cucumis sativus
Família: Cucurbitaceae
Características: é uma planta anual, rasteira e de
caule áspero. As flores são monoicas e o fruto é
uma baga cheia.
Cultivo: iniciar em sementeiras até que a muda
tenha 2 folhas, quando é chegado o momento
de ir para o local definitivo, onde cada planta é
colocada em fileiras com espaçamento de 1,20 m
entre si. Pode ser deixado solto no chão, mas com
tutoramento de crescimento, feito com redes de
arames ou estacas de madeira, para que o fruto
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
84 Guia de Hortas
Pimenta
Nome científico: Capsicum frutescens
Família: Solanaceae
Características: é um arbusto ramificado, com
frutos vermelhos e alongados. Sua composição é
rica em vitaminas C, B1, B2 e E.
Cultivo: em sementeiras e, quando for para o lo-
cal definitivo, manter em sulcos distantes 90 cm
um do outro e em fileiras com espaçamento de
150 cm. A colheita ocorre de 100 a 150 dias após
o plantio.
Utilização: usada como condimento em diversos
pratos da culinária mundial.
Pragas e doenças: pulgões e ácaros vermelhos.
85
Pimentão
Nome científico: Capsicum annuum
Família: Solanaceae
Características: o pimentão é tido como derivado
da pimenta, com frutos graúdos e sem a capsaici-
na, que causa a sensação de ardência. O formato
do fruto e sua coloração variam consideravelmente
Foto: Alexandre Dotta /Produção: Lúcia Guerzoni
86 Guia de Hortas
Pimenta-do-reino
Nome científico: Piper nigrum
Família: Piperaceae
Origem: Índia
Características: planta com raízes negras e fibrosas,
que se alastram por trepadeiras. Tem folhas ovaladas,
flores reunidas em espigas e frutos pequenos. Estes
são exportados para todo o mundo, para serem utili-
zados como condimento.
Ações: aperiente, estomáquica, tônica, carminativa e
digestiva.
Toxicologia e contraindicações: seu uso prolon-
gado prejudica os que sofrem de distúrbios do fígado,
inflamações intestinais, hemorroidas e fissuras anais.
Partes usadas: frutos.
Foto: Shutterstock
Pinhão
Nome científico: Araucaria angustifolia
Família: Araucareaceae
Características: forma-se dentro de uma pinha. É
a semente do arbusto pinheiro-brasileiro, que apre-
senta um valioso teor nutricional e, por isso, era tida
como a principal fonte de alimentação de algumas
tribos indígenas do sul do Brasil. Sua polpa é forma-
da, basicamente, de amido. É muito rica em vitami-
nas do complexo B, cálcio, fósforo e proteínas.
Utilização: o fruto é consumido depois de cozido.
Para aproveitar melhor o sabor e o aroma do pi-
nhão, deve-se cozinhá-lo lentamente.
Pragas e doenças: mofo branco.
87
Pinhão-roxo
Nome científico: Jatropha gossypiifolia
Família: Euphorbiacea
Origem: América Central e Meridional, Índia e África
Ocidental
Características: arbusto que mede até 4 metros de
altura. Tronco verde-claro com escamas, liso e lustroso.
Folhas alternas, pecioladas, cordiformes, recortadas;
flores em cachos. Fruto cápsula trilocular. Sementes de
cor cinzenta por fora e branca por dentro, ovais, com
crista na ponta.
Foto Leandro Andrade/ Produção Lucia Barradas
Quiabo
Nome científico: Hibisbus esculentus
Família: Malvaceae
Características: planta anual, largamente cultiva-
da no trópico e no subtrópico. Os frutos imaturos
são consumidos como hortaliças (salada ou refo-
gado), e as sementes maduras são ricas em óleo
e proteínas.
Cultivo: inicia-se em sementeiras e, quando a
muda estiver com 40 cm, deve ser transplantada
em covas com espaçamento de 60 cm entre as li-
nhas e de 30 cm entre as plantas. A colheita ocorre
em 60 a 80 dias após o plantio.
Utilização: cru ou cozido em saladas, ou como
ingredientes de outras receitas, como a quiabada,
típicado do Nordeste.
Pragas e doenças: resistente a pragas e doenças.
88 Guia de Hortas
Rabanete
Nome científico: Raphanus sativus
Família: Cruciferae
Características: herbácea anual, cuja parte comes-
tível é a raiz, podendo também ser utilizado o pecío-
lo. Rico em vitamina C, sódio, potássio e magnésio.
Cultivo: feito por sementes diretamente no local
de cultivo, com 30 cm de distância entre cada plan-
ta e 20 cm entre as linhas. Durante todo o tempo,
Repolho
Nome científico: Brassica oleracea capitata
Família: Brassicaceae
Características: herbácea anual, formada por
inúmeras folhas que se imbricam, e dá origem a
uma “cabeça”, parte comestível da planta. Rico
em cálcio, fósforo, potássio, ferro e vitaminas do
complexo B.
Cultivo: começa em sementeiras, até que a muda
tenha 15 cm. Na hora de transplantar para o local
definitivo do cultivo, deve ser reservado um espaço
de 45 cm entre as linhas e a mesma distância entre
as mudas. A colheita ocorre de 80 a 100 dias após
o plantio.
Utilização: em saladas cruas ou como comple-
mento em outros pratos.
Pragas e doenças: pulgões, lagartas e afídios.
89
Rúcula
Nome científico: Eruca sativa
Família: Brassicaceae
Características: é uma planta anual, que atinge 15
cm de altura. Possui folhas espessas nas cores verde-
clara ou verde-arroxeada. Sua composição é rica em
cálcio, compostos sulfurados, enxofre, ferro, fibras,
fósforo, potássio, além das vitaminas A e C.
Cultivo: feito no local definitivo do plantio, as
sementes são distribuídas em fileiras com espaça-
mento de 30 cm entre as linhas e de 20 cm entre
si. Depois de plantada, é necessário fazer uma ou-
tra adubação e regar diariamente. Colheita em 40
a 50 dias após o plantio.
Utilização: normalmente, é consumida crua em
saladas, mas pode ser usada para preparar sucos.
A rúcula tem alto valor nutritivo e qualidades me-
dicinais, como antianêmica, antiasmática, anties-
corbútica, antitussigena, aperiente, carminativa,
depurativa e digestiva.
Foto: Mônica Antunes
90 Guia de Hortas
Salsa
Nome científico: Petroselinum crispum
Família: Apiaceae (Umbelíferas)
Características: herbácea aromática de pequeno
porte com folhas divididas e talos floríferos, que
podem exceder 60 cm, com pequenas flores verde-
amareladas. Tem boa adaptação aos mais diferen-
tes tipos de solo.
Cultivo: Prefere o clima subtropical e não tolera
excesso de umidade. O plantio é feito com semen-
Sálvia
Nome científico: Salvia officinalis
Família: Lamiaceae
Origem: Europa
Características: o solo deve ser fértil e bem drena-
do. A sálvia chega à altura de 80 cm. Deve ser cul-
tivada em regiões que recebam bastante sol, porém
sem excesso de calor e água. Sensível a ventos for-
tes, floresce entre o verão e o outono. Propaga-se
por estacas, divisão de touceiras ou sementes.
Ações: anti-inflamatória, usada no combate a gen-
givite (bochechos) e dores de garganta (gargarejo).
A inalação feita com a erva é indicada para descon-
gestionar as vias respiratórias. Além disso, a sálvia
tem as propriedades cicatrizante, anti-inflamatória
e antisséptica. É usada para curar esgotamento ner-
voso, estresse e depressão. Combate ainda inape-
tência, astenia, dispepsia, diabetes e diarreia.
Toxicologia e contraindicações: não deve ser
usada por quem sofre de insuficiência renal e tumo-
res mamários.
Partes usadas: todas.
Curiosidades: também é conhecida como salva,
salva-das-boticas, salva-dos-jardins e salva-ordinária.
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Soja
Nome científico: Glyucine max(L) Merr
Família: Papilionoideae
Características: planta herbácea e ereta, varia de
60 cm a 1,5 m e possui raiz principal. As flores
são axilares ou terminais, e os frutos, do tipo va-
gem, arredondados ou ovais, curtos, de cor cinza,
amarelo-palha ou preta.
Cultivo: a densidade da semeadura é de 30 se-
mentes por metro, e o espaçamento entre as linhas
varia com o ciclo vegetativo, que pode ser de 36
a 45 ou 60 cm. Ideal entre os meses de outubro
e dezembro. A soja é colhida após a queda das
folhas, com haste e vagens secas.
Utilização: muito utilizada na produção de óleo e
consumida cozida em saladas. Sua proteína é utili-
zada para o preparo de pratos em substituição da
carne animal.
Pragas e doenças: lagartas, percevejos, antracnose,
cercosporiose, mancha-púrpura, míldio e rizoctoniose.
92 Guia de Hortas
Quebra-demanda
Nome científico: Justicia gendarusa
Família: Acanthaceae
Origem: América do Sul, oeste da África e Índia
Características: planta herbácea ereta e ramificada
de folhas lanceoladas. Gosta de solo argilo-arenoso
com bastante matéria orgânica, meia-sombra e re-
gas diárias. Apresenta pequenas inflorescências de
valor secundário cuja coloração varia do branco ao
lilás.
Ações: populações indígenas do norte e nordeste
do país costumam atribuir ações anti-inflamatória e
analgésica a essa planta. Pesquisadores estrangeiros
estão estudando seu potencial de combate à artri-
te. Atualmente seu uso fora do contexto indígena é
mais ligado ao poder energético que a crença po-
pular lhe atribui, sendo muito utilizada em banhos e
Quebra-pedra
Nome científico: Phyllantus niruri
Família: Euphorbiaceae
Origem: sul do Brasil, nordeste da Argentina, Para-
guai e Uruguai
Características: herbácea rasteira com pequenas
folhas elípticas e fruto de sementes arredondadas.
Ações: diurética, analgésica, relaxante muscular e
Foto: Mônica Antunes/ Agradecimento: Universidade São Judas
93
Tomate
Nome científico: Lycopersicon escufentum
Família: Solanaceae
Características: planta herbácea, de caule mole
e frutos avermelhados. Sua composição é rica em
caroteno, tiamina, niacina e vitamina.
Cultivo: feito no local definitivo, em covas bem
adubadas e distantes 1 m entre si e com 50 cm
entre cada fileira. Necessita de monitoramento do
crescimento, com uma estrutura de madeira forte
e resistente. Colheita em 100 dias após o plantio.
Utilização: cru em saladas, no preparo de molhos,
sucos, e também seco.
Pragas e doenças: murcha fusariana, murcha ver-
ticilar, murcha bacteriana, requeima, septoriose,
pinta preta, pinta parda, cancro bacteriano, mosai-
co comum, vira-cabeça, tripes, broca-pequena-do-
tomateiro, broca-dos-frutos.
94 Guia de Hortas
Tomilho-limão
Nome científico: Thymus citriodorus
Família: Lamiaceae
Origem: Mediterrâneo
Características: é uma planta pouco exigente,
que sobrevive praticamente em qualquer tipo de
solo, sem muitos cuidados. Gosta do clima tropical
e sol pleno. Propaga-se por sementes, divisão de
touceiras ou estacas.
Parte usada: toda a erva.
Ações: tônico digestivo, eficiente como regulador
do intestino e um excelente antisséptico, sendo
utilizado também nos tratamentos de rinite, bron-
quite e tosse. Seu óleo essencial, o timol, é muito
antisséptico e ótimo fungicida.
Tomilho
Nome científico: Thymus vulgaris
Família: Lamiaceae
Origem: Mediterrâneo
Características: o tomilho é uma planta semiar-
bustiva, com caules rasteiros, folhas pequenas e flo-
res rosadas ou brancas. Trata-se de uma erva pouco
exigente, que sobrevive praticamente em qualquer
tipo de solo sem muitos cuidados. Gosta de clima
tropical e de sol pleno. Propaga-se por sementes,
divisão de touceiras ou estacas.
Ações: medicinalmente recomenda-se como tôni-
Fotos: Leandro Andrade/ Agradecimento: Sabor de Fazenda
95
Trigo
Nome científico: T. aestivum
Família: Gramíneas
Características: tem raízes fasciculadas, comos eretos,
cilíndricos, com cinco a sete nós sólidos e internós ocos
na maioria das variedades. As folhas são lineares,
simples, paralelinérveas, com bainhas que, em geral,
cobrem cerca de 2/3 do colmo, com aurículas e lígulas.
A inflorecência é uma espiga, com espiguetas sésseis.
Cultivo: entre os principais alimentos do mundo,o
trigo é o que menos necessita de água. O excesso
de chuvas, aliado a temperaturas elevadas, favorece
moléstias e pragas. Quanto ao ciclo, há dois tipos
de trigo: o de primavera, plantado na primavera
e colhido no verão, e o de inverno, plantado no
outono e colhido no fim da primavera e no verão.
Utilização: há vários tipos de trigo: duros, médios,
Foto: Leandro Andrade/Produção: Lucia Barradas
96 Guia de Hortas
Vagem
Nome científico: Phaseolous vulgaris
Família: Fabaceae
Características: planta anual leguminosa, rica em
cálcio, ferro e fósforo, além de grande quantidade
de vitaminas A e C.
Cultivo: recomenda-se colocar 3 ou 4 sementes nas
covas, com espaçamento de 50 cm entre elas e de
1 m entre as linhas. Quando as plantas estiverem
com 3 ou 4 folhas, deve-se fazer a raleação, deixan-
do apenas as duas mais fortes e saudáveis. O solo
necessita ser capinado com frequência, a fim de ser
Urucum
Nome científico: Bixa orellana
Família: Bixaceae
Origem: América do Sul
Características: árvore de pouca elevação, ou ar-
busto, de 4 a 6 m de altura, tronco direito, folhas
pecioladas, pontiagudas, alternadas, lisas e brilhan-
tes, e flores grandes, vermelhas, brancas ou róseas,
em panículas. O fruto é uma grande cápsula, cô-
nica, revestida de espinhos, o qual guarda em seu
interior muitas sementes de cor rubra.
Ações: é indicada nos casos de bronquite crônica,
asma brônquica e nos
quadros febris. Como uso externo, pode ser usado
sobre queimaduras.
Apresenta efeito antiespasmódico.
Toxicologia e contraindicações: a casca da se-
mente poderá provocar toxicidade hepática e pan-
creática.
Foto: Shutterstock
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