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DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB

Teoria e exerc’cios comentados


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Renan Araujo Ð Aula 10

Ol‡, meu povo!

Estudando muito?

Hoje vamos estudar os Recursos.

Na verdade, estudaremos todas as formas de impugna•‹o ˆs


decis›es judiciais, o que engloba os recursos e as a•›es aut™nomas de
impugna•‹o (Revis‹o Criminal, MS e Habeas Corpus).

Trata-se de um tema MUITO importante para o Exame da


OAB!

Bons estudos!

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1. DOS RECURSOS

1.1. Disposi•›es gerais

1.1.1. Conceito e natureza


Os recursos podem ser conceituados como meios volunt‡rios de
impugna•‹o ˆs decis›es judiciais, interpostos no curso do processo.
Modernamente, s‹o entendidos tambŽm como uma extens‹o do pr—prio
direito de a•‹o.
O recurso, portanto, Ž o meio h‡bil ˆ altera•‹o de uma decis‹o
judicial (seja por sua anula•‹o, reforma, etc.), utilizado dentro da mesma
rela•‹o jur’dico-processual (n‹o se cria um novo processo) e antes da
preclus‹o (perda do direito de recorrer).1
Parte da Doutrina classifica os meios de impugna•‹o ˆs decis›es
judiciais em:
1) RECURSOS
2) SUCEDåNEOS RECURSAIS, que se dividem em internos
(aqueles que, embora sejam utilizados durante o processo, n‹o s‹o
recursos) e externos (a•›es aut™nomas de impugna•‹o).

O recurso Ž um ïNUS para a parte, pois a sua n‹o interposi•‹o no


prazo e condi•›es previstas na Lei Processual acarreta a perda de uma
oportunidade para a parte (reverter a decis‹o que lhe Ž prejudicial). N‹o
Ž um dever, pois o seu descumprimento n‹o gera qualquer direito para a
outra parte ou para quem quer que seja, apenas prejudica quem Òdorme
no pontoÓ.
A finalidade do recurso Ž reverter uma decis‹o judicial
desfavor‡vel, seja modificando, anulando, esclarecendo ou integrando a
decis‹o impugnada2. No entanto, somente as duas primeiras s‹o
finalidades t’picas dos recursos, sendo as duas œltimas finalidades
at’picas.
Os recursos, em regra, est‹o previstos no CPP. No entanto, alguns
deles possuem previs‹o na pr—pria Constitui•‹o Federal, e outros, em
Legisla•‹o especial.

1
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 3¼ edi•‹o. Ed. Juspodivm.
Salvador, 2015, p. 1605
2
TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 10¼
edi•‹o. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 1213

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1.1.2. Ju’zo de admissibilidade

Quando falamos em an‡lise do recurso, estamos diante de uma


tarefa composta por duas fases distintas. Uma delas, e a primeira, Ž a
an‡lise da verifica•‹o do preenchimento dos pressupostos
recursais de admissibilidade do recurso (Ju’zo de admissibilidade, ou
Ju’zo de PRELIBA‚ÌO3). A segunda Ž an‡lise do mŽrito do recurso,
propriamente dito, ou seja, aquilo que o recorrente pretende que seja
analisado e, ao final, provido (Ju’zo de mŽrito).
Trata-se de uma verifica•‹o muito semelhante ao que ocorre com o
direito de a•‹o, eis que naquela seara tambŽm se procede ˆ analise dupla
(primeiro a an‡lise do preenchimento dos requisitos que permitem
adentrar ao mŽrito: condi•›es da a•‹o e pressupostos processuais, depois
a an‡lise do mŽrito da A‚ÌO PENAL, caso superada a primeira fase).
Assim, quando alguŽm interp›e um recurso, o Tribunal (Embora o
Ju’zo de admissibilidade seja feito, antes, pelo pr—prio —rg‹o do Judici‡rio
que prolatou a decis‹o), recebendo o recurso, verifica, primeiramente, se
o recorrente cumpriu todas as exig•ncias legais (se interp™s o
recurso certo, no prazo certo, pelos motivos certos, se recolheu o valor
necess‡rio ˆ interposi•‹o do recurso, etc.).
Com regra geral, os recursos s‹o interpostos perante o Ju’zo a quo
(que proferiu a decis‹o) e o seu julgamento compete a outro —rg‹o
julgador, chamado de ju’zo ad quem.
EXEMPLO: JosŽ Ž denunciado pelo MP, pela pr‡tica de crime de roubo. O
Juiz rejeita a denœncia. O MP interp›e recurso em sentido estrito (art.
581, I do CPP), perante o Juiz que proferiu a decis‹o de rejei•‹o da
denœncia (ju’zo ad quem). O Juiz recebe o recurso e, estando presentes
os pressupostos recursais, remete o recurso ao Tribunal, a quem caber‡
analisar o mŽrito recursal (ju’zo ad quem).

Em regra, o ju’zo de admissibilidade Ž realizado tanto pelo Ju’zo a


quo quanto pelo Ju’zo ad quem (aquele que vai efetivamente julgar o
recurso).4 Isso n‹o ocorrer‡ quando:
¥ O pr—prio ju’zo que proferiu a decis‹o for o respons‡vel pelo
julgamento do recurso (ex.: embargos de declara•‹o) Ð Neste
caso s— h‡ ju’zo a quo.
¥ O recurso Ž interposto diretamente perante o ju’zo ad quem
(Ex.: Carta testemunh‡vel) Ð Neste caso o ju’zo a quo n‹o
participa do ju’zo de admissibilidade.


3
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1634
4
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1634/1635

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1.1.3. Pressupostos processuais

Podem ser intr’nsecos, quando relativos ao pr—prio direito de


recorrer, e extr’nsecos, quando relativos ˆ forma como esse
direito Ž exercitado (classifica•‹o Doutrin‡ria majorit‡ria).

1.1.3.1. Pressupostos intr’nsecos

Vamos analisar, neste t—pico, os pressupostos processuais


intr’nsecos:

(a) Cabimento
Para que este pressuposto esteja satisfeito, exige-se que o recurso
interposto seja o adequado, ou seja, que este seja o meio recursal
previsto na lei processual para impugnar aquela decis‹o.5
Assim, se o MP maneja o RECURSO EM SENTIDO ESTRITO para
atacar senten•a de absolvi•‹o do acusado, n‹o est‡ presente o
pressuposto do cabimento, pois o CPP determina que, neste caso, deve
ser manejado o recurso de APELA‚ÌO.6

CUIDADO! Em regra, todas as decis›es judiciais s‹o recorr’veis7,


n‹o o sendo, entretanto, os despachos, por se tratarem de quest›es
meramente relativas ao tr‰mite natural do processo, sem que haja
conteœdo decis—rio no ato judicial.

(b) Legitimidade recursal


Esse Ž o pressuposto no qual se verifica se a parte que interp™s o
recurso, tinha legitimidade legal para faz•-lo no caso concreto. Em
regra, podem interpor recurso a parte vencida, o MP (se estiver atuando


5
TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1228/1229
6
Art. 593. Caber‡ apela•‹o no prazo de 5 (cinco) dias: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263,
de 23.2.1948)
I - das senten•as definitivas de condena•‹o ou absolvi•‹o proferidas por juiz singular;
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)
7
Existem, ainda, decis›es que n‹o s‹o recorr’veis, embora n‹o sejam meros despachos.
Como exemplo, a decis‹o que recebe a denœncia ou queixa, que Ž irrecorr’vel.

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como fiscal da Lei, pois, caso contr‡rio, ser‡ PARTE), e o assistente de


acusa•‹o. Nos termos do art. 577 do CPP:
Art. 577. O recurso poder‡ ser interposto pelo MinistŽrio Pœblico, ou pelo
querelante, ou pelo rŽu, seu procurador ou seu defensor.

Mas ali n‹o consta o assistente de acusa•‹o. Onde est‡ a


previs‹o? Esta previs‹o se encontra no art. 271 do CPP:
Art. 271. Ao assistente ser‡ permitido propor meios de prova, requerer
perguntas ˆs testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do
debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo MinistŽrio Pœblico, ou por
ele pr—prio, nos casos dos arts. 584, ¤ 1o, e 598.

Em raz‹o dessa distin•‹o, ou seja, em raz‹o do fato de o assistente


de acusa•‹o somente poder recorrer em determinados casos, criou-se a
seguinte classifica•‹o8:
¥ Legitimados gerais Ð Podem recorrer em qualquer caso,
desde que presentes os pressupostos recursais. S‹o eles: MP e
querelante (pela acusa•‹o), e acusado, seu procurador ou
defensor (pela defesa).
¥ Legitimados espec’ficos Ð Somente podem recorrer em
determinados casos (ex.: assistente de acusa•‹o).

(c) Interesse recursal


O interesse recursal, ˆ semelhan•a do que ocorre com o interesse de
agir (condi•‹o da a•‹o penal), divide-se em necessidade e
adequa•‹o.
A necessidade indica que o recorrente deve ter tido um preju’zo no
processo e o recurso Ž necess‡rio para reverter esta situa•‹o que lhe Ž
prejudicial.9
A adequa•‹o, por sua vez, Ž a aptid‹o daquele recurso para alterar a
situa•‹o atual do recorrente. Vejamos o que diz o art. 577, ¤ œnico do
CPP:
Art. 577 (...) Par‡grafo œnico. N‹o se admitir‡, entretanto, recurso da parte
que n‹o tiver interesse na reforma ou modifica•‹o da decis‹o.

8
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1653
9
Anteriormente se entendia que o assistente de acusa•‹o s— tinha legitimidade para
recorrer da senten•a absolut—ria, com o objetivo de obter uma condena•‹o junto ao
Tribunal. Entendia-se que o assistente de acusa•‹o, portanto, n‹o possu’a interesse
recursal para recorrer da senten•a com o œnico objetivo de agravar a pena imposta.
Isso mudou. O STJ firmou novo entendimento no sentido de que o assistente
possui interesse recursal ainda que a finalidade seja o mero agravamento da
pena.
(AgRg no REsp 1312044/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe 05/05/2014)

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O principal pressuposto para que haja interesse recursal, portanto, Ž


a exist•ncia de sucumb•ncia, que Ž a situa•‹o na qual a parte Ž
prejudicada pela decis‹o judicial. N‹o havendo sucumb•ncia, como
regra10, n‹o haver‡ interesse recursal.

(d) Inexist•ncia de ato impeditivo ou extintivo do direito de


recorrer
Pode ocorrer de, em alguns casos, o recorrente ter, em tese, o
direito de recorrer, mas no caso concreto ter perdido este direito.
Esta extin•‹o ou impedimento ao direito de recorrer pode se dar pela
desist•ncia, pela renœncia ao direito de recorrer ou pela aquiesc•ncia.
Assim, a desist•ncia ocorrer‡ sempre que o recorrente
DESISTIR DE UM RECURSO INTERPOSTO! (Guardem isso, o recurso
deve ter sido interposto!11). Entretanto, o MP NÌO PODERç DESISTIR
DOS RECURSOS POR ELE INTERPOSTOS. Vejamos o que diz o art. 576
do CPP:
Art. 576. O MinistŽrio Pœblico n‹o poder‡ desistir de recurso que haja
interposto.

A renœncia, por sua vez, s— poder‡ ocorrer enquanto existente o


direito de recorrer, mas ainda n‹o interposto o recurso.12
A renœncia pode ser expressa, quando o legitimado se manifesta
expressamente informando que n‹o deseja recorrer, renunciando a este
direito, ou t‡cita, quando o legitimado simplesmente deixa transcorrer o
prazo recursal in albis (em branco, sem nada fazer).
CUIDADO! Embora o MP n‹o possa desistir do recurso interposto, ele
pode NÌO interpor recurso, caso assim entenda. AlŽm disso, o MP pode,
quando do oferecimento de parecer em sede recursal (na qualidade de
fiscal da lei), requerer seja negado provimento ao recurso interposto.

A Doutrina cita, ainda, a preclus‹o e a deser•‹o. A primeira como


fato impeditivo do direito de recorrer, e a segunda como fato extintivo do
direito de recorrer.

10
H‡ quem sustente que Ž poss’vel haver interesse sem sucumb•ncia, o que ocorreria,
por exemplo, em rela•‹o ˆqueles que est‹o fora da rela•‹o processual, mas t•m
interesse na modifica•‹o da decis‹o (ex.: v’tima n‹o habilitada como assistente de
acusa•‹o). Contudo, outra parte da Doutrina sustenta que, neste caso, houve
sucumb•ncia indireta (ou reflexa). LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo
Penal. Op. Cit., p. 1658/1659
11
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1648
12
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1646. NUCCI,
Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execu•‹o penal. 12.¼ edi•‹o. Ed.
Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 803

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A preclus‹o recursal Ž a perda do direito de recorrer, e pode ser


classificada em:
¥ Preclus‹o temporal Ð perda do direito de recorrer em raz‹o
do transcurso do prazo previsto em lei.
¥ Preclus‹o l—gica Ð ocorre quando a parte pratica um ato
incompat’vel com o direito de recorrer (ex.: renuncia ao direito
de recorrer).
¥ Preclus‹o consumativa Ð ocorre quando a parte passa a n‹o
mais poder interpor o recurso em raz‹o do fato de j‡ ter feito
isso. Decorre diretamente do princ’pio da unirrecorribilidade.

A deser•‹o, por sua vez, acarreta a impossibilidade de


conhecimento do recurso interposto, em raz‹o do descumprimento (pelo
recorrente) de alguma formalidade. Pode ser:
¥ Deser•‹o por aus•ncia de preparo Ð o preparo Ž o
pagamento das despesas relativas ao recurso interposto. No
processo penal brasileiro s— se exige o preparo em rela•‹o aos
crimes de a•‹o penal privada exclusiva, e mesmo assim
somente para os recursos do querelante, n‹o do querelado
(rŽu), pois seria viola•‹o ao princ’pio da ampla defesa exigir do
rŽu o preparo.13
¥ Deser•‹o em raz‹o da fuga do acusado Ð Antigamente, em
alguns casos, o acusado era obrigado a recolher-se ˆ pris‹o
para que seu recurso fosse conhecido. Tal previs‹o n‹o
existe mais!

Vemos, portanto, que a deser•‹o no processo penal, atualmente, s—


pode ocorrer pela aus•ncia de preparo nos recursos interpostos
pelo querelante nos crimes de a•‹o penal privada exclusiva (n‹o se
aplica ˆ a•‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica). A deser•‹o pela
aus•ncia de preparo, contudo, Ž um pressuposto extr’nseco de
admissibilidade recursal (eis que relacionada ˆ forma pela qual o
recurso Ž manejado).

1.1.3.2. Pressupostos extr’nsecos de admissibilidade recursal

S‹o relacionados com a forma pela qual o recurso Ž manejado.

(a) Tempestividade


13
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1650

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A tempestividade nada mais Ž que a interposi•‹o do recurso no


prazo correto (o prazo previsto na lei). Caso n‹o interposto o recurso
tempestivamente, ocorrer‡ o que se chama de PRECLUSÌO TEMPORAL.
Mas como saber qual Ž o prazo correto? O prazo para a
interposi•‹o do recurso est‡ previsto na lei, e come•a a correr no primeiro
dia œtil seguinte ao de determinado ato.
Lembrando que no c™mputo dos prazos exclui-se o dia do come•o e
se inclui o do tŽrmino.
E quando come•a a correr o prazo recursal? O prazo para a
interposi•‹o do recurso come•a a fluir da data da intima•‹o da decis‹o, e
n‹o da juntada aos autos do mandado. Trata-se de entendimento
sumulado do STF:
SòMULA 710
NO PROCESSO PENAL, CONTAM-SE OS PRAZOS DA DATA DA INTIMA‚ÌO, E
NÌO DA JUNTADA AOS AUTOS DO MANDADO OU DA CARTA PRECATîRIA OU
DE ORDEM.

Durante muito tempo se entendeu que o recurso interposto antes de


iniciado o prazo era intempestivo. O STJ, contudo, j‡ firmou
entendimento em sentido contr‡rio, em homenagem ˆ boa-fŽ processual
daquele que se antecipa e agiliza o processo.14
CUIDADO! No caso de prazo para interposi•‹o de recurso de
apela•‹o pela DEFESA, o STJ entende que devem ser intimados tanto o
acusado quanto seu defensor, de forma que o prazo recursal somente
come•a a fluir da data da segunda intima•‹o.
Vejamos:

(...) Sobre a tempestividade - pressuposto recursal -, importa ressaltar que o prazo


geral para a interposi•‹o de apela•‹o Ž de cinco dias, nos termos do art. 593,
caput, do C—digo de Processo Penal, come•ando a correr da data em que houve
a intima•‹o da senten•a. Quanto ˆ apela•‹o da defesa, h‡ necessidade de
intima•‹o do acusado e de seu defensor, fixando-se o termo a quo no dia da

14
(...) N‹o se deve penalizar a parte que de forma diligente interp›e o recurso
mesmo antes da sua intima•‹o pessoal, sob pena de se ignorar "a boa-fŽ
processual que se exige de todos os sujeitos do processo, inclusive, e com
maior raz‹o, do Estado-Juiz" (ARE 674231 ED, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira
Turma, julgado em 27/08/2013, ACîRDÌO ELETRïNICO DJe-178 DIVULG 10-09-2013
PUBLIC 11-09-2013).
(...)
(EDcl no HC 281.299/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
08/04/2014, DJe 23/04/2014)

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segunda intima•‹o, em homenagem ˆ plenitude de defesa.
(...)
(HC 217.030/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA,
julgado em 24/10/2013, DJe 04/11/2013)

(b) Regularidade formal


ƒ o preenchimento das regras estabelecidas por lei para o recurso
que se pretende interpor. Os recursos, nos termos do art. 578 do CPP,
podem ser interpostos por PETI‚ÌO ou POR TERMO NOS AUTOS.
Vejamos:
Art. 578. O recurso ser‡ interposto por peti•‹o ou por termo nos autos,
assinado pelo recorrente ou por seu representante.
¤ 1o N‹o sabendo ou n‹o podendo o rŽu assinar o nome, o termo ser‡
assinado por alguŽm, a seu rogo, na presen•a de duas testemunhas.
¤ 2o A peti•‹o de interposi•‹o de recurso, com o despacho do juiz, ser‡, atŽ
o dia seguinte ao œltimo do prazo, entregue ao escriv‹o, que certificar‡ no
termo da juntada a data da entrega.
¤ 3o Interposto por termo o recurso, o escriv‹o, sob pena de suspens‹o por
dez a trinta dias, far‡ conclusos os autos ao juiz, atŽ o dia seguinte ao œltimo
do prazo.

(FGV - 2013 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XII -


PRIMEIRA FASE)
A jurisprud•ncia un’ssona do Supremo Tribunal Federal admite a
proibi•‹o da reformatio in pejus indireta. Por este instituto
entende-se que
a) o Tribunal n‹o poder‡ agravar a pena do rŽu, se somente o rŽu
houver recorrido Ð n‹o havendo, portanto, recurso por parte da
acusa•‹o.
b) o juiz est‡ proibido de prolatar senten•a com condena•‹o
superior ˆ que foi dada no primeiro julgamento quando o Tribunal,
ao julgar recurso interposto apenas pela defesa, anula a senten•a
proferida pelo ju’zo a quo.
c) o Tribunal n‹o poder‡ tornar pior a situa•‹o do rŽu, quando n‹o
s— o rŽu houver recorrido.
d) o Tribunal est‡ proibido de exarar ac—rd‹o com condena•‹o
superior ˆ que foi dada no julgamento a quo quando julga recurso
da acusa•‹o.
COMENTçRIOS: A reformatio in pejus Ž o instituto pelo qual o —rg‹o do
Poder Judici‡rio, ao apreciar recurso exclusivo da defesa, acaba por
AGRAVAR a situa•‹o do rŽu. Tal instituto Ž vedado em nosso
ordenamento jur’dico-penal.

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A reformatio in pejus indireta, por sua vez, ocorre quando o Tribunal, ao


julgar recurso exclusivo da defesa, anula a senten•a a anteriormente
proferida e o Juiz de primeira inst‰ncia, ao julgar novamente a demanda,
acaba por proferir nova senten•a MAIS GRAVOSA ao rŽu que aquela que
fora anulada pelo Tribunal.
Tal instituto tambŽm Ž vedado, de acordo com a jurisprud•ncia pac’fica
do STF.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

(FGV - 2013 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XI -


PRIMEIRA FASE)
De acordo com a doutrina, recurso Ž todo meio volunt‡rio de
impugna•‹o apto a propiciar ao recorrente resultado mais
vantajoso. Em alguns casos, fen™menos processuais impedem o
caminho natural de um recurso. Quando a parte se manifesta,
esclarecendo que n‹o deseja recorrer, estamos diante do
fen™meno processual conhecido como
a) preclus‹o.
b) desist•ncia.
c) deser•‹o.
d) renœncia.
COMENTçRIOS: N‹o se pode confundir preclus‹o com renœncia,
deser•‹o e desist•ncia.
A deser•‹o (pela aus•ncia de preparo, que Ž o recolhimento das despesas
recursais) Ž um pressuposto recursal negativo, e uma vez presente, gera
a inadmissibilidade do recurso.
A desist•ncia Ž a manifesta•‹o do recorrente no sentido de n‹o mais
desejar o prosseguimento do recurso.
A renœncia, por sua vez, Ž a manifesta•‹o daquele que tem o direito de
recorrer, no sentido de que n‹o deseja exercer seu direito de interpor o
recurso.
A preclus‹o, por fim, Ž a perda do direito de recorrer, em raz‹o da perda
do prazo (preclus‹o temporal), da pr‡tica de algum ato incompat’vel com
o interesse em recorrer (preclus‹o l—gica) ou em raz‹o da pr—pria
interposi•‹o do recurso em face da decis‹o (preclus‹o consumativa).
No caso da quest‹o, portanto, o enunciado da trata da renœncia.
Portanto, a alternativa CORRETA ƒ A LETRA D.

1.1.4. Ju’zo de MŽrito

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O Ju’zo de mŽrito Ž a an‡lise do recurso, propriamente dita.


Sendo positivo o ju’zo de admissibilidade, o —rg‹o julgador adentrar‡ ao
mŽrito e apreciar‡ o recurso, dando provimento a ele ou n‹o.
O Ju’zo de mŽrito se volta para os fundamentos alegados pelo
recorrente.15
Em seus fundamentos o recorrente pode alegar error in
procedendo ou error in judicando. O primeiro refere-se a algum erro
processual cometido pelo Juiz, que conduz ˆ anula•‹o da decis‹o.
J‡ o error in judicando se refere ao julgamento errado no que se
refere ao conteœdo, ou seja, o Juiz julgou de uma forma que o recorrente
entende n‹o ser a que condiz com o ordenamento jur’dico.
Quando o recorrente alega error in procedendo, dever‡ requerer a
anula•‹o da decis‹o, pois h‡ v’cio formal. Quando o recorrente alega
error in judicando, dever‡ requerer a reforma da decis‹o, pedindo ao
Tribunal que profira novo julgamento, contrariamente ˆ decis‹o recorrida.
Na anula•‹o os autos voltam ao Ju’zo que proferiu a decis‹o para que
profira outra.

1.1.5. Classifica•‹o dos recursos

Os recursos podem ser:


a) De fundamenta•‹o vinculada ou fundamenta•‹o livre Ð No
primeiro caso, somente podem ser alegadas determinadas matŽrias
previstas em lei, em rol exaustivo.16 ƒ o que acontece, por exemplo, no
recurso de apela•‹o nos processos da compet•ncia do Tribunal do Jœri.17
J‡ nos recursos de fundamenta•‹o livre, o recorrente pode alegar em
seu recurso qualquer matŽria.

15
O que n‹o impede que o Tribunal reexamine algum ponto n‹o alegado no recurso.
16
Da’ deriva o princ’pio da ASSER‚ÌO (ou AFIRMA‚ÌO), segundo o qual o
recorrente deve apontar, especificamente, o fundamento da admissibilidade do recurso.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1672
17
Art. 593. Caber‡ apela•‹o no prazo de 5 (cinco) dias: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263,
de 23.2.1948)
(...)
III - das decis›es do Tribunal do Jœri, quando: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263, de
23.2.1948)
a) ocorrer nulidade posterior ˆ pronœncia; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)
b) for a senten•a do juiz-presidente contr‡ria ˆ lei expressa ou ˆ decis‹o dos jurados;
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)
c) houver erro ou injusti•a no tocante ˆ aplica•‹o da pena ou da medida de seguran•a;
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)
d) for a decis‹o dos jurados manifestamente contr‡ria ˆ prova dos autos. (Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)

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b) Totais ou parciais Ð No primeiro caso, o recorrente impugna


todas as partes da decis‹o que lhe prejudicam. No segundo caso, o
recorrente impugna somente algumas partes da decis‹o que lhe
prejudica.
c) Recursos ordin‡rios ou extraordin‡rios Ð Os primeiros s‹o
aqueles que visam a permitir que a parte prejudicada consiga a altera•‹o
de uma decis‹o desfavor‡vel. J‡ os recursos extraordin‡rios s‹o aqueles
nos quais a Lei busca garantir a melhor aplica•‹o poss’vel para a Lei
Federal ou para a Constitui•‹o18, de forma que somente pode ser alegada
matŽria de Direito nestes recursos, n‹o cabendo reexame de matŽria
f‡tica.
d) recurso volunt‡rio e recurso de of’cio Ð Na verdade, todo
recurso Ž volunt‡rio, ou seja, depende de interposi•‹o volunt‡ria por
aquele que pretende a modifica•‹o da decis‹o. O chamado Òrecurso de
of’cioÓ, na verdade, n‹o Ž um recurso, embora seja assim chamado pelo
CPP. Tem cabimento em hip—tese muito excepcionais.19 Nestes casos a
decis‹o fica sujeita ao reexame obrigat—rio pelo —rg‹o jurisdicional
superior, ainda que n‹o haja recurso volunt‡rio de nenhuma das partes.
e) recurso genŽrico e recurso espec’fico Ð O primeiro exige,
apenas, a irresigna•‹o da parte, ou seja, seu inconformismo em rela•‹o ˆ
decis‹o proferida. J‡ o segundo depende da comprova•‹o de requisitos
pr—prios, espec’ficos (ex.: demonstra•‹o da exist•ncia de repercuss‹o
geral, em rela•‹o ao recurso extraordin‡rio perante o STF).20

1.1.6. Efeitos dos recurso


Os recursos possuem os seguintes efeitos:

a) Efeito obstativo Ð O recurso, quando interposto, impede a


ocorr•ncia da preclus‹o temporal.
b) Efeito devolutivo Ð ƒ o efeito mediante o qual o recorrente
devolve ao Tribunal a compet•ncia para conhecer a matŽria impugnada e
apreciar o recurso. Na verdade, o termo n‹o faz muito sentido, pois s— se
devolve alguma coisa a alguŽm que j‡ possuiu, em algum momento,
aquilo. Como o Tribunal est‡ recebendo pela primeira vez a matŽria para
aprecia•‹o, o termo devolu•‹o se mostra inapropriado (Ele existe porque,
antigamente, o Tribunal delegava ao Juiz a compet•ncia para julgar, e

18
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1674
19
Art. 574. Os recursos ser‹o volunt‡rios, excetuando-se os seguintes casos, em que
dever‹o ser interpostos, de of’cio, pelo juiz:
I - da senten•a que conceder habeas corpus;
II - da que absolver desde logo o rŽu com fundamento na exist•ncia de circunst‰ncia
que exclua o crime ou isente o rŽu de pena, nos termos do art. 411.
20
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1673

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quando havia recurso, falava-se que o recurso ÒdevolviaÓ a matŽria ao


Tribunal). Todo recurso possui efeito devolutivo21.
c) Efeito suspensivo Ð O efeito suspensivo n‹o est‡ presente em
todos os recursos, e diz respeito ˆ impossibilidade de a decis‹o
impugnada produzir efeitos enquanto n‹o for julgado o recurso. Parte da
Doutrina defende que n‹o Ž o recurso que possui efeito suspensivo, mas
a mera previs‹o de sua exist•ncia j‡ gera o efeito suspensivo, pois a
decis‹o n‹o poder‡ produzir efeitos enquanto n‹o transcorrido o prazo
para a interposi•‹o do recurso.22
d) Efeito Translativo Ð Refere-se ˆ possibilidade de o Tribunal
conhecer, de of’cio, determinadas matŽrias que n‹o foram impugnadas
pelo recorrente, por serem de ordem pœblica. Assim, imaginem que o
recorrente impugna a senten•a em raz‹o de n‹o se conformar com o
julgamento de proced•ncia do pedido da acusa•‹o (condena•‹o).
Imaginem que no Tribunal se verifica que houve a prescri•‹o. Ainda que o
recorrente n‹o tenha alegado a prescri•‹o, poder‡ o Tribunal decret‡-la,
pois a prescri•‹o Ž considerada matŽria de ordem pœblica.
e) Efeito substitutivo Ð ƒ o efeito que implica na substitui•‹o da
decis‹o recorrida pela decis‹o do ju’zo ad quem, seja mantendo ou
reformando a decis‹o atacada.
f) Efeito regressivo (ou iterativo ou diferido) Ð O efeito
regressivo tambŽm n‹o est‡ presente em todos os recursos, e Ž o efeito
que permite ao prolator da decis‹o se retratar da decis‹o proferida,
evitando a remessa ao —rg‹o ad quem (—rg‹o recursal).
g) Efeito Extensivo Ð Decorre da necessidade de que haja isonomia
no julgamento de todos aqueles que respondem pelo mesmo fato. Assim,
se um dos corrŽus interp›e recurso, a decis‹o desse recurso se estende
aos demais, SALVO SE FUNDADA EM RAZÍES DE CARçTER
ESTRITAMENTE PESSOAL. Vejamos o que diz o art. 580 do CPP:
Art. 580. No caso de concurso de agentes (C—digo Penal, art. 25), a decis‹o
do recurso interposto por um dos rŽus, se fundado em motivos que n‹o
sejam de car‡ter exclusivamente pessoal, aproveitar‡ aos outros.

1.1.7. Princ’pios recursais

21
H‡ quem sustente que os embargos de declara•‹o n‹o possuem efeito devolutivo,
mas Ž doutrina minoritar’ssima. Segundo a doutrina absolutamente majorit‡ria, todo
recurso possui efeito devolutivo. LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal.
3¼ edi•‹o. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 1662
22
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1664. No mesmo
sentido, NUCCI. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execu•‹o
penal. 12.¼ edi•‹o. Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 794

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Os princ’pios recursais s‹o NORMAS BASTANTE ABSTRATAS QUE


SÌO APLICçVEIS A TODOS OS RECURSOS, de forma a guiar o
operador do Direito na interpreta•‹o da norma processual.
Vejamos quais s‹o eles:
a) Duplo grau de jurisdi•‹o Ð A maior parte da Doutrina entende
que este princ’pio n‹o est‡ expressamente previsto na Constitui•‹o
como sendo obrigat—rio em todos os casos. Trata-se do princ’pio segundo
o qual uma decis‹o deve estar submetida ˆ reaprecia•‹o por outro —rg‹o
do Judici‡rio, que lhe Ž superior. Fundamenta-se na pr—pria natureza
humana, pass’vel de erros, devendo ser sempre submetida a decis‹o ˆ
an‡lise por outro julgador;
b) Taxatividade Ð Somente se pode considerar como recurso
aquele que est‡ previsto expressamente em Lei, n‹o existindo hip—tese
de recursos sem previs‹o legal. Isso impede, por exemplo, que as partes,
de comum acordo, Òcriem recursosÓ n‹o previstos em lei, a fim de aplic‡-
los a seu processo. Segundo o art. 22, I da CRFB/88, somente Lei
Federal poder‡ criar recursos, pois Ž compet•ncia privativa da
Uni‹o legislar sobre direito processual.
c) Singularidade (Ou unirrecorribilidade ou unicidade) Ð ƒ o
princ’pio segundo o qual para cada decis‹o somente Ž cab’vel um œnico
recurso. Como exce•‹o a este princ’pio temos a previs‹o de
simultaneidade do recurso especial (para o STJ) e do recurso
extraordin‡rio (para o STF). Entretanto, mesmo nesse caso, a
fundamenta•‹o para cada um dos recursos Ž diferente (o recurso especial
ataca m‡ aplica•‹o da lei federal e o recurso extraordin‡rio ataca m‡
aplica•‹o da constitui•‹o).
d) Voluntariedade Ð A exist•ncia do recurso s— pode decorrer da
vontade da parte, n‹o existindo hip—tese de recurso obrigat—rio, nem
recurso de of’cio, pois, como disse, o recurso Ž ato volunt‡rio da parte. O
reexame necess‡rio, muitas vezes erroneamente chamado de Òrecurso de
of’cioÓ (atŽ porque o pr—prio CPP d‡ esse nome), NÌO ƒ RECURSO, mas
condi•‹o de efic‡cia da senten•a.
e) Fungibilidade Ð O princ’pio da fungibilidade recursal determina
que, interposto um recurso de maneira errada pela parte, Ž
poss’vel que o —rg‹o recursal receba este recurso como sendo o
correto. Trata-se de uma Òflexibiliza•‹oÓ do Judici‡rio no caso de
interposi•‹o do recurso errado. Entretanto, este princ’pio s— pode ser
aplicado se presentes um requisito:
¥ Inexist•ncia de m‡-fŽ Ð A Doutrina e a jurisprud•ncia
entendem que a interposi•‹o do recurso errado n‹o poder ter
sido proposital pelo recorrente. Aplica-se, nesse caso, a
ÒTeoria do Prazo MenorÓ, segundo a qual, haver‡ m‡-fŽ se o
recorrente interp™s um recurso cujo prazo era maior que o
recurso correto. Imaginem que numa decis‹o da qual cabe
EMBARGOS DE DECLARA‚ÌO (cujo prazo Ž de dois dias), o

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recorrente tenha interposto RECURSO EM SENTIDO


ESTRITO (cujo prazo Ž de 05 dias) no quinto dia, apenas por
ter perdido o prazo de 02 dias para interpor os embargos de
declara•‹o. Neste caso, a interposi•‹o do recurso errado
se deu por m‡-fŽ, n‹o podendo ser aplicada a
fungibilidade. Vejamos o que disp›e o art. 579 do CPP:
Art. 579. Salvo a hip—tese de m‡-fŽ, a parte n‹o ser‡ prejudicada pela
interposi•‹o de um recurso por outro.
Par‡grafo œnico. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do
recurso interposto pela parte, mandar‡ process‡-lo de acordo com o rito do
recurso cab’vel.

g) non reformatio in pejus Ð O recurso interposto pela defesa


NUNCA poder‡ ser julgado de forma a agravar a situa•‹o do rŽu23. Assim,
se o rŽu Ž condenado a 05 anos de reclus‹o e somente ele recorre, para
obter a absolvi•‹o, NÌO PODE O TRIBUNAL AGRAVAR A PENA,
aplicando uma pena de 06 anos, por exemplo, por entender que a pena
aplicada foi muito branda.
Assim, em havendo o tr‰nsito em julgado para a acusa•‹o, a
senten•a aplicada n‹o mais poder‡ ser agravada.24
CUIDADO! O STJ veda, ainda, a aplica•‹o da reformatio in pejus
indireta, que ocorre quando o Tribunal anula a decis‹o condenat—ria
julgando recurso exclusivo da defesa. Neste caso, dever‡ ser realizado
novo julgamento. Neste novo julgamento n‹o pode o julgador agravar a
situa•‹o do rŽu (estabelecida na senten•a anulada) pois isso seria
reformatio in pejus indireta (quem agravou n‹o foi o Tribunal).25
Resumidamente: uma vez anulada a senten•a em raz‹o de recurso
exclusivo da defesa, a nova senten•a a ser proferida n‹o poder‡ ser mais
prejudicial ao acusado do que a senten•a que foi anulada, sob pena de o
acusado ser penalizado por ter recorrido.26

23
Em rela•‹o ao recurso interposto apenas pela acusa•‹o, embora haja diverg•ncia
doutrin‡ria, prevalece o entendimento de que se aplica o sistema do BENEFêCIO
COMUM, ou seja, pode o julgamento beneficiar o recorrente ou o recorrido. Em havendo
benef’cio ao acusado (recorrido), ter-se-ia aplica•‹o do princ’pio da reformatio in
mellius. LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1628
24
Chamado de EFEITO PRODRïMICO da senten•a. LIMA, Renato Brasileiro de.
Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1624
25
(...) Diante disso, revela-se adequado o reconhecimento da nulidade da senten•a,
devendo ser renovada a prova antecipada indevidamente. PorŽm, em raz‹o da
veda•‹o ˆ reformatio in pejus indireta, n‹o poder‹o ser aumentadas as penas
fixadas na senten•a anulada, verificando-se j‡ ter transcorrido lapso suficiente para a
extin•‹o da punibilidade do paciente pela prescri•‹o.
(...)
(HC 170.956/DF, Rel. Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
11/03/2014, DJe 02/04/2014)
26
Tal impossibilidade ocorrer‡, inclusive, quando a senten•a tiver sido anulada em raz‹o
de incompet•ncia absoluta do Ju’zo. LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo
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h) Complementariedade Ð Pelo princ’pio da complementariedade o


recorrente poder‡ complementar a fundamenta•‹o de seu recurso
(raz›es recursais) quando a decis‹o atacada for modificada ap—s a
apresenta•›es das raz›es recursais (em raz‹o do julgamento de
embargos de declara•‹o apresentados pela outra parte27, ou qualquer
outra circunst‰ncia, como o exerc’cio do ju’zo de retrata•‹o em raz‹o de
recurso interposto pela outra parte28). Como regra, uma vez oferecidas as
raz›es recursais, entende-se que toda matŽria ali n‹o arguida restou
afetada pela preclus‹o consumativa. Contudo, quando ap—s este
momento a decis‹o Ž alterada, Ž poss’vel que surja para o recorrente
uma Ònova pretens‹o recursalÓ, decorrente de uma sucumb•ncia atŽ
ent‹o inexistente, e que s— surgiu posteriormente, em raz‹o da altera•‹o
da decis‹o atacada. Neste caso, n‹o faz sentido impedir o recorrente de
complementar suas raz›es recursais, pois somente n‹o impugnou este
ponto da decis‹o porque, quando da apresenta•‹o das raz›es, ele ainda
n‹o existia!
i) colegialidade Ð Princ’pio nem sempre trabalhado pela Doutrina,
prega que a parte tem direito de, uma vez recorrendo, ter seu
recurso apreciado por um —rg‹o colegiado29. O C—digo de Processo
Civil prev• a possibilidade de que o relator poder‡ negar seguimento ao
recurso, de forma monocr‡tica, bem como poder‡ dar a ele provimento,
tambŽm de forma monocr‡tica, em determinadas situa•›es excepcionais.
Isso faz com que a parte seja privada do direito de ter seu recurso
avaliado pelo —rg‹o colegiado, j‡ que o relator estar‡ Òjulgando sozinhoÓ
o recurso interposto. Tal previs‹o contida no CPC n‹o deveria ser aplicada
ao processo penal quando houvesse procedimento espec’fico
expressamente previsto no CPP para a aprecia•‹o do recurso interposto.
Assim, n‹o seria cab’vel o julgamento monocr‡tico pelo relator, no
processo penal, em rela•‹o aos recursos de apela•‹o, RESE e agravo em
execu•‹o.30 A jurisprud•ncia, contudo, Ž vacilante (h‡ decis›es em ambos
os sentidos, admitindo e n‹o admitindo o julgamento monocr‡tico).
Contudo, dois pontos s‹o relevantes:
¥ N‹o h‡ viola•‹o a tal princ’pio quando o relator d‡
PROVIMENTO ao recurso.31

Penal. Op. Cit., p. 1625/1626. Em sentido contr‡rio, PACELLI, Eug•nio. Curso de


processo penal. 16¼ edi•‹o. Ed. Atlas. S‹o Paulo, 2012, p. 829/833.
O STJ, embora haja decis›es em sentido contr‡rio, corrobora este
entendimento (HC 124.149/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado
em 16/11/2010, DJe 06/12/2010).
27
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1632
28
TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 10¼
edi•‹o. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 1223
29
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1633
30
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1633
31
(...) 2. N‹o viola o princ’pio da colegialidade a decis‹o do relator que d‡
provimento a recurso, nos termos do art. 557, ¤ 1¼-A, do CPC c/c 3¼ do CPP. (...)

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¥ N‹o h‡ viola•‹o a tal princ’pio quando a decis‹o do relator Ž


confirmada posteriormente pelo —rg‹o colegiado.32

(FGV Ð 2014 Ð OAB Ð XV EXAME DE ORDEM)


Tiago e Andrea agiram em concurso de agentes em determinado
crime. O processo segue seu curso natural, culminando com
senten•a condenat—ria, na qual os dois s‹o condenados. Quando
da interposi•‹o do recurso, apenas Andrea apela. O recurso Ž
julgado. Na decis‹o, fundada em motivos que n‹o s‹o de car‡ter
exclusivamente pessoal, os julgadores decidem pela absolvi•‹o de
Andrea.
Nesse sentido, diante apenas das informa•›es apresentadas pelo
enunciado, assinale a afirmativa correta
a) Andrea ser‡ absolvida e Tiago continuar‡ condenado, devido ao
fato de a decis‹o ter sido fundada em motivos que n‹o s‹o de
car‡ter exclusivamente pessoal.
b) Andrea e Tiago ser‹o absolvidos, pois os efeitos da decis‹o
ser‹o estendidos a este, devido ao fato de a decis‹o ter sido
fundada em motivos que n‹o s‹o de car‡ter exclusivamente
pessoal.
c) Andrea e Tiago ser‹o absolvidos, porŽm ser‡ necess‡rio
interpor Recurso Especial
d) Andrea ser‡ absolvida e Tiago continuar‡ condenado, pois n‹o
interp™s recurso
COMENTçRIOS: Neste caso ambos ser‹o absolvidos, pois os efeitos da
decis‹o ser‹o estendidos a Tiago, devido ao fato de a decis‹o ter sido
fundada em motivos que n‹o s‹o de car‡ter exclusivamente pessoal, nos
termos do art. 580 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

(FGV Ð 2011 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)


JosŽ Ž denunciado sob a acusa•‹o de que teria praticado o crime
de roubo simples contra Ana Maria. Na audi•ncia de instru•‹o e
julgamento, o magistrado indefere, imotivadamente, que sejam

(STJ - EInf nos EDcl no AREsp 524.565/PR, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA
TURMA, julgado em 23/06/2015, DJe 03/08/2015)
32
3. A superveniente confirma•‹o de decisum singular de relator pelo —rg‹o
colegiado supera eventual viola•‹o do art. 557 do C—digo de Processo Civil
(arts. 3¼ do CPP e 34, XVIII, do RISTJ). (...) (AgRg no REsp 1535943/RS, Rel.
Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 04/08/2015, DJe
20/08/2015)

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ouvidas duas testemunhas de defesa. Ao proferir senten•a, o juiz


condena JosŽ a pena de quatro anos de reclus‹o, a ser cumprida
em regime aberto. Ap—s a senten•a passar em julgado para a
acusa•‹o, a defesa interp›e recurso de apela•‹o, arguindo,
preliminarmente, a nulidade do processo em raz‹o do
indeferimento imotivado de se ouvirem duas testemunhas, e
alegando, no mŽrito, a improced•ncia da acusa•‹o. Analisando o
caso, o Tribunal de Justi•a d‡ provimento ao recurso e declara
nulo o processo desde a Audi•ncia de Instru•‹o e Julgamento.
Realizado o ato e apresentadas novas alega•›es finais por meio de
memoriais, o juiz profere outra senten•a, desta vez condenando
JosŽ a pena de quatro anos de reclus‹o a ser cumprida em regime
inicialmente semiaberto, pois, sendo reincidente, n‹o poderia
iniciar o cumprimento de sua reprimenda em regime aberto.
Com base no relatado acima, Ž correto afirmar que o juiz agiu
a) equivocadamente, pois a primeira senten•a transitou em
julgado para a acusa•‹o, de sorte que n‹o poderia a segunda
decis‹o trazer consequ•ncia mais gravosa para o rŽu em raz‹o da
interposi•‹o de recurso exclusivo da defesa.
b) equivocadamente, pois, por ser praticado com viol•ncia ou
grave amea•a contra a pessoa, o crime de roubo imp›e o in’cio do
cumprimento da pena em regime fechado.
c) corretamente, pois a pena atribu’da pro’be a imposi•‹o do
regimento aberto para o in’cio do cumprimento de pena.
d) corretamente, pois, embora a pena atribu’da permita a fixa•‹o
do regime aberto para o in’cio do cumprimento de pena, o fato de
ser o rŽu reincidente impede tal provid•ncia, n‹o se podendo falar
em preju’zo para o rŽu uma vez que o recurso de apela•‹o da
defesa foi provido pelo Tribunal de Justi•a.
COMENTçRIOS: O Juiz agiu de forma equivocada, pois como houve o
tr‰nsito em julgado da primeira senten•a para a acusa•‹o, n‹o poderia o
Tribunal agravar a situa•‹o do rŽu em recurso exclusivo da defesa
(princ’pio da veda•‹o ˆ reformatio in pejus), o que implica a
impossibilidade de o Juiz, no caso espec’fico da quest‹o, proferir nova
senten•a agravando a situa•‹o do rŽu, o que se configuraria como
reformatio in pejus indireta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

(FGV Ð 2010 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)


Ant™nio Ribeiro foi denunciado pela pr‡tica de homic’dio
qualificado, pronunciado nos mesmos moldes da denœncia e
submetido a julgamento pelo Tribunal do Jœri em 25/05/2005,
tendo sido condenado ˆ pena de 15 anos de reclus‹o em regime
integralmente fechado. A decis‹o transita em julgado para o
MinistŽrio Pœblico, mas a defesa de Ant™nio apela, alegando que a
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decis‹o dos Jurados Ž manifestamente contr‡ria ˆ prova dos


autos. A apela•‹o Ž provida, sendo o rŽu submetido a novo Jœri.
Neste segundo Jœri, Ant™nio Ž novamente condenado e sua pena Ž
agravada, mas fixado regime mais vantajoso (inicial fechado).
A esse respeito, assinale a afirmativa correta
a) N‹o cabe nova apela•‹o no caso concreto, em respeito ao
princ’pio da soberania dos veredictos.
b) A decis‹o do juiz togado foi incorreta, pois violou o princ’pio do
ne reformatio in pejus, cabendo apela•‹o.
c) A decis‹o dos jurados foi incorreta, pois violou o princ’pio do
tantum devolutum quantum appelatum.
d) N‹o cabe apela•‹o por falta de interesse jur’dico, j‡ que a
fixa•‹o do regime inicial fechado Ž mais vantajosa do que uma
pena a ser cumprida em regime integralmentefechado.
COMENTçRIOS: Como houve o tr‰nsito em julgado da primeira senten•a
para a acusa•‹o, n‹o poderia o Tribunal agravar a situa•‹o do rŽu em
recurso exclusivo da defesa (princ’pio da veda•‹o ˆ reformatio in pejus),
o que implica a impossibilidade de o Juiz, no caso concreto, proferir nova
senten•a agravando a situa•‹o do rŽu, j‡ que isto configuraria reformatio
in pejus indireta. Neste caso, caber‡ nova apela•‹o atacando a senten•a
proferida pelo Juiz-presidente, nos termos do art. 593, III, ÒcÓ do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

(FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VI -


PRIMEIRA FASE)
Caio, MŽvio e T’cio est‹o sendo acusados pela pr‡tica do crime de
roubo majorado. No curso da instru•‹o criminal, ficou comprovado
que os tr•s acusados agiram em concurso para a pr‡tica do crime.
Os tr•s acabaram condenados, e somente um deles recorreu da
decis‹o. A decis‹o do recurso interposto por Caio
a) aproveitar‡ aos demais, sempre.
b) se fundado em motivos que n‹o sejam de car‡ter
exclusivamente pessoal, aproveitar‡ aos outros.
c) sempre aproveitar‡ apenas ao recorrente.
d) aproveitar‡ aos demais, desde que eles tenham expressamente
consentido nos autos com os termos do recurso interposto.
COMENTçRIOS: O recurso, neste caso, poder‡ aproveitar aos demais
corrŽus, desde que esteja fundado em motivos que NÌO sejam de car‡ter
exclusivamente pessoal, nos termos do art. 580 do CPP:
Art. 580. No caso de concurso de agentes (C—digo Penal, art. 25), a decis‹o
do recurso interposto por um dos rŽus, se fundado em motivos que n‹o
sejam de car‡ter exclusivamente pessoal, aproveitar‡ aos outros.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

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1.2. Recursos em espŽcie

1.2.2. Recurso em sentido estrito

1.2.2.1. Cabimento

O Recurso Em Sentido Estrito (RESE) se destina a impugnar decis›es


interlocut—rias. Entretanto, n‹o se pode imaginar que ele seja id•ntico ao
agravo do Processo Civil e pretender aplic‡-lo a toda e qualquer decis‹o
interlocut—ria. O RESE s— poder‡ ser manejado nas hip—teses
TAXATIVAMENTE previstas no art. 581 do CPP.
Entretanto a Jurisprud•ncia em admitindo a INTERPRETA‚ÌO
EXTENSIVA do rol de situa•›es que permitem o manejo do RESE,
quando apresentarem consequ•ncias semelhantes ˆs hip—teses previstas
no CPP.
CUIDADO! Embora o CPP trate, no caput do art. 581, do cabimento
do RESE em face de Òdecis‹o, despacho ou senten•a que...Ó, trata-se de
uma impropriedade tŽcnica, pois:
¥ Nunca cabe recurso (nenhum) em face de despacho de mero
expediente.
¥ Nunca caber‡ RESE em face de senten•a Ð Vejamos o art. 593,
¤4¡ do CPP:
¤ 4o Quando cab’vel a apela•‹o, n‹o poder‡ ser usado o recurso em sentido
estrito, ainda que somente de parte da decis‹o se recorra. (Par‡grafo œnico
renumerado pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)

Assim, o RESE ser‡ cab’vel apenas nas hip—teses previstas no art.


581 do CPP, que diz:
Art. 581. Caber‡ recurso, no sentido estrito, da decis‹o, despacho ou
senten•a:
I - que n‹o receber a denœncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompet•ncia do ju’zo;
III - que julgar procedentes as exce•›es, salvo a de suspei•‹o;
IV Ð que pronunciar o rŽu; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inid™nea a fian•a, indeferir
requerimento de pris‹o preventiva ou revog‡-la, conceder liberdade
provis—ria ou relaxar a pris‹o em flagrante; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.780,
de 22.6.1989)
VII - que julgar quebrada a fian•a ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescri•‹o ou julgar, por outro modo, extinta a
punibilidade;

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IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescri•‹o ou de outra
causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspens‹o condicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instru•‹o criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apela•‹o ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspens‹o do processo, em virtude de quest‹o
prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unifica•‹o de penas;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de seguran•a, depois de transitar a senten•a em
julgado;
XX - que impuser medida de se uran•a por transgress‹o de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de seguran•a, nos casos do art.
774;
XXII - que revogar a medida de seguran•a;
XXIII - que deixar de revogar a medida de seguran•a, nos casos em que a lei
admita a revoga•‹o;
XXIV - que converter a multa em deten•‹o ou em pris‹o simples.
Art. 582 - Os recursos ser‹o sempre para o Tribunal de Apela•‹o, salvo nos
casos dos ns. V, X e XIV.
Par‡grafo œnico. O recurso, no caso do no XIV, ser‡ para o presidente do
Tribunal de Apela•‹o.
Art. 583. Subir‹o nos pr—prios autos os recursos:
I - quando interpostos de oficio;
II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
III - quando o recurso n‹o prejudicar o andamento do processo.
Par‡grafo œnico. O recurso da pronœncia subir‡ em traslado, quando,
havendo dois ou mais rŽus, qualquer deles se conformar com a decis‹o ou
todos n‹o tiverem sido ainda intimados da pronœncia.

ü No inciso IV, reparem que somente a decis‹o de PRONòNCIA Ž


atac‡vel mediante o manejo do RESE, pois Ž decis‹o
interlocut—ria mista n‹o-terminativa, na medida em que finaliza
uma fase do procedimento e inaugura outra fase, n‹o extinguindo
o processo. A decis‹o de IMPRONòNCIA, sendo decis‹o
interlocut—ria mista TERMINATIVA Ž impugn‡vel por meio de
apela•‹o, nos termos do art. 416 do CPP.
ü No inciso VIII, se a decis‹o que julgou extinta a punibilidade pela
prescri•‹o, ou outra causa, estiver no corpo da senten•a, o recurso
ser‡ a apela•‹o. Logo, s— cabe o RESE se a decis‹o for isolada. Se
a decis‹o for proferida em sede de EXECU‚ÌO PENAL,
caber‡ o AGRAVO, nos termos do art. 197 da LEP.
ü Os Incisos XII, XVII e XIX a XXIII foram tacitamente

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revogados pelo art. 197 da LEP, sendo cab’vel, para estes


casos, o AGRAVO EM EXECU‚ÌO.33

1.2.2.2. Processamento do Recurso

O RESE ser‡ interposto no PRAZO DE 05 DIAS, salvo na


hip—tese do inciso XIV, na qual o prazo ser‡ de 20 DIAS. Vejamos:
Art. 586. O recurso volunt‡rio poder‡ ser interposto no prazo de cinco dias.
Par‡grafo œnico. No caso do art. 581, XIV, o prazo ser‡ de vinte dias, contado
da data da publica•‹o definitiva da lista de jurados.

Entretanto, existe outra exce•‹o: o prazo para o assistente de


acusa•‹o, NÌO HABILITADO, nt erpor o RESE contra decis‹o que
declara extinta a punibilidade, ser‡ de 15 dias, contados a partir do
momento em que termina o prazo para o oferecimento do recurso pelo
MP. Vejamos o que dizem os arts. 584, ¤1¡ c/c art. 598, ¤ œnico do CPP:
Art. 584. Os recursos ter‹o efeito suspensivo nos casos de perda da fian•a,
de concess‹o de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art.
581.
¤ 1o Ao recurso interposto de senten•a de impronœncia ou no caso do no VIII
do art. 581, aplicar-se-‡ o disposto nos arts. 596 e 598.
(...)
Art. 598. Nos crimes de compet•ncia do Tribunal do Jœri, ou do juiz singular,
se da senten•a n‹o for interposta apela•‹o pelo MinistŽrio Pœblico no prazo
legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que
n‹o se tenha habilitado como assistente, poder‡ interpor apela•‹o, que n‹o
ter‡, porŽm, efeito suspensivo.
Par‡grafo œnico. O prazo para interposi•‹o desse recurso ser‡ de quinze dias
e correr‡ do dia em que terminar o do MinistŽrio Pœblico.

O recurso pode ser interposto tanto por peti•‹o quanto por


termo nos autos, devendo as raz›es serem apresentadas
posteriormente, no prazo de 02 dias:
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposi•‹o do recurso, ou do dia
em que o escriv‹o, extra’do o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este
oferecer‡ as raz›es e, em seguida, ser‡ aberta vista ao recorrido por igual
prazo.
Par‡grafo œnico. Se o recorrido for o rŽu, ser‡ intimado do prazo na pessoa
do defensor.

O recorrido ser‡ intimado para oferecer as contrarraz›es ao recurso


interposto, no mesmo prazo, sendo facultado ao Juiz exercer o Ju’zo
de retrata•‹o, reformando sua decis‹o, tambŽm no prazo de dois

33
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1690/1691

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dias. Caso reforme a decis‹o, a parte que foi prejudicada com a reforma
poder‡ recorrer, se couber recurso, hip—tese na qual o Juiz n‹o mais
poder‡ modificar a decis‹o. Esse Ž o chamado EFEITO REGRESSIVO do
recurso. Vejamos:
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, ser‡ o recurso concluso ao
juiz, que, dentro de dois dias, reformar‡ ou sustentar‡ o seu despacho,
mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem
necess‡rios.
Par‡grafo œnico. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contr‡ria,
por simples peti•‹o, poder‡ recorrer da nova decis‹o, se couber recurso, n‹o
sendo mais l’cito ao juiz modific‡-la. Neste caso, independentemente de
novos arrazoados, subir‡ o recurso nos pr—prios autos ou em traslado.

CUIDADO! Em rela•‹o ao RESE interposto contra decis‹o que rejeita a


inicial acusat—ria, Ž importante lembrar que o acusado ainda sequer foi
citado no processo. O STF sumulou entendimento de que ele deve ser
intimado para apresentar suas contrarraz›es, sob pena de nulidade:
Sœmula 707 do STF
CONSTITUI NULIDADE A FALTA DE INTIMA‚ÌO DO DENUNCIADO PARA
OFERECER CONTRA-RAZÍES AO RECURSO INTERPOSTO DA REJEI‚ÌO DA
DENòNCIA, NÌO A SUPRINDO A NOMEA‚ÌO DE DEFENSOR DATIVO.
Ainda sobre a decis‹o de rejei•‹o da inicial acusat—ria, caso ocorra
no procedimento dos Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95), o
recurso cab’vel ser‡ a apela•‹o, no prazo de 10 dias, nos termos do
art. 82 da Lei dos Juizados.

Ap—s esse momento, os autos subir‹o ao Tribunal, em CINCO DIAS,


devendo ser devolvidos ao Ju’zo que prolatou a decis‹o recorrida em
CINCO DIAS a contar da data em que o Tribunal julgou o recurso.
O RESE n‹o possui, em regra, EFEITO SUSPENSIVO, mas o ter‡
nas seguintes hip—teses:
ü Decis‹o que determina a perda do valor da fian•a Ð Art.
584 do CPP.
ü Decis‹o que denegar a apela•‹o ou julg‡-la deserta Ð
Art. 584 do CPP.
ü RESE interposto contra decis‹o de pronœncia34 Ð
Interpreta•‹o conjunta do art. 583, IV do CPP c/c art. 421 do
CPP. Embora o art. 584, ¤2¼ do CPP estabele•a que, neste
caso, o RESE suspende apenas o julgamento, o fato Ž que,
considerando que o RESE subir‡ nos pr—prios autos do
processo (e n‹o por traslado), restar‡ inviabilizado o
prosseguimento do processo perante o Ju’zo a quo, devendo

34
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1696

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aguardar-se a preclus‹o da decis‹o de pronœncia (atŽ pelo que


disp›e o art. 421 do CPP).35

Vejamos o que diz o art. 584:


Art. 584. Os recursos ter‹o efeito suspensivo nos casos de perda da fian•a,
de concess‹o de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art.
581.
¤ 1o Ao recurso interposto de senten•a de impronœncia ou no caso do no VIII
do art. 581, aplicar-se-‡ o disposto nos arts. 596 e 598.
¤ 2o O recurso da pronœncia suspender‡ t‹o-somente o julgamento.
¤ 3o O recurso do despacho que julgar quebrada a fian•a suspender‡
unicamente o efeito de perda da metade do seu valor.

O art. 585 est‡ revogado tacitamente, pois atualmente n‹o se


admite o recolhimento ˆ pris‹o como condi•‹o para recorrer. Vejamos:
Art. 585. O rŽu n‹o poder‡ recorrer da pronœncia sen‹o depois de preso,
salvo se prestar fian•a, nos casos em que a lei a admitir.

Ou est‹o presentes os requisitos da pris‹o preventiva, e esta Ž


decretada, ou n‹o est‹o presentes e o rŽu deve responder em liberdade,
n‹o sendo l’cito impedi-lo de praticar qualquer ato processual. Este
posicionamento, HOJE, est‡ fundamentado, ainda, na sœmula 347 do
STJ.
O RESE, em regra, subir‡ ao Tribunal por traslado ou instrumento
(mediante a remessa de c—pias de determinadas pe•as do processo, pois
os autos do processo ficar‹o no Ju’zo de primeira inst‰ncia). Vejamos:
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicar‡,
no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as pe•as dos autos de que
pretenda traslado.
Par‡grafo œnico. O traslado ser‡ extra’do, conferido e concertado no prazo de
cinco dias, e dele constar‹o sempre a decis‹o recorrida, a certid‹o de sua
intima•‹o, se por outra forma n‹o for poss’vel verificar-se a oportunidade do
recurso, e o termo de interposi•‹o.
Entretanto, em algumas hip—teses o RESE ser‡ remetido ao
Tribunal juntamente com os autos do processo:
ü Quando se tratar de RESE interposto de Òof’cioÓ pelo Juiz
Ð Atualmente isso s— ocorre com a decis‹o que concede o HC
(art. 581, X c/c art. 574, I do CPP).
ü Nas hip—teses dos incisos I, III, IV, VIII e X do art. 581.

35
O art. 583, ¤œnico corrobora este entendimento:
Art. 583 (...) Par‡grafo œnico. O recurso da pronœncia subir‡ em traslado, quando, havendo dois
ou mais rŽus, qualquer deles se conformar com a decis‹o ou todos n‹o tiverem sido ainda
intimados da pronœncia.
Ora, isso significa que o RESE subir‡ nos pr—prios autos nas demais hip—teses, o que implica,
necessariamente, o efeito suspensivo, dada a impossibilidade de dar seguimento ao processo na
primeira inst‰ncia (j‡ que os autos foram remetidos ao Tribunal).

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ü Quando a subida dos autos ao Tribunal n‹o prejudicar o


andamento do processo Ð Sempre que o processo estiver
suspenso, como no caso do art. 581, XVI, pois, como o
processo est‡ suspenso, n‹o h‡ preju’zo na sua subida ao
Tribunal.

A compet•ncia para processo e julgamento do RESE Ž das C‰maras


ou Turmas dos Tribunais de segundo grau (TJs e TRFs). Nos termos do
art. 582 do CPP:
Art. 582 - Os recursos ser‹o sempre para o Tribunal de Apela•‹o, salvo nos
casos dos ns. V, X e XIV.
Par‡grafo œnico. O recurso, no caso do no XIV, ser‡ para o presidente do
Tribunal de Apela•‹o.

Das exce•›es previstas no art. 582, permanece apenas a do ¤ œnico,


devendo o RESE ser dirigido ao Presidente do Tribunal, pois todas as
outras foram tacitamente revogadas em raz‹o das altera•›es legislativas
promovidas desde a edi•‹o do CPP.

(FGV Ð 2017 Ð OAB Ð XXIV EXAME DE ORDEM)


Vin’cius, s—cio de um grande escrit—rio de advocacia, especializado na
‡rea criminal, recebeu, no dia 02 de outubro de 2017, duas intima•›es
de decis›es referentes a dois clientes diferentes.
A primeira intima•‹o tratava de decis‹o proferida pela 1a C‰mara
Criminal de determinado Tribunal de Justi•a denegando a ordem de
habeas corpus que havia sido apresentada perante o —rg‹o em favor de
Gilmar (ap—s negativa em primeira inst‰ncia), que responde preso a
a•‹o pela suposta pr‡tica de crime de roubo.
A segunda intima•‹o foi de decis‹o proferida pelo Juiz de Direito da 1a
Vara Criminal de Fortaleza, tambŽm denegando ordem de habeas
corpus, mas, dessa vez, a medida havia sido apresentada em favor de
Rubens, que figura como indiciado em inquŽrito que investiga a suposta
pr‡tica do crime de tr‡fico de drogas.
Diante das intima•›es realizadas, insatisfeito com as decis›es
proferidas, Vin’cius, para combater as decis›es prejudiciais a Gilmar e
Rubens, dever‡ apresentar
A) Recurso Ordin‡rio Constitucional e Recurso em Sentido Estrito,
respectivamente.
B) Recurso em Sentido Estrito, nos dois casos.
C) Recurso Ordin‡rio Constitucional, nos dois casos.
D) Recurso Especial e Recurso Ordin‡rio Constitucional,
respectivamente.
COMENTçRIOS: Neste caso, o advogado dever‡ interpor RECURSO ORDINçRIO

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CONSTITUCIONAL em favor de Gilmar, na forma do art. 105, II, ÒaÓ da CF-88,
eis que se trata de decis‹o proferida por Tribunal de Justi•a, e RECURSO EM
SENTIDO ESTRITO em favor de Rubens, na forma do art. 581, X do CPP, j‡ que
se trata de decis‹o proferida pelo Juiz de primeira inst‰ncia.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

(FGV Ð 2017 Ð OAB - XXIII EXAME DE ORDEM)


Vitor, corretor de im—veis, est‡ sendo investigado em inquŽrito
policial. Considerando que o delegado vem atuando com abuso e
colocando em risco a liberdade de Vitor, o advogado do
investigado apresenta habeas corpus perante o —rg‹o competente.
Quando da an‡lise do habeas corpus, a autoridade competente
entende por denegar a ordem.
Considerando as informa•›es narradas, o advogado de Vitor
poder‡ recorrer da decis‹o que denegou a ordem por meio de
A) recurso em sentido estrito, tendo em vista que o Tribunal de
Justi•a foi o —rg‹o competente para an‡lise do habeas corpus
apresentado em raz‹o da conduta do delegado.
B) recurso em sentido estrito, tendo em vista que o juiz de
primeiro grau era competente para a an‡lise do habeas corpus
apresentado em raz‹o da conduta do delegado.
C) recurso ordin‡rio constitucional, tendo em vista que o Tribunal
de Justi•a foi o —rg‹o competente para an‡lise do habeas corpus
apresentado em raz‹o da conduta do delegado.
D) recurso ordin‡rio constitucional, tendo em vista que o juiz de
primeiro grau era competente para a an‡lise do habeas corpus
apresentado em raz‹o da conduta do delegado.
COMENTçRIOS: O advogado, neste caso, impetrou o habeas corpus
perante o Juiz de primeira inst‰ncia, pois se trata de HC com vistas ˆ
impugna•‹o de ato praticado por delegado de pol’cia. Nesse caso, Ž
cab’vel o RESE para impugnar a decis‹o que concede ou denega a ordem
de habeas corpus, na forma do art. 581, X do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

(FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM)


Antônio foi denunciado e condenado pela pr‡tica de um crime de
roubo simples ˆ pena privativa de liberdade de 4 anos de reclus‹o,
a ser cumprido em regime fechado, e 10 dias-multa. Publicada a
sentença no Di‡rio Oficial, o advogado do rŽu se manteve inerte.
Antônio, que estava preso, foi intimado pessoalmente, em
momento posterior, manifestando interesse em recorrer do
regime de pena aplicado. Diante disso, 2 dias ap—s a intimaç‹o
pessoal de Antônio, mas apenas 10 dias ap—s a publicaç‹o no
Di‡rio Oficial, sua defesa tŽcnica interpôs recurso de apelaç‹o. O
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juiz de primeira instância denegou a apelaç‹o, afirmando a


intempestividade.
Contra essa decis‹o, o advogado de Antônio dever‡ apresentar
A) Recurso de Agravo.
B) Carta Testemunh‡vel.
C) Recurso Ordin‡rio Constitucional.
D) Recurso em Sentido Estrito.
COMENTçRIOS: Em se tratando de decis‹o que nega seguimento ˆ
apela•‹o, o recurso cab’vel Ž o Recurso Em Sentido Estrito (RESE), nos
termos do art. 581, XV do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

(FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVII EXAME DE ORDEM)


Marcelo foi denunciado pela pr‡tica de um crime de furto.
Entendendo que n‹o haveria justa causa, antes mesmo de citar o
acusado, o magistrado n‹o recebeu a denœncia. Diante disso, o
MinistŽrio Pœblico interp™s o recurso adequado. Analisando a
hip—tese, Ž correto afirmar que
a) o recurso apresentado pelo MinistŽrio Pœblico foi de apela•‹o.
b) apesar de ainda n‹o ter sido citado, Marcelo deve ser intimado
para apresentar contrarraz›es ao recurso, sob pena de nulidade.
c) mantida a decis‹o do magistrado pelo Tribunal, n‹o poder‡ o
MinistŽrio Pœblico oferecer nova denœncia pelo mesmo fato, ainda
que surjam provas novas.
d) antes da rejei•‹o da denœncia, deveria o magistrado ter citado
o rŽu para apresentar resposta ˆ acusa•‹o.
COMENTçRIOS: O recurso interposto pelo MP foi o recurso em sentido
estrito, nos termos do art. 581, I do CPP. Contudo, apesar de Marcelo
ainda n‹o ter sido citado, dever‡ ser intimado para apresentar
contrarraz›es ao recurso, sob pena de nulidade, nos termos do verbete
de sœmula n¼ 707 do STF:
SòMULA 707 DO STF: Constitui nulidade a falta de intima•‹o do denunciado
para oferecer contraraz›es ao recurso interposto da rejei•‹o da denœncia, n‹o
a suprindo a nomea•‹o de defensor dativo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

(FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVI EXAME DA OAB)


Scott procurou um advogado, pois tinha a inten•‹o de ingressar
com queixa-crime contra dois vizinhos que vinham lhe injuriando
constantemente. Narrados os fatos e conferida procura•‹o com
poderes especiais, o patrono da v’tima ingressou com a a•‹o penal

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no Juizado Especial Criminal, —rg‹o efetivamente competente,


contudo o magistrado rejeitou a queixa apresentada.
Dessa decis‹o do magistrado caber‡
a) recurso em sentido estrito, no prazo de 05 dias.
b) apela•‹o, no prazo de 05 dias.
c) recurso em sentido estrito, no prazo de 02 dias.
d) apela•‹o, no prazo de 10 dias.
COMENTçRIOS: Contra a decis‹o de rejei•‹o da denœncia ou queixa,
como regra, cabe interposi•‹o de recurso em sentido estrito, nos termos
do art. 581, I do CPP. Contudo, em se tratando de processo pelo rito
sumar’ssimo, da Lei 9.099/95, contra a decis‹o de rejei•‹o da inicial
acusat—ria Ž cab’vel o recurso de apela•‹o, nos termos do art. 82, ¤1¼ da
Lei 9.099/95:
Art. 82. Da decis‹o de rejei•‹o da denœncia ou queixa e da senten•a caber‡
apela•‹o, que poder‡ ser julgada por turma composta de tr•s Ju’zes em
exerc’cio no primeiro grau de jurisdi•‹o, reunidos na sede do Juizado.
¤ 1¼ A apela•‹o ser‡ interposta no prazo de dez dias, contados da ci•ncia da
senten•a pelo MinistŽrio Pœblico, pelo rŽu e seu defensor, por peti•‹o escrita,
da qual constar‹o as raz›es e o pedido do recorrente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

(FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VIII -


PRIMEIRA FASE)
Ad‹o ofereceu uma queixa-crime contra Eva por crime de
dano qualificado (art. 163, par‡grafo œnico, IV). A queixa
preenche todos os requisitos legais e foi oferecida antes do
fim do prazo decadencial. Apesar disso, h‡ a rejei•‹o da inicial
pelo ju’zo competente, que refere, equivocadamente, que a
inicial Ž intempestiva, pois j‡ teria transcorrido o prazo
decadencial.
Nesse caso, assinale a afirmativa que indica o recurso cab’vel.
a) Recurso em sentido estrito.
b) Apela•‹o.
c) Embargos infringentes.
d) Carta testemunh‡vel.
COMENTçRIOS: Em face de tal decis‹o ser‡ cab’vel o RESE (Recurso em
Sentido Estrito), nos termos do art. 581, I do CPP:
Art. 581. Caber‡ recurso, no sentido estrito, da decis‹o, despacho ou
senten•a:
I - que n‹o receber a denœncia ou a queixa;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

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A verdade Ž que o CPP Ž meio Òbagun•adoÓ. Isso porque o CPP d‡ a


certas decis›es o nome de Òsenten•aÓ, e estabelece a apela•‹o como
recurso cab’vel. Isso ocorre, por exemplo, com a decis‹o de impronœncia,
que Ž decis‹o interlocut—ria mista, n‹o senten•a. Contudo, o CPP a
denomina como senten•a e estabelece a apela•‹o como recurso cab’vel
(art. 415 do CPP).
Isso faz com que a l—gica dita anteriormente fique um pouco
desprestigiada, dificultando a compreens‹o do recurso cab’vel. Assim,
para saber qual Ž o recurso cab’vel em face de determinada senten•a
(senten•a segundo a nomenclatura do CPP), o mais correto Ž verificar,
primeiro, se Ž cab’vel o RESE (art. 581 do CPP). Em n‹o sendo
cab’vel o RESE, caber‡ apela•‹o.36

1.2.3.2. Prazo e Forma

A apela•‹o deve ser interposta no prazo de CINCO DIAS, por


termo nos autos ou por peti•‹o escrita. Isso est‡ previsto nos arts.
593 e 600, ¤4¡ do CPP:
Art. 593. Caber‡ apela•‹o no prazo de 5 (cinco) dias: (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 263, de 23.2.1948)
(...)
Art. 600...
¤ 4o Se o apelante declarar, na peti•‹o ou no termo, ao interpor a apela•‹o,
que deseja arrazoar na superior inst‰ncia ser‹o os autos remetidos ao
tribunal ad quem onde ser‡ aberta vista ˆs partes, observados os prazos
legais, notificadas as partes pela publica•‹o oficial. (Inclu’do pela Lei n¼
4.336, de 1¼.6.1964)

CUIDADO! Tanto o rŽu quanto seu defensor podem apelar. E o que


ocorre se houver conflito entre a vontade do rŽu e a vontade do
seu defensor (um quer recorrer e o outro n‹o quer)? Neste caso,
doutrina e jurisprud•ncia entendem que deve prevalecer a vontade
daquele que deseja recorrer (seja o rŽu ou seja seu defensor). No caso
espec’fico da renœncia ao direito de recorrer, o STF entende que se ela foi
prestada pelo rŽu, sem assist•ncia do defensor, isso n‹o impede o
conhecimento da apela•‹o interposta pelo defensor, conforme consta no
verbete sumular de n¼ 705 do STF:

Sœmula 705 do STF


A renœncia do rŽu ao direito de apela•‹o, manifestada sem a assist•ncia do
defensor, n‹o impede o conhecimento da apela•‹o por este interposta
Ressalto, ainda, que Ž nulo o julgamento da apela•‹o se o patrono do rŽu
renunciou (salvo se havia outros defensores para aquele acusado) e n‹o
foi dada ao rŽu oportunidade para constituir novo patrono. Sœmula 708

36
TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1245

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Exce•›es:
¥ Raz›es apresentadas pelo assistente em rela•‹o ao recurso que
n‹o foi por ele interposto Ð 03 dias
¥ Raz›es no rito sumar’ssimo (Juizados Especiais Criminais) Ð
Simultaneamente com a apela•‹o
¥ Raz›es nos processos por contraven•‹o Ð 03 dias

1.2.3.3. Efeitos

(a) Efeito devolutivo


A apela•‹o possui (como todo recurso), efeito devolutivo, pois
devolve ao Tribunal a matŽria j‡ decidida por outro —rg‹o do Poder
Judici‡rio. O efeito devolutivo pode ser integral (quando se apela de toda
a decis‹o recorrida) ou parcial (quando a apela•‹o se refere somente a
parcela da decis‹o recorrida). Nos termos do art. 599 do CPP:
Art. 599. As apela•›es poder‹o ser interpostas quer em rela•‹o a todo o
julgado, quer em rela•‹o a parte dele.

Entretanto, nos termos da SòMULA n¡ 713 do STF, em se


tratando de apela•‹o da DEFESA, ainda que se tenha recorrido apenas de
parte da decis‹o, o efeito devolutivo abrange TODA A MATƒRIA
TRATADA NO PROCESSO.
CUIDADO! Em rela•‹o ˆs apela•›es proferidas em face das decis›es
do Tribunal do Jœri, por se tratar de recurso de fundamenta•‹o vinculada,
o Tribunal n‹o pode determinar a realiza•‹o de novo julgamento com
base em fundamento n‹o alegado no recurso.
Vejamos:

(...) 3. Apenas a t’tulo de esclarecimento, registro que, a teor do disposto na


Sœmula 713 do STF, o efeito devolutivo da apela•‹o contra decis›es do jœri Ž
adstrito aos fundamentos da sua interposi•‹o.
(...)
(AgRg no Ag 1352442/ES, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em
10/09/2013, DJe 30/09/2013)

(b) Efeito regressivo


N‹o h‡ efeito regressivo na apela•‹o, n‹o sendo poss’vel ao Juiz
modificar sua decis‹o.

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(c) Efeito suspensivo


A an‡lise da presen•a, ou n‹o, do efeito suspensivo, depende da
natureza da decis‹o:
§ Senten•a absolut—ria pr—pria Ð Como o CPP determina que o
acusado dever‡ ser posto em liberdade (caso esteja preso
provisoriamente), nos termos do art. 386, ¤ œnico, I, do CPP, a
Doutrina sustenta que a apela•‹o interposta pela acusa•‹o n‹o
suspende os efeitos da senten•a absolut—ria. Assim, a senten•a
absolut—ria pr—pria produz seus regulares efeitos,
independentemente da interposi•‹o de recurso de apela•‹o pela
acusa•‹o ou do simples fato de haver previs‹o legal para tal recurso.
37

§ Senten•a absolut—ria impr—pria Ð Neste caso a apela•‹o possui


efeito suspensivo, pois a aplica•‹o da medida de seguran•a
depende do tr‰nsito em julgado (art. 171 da LEP) da senten•a
absolut—ria impr—pria. Assim, a interposi•‹o da apela•‹o posterga a
ocorr•ncia do tr‰nsito em julgado e, portanto, suspende os efeitos da
senten•a absolut—ria impr—pria.
§ Senten•a condenat—ria Ð Como n‹o se admite execu•‹o da pena
privativa de liberdade antes do tr‰nsito em julgado, em respeito ˆ
presun•‹o de inoc•ncia38, e considerando que a interposi•‹o de
apela•‹o posterga o tr‰nsito em julgado da senten•a condenat—ria, a
Doutrina entende que a apela•‹o interposta contra senten•a
condenat—ria possui efeito suspensivo.


A apela•‹o interposta pelo assistente de acusa•‹o n‹o possui efeito
suspensivo (art. 598 do CPP).

1.2.3.4. Processamento


37
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1711
38
Recentemente, no julgamento do HC 126.292 o STF decidiu que o cumprimento da pena
pode se iniciar com a mera condena•‹o em segunda inst‰ncia por um —rg‹o colegiado (TJ,
TRF, etc.). Isso significa que o STF relativizou o princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia,
admitindo que a ÒculpaÓ (para fins de cumprimento da pena) j‡ estaria formada nesse momento
(embora a CF/88 seja expressa em sentido contr‡rio). Isso significa que, possivelmente, teremos
(num futuro breve) altera•‹o na jurisprud•ncia consolidada do STF e do STJ, de forma que a•›es
penais em curso passem a poder ser consideradas como maus antecedentes, desde que haja, pelo
menos, condena•‹o em segunda inst‰ncia por —rg‹o colegiado (mesmo sem tr‰nsito em julgado),
alŽm de outros reflexos que tal relativiza•‹o provoca (HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki,
17.2.2016).

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A apela•‹o sobe ao Tribunal juntamente com os autos principais, n‹o


havendo necessidade de traslado de pe•as do processo, art. 603 do CPP:
Art. 603. A apela•‹o subir‡ nos autos originais e, a n‹o ser no Distrito
Federal e nas comarcas que forem sede de Tribunal de Apela•‹o, ficar‡ em
cart—rio traslado dos termos essenciais do processo referidos no art. 564, n.
III.
Entretanto, caso sejam dois ou mais rŽus, e algum deles n‹o tiver
sido julgado, ou tendo sido julgado, n‹o tiver apelado, a apela•‹o
SUBIRç POR TRASLADO:
Art. 601. Findos os prazos para raz›es, os autos ser‹o remetidos ˆ inst‰ncia
superior, com as raz›es ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no
caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo ser‡ de trinta dias.
¤ 1o Se houver mais de um rŽu, e n‹o houverem todos sido julgados, ou n‹o
tiverem todos apelado, caber‡ ao apelante promover extra•‹o do traslado
dos autos, o qual dever‡ ser remetido ˆ inst‰ncia superior no prazo de trinta
dias, contado da data da entrega das œltimas raz›es de apela•‹o, ou do
vencimento do prazo para a apresenta•‹o das do apelado.
O Juiz, recebendo a apela•‹o, faz o Ju’zo de admissibilidade
(preliba•‹o), notificando o apelante para apresentas suas RAZÍES EM
OITO DIAS, e, ap—s, o recorrido para apresentar suas
CONTRARRAZÍES, tambŽm no prazo de OITO DIAS. Se houver
assistente de acusa•‹o, este ser‡ notificado para apresentar raz›es no
prazo de TRæS DIAS. Ap—s os autos sobem ao Tribunal. Vejamos:
Art. 600. Assinado o termo de apela•‹o, o apelante e, depois dele, o apelado
ter‹o o prazo de oito dias cada um para oferecer raz›es, salvo nos processos
de contraven•‹o, em que o prazo ser‡ de tr•s dias.
¤ 1o Se houver assistente, este arrazoar‡, no prazo de tr•s dias, ap—s o
MinistŽrio Pœblico.
(...)
Art. 601. Findos os prazos para raz›es, os autos ser‹o remetidos ˆ inst‰ncia
superior, com as raz›es ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no
caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo ser‡ de trinta dias.
Pode ocorrer, no entanto, de a parte requerer a apresenta•‹o das
raz›es na segunda inst‰ncia. Sendo requerido isto, o Juiz, realizando o
Ju’zo de admissibilidade positivo, remeter‡ os autos diretamente ao
Tribunal. Vejamos o ¤4¡ do art. 600 do CPP:
¤ 4o Se o apelante declarar, na peti•‹o ou no termo, ao interpor a apela•‹o,
que deseja arrazoar na superior inst‰ncia ser‹o os autos remetidos ao
tribunal ad quem onde ser‡ aberta vista ˆs partes, observados os prazos
legais, notificadas as partes pela publica•‹o oficial. (Inclu’do pela Lei n¼
4.336, de 1¼.6.1964)

(FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVII EXAME DE ORDEM)


Ap—s regular instru•‹o processual, Fl‡vio foi condenado pela
pr‡tica do crime de tr‡fico il’cito de entorpecentes a uma pena

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privativa de liberdade de cinco anos de reclus‹o, a ser cumprida


em regime inicial fechado, e 500 dias-multa. Intimado da
senten•a, sem assist•ncia da defesa tŽcnica, Fl‡vio renunciou ao
direito de recorrer, pois havia confessado a pr‡tica delitiva.
Rafael, advogado de Fl‡vio, porŽm, interp™s recurso de apela•‹o
dentro do prazo legal, buscando a mudan•a do regime de pena.
Neste caso, Ž correto dizer que o recurso apresentado por Rafael
a) n‹o poder‡ ser conhecido, pois houve renœncia por parte de
Fl‡vio, mas nada impede que o Tribunal, de of’cio, melhore a
situa•‹o do acusado.
b) dever‡ ser conhecido, pois n‹o Ž admiss’vel a renœncia ao
direito de recorrer, no ‰mbito do processo penal.
c) n‹o poder‡ ser conhecido, pois a renœncia expressa de Fl‡vio
n‹o pode ser retratada, n‹o podendo o Tribunal, de of’cio, alterar
a decis‹o do magistrado.
d) dever‡ ser conhecido, pois a renœncia foi manifestada sem
assist•ncia do defensor.
COMENTçRIOS: O recurso apresentado por Rafael, advogado de Fl‡vio,
deve ser conhecido, pois a renœncia ao direito de recorrer, quando
realizada sem a assist•ncia da defesa tŽcnica, n‹o impede que o Tribunal
conhe•a do recurso de apela•‹o interposto pelo defensor:
SòMULA 705 STF: A RENòNCIA DO RƒU AO DIREITO DE APELA‚ÌO, MANIFESTADA
SEM A ASSISTæNCIA DO DEFENSOR, NÌO IMPEDE O CONHECIMENTO DA APELA‚ÌO
POR ESTE INTERPOSTA.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

(FGV Ð 2012 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)


Em rela•‹o aos meios de impugna•‹o de decis›es judiciais,
assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Caber‡ recurso em sentido estrito contra a decis‹o que
rejeitar a denœncia, podendo o magistrado, entretanto, ap—s a
apresenta•‹o das raz›es recursais, reconsiderar a decis‹o
proferida.
b) Caber‡ apela•‹o contra a decis‹o que impronunciar o
acusado, a qual ter‡ efeito meramente devolutivo.
c) Caber‡ recurso em sentido estrito contra a decis‹o que
receber a denœncia oferecida contra funcion‡rio pœblico por
delito pr—prio, o qual ter‡ duplo efeito.
d) Caber‡ apela•‹o contra a decis‹o que rejeitar a queixa- crime
oferecida perante o Juizado Especial Criminal, a qual ter‡
efeito meramente devolutivo.
COMENTçRIOS:

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A) CORRETA: Item correta, pois o RESE Ž o recurso cab’vel em face de


tal decis‹o, nos termos do art. 581, I do CPP. AlŽm disso, o RESE possui o
chamado efeito regressivo, que permite ao Juiz retratar-se da decis‹o
proferida, nos termos do art. 589 do CPP.
B) CORRETA: Da decis‹o de impronœncia cabe apela•‹o, nos termos do
art. 416 do CPP, sem efeito suspensivo.
C) ERRADA: Item errado, pois a decis‹o que recebe a inicial acusat—ria Ž
irrecorr’vel, sendo cab’vel o RESE apenas em face da decis‹o que REJEITA
a inicial acusat—ria.
D) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a previs‹o contida no art. 82 da
Lei 9.099/95.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA C.

(FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA


FASE)
Da senten•a que absolver sumariamente o rŽu caber‡(‹o)
a) recurso em sentido estrito.
b) embargos.
c) revis‹o criminal.
d) apela•‹o.
COMENTçRIOS: Da senten•a de absolvi•‹o sum‡ria caber‡ apela•‹o, na
forma do art. 416 do CPP:
Art. 416. Contra a senten•a de impronœncia ou de absolvi•‹o sum‡ria caber‡
apela•‹o. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

1.2.4. Dos embargos infringentes

Os embargos infringentes s‹o uma espŽcie recursal cab’vel quando,


durante o julgamento de um recurso, em segunda inst‰ncia, houve
decis‹o n‹o-un‰nime DESFAVORçVEL AO RƒU. Entretanto, s— ser‡
cab’vel o recurso de embargos infringentes quando a decis‹o do Tribunal
ocorrer no julgamento de um recurso em sentido estrito ou apela•‹o.
Vejamos o que diz o art. 609, ¤ œnico do CPP:
Par‡grafo œnico. Quando n‹o for un‰nime a decis‹o de segunda inst‰ncia,
desfavor‡vel ao rŽu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que
poder‹o ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publica•‹o de
ac—rd‹o, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos ser‹o
restritos ˆ matŽria objeto de diverg•ncia. (Inclu’do pela Lei n¼ 1.720-B, de
3.11.1952)
A men•‹o a Òembargos de nulidadeÓ se refere ˆ possibilidade de
decis‹o n‹o-un‰nime quanto ˆ quest‹o de Ònulidade processualÓ, mas
atualmente se utiliza somente a express‹o Òembargos infringentesÓ, em
qualquer caso.

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Diferentemente do que ocorre no processo civil, aqui no processo


penal os embargos infringentes cabem tanto quando a decis‹o do tribunal
reforma a decis‹o recorrida, quanto quando ela mantŽm a decis‹o
recorrida de primeiro grau.
NÌO CABEM EMBARGOS INFRINGENTES CONTRA ACîRDÌO
PROFERIDO PELOS TRIBUNAIS EM SUA COMPETæNCIA
ORIGINçRIA (quando n‹o est‹o julgando nenhum recurso), pois o art.
609, ¤ œnico do CPP faz men•‹o ˆ ÒDECISÌO DE SEGUNDA INSTåNCIAÓ.
Ser‹o opostos no prazo de DEZ DIAS, n‹o possuindo efeito
regressivo (possibilidade de modifica•‹o da decis‹o pelo —rg‹o prolator)
nem efeito suspensivo.
Podem ser TOTAIS, quando a decis‹o Ž n‹o un‰nime em rela•‹o a
todas as matŽrias objeto de decis‹o; e PARCIAIS, quando a decis‹o Ž
un‰nime em rela•‹o a uma parte do recurso e n‹o un‰nime em rela•‹o a
outra parte.
Se a decis‹o do Tribunal for parcialmente n‹o un‰nime, s— caber‹o
embargos infringentes em face dessa parte da decis‹o, cabendo, contra a
outra parte, apenas recurso especial ou extraordin‡rio, se for o caso,
CUJO PRAZO NÌO FICARç SUSPENSO NA PENDæNCIA DO
JULGAMENTO DOS EMBARGOS INFRINGENTES.39 Entretanto, a
Jurisprud•ncia vem aplicando o CPC por analogia, e suspendendo o prazo
do REsp e do RE enquanto a parte op›e os embargos infringentes contra
a parte n‹o-un‰nime da decis‹o.
O STJ entende, ainda, que se foi interposto recurso antes da
interposi•‹o de embargos infringentes, ou na pend•ncia deste, quando da
publica•‹o do ac—rd‹o referente aos embargos infringentes o recorrente
dever ÒconfirmarÓ seu interesse no julgamento do outro recurso
interposto.40

(FGV Ð 2017 Ð OAB Ð XXIV EXAME DE ORDEM)


Jo‹o foi denunciado pela pr‡tica do crime de furto qualificado previsto
no Art. 155, ¤ 4o, inciso I, do C—digo Penal. Em primeira inst‰ncia, Jo‹o
foi absolvido. Em sede de recurso de apela•‹o apresentado pelo
MinistŽrio Pœblico, houve provimento parcial do recurso, sendo o agente


39
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Op. Cit., p. 1721
40
(...) 1. O entendimento desta Corte Ž pac’fico no sentido de que Ž
intempestivo o recurso especial interposto na pend•ncia de julgamento de
embargos infringentes, sendo necess‡ria a sua ratifica•‹o no prazo recursal
aberto com a publica•‹o do ac—rd‹o proferido nos referidos embargos.
2. Agravo regimental ao qual se nega provimento.
(AgRg no AREsp 295.918/MG, Rel. Ministro RAUL ARAòJO, QUARTA TURMA, julgado em
03/12/2013, DJe 03/02/2014)

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condenado de maneira un‰nime. Apesar da unanimidade na condena•‹o,
o reconhecimento da qualificadora restou afastado por maioria de votos.
Ademais, um dos desembargadores ainda votou pelo reconhecimento do
privilŽgio do Art. 155, ¤ 2o, do CP, mas restou isolado e vencido.
Insatisfeito com a condena•‹o pelo furto simples, o MinistŽrio Pœblico
apresenta embargos infringentes em busca do reconhecimento da
qualificadora.
Considerando apenas as informa•›es narradas, Ž correto afirmar que o
advogado de Jo‹o, sob o ponto de vista tŽcnico, dever‡ defender
A) o n‹o conhecimento dos embargos infringentes apresentados pelo
MinistŽrio Pœblico e apresentar recurso de embargos infringentes em
busca da absolvi•‹o de Jo‹o.
B) o conhecimento e n‹o provimento dos embargos infringentes
apresentados pelo MinistŽrio Pœblico e apresentar embargos
infringentes em busca do reconhecimento do privilŽgio.
C) o n‹o conhecimento dos embargos infringentes apresentados pelo
MinistŽrio Pœblico e apresentar embargos infringentes em busca do
reconhecimento do privilŽgio.
D) o conhecimento e n‹o provimento dos embargos do MinistŽrio
Pœblico e n‹o poder‡ apresentar recurso de embargos infringentes.
COMENTçRIOS: Neste caso, o advogado dever‡ defender o n‹o conhecimento
dos embargos infringentes, pois se trata de recurso exclusivo da defesa. AlŽm
disso, a decis‹o foi un‰nime. Por tais raz›es, Ž incab’vel o manejo de tal
recurso, na forma do art. 609, ¤ œnico do CPP.
A defesa tambŽm n‹o poder‡ se valer de tal recurso com rela•‹o ˆ condena•‹o
em si, eis que un‰nime. Todavia, Ž poss’vel o manejo dos embargos infringentes
para tentar obter o reconhecimento do privilŽgio, eis que com rela•‹o a este a
decis‹o foi n‹o un‰nime (apenas por maioria).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

(FGV Ð IX EXAME UNIFICADO DA OAB)


Joel foi condenado pela pr‡tica do crime de extors‹o mediante
sequestro. A defesa interp™s recurso de Apela•‹o, que foi recebido
e processado, sendo certo que o tribunal, de forma n‹o un‰nime,
manteve a condena•‹o imposta pelo ju’zo a quo. O advogado do
rŽu verifica que o ac—rd‹o viola, de forma direta, dispositivos
constitucionais, raz‹o pela qual decide continuar recorrendo da
decis‹o exarada pela Segunda Inst‰ncia.
De acordo com as informa•›es acima, assinale a alternativa que
indica o recurso a ser interposto.
A) Recurso em Sentido Estrito.
B) Recurso Ordin‡rio Constitucional.
C) Recurso Extraordin‡rio.
D) Embargos Infringentes.

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COMENTçRIOS: A quest‹o Ž perniciosa. Ela d‡ a entender que o recurso


cab’vel seria o Recurso Extraordin‡rio, pois no processo civil os embargos
infringentes s— s‹o cab’veis quando o ac—rd‹o n‹o un‰nime REFORMA a
senten•a de primeira inst‰ncia. No processo penal n‹o importa se
manteve ou se reformou a senten•a, desde que seja desfavor‡vel ˆ
defesa. Assim, s‹o cab’veis embargos infringentes no caso em tela, j‡ que
para a interposi•‹o do Recurso Extraordin‡rio (que poderia ser cab’vel)
somente pode ser interposto quando esgotada a via ordin‡ria (os recursos
ordin‡rios). Vejamos o art. 609, ¤ œnico do CPP:
Art. 609. Os recursos, apela•›es e embargos ser‹o julgados pelos Tribunais
de Justi•a, c‰maras ou turmas criminais, de acordo com a compet•ncia
estabelecida nas leis de organiza•‹o judici‡ria. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
1.720-B, de 3.11.1952)
Par‡grafo œnico. Quando n‹o for un‰nime a decis‹o de segunda inst‰ncia,
desfavor‡vel ao rŽu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que
poder‹o ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publica•‹o de
ac—rd‹o, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos ser‹o
restritos ˆ matŽria objeto de diverg•ncia. (Inclu’do pela Lei n¼ 1.720-B, de
3.11.1952)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

1.2.5. Embargos de Declara•‹o


Os embargos de declara•‹o s‹o o recurso cab’vel para sanar
alguma obscuridade, omiss‹o, ambiguidade ou contradi•‹o na
decis‹o. Podem ser opostos em face de senten•a ou ac—rd‹o. Vejamos:
Art. 382. Qualquer das partes poder‡, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz
que declare a senten•a, sempre que nela houver obscuridade, ambigŸidade,
contradi•‹o ou omiss‹o.
(...)
Art. 619. Aos ac—rd‹os proferidos pelos Tribunais de Apela•‹o, c‰maras ou
turmas, poder‹o ser opostos embargos de declara•‹o, no prazo de dois dias
contados da sua publica•‹o, quando houver na senten•a ambiguidade,
obscuridade, contradi•‹o ou omiss‹o.

Ambos possuem a mesma natureza, efeitos, requisitos...


Devem ser opostos no prazo de DOIS DIAS a contar da intima•‹o,
e s— podem ser opostos por PETI‚ÌO, e n‹o por termo nos autos.
Uma vez opostos os embargos de declara•‹o, embora a lei
processual penal seja silente, os prazos para interposi•‹o de outros
recursos se INTERROMPEM, bastando que os embargos sejam
conhecidos (podem ser providos ou n‹o), por analogia ao CPC.
CUIDADO! O STF e o STJ entendem que a interposi•‹o de embargos
de declara•‹o em face de decis‹o proferida pelos Tribunais, negando
seguimento a recurso especial ou recurso extraordin‡rio, n‹o interrompe

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o prazo para a interposi•‹o do recurso de agravo (que Ž o œnico


cab’vel).41
A interrup•‹o dos prazos dos demais recursos faz com que eles
voltem a correr do in’cio, quando ocorrer o desfecho dos embargos de
declara•‹o.
No ‰mbito dos Juizados Especiais Criminais, uma vez opostos os
embargos de declara•‹o, os prazos dos demais recursos ficam
INTERROMPIDOS, nos termos do art. 83, ¤2¡ da Lei 9.099/95. O prazo
para a interposi•‹o, neste caso, Ž de cinco dias.
Muito se questiona na Doutrina e na Jurisprud•ncia acerca da
possibilidade de se conferir efeitos infringentes (modificativos) aos
embargos de declara•‹o. Atualmente a posi•‹o do STF e do STJ Ž a
seguinte:
¥ Em regra, os embargos de declara•‹o n‹o possuem efeitos
modificativos, servindo apenas para esclarecer algum ponto da
decis‹o.
¥ PorŽm, excepcionalmente podem ter efeitos infringentes, sendo
necess‡ria, neste caso, a intima•‹o do recorrido para se
manifestar sobre o recurso, em respeito ao contradit—rio.

1.2.6. Carta Testemunh‡vel


A carta testemunh‡vel est‡ prevista no art. 639 do CPP:
Art. 639. Dar-se-‡ carta testemunh‡vel:
I - da decis‹o que denegar o recurso;
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar ˆ sua expedi•‹o e
seguimento para o ju’zo ad quem.

Possui natureza RESIDUAL, ou seja, somente ser‡ cab’vel se n‹o


houver previs‹o de nenhum outro recurso para a hip—tese.

EXEMPLO: Se o RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, uma vez interposto,


n‹o for recebido pelo Juiz prolator da decis‹o, caber‡ o manejo da
CARTA TESTEMUNHçVEL, pois n‹o h‡ nenhum outro recurso previsto
para o caso.

41
...) 1. A jurisprud•ncia desta Corte e do Supremo Tribunal Federal firmou-se
no sentido de que o agravo Ž o œnico recurso cab’vel contra decis‹o que nega
seguimento a recursos excepcionais, g•nero que inclui os recursos especial e
extraordin‡rio. Nestes termos, os embargos de declara•‹o opostos contra
despacho de admissibilidade do Tribunal de origem n‹o interrompem o prazo
para a interposi•‹o do agravo, uma vez que manifestamente incab’veis.
(...)
(AgRg no AREsp 461.030/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 22/04/2014, DJe 02/05/2014)

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AlŽm disso, s— Ž cab’vel quando n‹o recebido o recurso que deva ser
remetido ˆ inst‰ncia superior, n‹o cabendo, por exemplo, quando n‹o
forem recebidos os embargos de declara•‹o, pois quem os julga Ž o
pr—prio Juiz prolator da decis‹o.
N‹o Ž dirigida a um —rg‹o jurisdicional, mas AO ESCRIVÌO, ou
servidor que lhe fa•a as vezes. Nos termos do art. 640 do CPP:
Art. 640. A carta testemunh‡vel ser‡ requerida ao escriv‹o, ou ao secret‡rio
do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao
despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as pe•as do
processo que dever‹o ser trasladadas.

Deve ser requerida no prazo de QUARENTA E OITO HORAS a


contar da intima•‹o da decis‹o (art. 640 do CPP). A CARTA ser‡
instru’da e remetida ao —rg‹o que teria compet•ncia para julgamento do
recurso OBSTADO e, l‡, seguir‡ o mesmo tr‰mite do recurso que n‹o fora
recebido, nos termos do art. 643, 644 e 645 do CPP:
Art. 643. Extra’do e autuado o instrumento, observar-se-‡ o disposto nos
arts. 588 a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo
estabelecido para o recurso extraordin‡rio, se deste se tratar.
Art. 644. O tribunal, c‰mara ou turma a que competir o julgamento da carta,
se desta tomar conhecimento, mandar‡ processar o recurso, ou, se estiver
suficientemente instru’da, decidir‡ logo, de meritis.
Art. 645. O processo da carta testemunh‡vel na inst‰ncia superior seguir‡ o
processo do recurso denegado.
Por fim, a carta testemunh‡vel NÌO POSSUI EFEITO
SUSPENSIVO, nos termos do art. 646 do CPP:
Art. 646. A carta testemunh‡vel n‹o ter‡ efeito suspensivo.
A carta testemunh‡vel, porŽm, possui EFEITO REGRESSIVO (art.
643 c/c art. 589 do CPP).

(FGV Ð 2017 Ð OAB Ð XXII EXAME DE ORDEM)


Daniel foi autor de um crime de homic’dio doloso consumado em
desfavor de William. Ap—s a denœncia e ao fim da primeira fase do
procedimento bif‡sico dos crimes dolosos contra a vida, Daniel foi
pronunciado. Inconformado, o advogado do acusado interp™s o recurso
cab’vel, mas o juiz de primeira inst‰ncia, ao realizar o primeiro ju’zo de
admissibilidade, negou seguimento ao recurso. Novamente
inconformado com a decis‹o, o defensor de Daniel impetrou nova
medida.
Considerando a situa•‹o narrada, assinale a op•‹o que indica o recurso
interposto da decis‹o de pronœncia e a medida para combater a decis‹o
que denegou o recurso anterior, respetivamente.
A) Apela•‹o e Recurso em Sentido Estrito.

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B) Recurso em Sentido Estrito e novo Recurso em Sentido Estrito.
C) Recurso em Sentido Estrito e Carta Testemunh‡vel.
D) Apela•‹o e Carta Testemunh‡vel.
COMENTçRIOS: O primeiro recurso interposto foi o RESE (recurso em sentido
estrito), nos termos do art. 581, IV do CPP.
Quanto ˆ segunda decis‹o, o recurso interposto foi a carta testemunh‡vel, nos
termos do art. 639, I do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

(FGV Ð 2012 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)


Com base no C—digo de Processo Penal, acerca dos recursos,
assinale a alternativa correta.
a) Todos os recursos t•m efeito devolutivo, e alguns t•m tambŽm
os efeitos suspensivo e iterativo.
b) O recurso de apela•‹o sempre deve ser interposto no prazo de
cinco dias a contar da intima•‹o, devendo as raz›es ser
interpostas no prazo de oito dias.
c) Apesar do princ’pio da complementaridade, Ž defeso ao
recorrente complementar a fundamenta•‹o de seu recurso quando
houver complementa•‹o da decis‹o recorrida.
d) A carta testemunh‡vel tem o objetivo de provocar o reexame
da decis‹o que denegar ou impedir seguimento de recurso em
sentido estrito, agravo em execu•‹o e apela•‹o.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Item correto, pois todos os recursos possuem o efeito
devolutivo. H‡ quem sustente que os embargos de declara•‹o n‹o
possuem efeito devolutivo, em raz‹o de ser julgado pelo pr—prio —rg‹o
que proferiu a decis‹o atacada. Contudo, trata-se de doutrina minorit‡ria.
AlŽm disso, alguns recursos possuem efeito suspensivo (suspende os
efeitos da decis‹o atŽ o julgamento do recurso) e regressivo, tambŽm
chamado de iterativo (permite o ju’zo de retrata•‹o por parte do prolator
da decis‹o).
B) ERRADA: Item errado, pois h‡ exce•›es. Nos termos do art. 598,
¤œnico do CPP, o prazo para a interposi•‹o da apela•‹o, no caso do
assistente de acusa•‹o em processo do rito do Jœri, Ž de 15 dias,
contados a partir do escoamento do prazo para a apela•‹o do MP. Nos
processos sobre contraven•›es penais, o prazo para a apresenta•‹o das
raz›es Ž de 03 dias, nos termos do art. 600 do CPP. N‹o cabe citar, aqui,
a exce•‹o da apela•‹o nos Juizados Especiais Criminais, pois o enunciado
pede que se responda exclusivamente com base no CPP.
C) ERRADA: Item errado, pois neste caso o recorrente pode
complementar a fundamenta•‹o de seu recurso, pelo princ’pio da
complementariedade.

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D) ERRADA: Item errado, pois a carta testemunh‡vel Ž um recurso


subsidi‡rio, ou seja, somente tem cabimento quando n‹o houver previs‹o
expressa do cabimento de outro recurso para a hip—tese. No caso da
decis‹o que nega seguimento ˆ apela•‹o, o recurso cab’vel Ž o RESE, por
expressa previs‹o contida no art. 581, XV do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

1.2.7. Agravo em execu•‹o

O agravo em execu•‹o Ž um recurso previsto no art. 197 da LEP, e


tem por finalidade impugnar as decis›es proferidas na execu•‹o
penal.
O prazo para interposi•‹o deste recurso Ž de cinco dias
(sœmula 700 do STF), e o prazo para a apresenta•‹o das raz›es Ž de dois
dias. Segue o rito do Recurso em Sentido Estrito.
O agravo em execu•‹o NÌO possui, em regra, efeito suspensivo.

(FGV Ð X EXAME UNIFICADO DA OAB)


JosŽ, ap—s responder ao processo cautelarmente preso, foi
condenado ˆ pena de oito anos e sete meses de pris‹o em regime
inicialmente fechado. Ap—s alguns anos no sistema carcer‡rio, seu
advogado realizou um pedido de livramento condicional, que foi
deferido pelo magistrado competente. O membro do parquet
entendeu que tal benef’cio era incab’vel no momento e deseja
recorrer da decis‹o.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa que menciona o
recurso correto.
A) Agravo em Execu•‹o, no prazo de 10 (dez dias);
B) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 05 (cinco dias);
C) Agravo em Execu•‹o, no prazo de 05 (cinco dias);
D) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 10 (dez dias).
COMENTçRIOS: Como estamos na fase da execu•‹o penal, o recurso
cab’vel em face de qualquer decis‹o proferida pelo Ju’zo da VEP Ž o
agravo em execu•‹o, previsto no art. 197 da LEP:
Art. 197. Das decis›es proferidas pelo Juiz caber‡ recurso de agravo, sem
efeito suspensivo.
O prazo para a interposi•‹o do agravo ser‡ de cinco dias. Embora n‹o
haja previs‹o expressa, este Ž o entendimento do STF, conforme
entendimento sumulado no verbete n¼ 700:
Sœmula 700

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ƒ DE CINCO DIAS O PRAZO PARA INTERPOSI‚ÌO DE AGRAVO CONTRA
DECISÌO DO JUIZ DA EXECU‚ÌO PENAL.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

1.2.8. Revis‹o Criminal


Embora a Revis‹o Criminal conste no T’tulo referente aos Recursos,
ela n‹o Ž um recurso, possuindo natureza jur’dica de A‚ÌO
AUTïNOMA DE IMPUGNA‚ÌO.
Possui natureza desconstitutiva, pois visa a desconstituir a senten•a
condenat—ria, n‹o estando sujeita a prazo, pois pode ser manejada a
qualquer tempo, INCLUSIVE APîS A MORTE DO RƒU. Vejamos o que
diz o art. 623 do CPP:
Art. 623. A revis‹o poder‡ ser pedida pelo pr—prio rŽu ou por procurador
legalmente habilitado ou, no caso de morte do rŽu, pelo c™njuge, ascendente,
descendente ou irm‹o.

CUIDADO! A Jurisprud•ncia entende que, apesar do disposto no art.


623, n‹o pode o rŽu ajuizar a REVISÌO CRIMINAL sem estar assistido
por advogado, n‹o tendo sido recepcionado este artigo no que tange a
esta possibilidade.

Dois s‹o os pressupostos da revis‹o criminal:


¥ Exist•ncia de senten•a condenat—ria criminal Ð N‹o se admite
em face de senten•a absolut—ria, SALVO NO CASO DE SENTEN‚A
ABSOLUTîRIA IMPRîPRIA, que Ž aquela que aplica medida de
seguran•a ao acusado.
¥ Exist•ncia de tr‰nsito em julgado Ð Nos termos do art. 625, ¤1¡
do CPP:
Art. 625. O requerimento ser‡ distribu’do a um relator e a um revisor,
devendo funcionar como relator um desembargador que n‹o tenha
pronunciado decis‹o em qualquer fase do processo.
¤ 1o O requerimento ser‡ instru’do com a certid‹o de haver passado em
julgado a senten•a condenat—ria e com as pe•as necess‡rias ˆ comprova•‹o
dos fatos argŸidos.

A Revis‹o Criminal Ž um meio de impugna•‹o PRIVATIVO da


defesa, somente sendo cab’vel nas hip—teses taxativamente previstas no
art. 621 do CPP:
Art. 621. A revis‹o dos processos findos ser‡ admitida:
I - quando a senten•a condenat—ria for contr‡ria ao texto expresso da lei
penal ou ˆ evid•ncia dos autos;
II - quando a senten•a condenat—ria se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos;

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III - quando, ap—s a senten•a, se descobrirem novas provas de inoc•ncia do
condenado ou de circunst‰ncia que determine ou autorize diminui•‹o especial
da pena.

Assim, em decorr•ncia da cl‡usula aberta prevista no inciso III, que


permite a revis‹o da senten•a condenat—ria em raz‹o do surgimento de
novas provas, diz-se que, no Direito Processual Penal NÌO EXISTE
COISA JULGADA MATERIAL em se tratando de senten•a condenat—ria.
Nos termos do art. 622 do CPP:
Art. 622. A revis‹o poder‡ ser requerida em qualquer tempo, antes da
extin•‹o da pena ou ap—s.
Par‡grafo œnico. N‹o ser‡ admiss’vel a reitera•‹o do pedido, salvo se fundado
em novas provas.

Na Revis‹o Criminal n‹o cabe DILA‚ÌO PROBATîRIA, ou seja, o


direito alegado pelo autor da revis‹o criminal deve estar provado de
plano, a prova deve ser PRƒ-CONSTITUêDA. Vejamos:
¤ 1o O requerimento ser‡ instru’do com a certid‹o de haver passado em
julgado a senten•a condenat—ria e com as pe•as necess‡rias ˆ
comprova•‹o dos fatos argŸidos.

Havendo necessidade de produ•‹o de prova pericial ou testemunhal,


dever‡ o autor requerer a realiza•‹o de AUDIæNCIA DE
JUSTIFICA‚ÌO, que Ž uma espŽcie de cautelar de produ•‹o antecipada
de provas, devendo ser realizada no Ju’zo de primeiro grau. Se o Juiz
indeferir o pedido de realiza•‹o de audi•ncia de justifica•‹o, caber‡
Habeas Corpus.
A compet•ncia para o processo e julgamento da Revis‹o
Criminal ser‡:
¥ Do STF e do STJ quando a Revis‹o Criminal se der contra
decis›es por eles proferidas (102, I, j e 105, I, e da CRFB/88).
¥ Pelos TRFs e TJs quando a Revis‹o Criminal tiver por objeto
decis›es proferidas por eles ou pelos Ju’zes a eles vinculados
(art. 108, I, b da CRFB/88).

Sendo julgada procedente a revis‹o criminal, os efeitos ser‹o os


previstos no art. 626 do CPP:
Art. 626. Julgando procedente a revis‹o, o tribunal poder‡ alterar a
classifica•‹o da infra•‹o, absolver o rŽu, modificar a pena ou anular o
processo.
Par‡grafo œnico. De qualquer maneira, n‹o poder‡ ser agravada a pena
imposta pela decis‹o revista.

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Assim, todas as possibilidades s‹o, obviamente, vantajosas ao


condenado, n‹o sendo poss’vel o agravamento da pena, pelo princ’pio do
NON REFORMATIO IN PEJUS.
ƒ poss’vel, ainda, na pr—pria Revis‹o Criminal, se o autor assim
requerer, o reconhecimento de indeniza•‹o pelos preju’zos sofridos
pelo condenado, nos termos previstos no art. 630 do CPP:
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poder‡ reconhecer o direito
a uma justa indeniza•‹o pelos preju’zos sofridos.
¤ 1o Por essa indeniza•‹o, que ser‡ liquidada no ju’zo c’vel, responder‡ a
Uni‹o, se a condena•‹o tiver sido proferida pela justi•a do Distrito Federal ou
de Territ—rio, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justi•a.
¤ 2o A indeniza•‹o n‹o ser‡ devida:
a) se o erro ou a injusti•a da condena•‹o proceder de ato ou falta imput‡vel
ao pr—prio impetrante, como a confiss‹o ou a oculta•‹o de prova em seu
poder;
b) se a acusa•‹o houver sido meramente privada.

Veja, caro aluno, que o ¤2¡ excepciona a regra, ao trazer casos nos
quais n‹o caber‡ indeniza•‹o. A segunda possibilidade (acusa•‹o
meramente privada), Ž MUITO QUESTIONADA NA DOUTRINA, sendo
considerada INCONSTITUCIONAL, ao argumento de que, embora a
a•‹o seja privada, a decis‹o Ž do JUDICIçRIO.

(FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM)


JosŽ foi absolvido em 1» inst‰ncia ap—s ser denunciado pela
pr‡tica de um crime de extors‹o em face de Marina. O MinistŽrio
Pœblico interp™s recurso de apela•‹o, sendo a senten•a de
primeiro grau reformada pelo Tribunal de Justi•a de Santa
Catarina para condenar o rŽu ˆ pena de 05 anos, sendo certo que
o ac—rd‹o transitou em julgado. Sete anos depois da condena•‹o,
j‡ tendo cumprido integralmente a pena, JosŽ vem a falecer.
Posteriormente, Caio, filho de JosŽ, encontrou um v’deo no qual
foi gravada uma conversa de JosŽ e Marina, onde esta admite que
mentiu ao dizer que foi v’tima do crime pelo qual JosŽ foi
condenado, mas que a atitude foi tomada por ciœmes. Caio, ent‹o,
procura o advogado da fam’lia.
Diante da situa•‹o narrada, Ž correto afirmar que Caio, atravŽs de
seu advogado,
A) n‹o poder‡ apresentar revis‹o criminal, pois a pena de JosŽ j‡
havia sido extinta pelo cumprimento.
B) n‹o poder‡ apresentar revis‹o criminal, pois o acusado, que Ž
quem teria legitimidade, j‡ Ž falecido.

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C) poder‡ apresentar revis‹o criminal, sendo competente para


julgamento o Superior Tribunal de Justi•a.
D) poder‡ apresentar revis‹o criminal, sendo competente para
julgamento o Tribunal de Justi•a de Santa Catarina.
COMENTçRIOS: Neste caso, ser‡ cab’vel o ajuizamento de revis‹o
criminal, j‡ que esta Ž cab’vel mesmo ap—s o —bito do condenado, nos
termos do art. 623 do CPP. Ser‡ competente para julgar a revis‹o o
pr—prio Tribunal de Justi•a de Santa Catarina, eis que compete aos
pr—prios Tribunais julgar as revis›es criminais ajuizadas em rela•‹o ˆs
senten•as condenat—rias por eles proferidas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

(FGV Ð 2014 Ð OAB Ð XIV EXAME DE ORDEM)


Eduardo foi denunciado pelo crime de estupro de vulner‡vel.
Durante a instru•‹o, negou a autoria do crime, afirmando estar,
na Žpoca dos fatos, no munic’pio ÒCÓ, distante dois quil™metros do
local dos fatos. Como a afirmativa n‹o foi corroborada por outros
elementos de convic•‹o, o Juiz entendeu que a palavra da v’tima
deveria ser considerada, condenando Eduardo. A defesa recorreu,
mas ap—s longo debate nos Tribunais Superiores, a decis‹o
transitou em julgado desfavoravelmente ao rŽu. Eduardo dirigiu-
se, ent‹o, ao munic’pio ÒCÓ, em busca de provas que pudessem
apontar a sua inoc•ncia, e, depois de muito procurar, conseguiu as
filmagens de um estabelecimento comercial, que estavam
esquecidas em um galp‹o velho. Nas filmagens, Eduardo aparece
comprando lanche em uma padaria. Com a prova em m‹os,
procura seu advogado.
Assinale a op•‹o que apresenta a provid•ncia a ser adotada pelo
advogado de Eduardo.
a) O advogado deve ingressar com agravo em execu•‹o, pois
Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua inoc•ncia de forma
inconteste.
b) O advogado deve ingressar com revis‹o criminal, pois Eduardo
descobriu uma prova que atesta a sua inoc•ncia de forma
inconteste.
c) O advogado deve ingressar com reclama•‹o constitucional, pois
Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua inoc•ncia de forma
inconteste.
d) O advogado deve ingressar com a•‹o de habeas corpus, pois
Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua inoc•ncia de forma
inconteste.
COMENTçRIOS: Considerando o fato de que o condenado obteve prova
NOVA, capaz de atestar cabalmente sua inoc•ncia, dever‡ o advogado
ajuizar revis‹o criminal, nos termos do art. 621, III do CPP.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

(FGV - 2013 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XI -


PRIMEIRA FASE)
Frida foi condenada pela pr‡tica de determinado crime. Como
nenhuma das partes interp™s recurso da senten•a condenat—ria,
tal decis‹o transitou em julgado, definitivamente, dentro de pouco
tempo. Pablo, esposo de Frida, sempre soube da inoc•ncia de sua
consorte, mas somente ap—s a condena•‹o definitiva Ž que
conseguiu reunir as provas necess‡rias para inocent‡-la. Ocorre
que Frida n‹o deseja vivenciar novamente a angœstia de estar
perante o Judici‡rio, preferindo encarar sua condena•‹o injusta
como um meio de tornar-se uma pessoa melhor.
Nesse sentido, tomando-se por base o caso apresentado e a
medida cab’vel ˆ espŽcie, assinale a afirmativa correta.
a) Pablo pode ingressar com revis‹o criminal em favor de Frida,
ainda que sem a concord‰ncia desta.
b) Caso Frida tivesse sido absolvida com base em falta de provas,
seria poss’vel ingressar com revis‹o criminal para pedir a
mudan•a do fundamento da absolvi•‹o.
c) Da decis‹o que julga a revis‹o criminal s‹o cab’veis, por
exemplo, embargos de declara•‹o, mas n‹o cabe apela•‹o.
d) Caso a senten•a dada ˆ Frida, no caso concreto, a tivesse
condenado mas, ao mesmo tempo, reconhecido a prescri•‹o da
pretens‹o execut—ria, seria incab’vel revis‹o criminal.
COMENTçRIOS: No caso em tela, como Frida Ž viva, e n‹o possui
interesse no ajuizamento da revis‹o criminal, seu c™njuge n‹o poder‡
ajuiz‡-la, pois a legitimidade para o ajuizamento da revis‹o criminal
somente passa ao c™njuge e demais legitimados com a morte do
condenado. Vejamos:
Art. 623. A revis‹o poder‡ ser pedida pelo pr—prio rŽu ou por procurador
legalmente habilitado ou, no caso de morte do rŽu, pelo c™njuge, ascendente,
descendente ou irm‹o.
TambŽm n‹o Ž poss’vel o ajuizamento de revis‹o criminal para
altera•‹o de fundamento da absolvi•‹o, pois a revis‹o criminal s— Ž
cab’vel no caso de condena•‹o, nos termos do art. 621 do CPP:
Art. 621. A revis‹o dos processos findos ser‡ admitida:
I - quando a senten•a condenat—ria for contr‡ria ao texto expresso da lei
penal ou ˆ evid•ncia dos autos;
II - quando a senten•a condenat—ria se fundar em depoimentos,
exames ou documentos comprovadamente falsos;
III - quando, ap—s a senten•a, se descobrirem novas provas de
inoc•ncia do condenado ou de circunst‰ncia que determine ou autorize
diminui•‹o especial da pena.

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Por fim, Ž cab’vel a interposi•‹o de embargos de declara•‹o em face


da decis‹o que julga a revis‹o, mas n‹o apela•‹o, pois est‡ s— Ž cab’vel
em face de senten•as proferidas pelo Juiz singular e das decis›es do
Tribunal do Jœri, e as revis›es criminais s‹o sempre processadas e
julgadas pelos Tribunais:
Art. 593. Caber‡ apela•‹o no prazo de 5 (cinco) dias: (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 263, de 23.2.1948)
I - das senten•as definitivas de condena•‹o ou absolvi•‹o proferidas por
juiz singular; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)
II - das decis›es definitivas, ou com for•a de definitivas, proferidas por
juiz singular nos casos n‹o previstos no Cap’tulo anterior; (Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)
III - das decis›es do Tribunal do Jœri, quando: (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 263, de 23.2.1948)
a) ocorrer nulidade posterior ˆ pronœncia; (Reda•‹o dada pela Lei n¼
263, de 23.2.1948)
b) for a senten•a do juiz-presidente contr‡ria ˆ lei expressa ou ˆ
decis‹o dos jurados; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)
c) houver erro ou injusti•a no tocante ˆ aplica•‹o da pena ou da medida
de seguran•a; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)
d) for a decis‹o dos jurados manifestamente contr‡ria ˆ prova dos
autos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 263, de 23.2.1948)
Os embargos de declara•‹o, por sua vez, s‹o cab’veis tambŽm em
face das decis›es dos Tribunais:
Art. 619. Aos ac—rd‹os proferidos pelos Tribunais de Apela•‹o, c‰maras ou
turmas, poder‹o ser opostos embargos de declara•‹o, no prazo de dois dias
contados da sua publica•‹o, quando houver na senten•a ambiguidade,
obscuridade, contradi•‹o ou omiss‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

2. A‚ÍES AUTïNOMAS DE IMPUGNA‚ÌO

2.1. Habeas corpus


Habeas Corpus significa, em bom portugu•s, ÒTome o corpoÓ, que
significa, em linhas gerais, que a pessoa presa Ž apresentada ao Juiz para
que analise se mantŽm ou n‹o a pris‹o.
Trata-se de um suced‰neo recursal externo. O qu•? Isso
mesmo, trata-se de um instrumento ÒsimilarÓ a um recurso, mas que
com ele n‹o se confunde. O HC, assim como os recursos, Ž um meio de
impugna•‹o a uma decis‹o judicial, mas NÌO ƒ UM RECURSO.
O HC Ž uma A‚ÌO AUTïNOMA DE IMPUGNA‚ÌO, cuja finalidade
Ž preservar a liberdade de qualquer pessoa, quando amea•ada (HC
preventivo) ou conceder a liberdade a uma pessoa que est‡ presa (HC
repressivo).

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O HC possui fundamento na pr—pria Constitui•‹o da Repœblica,


estando previsto no art. 5¡, LXVIII. Vejamos:
LXVIII - conceder-se-‡ "habeas-corpus" sempre que alguŽm sofrer ou se
achar amea•ado de sofrer viol•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de
locomo•‹o, por ilegalidade ou abuso de poder;
O HC est‡ previsto no CPP, no T’tulo referente aos recursos, MAS
NÌO POSSUI NATUREZA RECURSAL. No CPP est‡ previsto em seu art.
647:
Art. 647. Dar-se-‡ habeas corpus sempre que alguŽm sofrer ou se achar na
imin•ncia de sofrer viol•ncia ou coa•‹o ilegal na sua liberdade de ir e vir,
salvo nos casos de puni•‹o disciplinar.

2.1.2. Classifica•‹o
O HC, como dito anteriormente, pode ser:

¥ Repressivo (ou liberat—rio) Ð Quando visa a devolver a liberdade


a alguma pessoa que se encontra presa. Nesse caso, ser‡ expedido
alvar‡ de soltura. Nos termos do art. 660, ¤1¡ do CPP:
Art. 660. Efetuadas as dilig•ncias, e interrogado o paciente, o juiz decidir‡,
fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.
¤ 1o Se a decis‹o for favor‡vel ao paciente, ser‡ logo posto em liberdade,
salvo se por outro motivo dever ser mantido na pris‹o.

¥ Preventivo Ð Aqui o HC Ž utilizado quando a pessoa se encontra


amea•ada em sua liberdade de locomo•‹o, ou seja, ainda n‹o
houve a viola•‹o ˆ liberdade de locomo•‹o. ƒ necess‡rio que esse
risco de vir a ser privada de sua liberdade seja CONCRETO, n‹o
bastando mera suspeita ou mero temor de que isso possa vir a
acontecer um dia. Sendo procedente o pedido de HC preventivo, o
Juiz expedir‡ SALVO-CONDUTO, impedindo-se que a pessoa venha
a ser privada de sua liberdade, EM RAZÌO DOS FATOS OBJETOS
DO HC. Nos termos do ¤4¡ do art. 660 do CPP:
¤ 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar amea•a de
viol•ncia ou coa•‹o ilegal, dar-se-‡ ao paciente salvo-conduto assinado pelo
juiz.

A Doutrina vem admitindo, ainda, uma terceira modalidade de HC,


cuja finalidade Ž suspender atos processuais ou impugnar procedimentos
que possam importar em pris‹o futura da pessoa.
ƒ o chamado HC TRANCATIVO, cuja finalidade Ž determinar o
trancamento de a•‹o penal ajuizada e recebida, mas que n‹o preenche os
requisitos (aus•ncia de condi•›es da a•‹o, fato j‡ prescrito, etc.). Nesse
caso, Ž leg’tima a impetra•‹o de HC para que seja trancada a a•‹o penal,
que Ž uma amea•a ˆ liberdade do indiv’duo. O STF (sœmula 693) s—
admite esse tipo de HC se o crime Ž punido com PRIVA‚ÌO DA
LIBERDADE. Se a pena cominada Ž apenas a multa, n‹o h‡

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possibilidade de, no futuro, vir a acontecer a priva•‹o ilegal da liberdade


do acusado, de forma que o remŽdio correto, nesse caso, seria um
MANDADO DE SEGURAN‚A.42
CUIDADO! O STJ vem admitindo, ainda, o HC trancativo para
determinar o trancamento de InquŽritos Policiais que se afigurem como
constrangimento ilegal, por n‹o haver lastro probat—rio m’nimo ou por
haver elementos jur’dicos que impediriam futura a•‹o penal (flagrante
atipicidade da conduta, manifesta exist•ncia de causa de exclus‹o da
ilicitude, prescri•‹o, etc.).

2.1.3. Sujeitos do HC

O HC possui tr•s sujeitos:

¥ Impetrante Ð ƒ aquele que aju’za o HC. Qualquer pessoa pode


impetrar um HC em seu favor ou em favor de outra pessoa.
Inclusive o MP pode impetrar o HC em favor de alguŽm. NÌO
SE EXIGE CAPACIDADE POSTULATîRIA (N‹o Ž necess‡ria a
presen•a de advogado). A PESSOA JURêDICA PODE IMPETRAR
HC. Os inimput‡veis e doentes mentais TAMBƒM PODEM
IMPETRAR HC (Trata-se da maior legitimidade ativa do nosso
ordenamento jur’dico). Nos termos do art. 654 do CPP:
Art. 654. O habeas corpus poder‡ ser impetrado por qualquer pessoa, em seu
favor ou de outrem, bem como pelo MinistŽrio Pœblico.

Inclusive o ANALFABETO poder‡ IMPETRAR HC. ƒ o que


podemos extrair do art. 654, ¤1¡, c do CPP:
¤ 1o A peti•‹o de habeas corpus conter‡:
a) o nome da pessoa que sofre ou est‡ amea•ada de sofrer viol•ncia ou
coa•‹o e o de quem exercer a viol•ncia, coa•‹o ou amea•a;
b) a declara•‹o da espŽcie de constrangimento ou, em caso de simples
amea•a de coa•‹o, as raz›es em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguŽm a seu rogo, quando n‹o
souber ou n‹o puder escrever, e a designa•‹o das respectivas resid•ncias.

CUIDADO! O Juiz n‹o pode impetrar HC, mas pode conced•-lo sem que
haja pedido (de of’cio). S‹o coisas parecidas, mas s‹o diferentes. Nos
termos do ¤2¡ do art. 654 do CPP:
¤ 2o Os ju’zes e os tribunais t•m compet•ncia para expedir de of’cio ordem
de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguŽm sofre
ou est‡ na imin•ncia de sofrer coa•‹o ilegal.


42
O mesmo se aplica no caso de j‡ estar extinta a punibilidade. J‡ estando extinta a
pena privativa de liberdade, n‹o cabe HC, nos termos da sœmula 695 do STF:
Sœmula 695
N‹o Ž cab’vel Habeas Corpus quando j‡ extinta a pena privativa de liberdade.

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Impetrado o HC, cumpridas as poucas formalidades previstas no ¤1¡


do art. 654, o Juiz poder‡ determinar que o paciente seja colocado
em sua presen•a (art. 656 do CPP), caso esteja preso.
No caso de o Juiz determinar a apresenta•‹o do preso, aquele que
est‡ mantendo o paciente preso n‹o poder‡ negar a apresenta•‹o deste
ao Juiz, salvo em alguns casos espec’ficos. Vejamos:
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusar‡ a sua
apresenta•‹o, salvo:
I - grave enfermidade do paciente;
Il - n‹o estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a deten•‹o;
III - se o comparecimento n‹o tiver sido determinado pelo juiz ou pelo
tribunal.

O Juiz, entretanto, no caso do inciso I (doen•a), poder‡ se dirigir


atŽ o local onde o paciente se encontra.
Caso o Juiz verifique que a amea•a ou coa•‹o j‡ cessou quando
do recebimento do HC, declarar‡ este prejudicado (art. 659 do CPP).
Ap—s efetuadas todas as dilig•ncias e ouvido o paciente, o Juiz
decidir‡, em 24h, se concede ou n‹o a ordem de HC (art. 660 do CPP).
Caso se trate de HC repressivo, e sendo concedida a ordem, como
disse antes, ser‡ expedido alvar‡ de soltura (¤1¡ do art. 660). Caso
se trate de HC preventivo, ser‡ expedido SALVO-CONDUTO (¤4¡ do
art. 660 do CPP).
Em qualquer dos dois casos (J‡ ter havido a pris‹o ou estar na
imin•ncia de ocorrer), sendo concedida a ordem de HC, ser‡
imediatamente enviada c—pia ˆ autoridade coatora, nos termos do ¤5¡ do
art. 660 do CPP.
CUIDADO! Embora n‹o haja previs‹o expressa na lei nesse sentido, a
Doutrina e a Jurisprud•ncia entendem ser plenamente cab’vel a
concess‹o de liminar em HC.

Vamos ver algumas quest›es relevantes acerca do HC:


ü A Doutrina e a Jurisprud•ncia NÌO admitem mais a utiliza•‹o
do HC como substituto recursal, ou seja, sua utiliza•‹o ao invŽs
da utiliza•‹o do recurso cab’vel43.
ü A Jurisprud•ncia n‹o tem admitido a impetra•‹o de HC contra ato
de indeferimento de liminar em HC!


43
Ver, por todos: (HC 258.954/RJ, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA
CONVOCADA DO TJ/SE), SEXTA TURMA, julgado em 27/05/2014, DJe 10/11/2014)

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ü O Assistente de acusa•‹o n‹o pode intervir no HC.


ü O HC n‹o comporta dila•‹o probat—ria, ou seja, o impetrante
deve provar, DE PLANO, a ilegalidade da coa•‹o.
ü ƒ incab’vel o HC para impugnar decis‹o que defere a
interven•‹o do assistente de acusa•‹o na a•‹o penal.44
ü A pris‹o administrativa (aquela que n‹o foi determinada pelo
Judici‡rio), ˆ exce•‹o do flagrante delito, foi abolida do nosso
ordenamento jur’dico. Caso seja praticada, poder‡ ser impetrado
HC em face dessa ilegalidade.
ü ƒ poss’vel a impetra•‹o de HC para evitar que o paciente seja
algemado, ou para que cesse o ato, quando esta medida seja ilegal
(n‹o esteja dentre as exce•›es previstas na sœmula vinculante n¡
11 do STF).
ü ƒ incab’vel a utiliza•‹o do HC para atacar ato de puni•‹o
disciplinar militar (pris‹o do militar), salvo se a pris‹o foi
determinada de maneira ilegal (por autoridade incompetente,
etc.), mas n‹o o mŽrito da medida.

2.2. Mandado de Seguran•a em MatŽria Criminal

O estudo do mandado de seguran•a no processo penal n‹o est‡


relacionado ao seu processamento, mas ˆs suas hip—teses de cabimento.
O Mandado de Seguran•a, como n—s sabemos, Ž um dos chamados
ÒremŽdios constitucionaisÓ, Ž uma a•‹o aut™noma de impugna•‹o a
um ato do Poder Pœblico, podendo ser usado, inclusive, como substituto
recursal, inclusive no processo penal.
Vejamos a reda•‹o constitucional acerca do cabimento do Mandado
de Seguran•a. Vejamos:
Art. (...)
LXIX - conceder-se-‡ mandado de seguran•a para proteger direito l’quido e
certo, n‹o amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o
respons‡vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pœblica ou
agente de pessoa jur’dica no exerc’cio de atribui•›es do Poder Pœblico;

Vejam que a primeira exig•ncia Ž a de que se trate de DIREITO


LêQUIDO E CERTO, ou seja, n‹o se admite dila•‹o probat—ria no MS, de
forma que o impetrante (aquele que aju’za o MS) deve provar que tem o
direito no momento em que aju’za a a•‹o (Sim, o MS Ž uma a•‹o, n‹o
um recurso).


44
Ver, por todos: (RHC 31.667/ES, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
28/05/2013, DJe 11/06/2013)

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Exige-se, ainda, que este direito que o impetrante alega possuir n‹o
seja amparado nem por Habeas Corpus nem por Habeas Data. Aqui, nos
interessa apenas a primeira hip—tese.
N‹o sendo poss’vel a impetra•‹o de MS quando for poss’vel o
ajuizamento de HC, resta evidente que NÌO SERç CABêVEL MS quando
a LIBERDADE DE LOCOMO‚ÌO estiver em jogo. Por qu•? Porque a se
a liberdade de locomo•‹o estiver em jogo, caber‡ HC, nos termos do art.
5¼, LXVIII da CRFB/88:
Art. (...)
LXVIII - conceder-se-‡ "habeas-corpus" sempre que alguŽm sofrer ou se
achar amea•ado de sofrer viol•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de
locomo•‹o, por ilegalidade ou abuso de poder;

Ora, disso podemos tirar uma conclus‹o: Se a decis‹o interfere


direta ou indiretamente em pena privativa de liberdade, caso n‹o haja
nenhum recurso dispon’vel para atacar a decis‹o judicial, dever‡ ajuizar
HABEAS CORPUS, n‹o sendo cab’vel o MS.
Por outro lado, n‹o tendo a decis‹o qualquer rela•‹o com pena
privativa de liberdade, n‹o h‡ qualquer amea•a ˆ liberdade de locomo•‹o
do indiv’duo, de maneira que, eventual impugna•‹o a uma decis‹o
judicial, para a qual n‹o haja recurso previsto, dever‡ ser feita mediante
MS.
O STF, neste sentido, editou o verbete de n¼ 693 de sua
sœmula de jurisprud•ncia:

Sœmula 693 do STF


"N‹o cabe habeas corpus contra decis‹o condenat—ria ˆ pena de multa, ou relativo a
processo em curso por infra•‹o penal a que a pena pecuni‡ria seja a œnica cominada."

O MS dever‡ ser impetrado no prazo de 120 dias, direcionado ˆ


autoridade Judici‡ria imediatamente superior ˆquela que proferiu a
decis‹o, ou, no caso de decis‹o judicial proferida por —rg‹o fracion‡rio de
Tribunal, ser‡ direcionado ao Plen‡rio do Tribunal, nos moldes das
compet•ncias constitucionais definidas na pr—pria Constitui•‹o Federal.
As hip—teses mais comuns de cabimento do MS em matŽria
criminal s‹o:
¥ Decis‹o que indefere a habilita•‹o do assistente de acusa•‹o
(art. 273 do CPP).
¥ Decis‹o que determina o sequestro de bens do acusado, sem

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respeitar os dispositivos legais (art. 126 do CPP).


¥ Decis‹o que indefere a restitui•‹o de bens apreendidos.
¥ Para garantir ao advogado o acesso aos autos de inquŽrito
policial quando este direito estiver sendo obstado pela
autoridade policial.

3. RESUMO
RECURSOS
TEORIA GERAL
Conceito - Meios volunt‡rios de impugna•‹o ˆs decis›es judiciais,
interpostos no curso do processo, ou seja, s‹o utilizados dentro da
mesma rela•‹o jur’dico-processual.
Finalidade - Reverter uma decis‹o judicial desfavor‡vel, seja
modificando, anulando, esclarecendo ou integrando a decis‹o impugnada.

Ju’zo de admissibilidade
Verifica•‹o do preenchimento dos pressupostos recursais de
admissibilidade do recurso. Em regra, o ju’zo de admissibilidade Ž
realizado tanto pelo Ju’zo a quo (aquele que proferiu a decis‹o) quanto
pelo Ju’zo ad quem (aquele que vai efetivamente julgar o recurso).
EXCE‚ÍES:
§ O pr—prio ju’zo que proferiu a decis‹o for o respons‡vel pelo
julgamento do recurso (ex.: embargos de declara•‹o) Ð Neste caso
s— h‡ ju’zo a quo.
§ O recurso Ž interposto diretamente perante o ju’zo ad quem (Ex.:
Carta testemunh‡vel) Ð Neste caso o ju’zo a quo n‹o participa do
ju’zo de admissibilidade.

Pressupostos processuais
§ Intr’nsecos Ð Relacionados ao pr—prio direito de recorrer
(cabimento, legitimidade recursal, etc.).
§ Extr’nsecos Ð Relacionados ˆ forma pela qual o recurso Ž
manejado (tempestividade, regularidade formal, etc.).

Ju’zo de mŽrito
An‡lise do recurso, propriamente dita. Sendo positivo o ju’zo de
admissibilidade, o —rg‹o julgador adentrar‡ ao mŽrito e apreciar‡ o
recurso, dando provimento a ele ou n‹o. O mŽrito do recurso pode estar
fundamentado em:
§ Error in procedendo Ð Alega•‹o de algum erro processual
cometido pelo Juiz, que conduz ˆ anula•‹o da decis‹o.

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§ Error in judicando Ð Alega•‹o de Òinjusti•aÓ da decis‹o, ou seja, o


Juiz julgou de uma forma que o recorrente entende n‹o ser a que
condiz com o ordenamento jur’dico. Visa ˆ reforma da decis‹o.

Efeitos dos recursos


§ Efeito obstativo Ð O recurso, quando interposto, impede a
ocorr•ncia da preclus‹o temporal.
§ Efeito devolutivo Ð ƒ o efeito mediante o qual o recorrente devolve
ao Tribunal a compet•ncia para conhecer a matŽria impugnada e
apreciar o recurso.
§ Efeito suspensivo Ð O efeito suspensivo n‹o est‡ presente em
todos os recursos, e diz respeito ˆ impossibilidade de a decis‹o
impugnada produzir efeitos enquanto n‹o for julgado o recurso.
§ Efeito Translativo Ð Refere-se ˆ possibilidade de o Tribunal
conhecer, de of’cio, determinadas matŽrias que n‹o foram
impugnadas pelo recorrente.
§ Efeito substitutivo Ð ƒ o efeito que implica na substitui•‹o da
decis‹o recorrida pela decis‹o do ju’zo ad quem, seja mantendo ou
reformando a decis‹o atacada.
§ Efeito regressivo (ou iterativo ou diferido) Ð O efeito regressivo
tambŽm n‹o est‡ presente em todos os recursos, e Ž o efeito que
permite ao prolator da decis‹o se retratar da decis‹o proferida,
evitando a remessa ao —rg‹o ad quem (—rg‹o recursal).
§ Efeito Extensivo Ð Decorre da necessidade de que haja isonomia no
julgamento de todos aqueles que respondem pelo mesmo fato.
Assim, se um dos corrŽus interp›e recurso, a decis‹o desse recurso
se estende aos demais, SALVO SE FUNDADA EM RAZÍES DE
CARçTER ESTRITAMENTE PESSOAL.

Princ’pios recursais
§ Duplo grau de jurisdi•‹o Ð Toda decis‹o deve estar submetida ˆ
reaprecia•‹o por outro —rg‹o do Judici‡rio, que lhe Ž superior. A
maior parte da Doutrina entende que este princ’pio n‹o est‡
expressamente previsto na Constitui•‹o como sendo obrigat—rio
em todos os casos.
§ Taxatividade Ð Somente se pode considerar como recurso aquele
que est‡ previsto expressamente em Lei, n‹o existindo hip—tese de
recursos sem previs‹o legal.
§ Singularidade (Ou unirrecorribilidade ou unicidade) Ð ƒ o
princ’pio segundo o qual para cada decis‹o somente Ž cab’vel um
œnico recurso.
§ Voluntariedade Ð A exist•ncia do recurso s— pode decorrer da
vontade da parte, n‹o existindo hip—tese de recurso obrigat—rio.
§ Fungibilidade Ð O princ’pio da fungibilidade recursal determina que,
interposto um recurso de maneira errada pela parte, Ž

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poss’vel que o —rg‹o recursal receba este recurso como sendo


o correto, desde que inexista m‡-fŽ.
§ Non reformatio in pejus Ð O recurso interposto pela defesa NUNCA
poder‡ ser julgado de forma a agravar a situa•‹o do rŽu. OBS.:
Veda-se, ainda, a aplica•‹o da reformatio in pejus indireta.
§ Complementariedade Ð O recorrente poder‡ complementar a
fundamenta•‹o de seu recurso (raz›es recursais) quando a decis‹o
atacada for modificada ap—s a apresenta•›es das raz›es recursais.
§ Colegialidade Ð Princ’pio nem sempre trabalhado pela Doutrina,
prega que a parte tem direito de, uma vez recorrendo, ter seu
recurso apreciado por um —rg‹o colegiado.

RECURSOS EM ESPƒCIE
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Cabimento Ð Destina-se a impugnar decis›es interlocut—rias. Contudo, o
RESE s— poder‡ ser manejado nas hip—teses TAXATIVAMENTE
previstas no art. 581 do CPP. OBS.: JURISPRUDæNCIA vem admitindo o
cabimento do RESE em situa•›es an‡logas ˆs do art. 581 do CPP.
T—picos importantes quanto ao cabimento:
§ Decis‹o que julga extinta a punibilidade Ð Se estiver no corpo da
senten•a, o recurso ser‡ a apela•‹o. Logo, s— cabe o RESE se a
decis‹o for isolada. Se a decis‹o for proferida em sede de
EXECU‚ÌO PENAL, caber‡ o AGRAVO em execu•‹o.
§ Toda e qualquer decis‹o proferida pelo Juiz da execu•‹o penal ser‡
atac‡vel mediante agravo em execu•‹o. Assim, todas as hip—teses
do art. 581 que tratam de situa•›es durante o cumprimento da pena,
foram tacitamente revogadas pelo art. 197 da LEP.

Processamento
Prazo - 05 DIAS, salvo na hip—tese do inciso XIV, na qual o prazo
ser‡ de 20 DIAS.
EXCE‚ÌO: O prazo para o assistente de acusa•‹o, NÌO HABILITADO,
interpor o RESE contra decis‹o que declara extinta a punibilidade, ser‡
de 15 dias, contados a partir do momento em que termina o prazo para
o oferecimento do recurso pelo MP.
Forma Ð Por peti•‹o ou por termo nos autos.
Raz›es Ð Devem ser apresentadas em 02 dias.
Ju’zo de retrata•‹o Ð O Juiz poder‡, em 02 dias, reformar sua decis‹o
(efeito regressivo do recurso).

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§ Apela•‹o interposta contra senten•a absolut—ria pr—pria Ð N‹o


possui efeito suspensivo.
§ Apela•‹o interposta contra senten•a absolut—ria impr—pria Ð
Possui efeito suspensivo.
§ Apela•‹o interposta contra senten•a condenat—ria Ð Possui
efeito suspensivo.
§ Apela•‹o interposta pelo assistente de acusa•‹o Ð N‹o possui
efeito suspensivo.

Processamento
Interposi•‹o Ð Perante o Juiz que proferiu a decis‹o. Ap—s a
apresenta•‹o das raz›es e contrarraz›es, sobe ao Tribunal.
REGRA - Sobe ao Tribunal junto com os autos principais. EXCE‚ÌO:
Subir‡ por traslado se houver dois ou mais rŽus e algum deles n‹o tiver
sido julgado, ou tendo sido julgado, n‹o tiver apelado.

EMBARGOS INFRINGENTES
Conceito - Cab’vel quando, durante o julgamento de um recurso
(apela•‹o ou RESE), em segunda inst‰ncia, houver decis‹o n‹o-un‰nime
DESFAVORçVEL AO RƒU.
Prazo Ð 10 dias.
Efeitos Ð N‹o possui efeito suspensivo nem regressivo.

EMBARGOS DE DECLARA‚ÌO
Conceito - Os embargos de declara•‹o s‹o o recurso cab’vel para sanar
alguma obscuridade, omiss‹o, ambiguidade ou contradi•‹o na
decis‹o.
Prazo Ð 02 dias.
Forma - S— podem ser opostos por PETI‚ÌO, e n‹o por termo nos
autos.
Efeitos Ð Interrompe o prazo para a interposi•‹o dos demais recursos.

CARTA TESTEMUNHçVEL
Cabimento - Cab’vel quando n‹o recebido o recurso que deva ser
remetido ˆ inst‰ncia superior ou, embora recebido, n‹o seja remetido ˆ
inst‰ncia superior. Possui natureza RESIDUAL (s— Ž cab’vel se n‹o for
previsto outro recurso para a hip—tese).
Interposi•‹o Ð Dirigida ao Escriv‹o.
Prazo Ð 48 horas.
Processamento Ð O mesmo tr‰mite do recurso que n‹o foi admitido.
Efeito suspensivo Ð N‹o possui.
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Anulado o processo

OBS.: Nunca poder‡ ser agravada a situa•‹o do rŽu (non reformatio in


pejus).

HABEAS CORPUS
Natureza - Trata-se de um suced‰neo recursal externo. Um
instrumento similar a um recurso, mas n‹o Ž recurso, pois Ž uma a•‹o
aut™noma (um novo processo).
EspŽcies
§ Preventivo - Finalidade Ž preservar a liberdade de qualquer
pessoa, quando h‡ risco de viola•‹o a este direito.
§ Repressivo Ð Fazer cessar viola•‹o ˆ liberdade.
OBS.: Doutrina e Jurisprud•ncia admitem, ainda, uma terceira
modalidade de HC, cuja finalidade Ž suspender atos processuais ou
impugnar procedimentos que possam importar em pris‹o futura da
pessoa. ƒ o chamado HC TRANCATIVO.
OBS.: N‹o se admite HC para determinar o trancamento de a•‹o penal ou
IP quando se trata de infra•‹o penal em que n‹o h‡ possibilidade de
aplica•‹o de pena privativa de liberdade (sœmula 693 do STF).

Sujeitos do HC

§ Impetrante Ð ƒ aquele que aju’za o HC. Qualquer pessoa pode


impetrar um HC em seu favor ou em favor de outra pessoa.
Inclusive o MP pode impetrar o HC em favor de alguŽm. NÌO SE
EXIGE CAPACIDADE POSTULATîRIA (N‹o Ž necess‡ria a presen•a de
advogado). A PESSOA JURêDICA PODE IMPETRAR HC. CUIDADO! O
Juiz n‹o pode impetrar HC, mas pode conced•-lo sem que haja
pedido (de of’cio).
§ Paciente Ð ƒ aquela pessoa em favor da qual se impetra o HC
(Impetrante e paciente podem ser, portanto, a mesma pessoa).
§ Coator Ð ƒ a autoridade (ou o particular) que privou a liberdade de
locomo•‹o da pessoa ou que est‡ amea•ando privar a liberdade da
pessoa.

Cabimento
Considera-se ilegal a priva•‹o da liberdade quando:
§ N‹o houver justa causa;
§ AlguŽm estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
§ Quem ordenar a coa•‹o n‹o tiver compet•ncia para faz•-lo;
§ Houver cessado o motivo que autorizou a coa•‹o;
§ N‹o for alguŽm admitido a prestar fian•a, nos casos em que a lei a
autoriza;
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drogas.
Diante das intima•›es realizadas, insatisfeito com as decis›es proferidas,
Vin’cius, para combater as decis›es prejudiciais a Gilmar e Rubens, dever‡
apresentar
A) Recurso Ordin‡rio Constitucional e Recurso em Sentido Estrito,
respectivamente.
B) Recurso em Sentido Estrito, nos dois casos.
C) Recurso Ordin‡rio Constitucional, nos dois casos.
D) Recurso Especial e Recurso Ordin‡rio Constitucional, respectivamente.

02. (FGV Ð 2017 Ð OAB Ð XXIV EXAME DE ORDEM)


Jo‹o foi denunciado pela pr‡tica do crime de furto qualificado previsto no Art.
155, ¤ 4o, inciso I, do C—digo Penal. Em primeira inst‰ncia, Jo‹o foi absolvido.
Em sede de recurso de apela•‹o apresentado pelo MinistŽrio Pœblico, houve
provimento parcial do recurso, sendo o agente condenado de maneira un‰nime.
Apesar da unanimidade na condena•‹o, o reconhecimento da qualificadora
restou afastado por maioria de votos. Ademais, um dos desembargadores ainda
votou pelo reconhecimento do privilŽgio do Art. 155, ¤ 2o, do CP, mas restou
isolado e vencido.
Insatisfeito com a condena•‹o pelo furto simples, o MinistŽrio Pœblico apresenta
embargos infringentes em busca do reconhecimento da qualificadora.
Considerando apenas as informa•›es narradas, Ž correto afirmar que o
advogado de Jo‹o, sob o ponto de vista tŽcnico, dever‡ defender
A) o n‹o conhecimento dos embargos infringentes apresentados pelo MinistŽrio
Pœblico e apresentar recurso de embargos infringentes em busca da absolvi•‹o
de Jo‹o.
B) o conhecimento e n‹o provimento dos embargos infringentes apresentados
pelo MinistŽrio Pœblico e apresentar embargos infringentes em busca do
reconhecimento do privilŽgio.
C) o n‹o conhecimento dos embargos infringentes apresentados pelo MinistŽrio
Pœblico e apresentar embargos infringentes em busca do reconhecimento do
privilŽgio.
D) o conhecimento e n‹o provimento dos embargos do MinistŽrio Pœblico e n‹o
poder‡ apresentar recurso de embargos infringentes.

03. (FGV Ð 2017 Ð OAB - XXIII EXAME DE ORDEM)


Vitor, corretor de im—veis, est‡ sendo investigado em inquŽrito policial.
Considerando que o delegado vem atuando com abuso e colocando em
risco a liberdade de Vitor, o advogado do investigado apresenta habeas
corpus perante o —rg‹o competente. Quando da an‡lise do habeas corpus,
a autoridade competente entende por denegar a ordem.
Considerando as informa•›es narradas, o advogado de Vitor poder‡
recorrer da decis‹o que denegou a ordem por meio de

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A) recurso em sentido estrito, tendo em vista que o Tribunal de Justi•a


foi o —rg‹o competente para an‡lise do habeas corpus apresentado em
raz‹o da conduta do delegado.
B) recurso em sentido estrito, tendo em vista que o juiz de primeiro grau
era competente para a an‡lise do habeas corpus apresentado em raz‹o
da conduta do delegado.
C) recurso ordin‡rio constitucional, tendo em vista que o Tribunal de
Justi•a foi o —rg‹o competente para an‡lise do habeas corpus
apresentado em raz‹o da conduta do delegado.
D) recurso ordin‡rio constitucional, tendo em vista que o juiz de primeiro
grau era competente para a an‡lise do habeas corpus apresentado em
raz‹o da conduta do delegado.

04. (FGV Ð 2017 Ð OAB Ð XXII EXAME DE ORDEM)


Daniel foi autor de um crime de homic’dio doloso consumado em desfavor
de William. Ap—s a denœncia e ao fim da primeira fase do procedimento
bif‡sico dos crimes dolosos contra a vida, Daniel foi pronunciado.
Inconformado, o advogado do acusado interp™s o recurso cab’vel, mas o
juiz de primeira inst‰ncia, ao realizar o primeiro ju’zo de admissibilidade,
negou seguimento ao recurso. Novamente inconformado com a decis‹o, o
defensor de Daniel impetrou nova medida.
Considerando a situa•‹o narrada, assinale a op•‹o que indica o recurso
interposto da decis‹o de pronœncia e a medida para combater a decis‹o
que denegou o recurso anterior, respetivamente.
A) Apela•‹o e Recurso em Sentido Estrito.
B) Recurso em Sentido Estrito e novo Recurso em Sentido Estrito.
C) Recurso em Sentido Estrito e Carta Testemunh‡vel.
D) Apela•‹o e Carta Testemunh‡vel.

05. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM)


JosŽ foi absolvido em 1» inst‰ncia ap—s ser denunciado pela pr‡tica de um
crime de extors‹o em face de Marina. O MinistŽrio Pœblico interp™s
recurso de apela•‹o, sendo a senten•a de primeiro grau reformada pelo
Tribunal de Justi•a de Santa Catarina para condenar o rŽu ˆ pena de 05
anos, sendo certo que o ac—rd‹o transitou em julgado. Sete anos depois
da condena•‹o, j‡ tendo cumprido integralmente a pena, JosŽ vem a
falecer. Posteriormente, Caio, filho de JosŽ, encontrou um v’deo no qual
foi gravada uma conversa de JosŽ e Marina, onde esta admite que mentiu
ao dizer que foi v’tima do crime pelo qual JosŽ foi condenado, mas que a
atitude foi tomada por ciœmes. Caio, ent‹o, procura o advogado da
fam’lia.
Diante da situa•‹o narrada, Ž correto afirmar que Caio, atravŽs de seu
advogado,

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A) n‹o poder‡ apresentar revis‹o criminal, pois a pena de JosŽ j‡ havia


sido extinta pelo cumprimento.
B) n‹o poder‡ apresentar revis‹o criminal, pois o acusado, que Ž quem
teria legitimidade, j‡ Ž falecido.
C) poder‡ apresentar revis‹o criminal, sendo competente para
julgamento o Superior Tribunal de Justi•a.
D) poder‡ apresentar revis‹o criminal, sendo competente para
julgamento o Tribunal de Justi•a de Santa Catarina.

06. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM)


Antônio foi denunciado e condenado pela pr‡tica de um crime de roubo
simples ˆ pena privativa de liberdade de 4 anos de reclus‹o, a ser
cumprido em regime fechado, e 10 dias-multa. Publicada a sentença no
Di‡rio Oficial, o advogado do rŽu se manteve inerte. Antônio, que estava
preso, foi intimado pessoalmente, em momento posterior, manifestando
interesse em recorrer do regime de pena aplicado. Diante disso, 2 dias
ap—s a intimaç‹o pessoal de Antônio, mas apenas 10 dias ap—s a
publicaç‹o no Di‡rio Oficial, sua defesa tŽcnica interpôs recurso de
apelaç‹o. O juiz de primeira instância denegou a apelaç‹o, afirmando a
intempestividade.
Contra essa decis‹o, o advogado de Antônio dever‡ apresentar
A) Recurso de Agravo.
B) Carta Testemunh‡vel.
C) Recurso Ordin‡rio Constitucional.
D) Recurso em Sentido Estrito.

07. (FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVII EXAME DE ORDEM)


Ap—s regular instru•‹o processual, Fl‡vio foi condenado pela pr‡tica do
crime de tr‡fico il’cito de entorpecentes a uma pena privativa de liberdade
de cinco anos de reclus‹o, a ser cumprida em regime inicial fechado, e
500 dias-multa. Intimado da senten•a, sem assist•ncia da defesa tŽcnica,
Fl‡vio renunciou ao direito de recorrer, pois havia confessado a pr‡tica
delitiva. Rafael, advogado de Fl‡vio, porŽm, interp™s recurso de apela•‹o
dentro do prazo legal, buscando a mudan•a do regime de pena.
Neste caso, Ž correto dizer que o recurso apresentado por Rafael
a) n‹o poder‡ ser conhecido, pois houve renœncia por parte de Fl‡vio,
mas nada impede que o Tribunal, de of’cio, melhore a situa•‹o do
acusado.
b) dever‡ ser conhecido, pois n‹o Ž admiss’vel a renœncia ao direito de
recorrer, no ‰mbito do processo penal.

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c) n‹o poder‡ ser conhecido, pois a renœncia expressa de Fl‡vio n‹o pode
ser retratada, n‹o podendo o Tribunal, de of’cio, alterar a decis‹o do
magistrado.
d) dever‡ ser conhecido, pois a renœncia foi manifestada sem assist•ncia
do defensor.

08. (FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVII EXAME DE ORDEM)


Marcelo foi denunciado pela pr‡tica de um crime de furto. Entendendo
que n‹o haveria justa causa, antes mesmo de citar o acusado, o
magistrado n‹o recebeu a denœncia. Diante disso, o MinistŽrio Pœblico
interp™s o recurso adequado. Analisando a hip—tese, Ž correto afirmar que
a) o recurso apresentado pelo MinistŽrio Pœblico foi de apela•‹o.
b) apesar de ainda n‹o ter sido citado, Marcelo deve ser intimado para
apresentar contrarraz›es ao recurso, sob pena de nulidade.
c) mantida a decis‹o do magistrado pelo Tribunal, n‹o poder‡ o MinistŽrio
Pœblico oferecer nova denœncia pelo mesmo fato, ainda que surjam
provas novas.
d) antes da rejei•‹o da denœncia, deveria o magistrado ter citado o rŽu
para apresentar resposta ˆ acusa•‹o.

09. (FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVI EXAME DA OAB)


Scott procurou um advogado, pois tinha a inten•‹o de ingressar com
queixa-crime contra dois vizinhos que vinham lhe injuriando
constantemente. Narrados os fatos e conferida procura•‹o com poderes
especiais, o patrono da v’tima ingressou com a a•‹o penal no Juizado
Especial Criminal, —rg‹o efetivamente competente, contudo o magistrado
rejeitou a queixa apresentada.
Dessa decis‹o do magistrado caber‡
a) recurso em sentido estrito, no prazo de 05 dias.
b) apela•‹o, no prazo de 05 dias.
c) recurso em sentido estrito, no prazo de 02 dias.
d) apela•‹o, no prazo de 10 dias.

10. (FGV Ð 2014 Ð OAB Ð XV EXAME DE ORDEM)


Tiago e Andrea agiram em concurso de agentes em determinado crime. O
processo segue seu curso natural, culminando com senten•a
condenat—ria, na qual os dois s‹o condenados. Quando da interposi•‹o do
recurso, apenas Andrea apela. O recurso Ž julgado. Na decis‹o, fundada
em motivos que n‹o s‹o de car‡ter exclusivamente pessoal, os julgadores
decidem pela absolvi•‹o de Andrea.
Nesse sentido, diante apenas das informa•›es apresentadas pelo
enunciado, assinale a afirmativa correta

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a) Andrea ser‡ absolvida e Tiago continuar‡ condenado, devido ao fato de


a decis‹o ter sido fundada em motivos que n‹o s‹o de car‡ter
exclusivamente pessoal.
b) Andrea e Tiago ser‹o absolvidos, pois os efeitos da decis‹o ser‹o
estendidos a este, devido ao fato de a decis‹o ter sido fundada em
motivos que n‹o s‹o de car‡ter exclusivamente pessoal.
c) Andrea e Tiago ser‹o absolvidos, porŽm ser‡ necess‡rio interpor
Recurso Especial
d) Andrea ser‡ absolvida e Tiago continuar‡ condenado, pois n‹o interp™s
recurso

11. (FGV Ð 2014 Ð OAB Ð XIV EXAME DE ORDEM)


Eduardo foi denunciado pelo crime de estupro de vulner‡vel. Durante a
instru•‹o, negou a autoria do crime, afirmando estar, na Žpoca dos fatos,
no munic’pio ÒCÓ, distante dois quil™metros do local dos fatos. Como a
afirmativa n‹o foi corroborada por outros elementos de convic•‹o, o Juiz
entendeu que a palavra da v’tima deveria ser considerada, condenando
Eduardo. A defesa recorreu, mas ap—s longo debate nos Tribunais
Superiores, a decis‹o transitou em julgado desfavoravelmente ao rŽu.
Eduardo dirigiu-se, ent‹o, ao munic’pio ÒCÓ, em busca de provas que
pudessem apontar a sua inoc•ncia, e, depois de muito procurar,
conseguiu as filmagens de um estabelecimento comercial, que estavam
esquecidas em um galp‹o velho. Nas filmagens, Eduardo aparece
comprando lanche em uma padaria. Com a prova em m‹os, procura seu
advogado.
Assinale a op•‹o que apresenta a provid•ncia a ser adotada pelo
advogado de Eduardo.
a) O advogado deve ingressar com agravo em execu•‹o, pois Eduardo
descobriu uma prova que atesta a sua inoc•ncia de forma inconteste.
b) O advogado deve ingressar com revis‹o criminal, pois Eduardo
descobriu uma prova que atesta a sua inoc•ncia de forma inconteste.
c) O advogado deve ingressar com reclama•‹o constitucional, pois
Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua inoc•ncia de forma
inconteste.
d) O advogado deve ingressar com a•‹o de habeas corpus, pois Eduardo
descobriu uma prova que atesta a sua inoc•ncia de forma inconteste.

12. (FGV Ð 2012 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)


Em rela•‹o aos meios de impugna•‹o de decis›es judiciais, assinale
a afirmativa INCORRETA.
a) Caber‡ recurso em sentido estrito contra a decis‹o que rejeitar a
denœncia, podendo o magistrado, entretanto, ap—s a apresenta•‹o das
raz›es recursais, reconsiderar a decis‹o proferida.

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b) Caber‡ apela•‹o contra a decis‹o que impronunciar o acusado, a


qual ter‡ efeito meramente devolutivo.
c) Caber‡ recurso em sentido estrito contra a decis‹o que receber a
denœncia oferecida contra funcion‡rio pœblico por delito pr—prio, o qual
ter‡ duplo efeito.
d) Caber‡ apela•‹o contra a decis‹o que rejeitar a queixa- crime
oferecida perante o Juizado Especial Criminal, a qual ter‡ efeito
meramente devolutivo.

13. (FGV Ð 2012 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)


Com base no C—digo de Processo Penal, acerca dos recursos, assinale a
alternativa correta.
a) Todos os recursos t•m efeito devolutivo, e alguns t•m tambŽm os
efeitos suspensivo e iterativo.
b) O recurso de apela•‹o sempre deve ser interposto no prazo de cinco
dias a contar da intima•‹o, devendo as raz›es ser interpostas no prazo de
oito dias.
c) Apesar do princ’pio da complementaridade, Ž defeso ao recorrente
complementar a fundamenta•‹o de seu recurso quando houver
complementa•‹o da decis‹o recorrida.
d) A carta testemunh‡vel tem o objetivo de provocar o reexame da
decis‹o que denegar ou impedir seguimento de recurso em sentido
estrito, agravo em execu•‹o e apela•‹o.

14. (FGV Ð 2011 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)


JosŽ Ž denunciado sob a acusa•‹o de que teria praticado o crime de roubo
simples contra Ana Maria. Na audi•ncia de instru•‹o e julgamento, o
magistrado indefere, imotivadamente, que sejam ouvidas duas
testemunhas de defesa. Ao proferir senten•a, o juiz condena JosŽ a pena
de quatro anos de reclus‹o, a ser cumprida em regime aberto. Ap—s a
senten•a passar em julgado para a acusa•‹o, a defesa interp›e recurso
de apela•‹o, arguindo, preliminarmente, a nulidade do processo em raz‹o
do indeferimento imotivado de se ouvirem duas testemunhas, e alegando,
no mŽrito, a improced•ncia da acusa•‹o. Analisando o caso, o Tribunal de
Justi•a d‡ provimento ao recurso e declara nulo o processo desde a
Audi•ncia de Instru•‹o e Julgamento. Realizado o ato e apresentadas
novas alega•›es finais por meio de memoriais, o juiz profere outra
senten•a, desta vez condenando JosŽ a pena de quatro anos de reclus‹o
a ser cumprida em regime inicialmente semiaberto, pois, sendo
reincidente, n‹o poderia iniciar o cumprimento de sua reprimenda em
regime aberto.
Com base no relatado acima, Ž correto afirmar que o juiz agiu
a) equivocadamente, pois a primeira senten•a transitou em julgado para
a acusa•‹o, de sorte que n‹o poderia a segunda decis‹o trazer
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consequ•ncia mais gravosa para o rŽu em raz‹o da interposi•‹o de


recurso exclusivo da defesa.
b) equivocadamente, pois, por ser praticado com viol•ncia ou grave
amea•a contra a pessoa, o crime de roubo imp›e o in’cio do cumprimento
da pena em regime fechado.
c) corretamente, pois a pena atribu’da pro’be a imposi•‹o do regimento
aberto para o in’cio do cumprimento de pena.
d) corretamente, pois, embora a pena atribu’da permita a fixa•‹o do
regime aberto para o in’cio do cumprimento de pena, o fato de ser o rŽu
reincidente impede tal provid•ncia, n‹o se podendo falar em preju’zo para
o rŽu uma vez que o recurso de apela•‹o da defesa foi provido pelo
Tribunal de Justi•a.

15. (FGV Ð 2010 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)


Ant™nio Ribeiro foi denunciado pela pr‡tica de homic’dio qualificado,
pronunciado nos mesmos moldes da denœncia e submetido a julgamento
pelo Tribunal do Jœri em 25/05/2005, tendo sido condenado ˆ pena de 15
anos de reclus‹o em regime integralmente fechado. A decis‹o transita em
julgado para o MinistŽrio Pœblico, mas a defesa de Ant™nio apela,
alegando que a decis‹o dos Jurados Ž manifestamente contr‡ria ˆ prova
dos autos. A apela•‹o Ž provida, sendo o rŽu submetido a novo Jœri.
Neste segundo Jœri, Ant™nio Ž novamente condenado e sua pena Ž
agravada, mas fixado regime mais vantajoso (inicial fechado).
A esse respeito, assinale a afirmativa correta
a) N‹o cabe nova apela•‹o no caso concreto, em respeito ao princ’pio da
soberania dos veredictos.
b) A decis‹o do juiz togado foi incorreta, pois violou o princ’pio do ne
reformatio in pejus, cabendo apela•‹o.
c) A decis‹o dos jurados foi incorreta, pois violou o princ’pio do tantum
devolutum quantum appelatum.
d) N‹o cabe apela•‹o por falta de interesse jur’dico, j‡ que a fixa•‹o do
regime inicial fechado Ž mais vantajosa do que uma pena a ser cumprida
em regime integralmente fechado.

16. (FGV Ð IX EXAME UNIFICADO DA OAB)


Joel foi condenado pela pr‡tica do crime de extors‹o mediante sequestro.
A defesa interp™s recurso de Apela•‹o, que foi recebido e processado,
sendo certo que o tribunal, de forma n‹o un‰nime, manteve a
condena•‹o imposta pelo ju’zo a quo. O advogado do rŽu verifica que o
ac—rd‹o viola, de forma direta, dispositivos constitucionais, raz‹o pela
qual decide continuar recorrendo da decis‹o exarada pela Segunda
Inst‰ncia.

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De acordo com as informa•›es acima, assinale a alternativa que indica o


recurso a ser interposto.
A) Recurso em Sentido Estrito.
B) Recurso Ordin‡rio Constitucional.
C) Recurso Extraordin‡rio.
D) Embargos Infringentes.

17. (FGV Ð X EXAME UNIFICADO DA OAB)


JosŽ, ap—s responder ao processo cautelarmente preso, foi condenado ˆ
pena de oito anos e sete meses de pris‹o em regime inicialmente
fechado. Ap—s alguns anos no sistema carcer‡rio, seu advogado realizou
um pedido de livramento condicional, que foi deferido pelo magistrado
competente. O membro do parquet entendeu que tal benef’cio era
incab’vel no momento e deseja recorrer da decis‹o.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa que menciona o recurso
correto.
A) Agravo em Execu•‹o, no prazo de 10 (dez dias);
B) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 05 (cinco dias);
C) Agravo em Execu•‹o, no prazo de 05 (cinco dias);
D) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 10 (dez dias).

18. (FGV - 2013 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XII -


PRIMEIRA FASE)
A jurisprud•ncia un’ssona do Supremo Tribunal Federal admite a proibi•‹o
da reformatio in pejus indireta. Por este instituto entende-se que
a) o Tribunal n‹o poder‡ agravar a pena do rŽu, se somente o rŽu houver
recorrido Ð n‹o havendo, portanto, recurso por parte da acusa•‹o.
b) o juiz est‡ proibido de prolatar senten•a com condena•‹o superior ˆ
que foi dada no primeiro julgamento quando o Tribunal, ao julgar recurso
interposto apenas pela defesa, anula a senten•a proferida pelo ju’zo a
quo.
c) o Tribunal n‹o poder‡ tornar pior a situa•‹o do rŽu, quando n‹o s— o
rŽu houver recorrido.
d) o Tribunal est‡ proibido de exarar ac—rd‹o com condena•‹o superior ˆ
que foi dada no julgamento a quo quando julga recurso da acusa•‹o.

19. (FGV - 2013 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XI -


PRIMEIRA FASE)
Frida foi condenada pela pr‡tica de determinado crime. Como nenhuma
das partes interp™s recurso da senten•a condenat—ria, tal decis‹o
transitou em julgado, definitivamente, dentro de pouco tempo. Pablo,

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esposo de Frida, sempre soube da inoc•ncia de sua consorte, mas


somente ap—s a condena•‹o definitiva Ž que conseguiu reunir as provas
necess‡rias para inocent‡-la. Ocorre que Frida n‹o deseja vivenciar
novamente a angœstia de estar perante o Judici‡rio, preferindo encarar
sua condena•‹o injusta como um meio de tornar-se uma pessoa melhor.
Nesse sentido, tomando-se por base o caso apresentado e a medida
cab’vel ˆ espŽcie, assinale a afirmativa correta.
a) Pablo pode ingressar com revis‹o criminal em favor de Frida, ainda que
sem a concord‰ncia desta.
b) Caso Frida tivesse sido absolvida com base em falta de provas, seria
poss’vel ingressar com revis‹o criminal para pedir a mudan•a do
fundamento da absolvi•‹o.
c) Da decis‹o que julga a revis‹o criminal s‹o cab’veis, por exemplo,
embargos de declara•‹o, mas n‹o cabe apela•‹o.
d) Caso a senten•a dada ˆ Frida, no caso concreto, a tivesse condenado
mas, ao mesmo tempo, reconhecido a prescri•‹o da pretens‹o
execut—ria, seria incab’vel revis‹o criminal.

20. (FGV - 2013 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XI -


PRIMEIRA FASE)
De acordo com a doutrina, recurso Ž todo meio volunt‡rio de impugna•‹o
apto a propiciar ao recorrente resultado mais vantajoso. Em alguns casos,
fen™menos processuais impedem o caminho natural de um recurso.
Quando a parte se manifesta, esclarecendo que n‹o deseja recorrer,
estamos diante do fen™meno processual conhecido como
a) preclus‹o.
b) desist•ncia.
c) deser•‹o.
d) renœncia.

21. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VIII -


PRIMEIRA FASE)
Ad‹o ofereceu uma queixa-crime contra Eva por crime de dano
qualificado (art. 163, par‡grafo œnico, IV). A queixa preenche todos
os requisitos legais e foi oferecida antes do fim do prazo
decadencial. Apesar disso, h‡ a rejei•‹o da inicial pelo ju’zo
competente, que refere, equivocadamente, que a inicial Ž
intempestiva, pois j‡ teria transcorrido o prazo decadencial.
Nesse caso, assinale a afirmativa que indica o recurso cab’vel.
a) Recurso em sentido estrito.
b) Apela•‹o.
c) Embargos infringentes.

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d) Carta testemunh‡vel.

22. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VI -


PRIMEIRA FASE)
Caio, MŽvio e T’cio est‹o sendo acusados pela pr‡tica do crime de roubo
majorado. No curso da instru•‹o criminal, ficou comprovado que os tr•s
acusados agiram em concurso para a pr‡tica do crime. Os tr•s acabaram
condenados, e somente um deles recorreu da decis‹o. A decis‹o do
recurso interposto por Caio
a) aproveitar‡ aos demais, sempre.
b) se fundado em motivos que n‹o sejam de car‡ter exclusivamente
pessoal, aproveitar‡ aos outros.
c) sempre aproveitar‡ apenas ao recorrente.
d) aproveitar‡ aos demais, desde que eles tenham expressamente
consentido nos autos com os termos do recurso interposto.

23. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V -


PRIMEIRA FASE)
Da senten•a que absolver sumariamente o rŽu caber‡(‹o)
a) recurso em sentido estrito.
b) embargos.
c) revis‹o criminal.
d) apela•‹o.

5. GABARITO

1. ALTERNATIVA A
2. ALTERNATIVA C
3. ALTERNATIVA B
4. ALTERNATIVA C
5. ALTERNATIVA D
6. ALTERNATIVA D
7. ALTERNATIVA D
8. ALTERNATIVA B
9. ALTERNATIVA D

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10. ALTERNATIVA B
11. ALTERNATIVA B
12. ALTERNATIVA C
13. ALTERNATIVA A
14. ALTERNATIVA A
15. ALTERNATIVA B
16. ALTERNATIVA D
17. ALTERNATIVA C
18. ALTERNATIVA B
19. ALTERNATIVA C
20. ALTERNATIVA D
21. ALTERNATIVA A
22. ALTERNATIVA B
23. ALTERNATIVA D

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