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A Prosa Romântica surgiu na Alemanha no século XIX, com “Os sofrimentos do jovem

Werther”, de Goethe. Apesar de iniciada na Alemanha, a maior divulgação da prosa romântica


partiu da França (detalhe: a França era o país na Europa que tinha se livrado do Absolutismo,
colocando a burguesia no poder político e econômico, sendo o Romantismo uma arte Da
burguesia, feita pela burguesia e feita para a burguesia, a França foi onde mais obteve
sucesso a linguagem romântica).

A divulgação das prosas românticas se dava periodicamente, juntamente com os jornais,


nos chamados folhetins. Tais folhetins podem ser comparados, hoje, às novelas televisivas,
por atrair a atenção e a expectativa do público para a continuação da trama, que era pouco
complexa, satisfazendo a vontade do pouco exigente público leitor.

 prosa romântica introduziu o Romantismo no Brasil. Embora ainda segundo os padrões


europeus, na linha de romances como Walter Scott e Honoré de Balzac, a prosa romântica foi
determinante para o estímulo à arte nacional e ao sentimento nacional.

Folhetim
A difusão da prosa romântica foi impulsionada pelo folhetim. Os folhetins eram capítulos de
romances de periodicidade semanal publicados em jornais.
Por meio deles, o romance tornou-se extremamente popular e por ele, o sentimento de
democracia aflorado no País foi alastrado.
Com o folhetim, a literatura passa de bem destinado à aristocracia e ultrapassa a
exclusividade da nobreza.
Surgem os primeiros consumidores da produção literária e a literatura é expandida ao leitor
comum. E é pelo folhetim que a prosa do Romantismo alcança o sucesso que obteve no
Brasil.

Nacionalismo Romântico
O sentimento de nacionalismo no romantismo contribuiu para valorizar o Brasil e o
desvinculou da influência impositiva da arte portuguesa.
É um momento em que a literatura portuguesa também está mais voltada para Portugal.
Há uma clareza da distinção dos costumes da colônia e da metrópole.

Características
Nacionalismo
Subjetivismo
Ufanismo
Idealização da mulher
Religiosidade
Culto à natureza
Amor platônico
Idealismo
Estética nativista

Obras e Autores
A prosa romântica no Brasil foi manifestada em Romance Indianista, Romance Urbano e
Romance Nacionalista.
As obras relatavam o comportamento social da época exaltando as peculiaridades da
cultura nacional.

A primeira obra de prosa romântica no Brasil é A Moreninha, livro de Joaquim


Manuel de Macedo. Na época do Romantismo brasileiro, os romances seguiam os
elementos das publicações européias, que conservavam as características
de folhetim, apresentando histórias na ordem cronológica com início, meio e fim.
Entre os autores da prosa romântica brasileira, José de Alencar, Álvares de
Azevedo, Visconde de Taunay e Franklin Távora são nomes de extrema
importância. Em 1844, marca o início da prosa romântica brasileira. O livro é considerado o
primeiro romance tipicamente brasileiro, pois traçou um perfil dos hábitos da juventude
burguesa carioca.
Um dos livros que é considerado o expoente do ultrarromantismo é Noite na
Taverna, de  Álvares de Azevedo. Influenciado por Lord Byron, poeta britânico, o
autor brasileiro apresenta jovens que contam causos envolvendo crimes e paixões
regados a vinho tinto

o caso de José de Alencar, a obra mais marcante da prosa romântica é Senhora.


Em suas páginas, o autor opõe o amor ao dinheiro. Em outro de seus livros,
Lucíola, o escritor produziu um romance urbano com um tema delicado como a
prostituição durante o século XIX. Outro livro de Alencar é Diva, no qual há uma
ligação com Lucíola, mas que não é necessariamente uma continuação. Ocorre que
o narrador Lucíola torna-se amigo do narrador de Diva.

Visconde de Taunay é um dos representantes do romance regionalista com a


obra Inocência. Entre as características deste livro, estão oposições alcançadas
com equilíbrio como: realidade e ficção, realidade sertaneja e valores do
romantismo, forma regional de linguagem e língua culta

á o romance O Cabeleira, de Franklin Távora, é permeado pela idealização


romântica e pela análise objetiva. Apresenta uma característica de romances
regionais, o determinismo, em que o personagem principal, José Gomes (O
Cabeleira), é apresentado como consequência das circunstâncias do meio
ambiente. Nesse ambiente austero, Távora consegue demonstrar que, apesar das
dificuldades, acredita no progresso em meio ao cangaço, demonstrando que
apenas o bom funcionamento do sistema educacional seria capaz de eliminar os
problemas do campo. Com isso, aproxima-se da ideologia pregada por Castro
Alves, de que a harmonia na sociedade só poder ser conquistada através da escola
e dos livros.
Romance Indianista
O romance indianista busca valorizar o herói nacional, o índio. São explorados temas como a
natureza, o sentimentalismo. O heroísmo é representado pela nobreza de caráter e valentia
das personagens.

Autores
O principal autor dessa fase da prosa romântica no Brasil é José de Alencar (1829-1877).
Seria este um estilo criado por ele.
Alencar escreveu O Guarani, Iracema e Ubirajara no estilo de prosa romântica nacionalista.

Romance Urbano
O romance urbano retrata a pequena burguesia, a ascensão da classe média, as relações
sociais e morais. São narrativas lentas, minuciosamente descritivas da ambientação das
personagens.

Autores
Os autores de maior relevância dessa fase da prosa romântica no Brasil são:
Joaquim Manoel de Macedo, com A Moreninha;
Manoel Antônio de Almeida, com Memórias de um Sargento de Milícias;
José de Alencar, com Diva e Senhora.

Romance Regionalista
A prosa romântica regionalista no Brasil representa o povo, diferente dos nobres na Corte.
Demonstra o ambiente rural, em oposição às cidades. Representam o sertanejo, as paisagens
e os costumes do sertão.

O romance romântico, mais do que as poesias, queria responder e atender aos


questionamentos sobre a identidade nacional. A prosa romântica tinha o intuito de redescobrir
o Brasil, trazendo à tona e reconhecendo todos os espaços que o compunham, não só
exaltando uma característica nacional, como a poesia fazia.

Era comum a presença do flashback, uma volta ao passado para explicar um


fato do presente. O sentimentalismo era mais visível, uma vez que toda prosa romântica tem
histórias de amor que tentam quebrar barreiras, terminando no casamento ou na morte
(quando o amor não era possível). Essa idealização de um amor que quebra barreiras traz à
tona a idéia de que o amor é a única forma das personagens se purificarem.

O conflito narrativo na prosa romântica também tinha a idealização de um


herói, no entanto, apesar da coragem, da postura idealista e do desejo de justiça e moral, este
herói esta inserido no contexto do romance ao qual pertence, podendo também ser uma
heroína. O sentimento das personagens e os conflitos destes são mostrados na prosa e há
também uma idéia muito forte de bem x mal, verdade x mentira, moral x imoral.

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