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Trabalho de Olericultura

João Batista Júnior Ghisleni


Professor Mario Ubaldo Ortiz Barcelos

Hortaliça escolhida: ervilha


A ervilha pertence a família Angiospermae – Família Fabacea, das leguminosas,
seu nome científico é Pisum Sativum. É uma
planta herbácea e trepadeira de caule flexível
com folhas simples, existem mais de duzentas
variedades e de suas vagens são extraídos
diversos tipos de grãos.
Tem um ciclo entre 65 e 85 dias, é cultivada em
quase todo o país. As temperaturas para o plantio
das ervilhas devem variar entre os 13 e os 18ºC,
lembrando que temperaturas elevadas (acima dos 27 graus) impedem o crescimento das
vagens e o florescimento das ervilhas, prejudicando a produção. Deve-se optar por
realizar a plantação de ervilhas no início da primavera, logo após o final das geadas de
inverno. No Centro-Oeste, planta-se a ervilha de abril até a primeira quinzena de maio. No
Rio Grande do Sul, planta-se em julho, para aproveitar o clima mais frio, já que a colheita
será feita em outubro. O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor nacional de
ervilhas, com 951 toneladas anuais (IBGE, 2001).
Para o cultivo da ervilha é necessário solo homogêneo, bem drenado, fértil e rico
em matéria orgânica, a acidez do solo (PH) deve estar entre 6 a 6,8. Para chegar a este
PH é necessário aplicação de calcário, este deve ser aplicado e incorporado
uniformemente até 20cm de profundidade, pelo menos três meses antes da semeadura.
Utilizar preferencialmente o calcário dolomítico. Para recomendações de doses de
calcário inferiores a 5t/ha, aplicar calcário, gradear e lavrar. Para recomendações
superiores a 5t/ha, aplicar metade do calcá. rio, lavrar, aplicar a outra metade, gradear e
lavrar. A adubação também deve ser baseada na análise do solo. O adubo deve ser
aplicado a 5cm de distância ao lado e abaixo das sementes. Além de fósforo e potássio,
pode ser usado nitrogênio.
O seu plantio deve ser feito em telas ou cercas, para que mais tarde possam fixar-
se em uma posição elevada para
evitar danos a sua base. É feito
diretamente na terra, em sulcos
com profundidade de
aproximadamente 2 cm e
distância de 8 cm entre cada um
e com espaçamento de 50 cm
entre as fileiras, para facilitar a
colheita. Para a semeadura
mecanizada, o espaçamento
mínimo deve ser de 20x5cm. Necessita de alta luminosidade, com pelo menos algumas
horas de sol direto diariamente.
Os tratos culturais para o cultivo da ervilha são de controle de inço, combate a
pragas e doenças e irrigação. Para o controle de inço é necessário fazer capinas. Ou
aplicação de herbicidas (Afalon, Gesagard 800 e Podium). Para o controle ou prevenção
de doenças e pragas, usar somente defensivos registrados para a cultura, obedecendo-se
ao período de carência, às dosagens e aos cuidados nas aplicações. As pragas mais
comuns são os pulgões que se alimentam do seu broto, na época da floração os ovos são
colocados por mariposas, dando origem as lagartas que danificam a ervilha. As regas
deverão ser regulares, para que o solo seja mantido levemente úmido, pois a ervilha não
suporta solos encharcados. A irrigação indicada é que se faz por aspersão.
A produtividade média fica entre 3,95 t/ha e 4,51 t/ha de vagens, dependendo do
espaçamento entre as covas e de quantos pés por
cova são plantados. A colheita da ervilha de vagem é
indicada entre 65 a 85 dias após a semeadura, quando
as ervilhas ainda não está maduras. Para a produção
de grãos secos, a colheita é feita de 110 a 130 dias
após a semeadura. Deve ser feita pela manhã ou no
final da tarde, levando em conta que na parte da tarde
a planta estará mais seca.
O armazenamento deve ser controlado para
evitar possível deterioração, deve-se armazená-las a uma temperatura média de 18 ºC e
umidade relativa de 80 a 90%. Para melhorar e facilitar esse armazenamento deve-se
colocar as ervilhas em embalagens plásticas para manter a qualidade final do produto. A
secagem das sementes, pode ser feita pelo método natural ou artificial, logo após as
operações de trilha e pré limpeza, cuidando-se para que a temperatura não exceda 43°C.
O beneficiamento das sementes deve ser feito de modo a que se obtenha a separação
completa das impurezas com o mínimo de perda física. A correta embalagem, com o uso
de equipamento e material adequados é fator principal para a conservação da qualidade
original das sementes. Boas condições de armazenamento são essenciais para as
sementes conservarem o nível original de germinação e vigor. Temperaturas de 15°C e
umidade relativa do ar de 40% reduzem o metabolismo embrionário e garantem baixos
níveis de deterioração, até que ocorra nova semeadura.
Para quem produz a ervilha para o comércio a sua comercialização normalmente é
feita através de cooperativas e cerealistas. Sua comercialização conjunta (por
cooperativa) favorece a busca por mercado e beneficiamento prévio dando um melhor
aspecto ao produto. Outra modalidade de comercialização de grãos é realizada pelo
sistema de integração entre indústria e produtos, em regime contratual.
A ervilha é um ótimo alimento. Possui alto teor de carboidratos e fibras, baixo teor
de gordura, fonte de vitamina B e sais minerais. Oferece muitos benefícios à saúde, pois
possui sais minerais, como cálcio, fósforo, manganês, ferro, potássio e cobre, elementos
que são constituintes estruturais dos tecidos corpóreos e reguladores orgânicos que
controlam os impulsos nervosos. A leguminosa também possui vitaminas A, importante
para a visão e para a formação de ossos, vitaminas do complexo B, que desempenham
um papel importante no metabolismo energético e vitamina C, importante nos processos
de cicatrização. A Ervilha pode ser utilizada na preparação de pratos, como sopas,
saladas, carnes, tortas, entre outros.
A ervilha, grãos secos também é uma fonte de proteína de alta qualidade para
suínos e aves. Apresenta alto teor de aminoácidos, especialmente lisina, que é um
aminoácido essencial para o crescimento de animais sendo utilizadas para produzir
rações para suínos e aves, substituindo o milho e o farelo de soja.

Tipos de ervilha quanto aos principais usos no Sul do Brasil

Tipo Característica dos Usos principais


grãos

Forrageira Tegumento marrom Biomassa para cobertura de solo e/ou


(subespécie arvense) forragem

Grãos secos Tegumento liso Grãos secos para reidratação e enlatamento.


Comercialização de grãos secos partidos.
Grãos para a formulação de ração

Grãos verdes Tegumento rugoso Grãos verdes para consumo fresco,


Para congelamento ou para enlatamento

Vagens comestíveis   Vagens com grãos para consumo fresco

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