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CIDADES HISTÓRICAS NA

CONTEMPORANEIDADE – NOVAS
ABORDAGENS, NOVOS INSTRUMENTOS DE
PESQUISA. O ESTUDO DE CASO DE
TIRADENTES

Deborah A. Sayegh
dehcastro@yahoo.com.br
Liliane M. L. Castro
lilianesayegh2003@yahoo.com.br
Cristiane L. Canuto
cricanuto@hotmail.com
Roberto Y. Takishita
beto_takishita@yahoo.com.br
Denise Gonçalves1
denise@ufv.br

RESUMO
Enquanto produto cultural, a cidade tende a ser hoje considerada, dentro de uma perspectiva
complexa que une aspectos objetivos - forma, cronologia, usos, funções - e aspectos subjetivos -
memória, imaginário - mas que, sobretudo, coloca em questão as classificações “estilísticas” ou
temporais. Adotando a linha metodológica de Bernard Lepetit, partimos do princípio que dentro das
transformações de quaisquer escalas que modificam um tecido urbano, os tempos da cidade são
fortemente marcados e não lineares. Assim não cabe uma compreensão de temporalidade
cronológica, já que a cidade abriga uma trama de tempos descompassados que se cruzam de
formas diferentes, gerando mudanças constantes porém descontínuas. Tendo como objetivo o
estudo das formas e suas relações, não necessariamente diretas, com as categorias que interferem
nela - função, estrutura social e processo - tomamos a cidade de Tiradentes (MG) como objeto de
estudo. Nossa análise será centrada no processo histórico das transformações que, principalmente
nas últimas duas décadas, deixaram marcas no seu tecido urbano. Com esse estudo, baseado
parcialmente nos dados levantados durante a atualização do inventário do centro histórico, realizado
em 2001 pelo método INBI-SU do IPHAN, pretendemos contribuir para uma revisão dos critérios de
preservação assim como para futuras intervenções na cidade.

PALAVRAS-CHAVE: História Urbana, Cidade Histórica no Período Contemporâneo, Forma Urbana,


Temporalidade e Descontinuidade, Novas Abordagens e Novos Instrumentos de Pesquisa.

FORUM PATRIMÔNIO: amb. constr. e patr. sust.,Belo Horizonte,v.2,n.1,jan./abr.2008

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RESUMEN
Como producto cultural, la ciudad tiende a ser considerada hoy en día, dentro de una perspectiva
compleja que une aspectos objetivos – forma, cronología, usos, funciones – y aspectos subjetivos –
memoria, imaginario – mas, principalmente, pone en cuestión las clasificaciones “estilísticas” o
temporales. Adoptando la línea metodológica de Bernard Lepetit, partimos del principio de que
dentro de las transformaciones de cualesquiera escalas que modifican un tejido urbano, los tiempos
de la ciudad son demasiadamente marcados y no lineares. Así, no tiene lugar una comprensión de
temporalidad cronológica, puesto que la ciudad abriga una trama de tiempos descompasados que se
traspasan de maneras diferentes, generando cambios constantes pero discontinuos. Teniendo como
objetivo el estudio de las formas y sus relaciones, no necesariamente directas, con las categorías
que interfieren en ella – función, estructura social y proceso – tomamos la ciudad de Tiradentes –
Minas Gerais, Brasil, como objeto de estudio. Nuestro análisis estará concentrado en el proceso
histórico de las transformaciones que, principalmente en las últimas dos décadas, dejaron marcas en
su tejido urbano. Con ese estudio, basado parcialmente en los datos encontrados durante la
actualización del inventario del centro histórico, realizado en 2001 por el método INBI-SU del IPHAN,
tenemos la pretensión de contribuir para una revisión de los criterios de preservación así como para
futuras intervenciones en la ciudad.

PALABRAS CLAVE: historia urbana, ciudad histórica en el período contemporáneo, forma urbana,
temporalidad y discontinuidad, nuevos abordajes y nuevos instrumentos de investigación.

ABSTRACT
As a cultural product, the town is nowadays being considered inside of a complex perspective that
links objeticve aspects – form, cronology, use, functions – and subjective aspects – memory,
imaginary – but that, above all, puts in question the stylistic or temporary classifications. Adopting
Bernard Lepetit's methodological line, we left from the principal that among the transformations of any
scale which modifies the urban mail, the historical times of the town is strongly demarked and not
linear. A comprehension of cronological temporality is therefore inadequated, as the town shows a
mail of out of beat times which cross each others in different ways, generating constant but
discontinual changes. Having as objective the study of forms and her not necessarily direct relations
with the categories that interfere in her – function, social structure and process – we chose the town
of Tiradentes (MG) as our study object. Our analysis will be centered in the historical process of
transformations that, specially during the last two decades, they left marks in the urban mail. With this
study, based partially on data obteined during the updating of the historical center inventory,
accomplished in 2001 according the INBI-SU method of the IPHAN, we intend to contribute for a
revision of the preservation criteria as well as for future interventions in the town.

KEYWORDS: Urban History, Historical Town in Contemporary Period, Urban Form, Historical Time
and Discontinuity, new approaches and new research tools

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1. INTRODUÇÃO

As cidades classificadas como “históricas” carregam o estigma de um relevante


desenvolvimento - político, econômico ou sociocultural - durante um determinado
período da história da humanidade. Freqüentemente a historiografia limitou-se a
abordá-las baseando-se em características de determinados modelos ou “estilos”, a
partir de recortes temporais, criando a ilusão de que é possível congelar o tempo e
desse modo desconsiderando que a cidade, assim como qualquer outro objeto
social, não pára, constituindo uma estrutura complexa que angaria, absorve e
exporta políticas de desenvolvimento e culturas diferentes no tempo e no espaço.

A cidade deve ser abordada em seus diversos aspectos - políticos, sociais,


culturais, econômicos - a partir de dados diversos, gerais e específicos, mas
cuidando-se para não se cair em fragmentos de análise ao se parcializar o
entendimento sobre o processo de desenvolvimento urbano, formulando estudos
restritos, a partir de determinados enfoques de interesse.

É fundamental a compreensão de que todos estes aspectos variam no tempo,


criando uma acumulação de situações impregnadas no espaço. Por isso
consideramos que o tempo histórico da cidade não é linear, mas abriga tempos
descompassados que se cruzam de formas diferentes, marcados por rupturas ou
descontinuidades. “A cidade (...) nunca é absolutamente sincrônica: o tecido
urbano, o comportamento dos citadinos, as políticas de planificação urbanística,
econômica ou social desenvolvem-se segundo cronologias diferentes. Mas ao
mesmo tempo, a cidade está inteira no presente”. (LEPETIT, 2001)

Faz-se então necessária uma nova análise histórica das cidades, que não se fixe
apenas nos dados demográficos, limites físicos, tipologias e hierarquias funcionais,
signos e modelos pré-determinados de sociedade ou cultura, mas, que estude a
real prática social co-relacionada com os demais modificadores do espaço urbano
no tempo, e não apenas a sua representação.

Para entender a cidade histórica na contemporaneidade, a cidade de Tiradentes foi


escolhida como objeto de estudo por representar um dos mais importantes
exemplos do ciclo do ouro e ainda preservar boa parte de suas características do
período colonial. Pretende-se uma análise que leve em consideração as
transformações ocorridas em seu tecido urbano ao longo do tempo, e que deixaram
marcas identificáveis na forma atual da cidade.

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Entende-se que as cidades intituladas como históricas não se resumem ao “centro
histórico”, mas possuem uma dinâmica que extrapola os limites hierárquicos criados
pelos mecanismos de preservação, pela mídia ou pelo turismo. Portanto, serão
feitos estudos que englobam também as áreas adjacentes ou periféricas, onde se
desenvolve boa parte da vida cotidiana da cidade. Como afirma Argan (1995), “se
hoje não mais considerarmos significativo de valores histórico-ideológicos apenas o
monumento, mas também a casa de moradia ou a oficina artesanal, e em geral,
mais o tecido do que o núcleo representativo, isso se deve sem dúvida ao fato de
que o tipo de sociedade coletivista do nosso tempo se recusa a reconhecer como
expressão história apenas as formas expressivas das grandes instituições”.

Desse modo, consideramos que um estudo científico e detalhado sobre a formação


e desenvolvimento de cidades históricas e a sua inserção na contemporaneidade é
fundamental para servir de subsídio para futuras intervenções, compreendendo que
cada modificação a influencia como um todo, não atingindo apenas os chamados
“centros históricos”. Novas realidades são criadas a todo instante, assim torna-se
necessária a compreensão de um processo temporal, inter-relacionado com todas
os suas variantes, que abrigue essas novas situações na conjuntura global urbana
das cidades históricas. A importância desse tipo de abordagem reside também no
fato dela instigar a discussão sobre os valores sociais locais, o que é imprescindível
para se estabelecer critérios para a conservação do patrimônio histórico.

2. HISTÓRICO DA CIDADE DE TIRADENTES

A origem da cidade de Tiradentes remonta aos primeiros anos do século XVIII,


quando da descoberta de minas de ouro na região da bacia do Rio das Mortes. A
aglomeração inicial, chamada Arraial Velho e vinculada à vila de São João del-Rei,
é elevada em 1718 à categoria de vila, com o nome de São José. Com o declínio
das atividades de mineração desde meados do mesmo século, a vila entra em
processo de retração econômica, que se estende pelo século seguinte, apesar das
tentativas de revitalização da região com a instalação de uma companhia
mineradora inglesa, a implementação da navegação a vapor no Rio das Mortes e a
chegada da Estrada de Ferro Oeste de Minas em 1881, ligando a cidade ao resto
da província. Sua elevação à categoria de cidade, em 1860 - primeiramente
mantendo o nome de São José, substituído em 1889 pelo de Tiradentes como
homenagem, por ser terra natal do mártir da Inconfidência Mineira – não impediu

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que chegasse ao século seguinte com população bastante reduzida e limitando-se
a atividades agropecuárias.

Desde então, e até o tombamento pelo SPHAN em 1938, as modificações no


espaço urbano da cidade são limitadas e pontuais, concentrando-se no entorno do
núcleo original setecentista que se manteve praticamente intocado. A estagnação
econômica faz com que, em torno dos anos 70, seu aspecto de abandono seja
desolador, com vários imóveis em ruínas. É neste momento que acontece a
redescoberta da cidade no que diz respeito tanto à qualidade de seu conjunto
arquitetônico e paisagístico, quanto às suas potencialidades turísticas. A partir de
então, iniciativas de particulares e do IPHAN, que aí instala um escritório técnico,
promovem a restauração do casario assim como medidas de recuperação
urbanística. Tiradentes torna-se aos poucos importante pólo turístico da região,
característica que se acentuou fortemente nas últimas décadas, provocando
modificações profundas em sua estrutura físico-ambiental, social e econômica.

Qualquer análise histórica da cidade de Tiradentes deve levar em consideração


uma série de aspectos. Sob o ponto de vista da paisagem, além de abrigar um
acervo arquitetônico dos mais relevantes dentro do quadro das cidades históricas
brasileiras, Tiradentes apresenta um patrimônio paisagístico e ambiental não menos
importante. A presença marcante de bacias hidrográficas e, sobretudo, da Serra de
São José, caracterizam sua paisagem ao mesmo tempo em que constituem fatores
determinantes de seu desenvolvimento urbano, formando, juntamente com o
casario setecentista, um cenário ímpar que constitui o maior fator de atração para a
cidade.

Outro fator de complexidade de suas estruturas é a transformação física que sofreu


nas últimas décadas como conseqüência do desenvolvimento do turismo,
principalmente nos últimos dez anos, período em que o processo se intensificou. A
primeira delas consiste na mudança no tipo de ocupação do centro histórico que foi
esvaziado da população local de origem, e da sua função primordialmente
residencial, para acolher estabelecimentos turísticos: hoje ele é quase
exclusivamente ocupado por pousadas, restaurantes, comércio e, em menor
proporção, casas de fim-de-semana ou férias. A população que aí residia passou a
ocupar a região periférica ao centro formando novos bairros, no que foi
acompanhada por novos moradores atraídos pelo quadro aprazível da cidade e
pelas possibilidades de inserção na crescente e promissora atividade econômica.

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Sob o ponto de vista social, o contexto atual da cidade não é menos complexo. A
população antiga do centro histórico transferiu-se para a periferia, o que
transformou sua relação com ele: de moradia, este passou a ser em muitos casos
local de trabalho. Com o desenvolvimento do turismo, algumas profissões
tradicionais, como a ourivesaria, por exemplo, foram substituídas pelo trabalho nas
pousadas, restaurantes ou no comércio, ao mesmo tempo em que muito do
artesanato local passou a ser produzido pelos novos habitantes que se
estabeleceram na cidade nas últimas duas ou três décadas.

O centro histórico, apesar de protegido pelas normas e critérios de intervenção do


IPHAN, é pressionado pelas necessidades do turismo: adaptação do casario a
novos usos, circulação intensa de pessoas e veículos, inclusive pesados,
estacionamento irregular, etc.. “Sob o ponto de vista ambiental, por um lado não
existe infra-estrutura urbana suficiente para absorver os altos índices de aumento
populacional durante eventos, feriados, etc., e por outro, o desenvolvimento do
turismo ecológico tem sido um fator modificador do meio ambiente na região da
APA e entorno da cidade”. (FUNDAÇÃO ALEXANDER BRANDT, 1997).

3. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

A forma é o resultado espacial de diversas relações existentes no urbano. Sendo o


objetivo proposto um estudo analítico da mesma, é necessário então que se
compreenda o conceito desta palavra, além de tornar claras as suas relações com o
espaço urbano. A forma pode ser definida como o aspecto visível de um objeto
qualquer. Assim, tanto uma casa é a forma de um objeto, como o seu conjunto
inserido numa quadra determinando um bairro e também este, ao ser multiplicado
com inúmeras variáveis se relacionando, dá forma a uma cidade. Ela pode até ser
vista, num primeiro olhar, como a imagem, a superficialidade do objeto. Porém não
devemos nos ater apenas ao seu aspecto tridimensional. É necessário aprofundar o
tema em uma visão crítica que procure compreender como e por que esta imagem
se cria, saindo de um pensamento estático e considerando, assim, a dinâmica
produtiva do objeto.

Sendo a cidade o objeto em questão, a análise recai sobre o espaço produzido


pelas várias relações entre a sociedade e o espaço geográfico que a comporta.
Segundo Marsilio Ficino, “a cidade não é feita de pedras, mas de homens” (apud

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ARGAN, 1995). Ou seja, uma cidade é formada por muito mais do que sua
estrutura física, seus edifícios, ruas, esquinas, sinais, etc.. Ela é constantemente
moldada a partir da relação da sociedade com esta estrutura. É fruto da vivência e
das experiências tanto individuais quanto coletivas. A forma é configurada a partir
da valorização humana sobre o espaço visual da cidade. Retomando Argan (1995),
“devemos, portanto, levar em conta, não o valor em si, mas a atribuição de valor,
não importa quem a faça e a que título seja feita”. É a partir da concretização
destes valores que são criados os símbolos que caracterizam a paisagem urbana.
Estes representam as referências criadas na cidade a partir da identificação,
assumida tanto como percepção quanto como contemplação. Esse aspecto remete
à relação função e valor, sendo, por sinal, um conceito intrínseco ao outro: não há
função sem valor, nem valor sem função. A atribuição de valores é dada,
justamente, quando se tem a percepção – que valoriza a função – e quando se
contempla algo – dando função ao valor. A conservação é, então, invocada quando
se pretende estender ao longo do tempo exatamente os símbolos que remetem a
alguma valorização por grupos sociais com experiências parecidas. Mesmo que a
própria valorização sofra mutações, perdurando o objeto, porém mudando o
significado do mesmo.

Ainda podemos recorrer a Francastel (1982) e sua idéia de que uma forma não é
autônoma, mas é diretamente relacionada com o imaginário humano dentro de
organizações de matérias distintas. O homem, então, “concretiza um universo cujas
dimensões correspondem à sua natureza e às suas capacidades de intervenção
efetivas, e que estão manifestas, tanto nos seus actos como nas suas
representações. Qualquer ação, qualquer imagem é, de certo modo, criadora da
realidade”. A cidade é um aglomerado de pessoas e experiências,
conseqüentemente, é espacializada através das relações entre seus moradores,
entre outras cidades e outras pessoas, construções e desconstruções de lugares e
locais, relações políticas, econômicas; enfim, a cidade comporta um emaranhado
de relações que a preenchem e dão forma. Em especial, as experiências e
atribuições de valor individuais possuem destaque pela importância enquanto modo
de construção e percepção visual urbana, excedendo a idéia homogênea que se
tem acerca da sociedade.

Mas a forma da cidade não é estática, ela muda conforme as relações existentes
dentro dela, ou seja, é uma constante metamorfose e engloba todos os fragmentos
desconexos deixados por diversas épocas, durante toda a sua história. Ela é então,

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fortemente marcada pelas temporalidades. Assim sendo, podemos ter em vista,
partindo de Lepetit (2001), “a historicidade como um processo temporal complexo,
no sentido de que o sistema vê seus elementos surgirem de uma pluralidade de
tempos descompassados cujas modalidades de combinação geram mudança a
cada instante”. Por isso não é conveniente que se elabore uma análise da cidade
num pensamento linearmente evolutivo apenas, pois a mesma comporta
referências tantas e tão variadas quanto ao seu aspecto formal e de uso que se
torna um objeto bastante complexo para uma pesquisa unifocal.

Cada lugar de uma cidade, cada edifício, obviamente se origina no passado, cada
qual com seu ritmo, sua função ou uso primários que, com o tempo, tendem a ser
reinterpretados. Assim, mesmo que a forma perdure, o seu uso se diferencia. Ainda
segundo Lepetit (2001), “os tempos da cidade são fortemente demarcados. Nada
indica que eles se ajustam continuamente à conjuntura econômica, às variações de
população, às mudanças de hábitos dos citadinos”. Por isso o pensamento do
urbanismo não consegue contemplar a cidade como um todo, pelo fato de não
considerar o cotidiano nela presente com todas as suas temporalidades e
peculiaridades, que não são de forma alguma controláveis. Podem-se considerar
aqui as contradições como formas diferenciadas de apropriação individual ou
mesmo coletiva das inúmeras formas existentes na cidade, espacializando-a e
dando caráter único e exclusivo a cada uma. O fato remete às práticas urbanas, ou
seja, às práticas do espaço, os espaços vividos.

Desse modo, para a compreensão do fenômeno urbano é fundamental considerar a


dimensão histórica que determina a relação entre forma e sociedade, já que é
através da história que a segunda molda a primeira, por meio das assimilações e
atribuições de valor nas experiências vividas. Sob esse ponto de vista, a paisagem
urbana, que envolve a dimensão histórica e uma determinada subjetividade do
imaginário, vem a ser um elo entre a natureza e a sociedade, onde o homem é um
agente modificador. O elo está na relação associativa da forma e da percepção
social. Esse processo faz surgir a dimensão cultural uma vez que advém de
mecanismos simbólicos. Ainda a respeito da noção de paisagem urbana, pode-se
dizer que é o espaço geográfico a partir do momento em que suas transformações
formais são resultado das práticas sociais, sendo, além disso, conseqüência
histórica acumulativa.

O espaço geográfico deriva, então, da forma acrescida de valores sociais


atribuídos, ou seja, nele a forma é somada ao cotidiano – este constitui um dos

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fatores produtivos do espaço, além de outros dois níveis, político e econômico,
partindo da visão marxista de Henri Lefebvre (1973). O cotidiano também é visto,
segundo Michel de Certeau (2003), como uma contraposição aos planos
urbanísticos que intencionam um controle urbano: “a vida urbana deixa sempre
mais remontar àquilo que o projeto urbanístico dela excluía. A linguagem do poder
se ‘urbaniza’, mas a cidade se vê entregue a movimentos contraditórios que se
compensam e se combinam fora do poder panóptico”.

As práticas urbanas dissolvem a cidade-conceito, pois ao considerá-las afirma-se a


impossibilidade de se controlar, planejar, ou até mesmo, educar a sociedade
urbana. O conceito de cidade assim dever ser revisto, já que ela não se encerra
num espaço estável: de um lado, a explosão urbana ultrapassa os limites físicos
antes observados, de outro, a percepção do usuário da cidade ao caminhar por ela
faz dele um atualizador constante e anônimo de seu espaço.

Assim é conveniente que se observe o cotidiano como um regulador do espaço.


Considerando-se a dinâmica construtiva, o cotidiano, assim como os percursos e
relatos de seus habitantes, organiza o espaço, ainda que essa organização seja
mais da ordem do imaginário do que do espaço físico. Nesse caso, o lugar se
distingue do espaço por ser o primeiro a formalização das relações de coexistência,
e o segundo uma dinâmica constituída por essas relações, com tempos e
velocidades variados: “em suma, o espaço é um lugar praticado”, como afirma
Certeau (2003).

As cidades contemporâneas passam por mudanças significativas em suas relações


econômicas, políticas e sociais, que fazem com que se modifiquem também sua
estrutura, forma e atribuições de valores. Esse fato gera novas formas de
acumulação, novos lugares que acabam ganhando valor de uso e novas
contradições espaciais produzidas por meio de um processo reprodutivo social –
entre espaço público e privado, espaço do consumo e consumo do espaço,
fragmentação e globalização do espaço.

Cada vez mais há uma tendência dos usos e apropriações da cidade pela
sociedade se subordinarem ao mercado, ou seja, o espaço se retrai, pois há uma
inflexão de valores de troca e uso. Outro fator determinante nesse processo é a
nova atividade produtiva criada a partir da exploração espacial: o turismo e o lazer;
ou seja, o espaço que se transforma em mercadoria, tornando-se uma nova forma
de acumulação. Vale retomar a idéia de que o espaço geográfico é dado tanto pela

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localização como também por seu conteúdo, o último sendo resultado de relações
sociais, o que faz do espaço um produto histórico e social. O espaço transformado
pelo consumo é então banalizado por ser superficial, sem conteúdo e sem história,
sendo apenas uma imagem vendida ou comprada. Como observa Ana Fani Carlos
(2001), “nesse sentido os lugares passam a ter existência real através da sua
trocabilidade, através da atividade dos promotores imobiliários que servem do
espaço como meio voltado à realização da produção”. Até mesmo os processos de
apropriações passam por mecanismos reguladores determinados pelas leis de
mercado, globalizando-se na pretensão de homogeneizar os fragmentos cada vez
menores dentro do urbano. Em função dessa nova realidade o turismo acaba tendo
o poder de destruir antigos lugares inserindo neles valores imediatos, reduzindo
assim a realidade a um simulacro, criando imagens que formam um mundo sem
substância, trocando os símbolos por signos.

Justamente por se encontrar hoje num mundo onde a imagem é a comunicação


primordial, a mídia acaba construindo mundos ideais, lugares compráveis
carregados de valor de troca, lugares ausentes de vivências: “sem exceção, trata-
se de espaços dominados por estratégias de marketing e que só têm o sentido que
lhe é conferido pelo marketing na medida em que são vistos como uma imagem e
um signo de bem-estar e felicidade que apaga sua configuração de mercadoria,
mas é redutor da realidade que pretende representar” (CARLOS, 2001). O espaço
sem espessura, ou seja, sem história, gera um consumo de si próprio, gera a
produção do consumo do espaço, e, nesse contexto, a informação carrega em si
mais valor que conhecimento. O espaço, agora uma mercadoria, é impregnado por
um valor de troca, e não de uso. O homem aqui também perde sua função de
produtor a acaba se tornando o “consumidor do espaço”.

A nova contradição contribui para uma visível segregação espacial, onde os locais
são determinados pelo seu valor comercial. O acesso aos lugares se dá de acordo
com o poder aquisitivo individual, para espaços de moradia e até mesmo para os
espaços turísticos ou de lazer, onde até a natureza é reproduzida e ganha valor de
troca. Aliás, essa relação do homem com a natureza é um exemplo transparente da
criação de lugares/não-lugares, espaços somente para consumo, relacionados com
a mímesis. Ela estabelece a produção do reprodutível, fazendo do visual algo
fictício, cópia do real, sem contexto ou conteúdo.

Baseando-se nos pressupostos aqui explicitados, a proposição de análise formal


recai sobre nosso objeto de estudo, como já foi dito a cidade de Tiradentes (MG), a

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começar por sua paisagem que, além do casario e ruas sinuosas, conta com a
presença marcante da Serra de São José. Esta não só emoldura o conjunto
urbanístico como também constitui um limite natural para o desenvolvimento da
cidade. O centro histórico possui, ainda hoje, muitas características setecentistas
preservadas graças ao tombamento feito pelo IPHAN, mas essa estrutura central se
tornou um lugar turístico. Desse modo, foi modificada assim como seus arredores
imediatos, quanto a suas relações de uso e apropriação, perdendo sua função
primordialmente residencial já que hoje predominam estabelecimentos comerciais e
pousadas. As ruas são invadidas por multidões de visitantes, por carros e outros
veículos, mesmo não tendo sido criadas para suportar tamanho fluxo. Até mesmo
culturalmente Tiradentes perde suas características frente à diversidade cultural
trazida por seus novos moradores e/ou empreendedores, pessoas de outras
cidades e estados que migraram por questões econômicas – estabelecimento de
comércio e serviços – e trouxeram manifestações estranhas ao contexto local, tais
como parte do artesanato e do tipo de comida vendidos.

Como fruto desse processo ocorre também a explosão física da cidade, ou seja, o
surgimento de bairros periféricos habitados tanto por antigos tiradentinos como
pelos novos ocupantes, que trazem novos padrões espaciais como o bairro
planejado do Parque das Abelhas, com lotes desenhados segundo uma malha
ortogonal que contrasta com o traçado sinuoso que caracteriza a cidade. As
modificações se dão ainda na própria função residencial: muitas das casas
possuem agora a função de residências de veraneio ou de aluguel para os períodos
de alta temporada, durante os quais aumenta consideravelmente o número de
usuários do espaço urbano, o que confere um caráter heterogêneo e fragmentado à
população local. Outra importante conseqüência desse contexto é o fato de que,
apesar do centro histórico ser tombado e ter normas e critérios de intervenção
estipulados pelo IPHAN, existem hoje pressões consideráveis sobre ele, resultantes
das necessidades de adaptação das edificações e do espaço urbano aos novos
usos, assim como ao intenso fluxo de pessoas e veículos.

Esses são alguns dos muitos aspectos modificadores do espaço de Tiradentes que
devem ser analisados, a nosso ver, através da observação de suas inter-relações
dentro da forma atual da cidade, numa abordagem histórica que leve em
consideração as diversas temporalidades intrínsecas ao fenômeno urbano.

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4. INSTRUMENTOS DA PESQUISA

Um importante instrumento norteador da pesquisa a ser desenvolvida é o Inventário


Nacional de Bens Imóveis – Sítios Urbanos Tombados - INBI-SU 2001, método
para o qual a cidade de Tiradentes foi experiência piloto. A partir da atualização do
primeiro inventário realizado no início dos anos 90 – o levantamento de campo
realizado em 2001, hoje em fase de informatização de dados - e da análise dos
dados coletados, tanto quantitativos como qualitativos, se poderá construir uma
base concreta para a compreensão do desenvolvimento dinâmico da cidade. Para
melhor entendimento da importância desse instrumento, se faz necessário um
apanhado de sua origem, no IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional.

Diante de um processo de industrialização do país, nos últimos quarenta anos, as


perspectivas em relação ao patrimônio histórico passaram por uma revisão,
incluindo-se nelas o aspecto social relacionado ao novo contexto urbano e novas
formas de atribuição de valores. Assim buscou-se adequar os métodos de
preservação de maneira a sincronizá-los com as novas abordagens do patrimônio.
Hoje, estas buscam compreender a cidade não mais como um objeto acabado, mas
como um processo dinâmico constante, resultado das também constantes
transformações advindas da vida social e econômica inseridas nela. Assim, na
década de 80, sai de cena o conceito de “cidade-monumento” e entra um novo
conceito de “cidade-documento”. Esse fato constitui-se em uma nova visão que
coloca a forma como o meio de expressão explícito no espaço urbano, podendo-se,
dessa maneira, obter interpretações e leituras da cidade. “É importante lembrar que
a noção de forma aqui referida não se limita àquela que representa um estilo ou
uma estética, mas àquela que expressa toda a série de operações que caracteriza
a vida do homem no seu modo de estar no mundo” (IPHAN, 2001). Uma nova visão
que acarreta maior participação, tanto governamental como comunitária,
democratizando o processo da preservação. Essa participação chega a ser incluída
na Constituição Federal de 1988 sob o Decreto Lei 25/37, que considera o
tombamento como uma competência dos municípios, estados e federação, fato que
“ampliou as possibilidades de preservação e noção de patrimônio” (IPHAN, 2001).

Estas mudanças se refletem na necessidade de se criar novos instrumentos dentro


do IPHAN, que permitam a compreensão prévia das relações entre os sítios
urbanos e suas diversas formas de apropriação pelo homem. Até a década de 70,
não havia uma considerável preocupação em se documentar, por meio de

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inventários, os edifícios tombados, até então tomados apenas em sua esfera
arquitetônica e sendo registrados somente diante da necessidade de intervenções e
fiscalizações. A partir desse momento, e devido ao crescimento das cidades, a
visão do tombamento foi estendida para além do arquitetônico e passou a
considerar o urbano, porém ainda com algumas restrições. Já na década de 80 é
observado um avanço qualitativo em relação aos estudos de tombamento, o que
gerou uma quantidade de documentos considerável, apesar destes terem sido
feitos em situações de urgência relacionadas a processos de tombamento, sem, no
entanto, possuírem um padrão.

Desse modo, o objetivo do método de inventário INBI-SU é, além de padronizar


toda uma documentação já existente e bastante rica, complementá-la e qualificá-la
para futura disponibilidade das informações ao público. Como forma de
conhecimento, o inventário aumenta a consciência a respeito da preservação do
patrimônio, além de se constituir como um instrumento de ação institucional. Com
uma abordagem que abrange principalmente pesquisa histórica, levantamentos
físico-arquitetônicos e entrevistas, contempla os diversos níveis que o processo de
preservação envolve.

O levantamento realizado em 2001 consistiu no preenchimento de formulários


contemplando informações sobre os lotes, características arquitetônicas e estado
de conservação dos imóveis do perímetro tombado, assim como aspectos sócio-
econômicos. É importante observar que segundo o método INBI-SU, o
levantamento é feito imóvel por imóvel, e não por amostragem, o que o torna ao
mesmo tempo preciso e rico em termos de informações, pois não cai em
generalizações, dando conta da complexidade do que é hoje a cidade histórica.
Apesar de nossa abordagem não se limitar à área tombada, a informatização e
sistematização do material referente a Tiradentes irá possibilitar, dentro da proposta
de trabalho, um avanço considerável sob o ponto de vista do entendimento das
relações entre a forma e seus tipos de apropriação dentro do sítio urbano.

Outro instrumento fundamental para a abordagem a ser desenvolvida, e que se


relaciona ao inventário, é a metodologia da “história oral” que enfatiza as relações
entre memória e História, admitindo que a primeira “não é (...) um compartimento
da história vivida, mas sim o registro de depoimentos sobre essa história vivida”
(NEVES, 2003). A história oral constitui um meio de se considerar várias faces,
várias versões experimentadas e vivenciadas em uma mesma dinâmica histórica. A
memória, nesse processo, é a principal fonte que irá dar respaldo à elaboração de

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documentos na medida em que se constitui na recorrência a uma história de
aspecto produtivo, já que promove o intercruzamento do tempo passado, que
enfoca a época estudada, e o tempo presente, tempo no qual a entrevista foi
realizada. “O passado espelhado no presente reproduz a dinâmica da vida pessoal
em conexão com processos coletivos” (NEVES, 2003). Abordando processos
subjetivos vivenciados, a história oral dá respaldo para a compreensão dos mesmos
em suas relações com o espaço urbano. Desse modo as entrevistas constituem-se
num instrumento fundamental para se resgatar a dimensão do cotidiano e da
percepção do espaço junto aos moradores de Tiradentes, reconstituindo, através de
seus relatos, aspectos subjetivos da história da cidade.

Complementando os instrumentos citados, a pesquisa em arquivos públicos –


Prefeitura Municipal de Tiradentes, Câmara Municipal, IPHAN, Biblioteca Municipal
de São João del-Rei e Arquivo Público Mineiro – e particulares, pretende levantar
cronologias, particularidades, pontos de ruptura histórica e quaisquer fatos
geradores de transformação do espaço da cidade.

Como nosso objetivo é um estudo da forma, mapas e maquetes da evolução


urbana da cidade são fundamentais para a identificação de pontos de ruptura no
seu crescimento, assim como do processo de formação e das características das
áreas de expansão. Sua execução deverá ser baseada no cruzamento das
informações obtidas no inventário, nas entrevistas e nos documentos históricos,
procurando-se contemplar e registrar as descontinuidades do processo histórico de
desenvolvimento da cidade.

5. CONCLUSÃO

A abordagem da cidade histórica no período contemporâneo torna-se ineficiente


quando desconsidera tanto as áreas de expansão urbana, que interagem
diretamente com os centros antigos, quanto o dinamismo da própria cidade refletido
no cotidiano local. A consideração apenas de registros históricos ou documentos
institucionais resulta em uma interpretação parcial da realidade urbana atual dessas
cidades, assim como a consideração apenas das áreas tombadas. Portanto, a
utilização de instrumentos diversos, que contemplem aspectos objetivos como os
inventários, e subjetivos, como os relatos obtidos pela metodologia da história oral,
fornecem dados fundamentais para, aliados aos documentos históricos,

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compreender a complexidade de seu desenvolvimento no tempo e no espaço.
Esperamos, com este estudo, contribuir para uma melhor compreensão do
processo de desenvolvimento da cidade de Tiradentes e, conseqüentemente, para
a discussão acerca dos critérios de preservação do patrimônio das cidades
históricas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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