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Ao longo da história o solo tem sido um elemento bastante familiar ao homem, que dele
sempre dependeu para satisfazer as suas necessidades básicas de locomoção, abrigo e
alimentação. Assim, os conceitos de solo são quase tão variados quanto as atividades
humanas que nele se desenvolvem. Quando o homem estava no estágio de caçador não
tinha por que cogitar a natureza do solo. No fim do século XVIII e começo do século XIX, os
geólogos deram atenção ao solo como produto do intemperismo de rocha.
Em 1880, na Rússia, Dokuchaeu revolucionou a concepção dos solos, pois reconheceu que a
gênese dos solos, a complexa interação de inúmeros fatores além da rocha originária,
incluindo tambémo clima, os organismos, a topografia e o tempo transcorrido sob a ação
desses fatores. Entretanto, não chegou-se ao entendimento atual do perfil do solo, e do
relacionamento entre seus horizontes ou camadas horizontais diferenciadas. Siristeu (1867-
1927) modificou as classes e introduziu o conceito de solos zonais e posteriormente ( 1927 )
Marbust ( Apud. Popp,1988 ) deu desenvolvimento à classificação chamada americana,
reformulada em 1938 e 1945.
Importante também são as informações de Jenny ( 1941), que considera o relevo como um
dos fatores de formação do solo, além do clima, material de origem, organismos e tempo,
ou seja, o solo resultou da ação do clima e dos organismos sobre o material de origem, no
relevo, durante um determinado tempo. Na nossa concepção, nada de novo, pois é igual a
tese de Dokuchaeu, existindo hoje várias classificações: americana, russa e francesa. Assim é
que dentro deste contexto, no Brasil, utilizou-se os estudos dos solos através da
metodologia americana e francesa por várias anos, até que em 2000 num esforço conjunto
da EMBRAPA e de Universidades foi publicado o estudo dos nossos solos.
INTEMPERÍSMO
A porção externa e superficial da crosta é formada por vários tipos de corpos rochosos que
constituem o manto rochoso. Estas rochas estão sujeitas a condições que alteram a sua
forma física e composição química. Onde os fatores responsáveis pela alteração, ou seja
meteorização, são provocados por agentes de ordem física, química e biológica, agindo
isoladamente ou em associação.
Duas fases são importantes no processo de meteorização, a física e a química, que são a
desintegração e a decomposição, respectivamente. A desintegração é a ruptura das rochas
inicialmente em fendas, progredindo para partículas de tamanho menores sem no entanto,
haver mudança na composição. Já a química poderemos destacar os seguintes aspectos:
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA GEOLOGIA
PROF. DR. IDNEY CAVALCANTI DA SILVA
INTEMPERISMO DAS ROCHAS E FORMAÇÃO DOS SOLOS - AULA 05
Hidrólise
Os íons da água combinam-se com os compostos, formando novas substâncias.
Ex. Feldspatos são pouco estáveis e sofrem a ação desse ataque.
Hidratação
Certos minerais podem adicionar moléculas de água à sua composição formando novos
compostos. Como conseqüência, os minerais têm os seus volumes aumentados.
Oxidação
Os minerais se decompõem pela ação oxidante do O2 e do CO2.
Ex. Minerais que possuem íons de Fe+3 ( Pirita, Micas e Olivinas ). Quando a Pirita é oxidada,
o Fe+2 passa a Fe+3 forma Limonita liberando enxofre que combinando com água produz
ácido sulfúrico.
Carbonatação
É um processo de decomposição por CO2 , contido na água ( colóides ) forma pequena
quantidade de ácido carbônico. Exemplo:
PERFIL DO SOLO
Quanto à constituição da fase sólida, o solo pode ser denominado de orgânico ou mineral.
ORGÂNICO: < 20% de matéria orgânica, sendo 11,5% de carbono total.
MINERAL: > 20% de matéria orgânica e menos de 11,5% de carbono total.
FRAÇÕES DO SOLO
FRAGMENTOS
A) Matacões - maior que 200 mm de diâmetro.
B) Calhaus – entre 200 e 20 mm de diâmetro
C) Cascalhos – entre 20 e 2 mm de diâmetro
Para caracterizar a textura do solo, considera-se a terra fina seca ao ar (TFSA), que passa na
peneira de 2,0 mm.
A grande maioria das reações que se processam no sistema água-solo-planta são fenômenos
de superfície, dependentes das partículas existentes no solo. Assim sendo:
Areia – partículas inativas no solo.
Limo – já apresenta certa atividade de superfície.
Argila – é a parte ativa do solo, é a sede dos fenômenos físico
químicos.
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA GEOLOGIA
PROF. DR. IDNEY CAVALCANTI DA SILVA
INTEMPERISMO DAS ROCHAS E FORMAÇÃO DOS SOLOS - AULA 05
A quantidade e o tamanho das partículas distribuídas no solo diferem a sua textura que é
uma característica praticamente estável.O arranjo dessas partículas no solo, em agregados,
sob diferentes formas, tamanho e grau de desenvolvimento, difere a sua estrutura, que é
uma característica instável.
TEXTURA DO SOLO
ESTRUTURA DO SOLO
CÁLCULOS ANALÍTICOSINTERPRETAÇÕES
Soma de bases ( SB )
É a soma de cálcio ( Ca2+ ) , magnésio (Mg2+), potássio ( K+ ) e sódio ( Na+ ).
RETENÇÃO DE CÁTIONS ( RC )
A retenção de cátions ( RC ), se for 1,5 cmolc/kg de argila e ao mesmo tempo o valor de pH
KCl > 5, ou o pH positivo ou nulo, certifica o caráter ácrico, e é assim definida:
RC = SB + Al3+ % de argila x 100
DISTRÓFICO
Em uma amostra de solo, os cátions de Alumínio e Hidrogênio são maiores que a soma das
bases (Cálcio, Magnésio, Potássio e Sódio). Sendo que o Alumínio ocupa menos de 50% da
capacidade de troca.
EUTRÓFICO
Em uma amostra de solo, os cátions de Cálcio, Magnésio, Potássio e Sódio (bases) ocupam
mais de 50% da capacidade de troca.
( 1 ) Para ser ácrico há necessidade do valor de retenção de cátions ser 1,5 Cmolc
kg-1 de argila e ser atendida pelo menos uma dessas condições: pH KCl ( 1 N ) 5, ou
ainda se pH for positivo ou nulo.
EXERCÍCIOS
2. De que o solo é constituído? Quais as fases e como elas são distribuídas no sistema
disperso?
4. Elabore o check list para classificação dos solos a partir do conteúdo estudado. (Ponto
Extra)