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Guia de Elaboração de um Orçamento de uma Instalação Eléctrica
1.0 Introdução
O processo de elaboração de um orçamento é efectuado de várias formas. Depende do tipo de empresa, da sua
estrutura, das técnicas de marketing, do tipo de obras a que concorre, da carteira que se propõe angariar, dos
meios informáticos de que dispõe, enfim, de um sem número de factores que reflectem a sua organização e a
conjuntura.
a) Qualidade da construção é um factor ao qual se atribui cada vez mais importância. É reconhecido que
construir com qualidade é sinónimo de redução de custos devido à menor valia resultante entre custos
envolvidos na implementação de sistema de garantia de qualidade e os custos da “não qualidade”. O objectivo
principal de implementação dos referidos sistemas consiste em reduzir preventivamente os riscos de
anomalias nas obras, através de mecanismos que garantam, mediante controlo, a realização dos trabalhos com
a qualidade adequada ao uso.
b) Segurança na construção está relacionada com o valor da vida dos profissionais envolvidos na realização
das obras e das pessoas e bens que possam vir a ser afectados pela sua eventual ruína precoce. É obviamente
do ponto de vista social e económico um factor fundamental nas obras e os respectivos indicadores de
desempenho representam um barómetro bastante credível do desenvolvimento da sociedade a que dizem
respeito.
A prevenção da segurança e consequente redução dos custos sociais e humanos de “NÃO SEGURANÇA” implica
uma actuação ao nível da concepção dos projectos, da definição de metodologias adequadas de uso e da
manutenção das obras concluídas.
c) Custo da construção é outro parâmetro fundamental. É necessário realizar obras de acordo com os
recursos financeiros disponíveis. Este é um problema recorrente da construção Portuguesa: a realização de
obras com custos superiores ao orçamentado. É fundamental, ao nível das empresas que promovem e
executam as obras, definir procedimentos de orçamentação e controlo que garantam o cumprimento do
objectivo de realizar as obras de acordo com os custos orçamentados e com produtividades cada vez maiores.
d) Prazo de execução constitui muitas vezes o principal objectivo devido à existência de uma data fixada com
grande antecedência para a entrada em funcionamento da construção que se pretende realizar. Tal é, por
exemplo, fundamental na concretização de uma indústria que necessita começar a produzir (nestes casos
muitas vezes o investimento em Construção Civil não ultrapassa os 10/20% do investimento global) ou na
abertura de um Centro Comercial onde se celebraram acordos com lojistas que prevêem enormes multas e
indemnizações em casos de atrasos na abertura.
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Para a elaboração de qualquer orçamento é necessária a realização de uma análise sumária englobando os
dados e requisitos do processo do nosso estudo:
Características gerais da obra, em termos de localização, dimensões globais, área e volumetria, preço
base de concurso, estimativa orçamental e prazo de execução;
Alvarás, documentação exigida e local de entrega da proposta;
Identificação dos autores do projecto e possível referência à fiscalização;
Registos sobre o tipo de contrato a formalizar, definição do regime da empreitada;
Notas sobre clausulado de erros, omissões, revisão de preços, seguros e cauções,
Retenções, multas, adiantamentos, facturação e pagamentos;
Prazos de apresentação e validade da proposta e notas sobre permissão de variantes e condicionadas;
Definições sobre possíveis visitas ao local, dúvidas, esclarecimentos, acessibilidades, estaleiro e
instalações e equipamentos requeridos para a Fiscalização;
Características dos trabalhos a executar, rácios referentes à área de construção e qualidades de trabalho
a salientar.
Prazo de pagamento após data do auto (ou entrega da sua correspondente factura), credibilidade do
pagamento pelo Dono de Obra e da sua pontualidade. O orçamento é a previsão do preço global da construção
da obra ou preço de venda da mesma. O orçamento destina-se, essencialmente, a satisfazer os objectivos
seguintes:
Definir o custo proposto pela empresa para execução de cada trabalho previsto nas medições e nas peças
escritas e desenhadas do projecto, de acordo com as condições técnicas do caderno de encargos;
Constituir o documento contratual que, em regra, como documento de previsão da actividade comercial,
serve de base a facturação da empresa e ao esclarecimento de dúvidas e omissões dos pagamentos a
realizar pelo dono de obra.
Estabelecer o documento de controlo dos rendimentos e custos de mão-de-obra, dos materiais, dos
equipamentos e das instalações e da sua comparação com as previsões estabelecidas
Fornecer, como instrumento de análise, as informações necessárias ao desenvolvimento das bases das
previsões e dos sistemas de cálculo e de controlo dos custos adoptados pela empresa, com vista ao
aperfeiçoamento da sua comparação com as previsões estabelecidas.
Como se referiu, o orçamento é, em regra, o resultado da multiplicação das quantidades de cada trabalho
previstas nas medições pelos respectivos custos, de acordo com uma classificação de trabalhos e uma
estrutura de despesas que conduzam à determinação correcta de todos os encargos da construção.
Sendo:
• Pu.vi - Preço de venda unitário de cada uma das operações
• Qi - Quantidade de cada operação
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O cálculo do orçamento torna necessário a definição da estrutura de custos que deve compreender todas as
despesas, sem excepção, que são realizadas na execução das obras. Em regra, é conveniente a adopção das
categorias de despesas seguintes (Faria, J. Amorim, Custos e Orçamentos, Cálculo dos Preços de Venda):
• Custos directos;
• Custos de estaleiro;
• Custos indirectos.
Os custos directos englobam todas as despesas que incidem, directa e exclusivamente, na execução de uma
operação de construção.
Os custos de estaleiro englobam todas as despesas não directamente imputáveis às operações de construção
(instalações do estaleiro, equipamentos, pessoal do estaleiro, etc). Entendeu-se separá-los conceptualmente
dos custos directos, nesta proposta que aqui se formula.
Custos indirectos correspondem às despesas da empresa comuns a todas as obras (custos da
estrutura da empresa).
2.1 Custos Directos
Os custos directos englobam todas as despesas que incidem, directa e exclusivamente, na execução de um
trabalho e, em regra, compreendem:
Despesas de mão-de-obra directa: incluem os salários dos operários afectos directamente à execução de
cada trabalho, os encargos sociais previstos na legislação respectiva, os atribuídos por iniciativa da
empresa, e outros encargos relacionados com a actividade (transportes, alojamento, prémios, etc.)
Despesas com materiais e elementos da construção: compreendem os fornecimentos de produtos que são
integrados em cada trabalho.
Despesas com ferramentas manuais e mecânicas: são constituídas pelas ferramentas correntes (pás,
picaretas, etc.) e pelos utensílios e ferramentas mecânicas (serras mecânicas manuais, pistolas de
pregar, pistolas de pintar, etc.) utilizadas pela mão-de-obra directa na execução de cada trabalho.
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1º - Mão-de-obra Directa
De todos os grupos componentes de custos, a mão-de-obra é o mais susceptível de ser afectado pelos factores
diversificantes. Por outro lado, representa em muitos casos mais de 50% do custo final.
Há vários factores que podem influenciar os rendimentos da mão-de-obra directa, sendo da salientar as
condições determinadas pela natureza e características particulares da tarefa, isto é, as formas, os materiais,
as técnicas aplicáveis e as condições de actuação.
2º - Materiais
As quantidades de materiais, na grande maioria dos casos são menos susceptíveis de alterações, contudo, não
significa que mereçam menos cuidados.
As quantidades devem ser determinadas de uma forma semelhante à dos rendimentos da mão-deobra (ou seja
em obra), considerando as quebras e desperdícios de materiais.
Numa ficha de preços compostos, devem ser considerados os materiais que, embora não fiquem incorporados
no produto, são indispensáveis na produção.
São exemplo desta categoria os seguintes materiais: o óleo de descofragem, a água para rega, os arames de
consolidação de cofragens, os separadores de lado das vigas, no betão, o arame para gatos ou pernes, o
betume para concertos, etc.
Alguns dos materiais considerados “subsidiários” (que ao participarem na execução de trabalhos não ficam
incorporados nos mesmos), como a madeira de cofragem e muitos outros, deverão ser avaliados e
considerados tendo-se em conta as recuperações possíveis ou número de utilizações a praticar.
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Nestes, a margem de segurança a utilizar na avaliação deve ser superior à encontrada para os materiais
incorporáveis, uma vez que o factor determinante do consumo é, forçosamente, aleatório. Aleatório, por
dependente da habilidade, dos conhecimentos profissionais e do sentido de responsabilidade dos executantes.
Nos materiais deverão incluir-se os consumos de energia, com combustíveis e outros, dado que na utilização
prevista para este tipo de preço base é necessária esta avaliação quantitativa.
A determinação das quantidades de materiais baseia-se na medição dos trabalhos, aplicando coeficientes de
majoração que representam os valores das quebras.
3º - Equipamentos e Ferramentas
Os equipamentos a considerar nas fichas de preços compostos deverão ser aqueles em que é possível
determinar com um grau de precisão elevado os tempos de trabalho necessários à execução das tarefas. Estes
equipamentos, ou ferramentas, corresponderão a elementos característicos e necessários para execução dos
trabalhos.
Sendo assim, de obra para obra, para condições de execução semelhantes, os tempos de trabalho serão
parecidos.
Custos Indirectos
Os custos indirectos englobam todas as despesas da empresa comuns a todas as obras. Regra geral, estes
custos são agrupados nos seguintes subcapítulos:
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Abaixo vamos elencar uma série de factores e condições que podem afectar ou não seu orçamento, e isto
dependerá da necessidade de aplicação ou não desses itens para que seu orçamento seja tão justo para
você quanto ao seu cliente, outra dica é nunca considerar seu orçamento de forma subjectiva e
superficial, apenas um olhar ou uma consideração errada pode ser causa de um grande prejuízo, por isso
avalie todas as possibilidades.
Recurso – factor de produção elementar necessário à realização de uma sub-tarefa (ou tarefa) Os recursos
são a mão-de-obra (MO), os materiais (MAT), os equipamentos (EQ) e as subempreitadas (SUB). Os recursos
também se designam como factores de produção.
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Sendo:
CE – custo total do estaleiro para a obra (montagem, desmontagem e exploração)
CD – total de custos directos da obra
α - percentagem (cerca de 6 a 10%)
Orçamento será igual a 40% de acréscimo no valor total do material, isto é 82800Mt