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Certo dia, António decidiu que estava na altura de pôr um ponto final nas discussões.
Chegado ao Estabelecimento Prisional, abeirou-se de Bruno, também conhecido por “Brunão”,
o recluso mais violento de Monsanto (e também um dos que cumpria pena mais longa), e fez-lhe
uma proposta: “ajudo-te a fugir se matares a minha mulher”. Bruno aceitou de imediato.
No dia seguinte, António chamou Bruno para a carrinha da prisão, simulou que iria levá-lo a
uma diligência judicial e levou-o até casa. Abriu a porta e disse a Bruno: “é aqui, vai ter ao 5.º B,
bate à porta e quando a minha mulher abrir faz o que tens a fazer”. Bruno assim fez.
O que Bruno não sabia era que António tinha chamado a polícia à socapa. Foi assim que
Bruno foi surpreendido pela PSP, logo após matar a mulher de António, ainda segurando a faca.
Bruno foi detido no dia 31 de março de 2020 e constituído arguido nos termos legais.
No dia 1 de abril de 2020, entrou em vigor a Lei n.º 20/2020, que criava o Tribunal de
Competência Especializada para Homicídios, em Corroios, inaugurado com apenas um juiz, que
passava a assumir a competência para todos os atos jurisdicionais em qualquer fase do processo,
sempre que estivessem em causa “crimes de sangue”, derrogando expressamente o regime
previsto no artigo 40.º do CPP.
No dia 2 de abril, Bruno foi submetido a primeiro interrogatório pelo juiz do novo Tribunal
de Competência Especializada para Homicídios em Corroios.
António acabou sendo descoberto através da gravação de imagem e som feita pela câmara do
Estabelecimento Prisional, sendo denunciado pelo respetivo Diretor ao Ministério Público. No
dia 3 de abril, António foi, igualmente, presente ao juiz do novo Tribunal de Competência
Especializada para Homicídios em Corroios para primeiro interrogatório judicial.
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Responda fundamentadamente às seguintes questões: