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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS - UNITINS

BACHARELADO EM DIREITO

DIREITO DO TRABALHO – 5º PERÍODO

LIAKYSU MICHELTON C. MORAIS

DIREITO DO TRABALHO

AUGUSTINÓPOLIS – TO

2019
LIAKYSU MICHELTON C. MORAIS

DIREITO DO TRABALHO

Atividade elaborada como requisito para


obtenção de nota parcial referente à A1
da disciplina de Direito do Trabalho, do
Curso de Bacharelado em Direito da
Universidade Estadual do Tocantins –
UNITINS, sob a supervisão do Professor
Antônia de Kássia.

AUGUSTINÓPOLIS – TO

2019
TRABALHO EVENTUAL X TRABALHO INTERMITENTE

O trabalhador eventual nada mais é do que uma pessoa física que presta
serviços em caráter esporádico, ou seja, de curta duração (urbano ou rural). Além desta
característica, o mesmo exerce atividade não relacionada com a atividade-fim da
empresa tomadora. Desta forma, não estão presentes a habitualidade e a continuidade,
constantes no Artigo 12, V, alínea “g” da Lei nº 8.212/91, a qual qualifica o trabalhador
eventual.
Por outro lado, com a entrada em vigor da Lei 13.467/2017, o instituto do
trabalho intermitente foi desenvolvido e, a princípio, pode ser aplicado indistintamente a
todos os contratos de trabalho ou, como disposto no parágrafo 3º do artigo 443 da CLT,
independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os
aeronautas que são regulados por legislação própria, e desde que preenchidos
determinados requisitos, obviamente.
O primeiro desses requisitos é extraído do próprio conceito legal de trabalho
intermitente que, segundo o artigo 443, parágrafo 3º da CLT, se trata do “(...) contrato
de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua,
ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade,
determinados em horas, dias ou meses”. Existe tênue diferença quanto ao caráter
transitório, além da nova disposição legal e suas consequências jurídicas, considerando
a reforma ainda recente. Ainda assim, pode-se dizer que o trabalhador intermitente é
uma espécie de trabalhador eventual, assim associado em algumas jurisprudências como
sinônimos.
A Portaria do Ministério do Trabalho n. 3.311 / 89 assim colocava em seu item
4.4:
“Do tempo de exposição ao risco: a análise do tempo de exposição traduz a quantidade
de exposições em tempo (horas, minutos, segundos) a determinado risco operacional
sem proteção, multiplicado pelo número de vezes que esta exposição ocorre ao longo da
jornada de trabalho. Assim, se o trabalhador ficar exposto durante 5 minutos, por
exemplo, a vapores de amônia, e esta exposição se repete por 5 ou 6 vezes durante a
jornada de trabalho, então seu tempo de exposição é de 25 a 30 minutos por dia, o que
traduz a eventualidade do fenômeno. Se, entretanto, ele se expõe ao mesmo agente
durante 20 minutos e o ciclo se repete por 15 a 20 vezes, passa a exposição total a
contar com 300 a 400 minutos por dia de trabalho, o que caracteriza uma situação de
intermitência. Se, ainda, a exposição se processa durante quase todo ou todo o dia de
trabalho, sem interrupção, diz-se que a exposição é de natureza continua.”
No entanto, a Portaria n. 3.311 / 89 foi revogada pela Portaria do Ministério do
Trabalho e Emprego n. 546 / 10, que por sua vez nada falou sobre o tema. Nesse “vácuo
legal” predominante, entendemos que, apesar de revogada, a Portaria n. 3.311 / 89
merece ser considerada quando o assunto for a definição de trabalho eventual,
intermitente e permanente. Trata-se de uma forma menos subjetiva e mais embasada de
avaliação. Merece destaque o conteúdo da Súmula 47 do Tribunal Superior do Trabalho
(TST), que assim coloca:
“O trabalho executado, em caráter intermitente, em condições insalubres, não afasta, só
por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional.”
Nos termos da Súmula 47 do TST, o trabalho executado em condições insalubres, em
caráter intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do
respectivo adicional. Agravo de instrumento conhecido e desprovido.” (AIRR 5868700-
22.2002.5.04.0900)
Pelo texto sumulado, concluímos, por exemplo, que os ministros do TST não
obedecem o Anexo 14 da Norma Regulamentadora n. 15, na parte que condiciona a
percepção do adicional de insalubridade por risco biológico ao “contato permanente” do
trabalhador. Observamos que os julgados do egrégio tribunal, se fundamentados na
Súmula n. 47, não excluem o “contato intermitente” da percepção do respectivo
adicional.
Para análise da periculosidade, o raciocínio é idêntico. Vejamos a Súmula 364
do TST:
“Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que,
de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o
contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual,
dá-se por tempo extremamente reduzido.”

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