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Saúde do

Trabalhador e da
Trabalhadora
Temas
• Trabalho – uma construção social
• Trabalho – saúde e adoecimento
• Processo e ambiente e trabalho
• O futuro do Trabalho x a Saúde dos Trabalhadores
SÓ MAIS CINCO MINUTOS !!!!!
Trabalho!!!!
Quem inventou?
TRABALHO
nas

Sociedades
TRIBAIS
e na ATUALIDADE
TRABALHO NAS
SOCIEDADES
MODERNAS
RECONHECIMENTO
m ,
m e
o h o ,
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É possível equilibrar?

•TRABALHO
•PRAZER
•SOFRIMENTO
Gráfico de Guérin
o mundo do trabalho

E AS VÍTIMAS DE CONDIÇÕES
DE TRABALHO INADEQUADAS
NO MUNDO
2,3 milhões de óbitos por acidentes ou doenças
ocupacionais anualmente, entre homens e mulheres,
no mundo.
 270 milhões de acidentes de trabalho por ano

 160 milhões de doenças ocupacionais por ano


quase equivalente a população do Brasil

a cada 5 minutos 20 pessoas morrem em


acidentes de trabalho
Dados da OIT – Organização Internacional do Trabalho - 2017
No BRASIL
• Óbitos: 3.000/ ano
• A cada 2 horas ocorrem 3 mortes
• Acidentes Típicos: 300.000/ano
• A cada minuto ocorrem 3 Acidentes de Trabalho
• 80 mil mutilados
• 320 mil acidentados ou adoecidos por
agravos relacionados ao trabalho
Custo social de US$ 4,8 bilhões ao ano
Fonte:Previdência Social (única em nível nacional)
Série histórica de acidentes de trabalho notificados no SINAN, residentes no MSP, 2008 a 2020*
Ano de Acidentes graves

Acidentes não
Total de acidentes
graves
Notificação Lesão grave** Crianças e Adolescentes Óbitos

2008 16.645 465 282 22 17.414

2009 15.682 436 276 19 16.413

2010 16.432 424 268 37 17.161

2011 17.283 457 347 35 18.122

2012 18.187 499 414 32 19.132

2013 19.910 347 461 16 20.734

2014 17.715 298 373 17 18.403

2015 18.456 457 293 21 19.227

2016 18.476 447 223 19 19.165

2017 17.319 486 158 21 17.984

2018 17.542 598 136 21 18.297

2019* 17.312 527 119 25 17.983

2020* 698 37 6 1 742

Total 211.657 5.478 3.356 286 220.777

Fonte: SINAN NET/COVISA


* Dados atualizados em 11/02/2020, sujeitos à alteração
** Politraumatismo, amputação, esmagamento, traumatismo crânio-encefálico, fratura de coluna, lesão de medula espinhal, trauma com lesões viscerais,
eletrocução, asfixia, queimadura com internação
Fonte: SMS/COVISA/DVISAT/SINAN, acesso em 25/05/2020
Série histórica de acidentes de trabalho com material biológico notificados no SINAN, residentes no MSP,
2008 a 2020*
Ano de notificação Masculino Feminino Total de
Nº % Nº % acidentes
2008 743 25,57% 2.163 74,43% 2.906
2009 665 23,94% 2.113 76,06% 2.778
2010 582 20,78% 2.219 79,22% 2.801
2011 591 21,23% 2.193 78,77% 2.784
2012 600 20,86% 2.276 79,14% 2.876
2013 705 20,93% 2.663 79,07% 3.368
2014 758 20,78% 2.890 79,22% 3.648
2015 797 20,59% 3.074 79,41% 3.871
2016 981 22,88% 3.307 77,12% 4.288
2017 886 22,24% 3.097 77,76% 3.983
2018 905 23,58% 2.933 76,42% 3.838
2019* 908 23,45% 2.964 76,55% 3.872
2020* 64 26,02% 182 73,98% 246
Total 9.185 22,26% 32.074 77,74% 41.259
Fonte: SINAN NET/COVISA
*Dados atualizados em 11/02/2020, sujeitos à alteração

Fonte: SMS/COVISA/DVISAT/SINAN, acesso em 25/05/2020


RISCOS de ACIDENTES

No local de trabalho - Típico

x
No trajeto para o trabalho
Risco psicossocial
Os riscos à saúde do trabalhador
É possível prevenir?
A quem cabe esse papel?
• Empregador?
• Trabalhador?
• Poder Público?
• Sociedade Civil?
Marco legal em
Saúde do Trabalhador
Constituição Federal 1988
Seção II
Da Saúde

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de


outras atribuições, nos termos da lei:

II - executar as ações de vigilância sanitária e


epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele


compreendido o do trabalho.
Sistema Municipal de Vigilância em Saúde
Novas
formas
de trabalho
As transformações no mundo do trabalho têm
repercussões sobre a saúde dos trabalhadores.
Estas são decorrentes das condições de trabalho,
dos antigos e novos modelos organizacionais,
das alterações nas formas de contratações e
das atividades de trabalho, que vão muito além do
trabalho nas indústrias, por meio da ampliação do
trabalho terceirizado, do trabalho informal e de
atividades de serviços (Sato, 2013)
A flexibilidade do cotidiano está explicita de formas
diferenciadas de sua manifestação no trabalho, uma
nova morfologia das relações trabalhistas pode ser
percebida, nessa dinâmica ressaltamos a uberização,
a pejotização, o uso de teletrabalhadores e de
trabalhadores em tempo parcial, ou seja, um novo
proletariado da era digital. Essas novas relações tem
impacto direto na qualidade de vida dos
trabalhadores, o efeito negativo pode ser
exemplificado, como demonstram algumas pesquisas,
por meio da alta incidência de acidentes de trabalho
em ambientes terceirizados (Antunes 2015; 2018)
o teletrabalhadores p e jo
açã tiza
e ri z ç ão
ub

novo proletariado da era digital


OBJETIVO

Contribuir para a qualificação do cuidado à saúde, desenvolvido pelas equipes


favorecendo para a incorporação da categoria trabalho como determinante do
processo saúde-doença da população sob sua responsabilidade.
1. Quem é o usuário(a)-trabalhador(a)?

2. Em quais espaços do processo de trabalho, trabalhador(a) pode ser reconhecido?

3. Diagnóstico da situação de saúde do trabalhador?

4. Reconhecendo a relação entre o adoecimento e o trabalho.

5. Alguns desafios a serem enfrentados para o reconhecimento.


1. QUEM É O USUÁRIO-
TRABALHADOR?

Trabalhadores são todos os homens e mulheres, que trabalham na área urbana ou rural,
independente da forma de inserção no mercado de trabalho (formal ou informal), de seu
vínculo empregatício (público ou privado), assalariado, autônomo, avulso, temporário,
cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado e mesmo os desempregados.

(BRASIL, 2012)
2. EM QUAIS ESPAÇOS DO PROCESSO DE TRABALHO DAS eAB/eSF O USUÁRIO(A)-
TRABALHADOR(A) PODE SER RECONHECIDO? (1)

a) Cadastramento

b) Consulta Clínica

c) Atividades de Educação em Saúde

d) Outros Espaços de Reconhecimento: considerações a partir de um diário de


campo!
 Produção de informações sobre o perfil demográfico, ocupacional, da situação de saúde e, identificação de
fatores
e situações de risco para saúde dos(as) usuários(as)-trabalhadores(as).

 Campo Ocupação: subsidia a investigação diagnóstica de agravos e doenças potencialmente relacionados ao


trabalho e auxilia o processo de compreensão do processo trabalho-saúde-doença.

“... tipo de trabalho que a pessoa exerce, independentemente da profissão de origem ou de remuneração, mesmo que no momento do
cadastramento esteja de férias, licença ou afastado temporariamente ...” (BRASIL, 2018, p. 38)

 Situação no mercado de trabalho: empregador; assalariado com/sem carteira de trabalho; autônomo com/sem
previdência social; aposentado/pensionista; desempregado; não trabalha; servidor público/militar; outra (segurados
especiais, por exemplo).
a) Cadastramento

 Questionário Autorreferido de Condições/Situação de Saúde: possibilita conhecer parte do perfil


epidemiológico da população e identificar agravos e doenças potencialmente relacionadas ao trabalho.

Importante considerar a potencial contribuição do trabalho no desencadeamento e na evolução das doenças e


agravos referidos. (BRASIL, 2018, p. 40)

“Sempre que identificada a ocorrência de acidente ou doença relacionada ao trabalho, esta deve ser registrada e
especificada (tipo de acidente ou doença) no campo “outras condições de saúde” e informada à equipe de
saúde para desencadear as ações de cuidado e vigilância adequadas.” (BRASIL, 2018, p. 41)
 ATENÇÃO: todo usuário é um potencial trabalhador!!!

 Ficha de identificação
Você trabalha?  informação sobre a situação no mercado de trabalho
Qual a sua ocupação atual/pregressa?  ocupação atual e/ou pregressa

 Escuta qualificada
Para além de “O que te trouxe aqui?”  Investigação sobre relação entre queixas / problemas de saúde apresentados
com o trabalho/ocupação atual ou pregressa do usuário(a).

Exemplo: queixas de dor e ardência ao urinar em mulheres jovens X trabalho (baixa ingestão de líquidos; excessivo controle da
saída do
posto de trabalho para ir ao banheiro) – caixas de supermercados, atendente de telemarketing, costureiras, etc. (BRASIL, 2018,
p. 43)
c) Consulta Clínica

 Estabelecimento/aprofundamento da relação entre as queixas e ou adoecimento apresentado pelo(a) usuário(a)


com o trabalho.

 Anamnese ou história ocupacional  instrumento importante, que possibilita:

- Identificar possíveis riscos e perigos no trabalho.

- Fazer diagnóstico correto e definir plano terapêutico, estabelecendo a relação entre o agravo ou a doença e o trabalho.
- Informar o/a trabalhador/a sobre as causas e evolução de seu adoecimento com orientações sobre prevenção.
- Orientações sobre direitos trabalhistas, previdenciários e à saúde - .
- Desencadear ações de Vigilância Epidemiológica (VE) e orientar para inspeção nos ambientes e processos de trabalho, a partir da notificação pela
eAB/eSF dos casos suspeitos/confirmados nos Sistemas de Informação em Saúde, de modo articulado com as referências técnicas de Vigilância em
Saúde do Trabalhor (Visat) no território.

(BRASIL, 2018, p. 44)


c) Consulta Clínica
 Perguntas básicas para um raciocínio clínico-epidemiológico para diagnóstico e plano
terapêutico/encaminhamentos:

 O que você faz (fazia)? Em que trabalha/trabalhava?


 Há quanto tempo trabalha (trabalhou) nessa atividade ou ocupação?
 Em que local, tipo de estabelecimento, empresa ou atividade econômica você trabalha/trabalhou antes por mais
tempo?
 Como realiza seu trabalho? Quais produtos, matérias-primas e instrumentos utiliza, e ou utilizou por mais tempo?
 Como são as suas condições de trabalho? A que tipos de riscos ou perigos você está exposto em seu trabalho?
 Você está satisfeito com o seu trabalho atual? O que o incomoda?
 Você acha que seu problema de saúde tem relação com seu trabalho atual ou pregresso?
 Você conhece outros(as) trabalhadores(as) com queixas ou adoecimento semelhantes entre os colegas de trabalho
atual e ou pregresso?
(BRASIL, 2018, p. 43)
d) Visitas Domiciliares

 Podem contribuir para:


 Investigação de caso suspeito e ou óbito relacionado ao trabalho e acompanhamento de trabalhadores(as) vítimas
de acidente de trabalho (AT), especialmente graves ou com óbito, e de doenças potencialmente relacionadas ao
trabalho ocorridas em membros da família.
- Verificar a ocorrência do AT, a partir de informações.
- Acompanhar a situação do trabalhador(a) e de sua família.
- Orientações (medidas de prevenção, cuidados à saúde, direitos trabalhistas e previdenciários).
 Identificação de atividades laborais intra ou peridomiciliares (trabalho informal, trabalho infantil, trabalho
precarizado, etc).
 Reconhecimento das condições de vida / moradia  atividades de empresas e plantações próximas, com
potencial para ocasionar danos indiretos, por exemplo.

(BRASIL, 2018, p. 43)


e) Atividades de Educação em Saúde

 Estratégias potentes para promoção de comportamentos favoráveis à saúde  espaço de interação (dialógica), de
compartilhamento, de discussão e reflexão coletiva sobre problemas de saúde (doenças e agravos) relacionados ao
trabalho; condições de trabalho e seus impactos à saúde; formas de lidar com o adoecimento; medidas de proteção à
saúde e prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho; orientações sobre direitos à saúde,
previdenciários, trabalhistas; dentre outros temas.

Exemplos: grupo de trabalhadores com Lesões por Esforços Repetitivos / Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
(LER/DORT); grupo de trabalhadores expostos (amianto, benzeno, mercúrio, agrotóxico, petróleo cru...) ;
grupo de orientações sobre acesso a direitos trabalhistas, previdenciários e sociais, dentre outros.

 Possibilitam fortalecimento do vínculo entre os usuários / usuários-profissionais de saúde, o apoio e o suporte na


tomada de decisão.
(BRASIL, 2018, p. 43)
f) Outros Espaços de Reconhecimento: considerações a partir de um diário de campo!

 Reuniões de equipe (mínima e ampliada)  informações sobre trabalho / usuário-trabalhador circulam, mas
normalmente não orientam as condutas adotadas.
 Priorização de problemas X capacidade de resolução de problemas

 Salas de Curativos e de Procedimentos: espaço em potencial para produção de informações de saúde do trabalhador
-
acidente de trabalho e outras demandas agudas relacionadas ao trabalho (pico hipertensivo, por exemplo).

 Sala de espera: espaço em potencial para a identificação de demandas de saúde do trabalhador e desenvolvimento de
ações
de promoção da saúde.

(BRASIL, 2018, p. 43)


Diagnóstico da situação de saúde do território  Qual o perfil sociodemográfico, epidemiológico, socioambiental,
produtivo e assistencial do território? Quais as necessidades e as demandas de saúde da população adscrita?

Elementos para o diagnóstico da situação de saúde dos(as) trabalhadores(as) no território

Perfil produtivo e sociodemográfico Perfil epidemiológico Recursos de Saúde e Equipamentos Sociais


-Atividades produtivas no território / intra e -Ocorrência de Acidente trabalho -Identificação dos pontos de atenção e fluxos
peridomiciliares. (AT), da rede de serviços de saúde: especializados,
especialmente graves e com óbito. Cerest, urgência/emergência, Nasf-AB, setores
-Nº trabalhadores população adscrita (sexo,
da Visau, etc.
idade, escolaridade, raça/cor/etnia), -Distribuição dos agravos e doenças
ocupação e tipo de vínculo. relacionados ao trabalho (ADRT) de -Identificação de outros serviços e
maior prevalência no território de equipamentos sociais: Conselho Tutelar, Cras,
-Nº crianças, adolescentes, gestantes e abrangência. Ministério Público, INSS, rede de ensino, etc.
idosos em situação de trabalho.
-Principais queixas dos usuários -Existência de associações comunitárias,
-Nº trabalhadores desempregados / potencialmente relacionadas ao sindicatos ou outras formas de representação
situações de vulnerabilidade. trabalho. de trabalhadores(as). Presença de usuário(a)-
-Áreas de vulnerabilidade social no trabalhador(a) no Conselho Local de Saúde e
-Principais fatores e situações de outras instâncias do controle social.
território (indígenas, quilombolas, riscos ocupacionais a que estão
população em situação de rua, lixão, etc). expostos os trabalhadores do
território (residentes ou não,
incluindo trabalho intra e (BRASIL, 2018, pp. 41/42)
peridomiciliar)
 Caracterização da população trabalhadora  fichas do cadastro

Características sociodemográficas: Características ocupacionais:


- Data de nascimento - Ocupação
- Sexo - Situação no mercado de trabalho
- Escolaridade
- Raça/cor etnia
 Caracterização do perfil de morbimortalidade da população trabalhadora

Apoio matricial: equipes


de vigilância em saúde Situações e patologias identificadas Número de trabalhadores
(epidemiológica, sanitária em trabalhadores atendidos, queixas mais comuns
e ambiental) cerest, Cadastro individual do e-SUS AB
RTST, Nasf-AB, Caps

Doenças e agravos relacionados Óbitos por acidentes de Doenças e agravos relacionados Inquéritos, informes e
ao trabalho trabalho ao trabalho que levaram à boletins epidemiológicos
Sinan SIM hospitalização
SIH

(BRASIL, 2012)
Estabelecimentos públicos e Domicílios e Por conta própria, familiar ou
Zonas urbanas e rurais
privados preridomicílios prestando serviço

Visitas domiciliares Cadastramento e recadastramento das


famílias

Registros administrativos Fontes secundárias IBGE, Informações de moradores, membros das equipes de
públicos Rais saúde, representantes de trabalhadores, de
associação de moradores, da mídia, etc
Por que identificar as atividades produtivas desenvolvidas no
território?
• FÁBRICA DE CIMENTO NO
• TERRITÓRIO
• Potencial exposição a
situações de risco para saúde
de trabalhadores e da
população residente no
entrono: maior número de
acidentes de trânsito
(tráfego de carretas pesadas);
problemas respiratórios
(asma, bronquite) 
aumento de demandas de
saúde para USB/USF (maior
frequência e gravidade dos
mais vulneráveis).
Figura: ilustração do mapeamento de atividades produtivas no território (BRASIL, 2018, p. 37).
PRODUÇÃO DE INFORMAÇÃO PARA AÇÃO: PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DE
AÇÕES DE SAÚDE NO
TERRITÓRIO.
 Articulação com os setores da Vigilância em Saúde (Saúde Ambiental, Sanitária, Epidemiológica, Saúde do(a)
Trabalhador(a)), participando e apoiando intervenções por eles(as) indicadas.
 Desenvolvimento de ações de educação em saúde e informação à comunidade sobre potenciais riscos e danos à
saúde decorrentes dessa atividade produtiva, favorecendo sua mobilização, com vistas à melhoria das condições de
vida, de trabalho e de saúde.

(BRASIL, 2018, p. 38)


 O (não) trabalho e as condições em que é realizado podem expor o(a) trabalhador(a) a riscos para a saúde e produzir
efeitos, agudos ou crônicos.
 Atenção à ST (interdisciplinar e multiprofissional)  abordagens individuais (assistência) e coletivas (vigilância à
saúde).
 Facilitado pela consulta à Lista de Doenças Relacionadas ao trabalho do MS (BRASIL, 1999).

Lista A: elaborada a partir dos agentes patogênicos e/ou fatores de risco Lista B: Agravos relacionados sistematizados a partir da
potencialmente presentes no trabalho. CID10.

Ag. etiológicos ou fatores de Doenças causalmente relacionadas com os respectivos Agentes etiológicos ou fatores de
Doenças
risco de natureza ocupacional agentes ou fatores de risco (Cid10) risco de natureza ocupacional
Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) Pneumoconiose devida à Exposição ocupacional a poeiras de
Sílica livre Silicose (J62.8) poeira de Sílica (Silicose) sílica-livre (Z57.2) (Quadro 18)
Outras doenças (I27.9; J44.-; J63.8; J99.1; M05.3) (J62.8)

(BRASIL, 2018, p. 38)


Classificação de Schilling: CATEGORIA EXEMPLOS
Intoxicação por chumbo
Combina a abordagem clínico- I – Trabalho como causa
individual com a coletivo- Silicose
necessária.
epidemiológica e agrupa as doenças, Asbestose
segundo a contribuição ou o “papel Doença coronariana
causal” desempenhado pelo trabalho
II – Trabalho como fator Doenças do aparelho locomotor
no adoecimento. (BRASIL, 2018, p.
contributivo, mas não
23) necessário.
Câncer**
Varizes dos membros inferiores
Bronquite crônica
III – Trabalho como fator
desencadeante ou agravante Dermatite de contato alérgica
de condições preexistentes ou Asma
latentes.
Doenças mentais
** Exceção para Mesotelioma maligno de pelura - origem ocupacional (e
ambiental). Sintomas de dor torácica, dispnéia, tosse, febre, astenia,
emagrecimento ou até derrame pleural em adultos, principalmente
homens > 50 anos, perguntar: já trabalhou com amianto? Tempo de
latência aproximado de 30 anos (INCA, 2009).
 FATORES DE RISCO E EFEITOS À ST

CATEGORIA EXEMPLOS POSSÍVEIS EFEITOS ATIVIDADES

Auditivos (surdez, zumbidos) Trabalhos com máquinas barulhentas,


Ruído Extraauditivos (gastrite, insônia e outras motores, britadeiras; motoristas de ônibus.
manifestações de estresse)

Desidratação, câimbras pelo calor, Trabalho na rua e a céu aberto; frigoríficos;


Temperaturas extremas fadiga, alergia respiratória, sinusite, cozinhas industriais; ambientes com ar
resfriados frequentes. condicionado.
Problemas de visão, dor de cabeça, Atividades na indústria e setor de serviços.
Físicos
acidentes. Costureiras e manucures podem ter pouca
Iluminação
iluminação ou em excesso, prejudicando sua
visão.
Câncer de pele, anemia aplástica, Agricultores e trabalhadores na rua;
Radiações ionizantes e leucemia, catarata, trabalhadores que operam raio X, soldadores,
não ionizantes (UVA, etc.
infravermelho, raio X, etc)

(BRASIL, 2018, p. 21)


 FATORES DE RISCO E EFEITOS À ST

CATEGORIA EXEMPLOS POSSÍVEIS EFEITOS ATIVIDADES

Substâncias químicas que Queimaduras, náuseas, vômito, cefaleia, Inúmeras atividades na indústria e no setor
podem estar presentes nos alergia, asma brônquica, câncer, doenças de serviços, no setor agropecuário,
ambientes de trabalho na gástricas e intestinais, neurológicas, silvicultura, madeireiro; empresas
forma de poeiras, fumos, hepáticas, renais, etc. também podem causar desinsetizadoras e da saúde pública que
Químicos névoas, neblinas, gases ou acidentes decorrentes de explosões e atuam no controle de endemias e
vapores. (agrotóxicos) incêndio. Penetram no organismo pela pele zoonoses, etc.
ou pelo trato digestivo provocando
intoxicação aguda ou crônica.
Máquinas com partes móveis Acidentes diversos (quedas, fraturas, Trabalhadores da construção civil;
não protegidas; calandras e esmagamento, amputação; traumatismos). motoristas de transportes coletivos;
cilindros; guilhotinas; prensas padeiros, metalúrgicos, trabalhadores em
Mecânicos e uso de instrumentos vias públicas, profissionais de saúde, etc.
cortantes ou perfurantes, etc.

(BRASIL, 2018, p. 22)


 FATORES DE RISCO E EFEITOS À ST

CATEGORIA EXEMPLOS POSSÍVEIS EFEITOS ATIVIDADES

Micro-organismos (bactérias, Doenças contagiosas: hepatite, Profissionais de saúde; manicure,


fungos, protozoários, vírus, etc). tuberculose, tétano, pneumonia, trabalhador rural; carteiros, etc.
Biológicos Animais peçonhentos (cobras, AIDS, etc.
escorpiões, aranhas). Envenenamento por picada de
cobra ou escorpião
Jornadas de trabalho longas, Doenças osteomusculares Trabalhadores de linha de
esforços físicos exagerados com relacionadas ao trabalho (Dort); montagem; carregadores;
posturas forçadas e problemas na coluna, dores bancários; trabalhadores em
Psicossociais carregamento de peso. Ritmo musculares e articulares. Sofrimento teleatendimento.
(organizacionais e acelerado, trabalho repetitivo e mental, com manifestações de
biomecânicos) monótono; trabalho em turnos e insegurança; desmotivação; Trabalhadores informais e com
noturno. Desemprego, vínculos depressão; distúrbios do sono; vínculos precários, terceirizados
precários ou ausência de vínculo estresse, entre outros. e temporários.
trabalhista.
(BRASIL, 2018, p. 22)
 AGRAVOS RELACIONADOS AO TRABALHO DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA (Portarias MS nº 204 e 205/2016; Portaria
SESAB Nº 1.411, de 03/11/2016 - Lista Estadual de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública nos serviços de saúde
públicos e privados em todo o território estadual e NI 94/2019)

 Acidente de trabalho (típico e de trajeto)

 Acidente de trabalho com exposição a material biológico

 Intoxicações exógenas (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados)

 Câncer

 Dermatoses ocupacionais

 LER/DORT

 Perda Auditiva Induzida por Ruído

 Pneumoconioses

 Transtornos Mentais
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012. Institui a Política Nacional de Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1823_ 23_08_2012.html
. Acesso em: 10 de outubro de 2016.

. . Saúde do trabalhador e da trabalhadora: cadernos de Atenção Básica, n.41 – Brasilia : Ministério da


Saúde, 2018. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1823_ 23_08_2012.html. Acesso em: 10
de outubro de 2016.

DOWBOR, T. P. O Trabalho com Determinantes Sociais da Saúde no Programa de Saúde da Família no Município de São
Paulo. São Paulo : USP. Tese de Doutorado, 2008.
RUÍDO
AGENTES FÍSICOS
Definição:

Agentes físicos são diversas formas de energia que


ocorrem no ambiente de trabalho a que possam estar
expostos os trabalhadores, tais como, ruído, calor,
frio, vibrações etc.
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS

Ruído
Mistura de sons cujas freqüências não
seguem qualquer lei precisa e que diferem
entre si por valores imperceptíveis ao
ouvido humano, normalmente considerado
como um som indesejado.
De forma genérica, ruído é o som capaz de
causar uma sensação indesejável e
desagradável.
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS

Alguns tipos de ruído:


Ruído branco: utilizado para efetuar medições padronizadas
em acústica e vibrações; O ruído branco é um tipo de ruído
produzido pela combinação simultânea de sons de todas as
freqüências. O adjetivo branco é utilizado para descrever
este tipo de ruído em analogia ao funcionamento da luz
branca, dado que esta é obtida por meio da combinação
simultânea de todas as freqüências cromáticas

Ruído de fundo: todo ruído que está sendo captado e que não
seja proveniente da fonte objeto das medições;
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS

• Ruído contínuo: todo e qualquer ruído que não está classificado como ruído
de impacto;

• Ruído de impacto: ruído que apresenta picos de energia acústica de duração


inferior a 1 segundo a intervalos superiores a 1 segundo.
BARULHO
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS

Fontes de ruído
No meio ambiente o ruído é provocado por diversas fontes:
Na rua: pelos motores dos veículos
No ar: pelas turbinas e motores dos aviões
No mar: pelos motores das embarcações
Na floresta: pelas moto-serras
No escritório: pelo ar-condicionado e impressoras
Na discoteca: pelas caixas de som em alto volume
Na sala de aula: pela conversa dos alunos
No divertimento: no carnaval pelo som dos trios elétricos
Na indústria: pelas caldeiras, motores, moinhos, geradores
etc.
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS

Os efeitos nocivos do ruído


O ruído é um problema que acompanha o desenvolvimento da tecnologia
e seus efeitos se fazem sentir tanto nos locais de trabalho, como nas
comunidades.

Em certas atividades do setor econômico como pore exemplas


indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, oficinas, serviços de telefonia
ou rádio comunicação etc. o aparecimento de doenças ocupacionais
relacionadas ao ruído se manifesta com maior freqüência.
As estatísticas indicam que trabalhadores que exercem atividades nas
áreas acima citadas apresentam, em maior grau, perturbações
auditivas.
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS

Alguns efeitos do ruído no ser humano:


• Dilatação da pupila;
• Aumento da produção de hormônios da tireóide;
• Aumento do ritmo de batimentos cardíacos;
• Aumento da produção de adrenalina e corticotrofina;
• Contração do estomago e abdômen;
• Aumento de contrações musculares;
• Contração de vasos sanguíneos;
• Trauma acústico com efeitos no sistema auditivo.
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS

EFEITOS FISIOLÓGICOS
Alteração da produção hormonal
Aumento da frequência cardíaca
Fadiga muscular
Perturbação do sono
Constrição dos vasos sanguíneos
Distúrbios gastrointestinais
Perturbação da visão
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FÍSICOS

EFEITOS PSICOLÓGICOS
Aumento das tensões
Irritabilidade
Agravamento de estados de angústia
Aumento da apreensão
Aumento do medo
Redução da atenção
Redução da concentração
Aumento da susceptibilidade
Efeitos no sistema auditivo
Mudança temporária do limiar de audição, também conhecida
como surdez temporária, ocorre após a exposição do indivíduo a
ruído intenso, mesmo que por curto período de tempo;

• Trauma acústico: a perda de audição resultante de exposição a


níveis elevados de ruído, podendo ser temporária ou
permanente. A temporária é como se fosse uma fadiga auditiva,
é uma ameaça de surdez profissional. A permanente é
irreversível, incapacitando o indivíduo para a comunicação oral;

• Surdez permanente: origina-se da exposição repetida e de


longa duração a ruído de intensidade alta, é irreversível.
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS

Como estamos submetidos a diversos tipos e intensidades de ruído no ambiente


de trabalho, é importante conhecermos também o conceito de DOSE

Se durante a jornada de trabalho ocorrem dois ou mais períodos de exposição a


ruídos de diferentes níveis, devem ser considerados seus efeitos combinados,
de forma que, se a soma das frações ( TE¹/TP¹ ) + ( TE²/TP² ) + ... + ( TE/TP ),
a qual denominamos DOSE de exposição ( D ), exceder a unidade, D>1, implica
que o LT do período foi ultrapassado.
TE  tempo em que o indivíduo esteve exposto a um determinado nível de ruído
TP  tempo máximo de permanência que é permitido a este nível de ruído.

OBS.: Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para
indivíduos que não estejam adequadamente protegidos.
ATENÇÃO: Para ruído de impacto, o LT = 130 dB
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FÍSICOS

Exemplos de níveis de pressão sonora


1 Sala de biblioteca 30 a 40 dB

2 Conversação a 1 metro de distância 50 a 60 dB

3 Trânsito a 5 metros de distância 70 a 80 dB

4 Interior de ônibus coletivo 80 a 90 dB

5 Liquidificador velocidade máxima 90 a 100 dB

6 Martelete pneumático 100 a 110 dB

7 Avião à jato 110 a 120 dB


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FÍSICOS

Medidas de controle do ruído


O controle compreende a adoção de medidas eficazes que amenizam o
problema do ruído já existente.

Controle do ruído na fonte:


- Emissão: emprega-se mecanismos de isolamento, amortecimento;

- Transmissão: emprega-se portas divisórias, enclausuramento,


isolamentos, amortecimento de vibrações, silenciadores;

Controle no receptor:
Pode-se utilizar protetores auriculares, limitar o tempo de exposição e
rotatividade dos trabalhadores.
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FÍSICOS

Equipamento de Proteção Individual


Faixas de atenuação esperada para protetores auriculares:

Tipos de Protetores Faixa de Freqüência em Faixa de Freqüência em


Hz Hz

100 a 800 800 a 8000


Plug de inserção 20 a 35 30 a 40

Plug de semi-inserção 15 a 20 25 a 35

Concha 15 a 35 30 a 45

Concha e inserção 25 a 45 30 a 60
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ADOÇÃO DE


PROTETORES AURICULARES

De acordo com o Institute for Occupational Safety and Healthy


(NIOSH). Diz o referido Instituto:

A atenuação (NRR) deve ser “corrigido” por um desconto de:


25% - para conchas
50% - para plugs moldáveis
75% - para plugs pré-moldáveis
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS

Quando o nível de ruído é conhecido em dB(A), é preciso


deduzir do NRR um fator de 7dB(A), que é utilizado
para fazer uma correção devido às baixas frequências
inerentes à escala (A).
Exemplos:
1 - O trabalhador usa uma concha com NRR 24, num
ambiente cujo nível de ruído é de 95 db(A).
Cálculo:
24 – 7 = 17
17- (25% de 17) = 17 – 4 = 13
95 – 13 = 82 dB(A)
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS

2 - O trabalhador usa um plug moldável com NRR 29, num


ambiente cujo nível de ruído é de 100 db(A).
Cálculo:
29 – 7 = 22
22 - (50% de 22) = 22 – 11 = 11
100 – 11 = 89 dB(A)

3 - O trabalhador usa um plug pré-moldável com NRR 28, num


ambiente cujo nível de ruído é de 95 db(A).
Cálculo:
28 – 7 = 21
21 - (75% de 21) = 21 – 15 = 6
95 – 6 = 89 dB(A)
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS

A implantação de medidas de controle através de


utilização de protetores auriculares deve levar em
conta vários aspectos:

a). Educação: campanhas de conscientização;


b). Higiene: pode provocar infecções (plug), melhor
optar pela concha;
c). Investimento: custo de aquisição, manutenção,
distribuição e controle;
d). Conforto: é um elemento estranho, requer tempo
para adaptação.
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS

• Exercício 1
Chico trabalha numa boate e recebe comumente a seguinte
exposição diária de ruído:
dB(A) 85 87 90 92
Tempo ( h ) 2 4 1 1

Qual a dose de ruído recebida por Chico durante sua jornada de


trabalho? Ultrapassou o LT?

Solução: Dose = ( 2/8 ) + ( 4/6 ) + ( 1/4 ) + ( 1/3 ) = 1,5


Sim ultrapassou o LT, pois D>1
O ambiente é insalubre.
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS

Exercício 2
Qual a DOSE de ruído recebida por Zé do Batuque, na sua Banda
Batucada do Zé no desfile de uma micareta, conforme a exposição ao
ruído abaixo:

dB(A) 85 80 92 87
Tempo (h) 2 3 1 2

85 – 8 horas
80 – 8 horas
92 – 3 horas Solução: Dose = ( 2/8 ) + ( 3/8 ) + ( 1/3 ) +
87 – 6 horas + ( 2/6 ) = 1,28
Ultrapassou o LT? Sim ultrapassou o LT, pois D>1
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS

O decibél é uma função logarítmica, portanto não pode ser


somado algebricamente os níveis de ruído. Quando se deseja
somar dois níveis de ruído usa-se a seguinte tabela:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 14 16

3,0 2,6 2,1 1,8 1,5 1,2 1,0 0,8 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1

-> Na 1ª linha temos a diferença entre os níveis de ruído

-> Na 2ª linha temos o nº a ser somado ao maior nível de ruído


RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS

Exercício 3
Na área de lavanderia de um hotel foi verificado o ruído de uma
máquina de lavar de 96 dB(A). Qual será o novo ruído deste
ambiente com a implantação de uma máquina de lavar nova para
ampliar a quantidade de roupa a ser lavada e que emite um ruído
de 90 dB(A)?
Solução:
96 – 90 = 6
Seis na 1ª linha da tabela corresponde a +1
O novo nível de ruído será 96 + 1 = 97 dB(A)
Exposição máxima de 1 h e 15 minutos.
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS

Uma noite, um velho índio contou ao neto dele sobre


uma batalha que acontece dentro das pessoas. Ele
disse: - Meu neto, há uma batalha entre dois lobos
dentro de todos nós.
Um é mau:é a raiva, a inveja, o ciúme, a tristeza, o
desgosto, a cobiça, a arrogância, apena de si
mesmo, a culpa, o ressentimento, a inferioridade,
as mentiras, o orgulho falso, a superioridade e o
ego. O outro é bom: é a alegria, a paz, a esperança,
a serenidade, a humildade, a bondade, a
benevolência, a empatia, a generosidade, a verdade,
a compaixão e a fé. O neto pensou naquilo por
alguns minutos e perguntou: - Qual o lobo que
vence?
E o velho índio simplesmente respondeu: - O que você
alimenta... Pense nisto!
A gente se acostuma. Mas não deveria...
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque
está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o
jornal no ônibus porque não pode perder o tempo de viagem. A
comer sanduíches porque não dá para almoçar. A sair do trabalho
porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A
deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia...
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses
pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um
ressentimento ali, uma revolta acolá...Se o trabalho está duro, a
gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de
semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda
fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado...
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a
pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos ... A gente se
acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de
COVISA – Saúde do Trabalhador

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saud
e/vigilancia_em_saude/saude_do_trabalhador/

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/
vigilancia_em_saude/saude_do_trabalhador/index.php?p=2
54267

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload
/saude/saude%20do%20trabalhador%20-%20riscos%20or
ganizacao%20do%20trabalho_21_05.pdf
Cecília Martins – socióloga e
especialista em Saúde em Saúde
do Trabalhador
ccmartins@prefeitura.sp.gov.br
ceccimartins@gmail.com

Divisão de Vigilância em Saúde do


Trabalhador
DVISAT - COVISA - SMS
dvisat@prefeitura.sp.gov.br
Informação Tel. 3397-8205

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