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DOI:10.4067/s0717-95532018000100206
RESUMO
Objetivo: Compreender a experiência do cuidador familiar de paciente com câncer. Método: Estudo qualita-
tivo, com abordajem fenomenológico, realizado no período de janeiro a junho de 2013 em uma Unidade de
Tratamento Oncológico, baseado em entrevista aberta com 14 cuidadores por meio da questão: Qual é a sua
experiência em cuidar do (nome)? Resultados: Foram identificadas quatro categorias como resultantes da ex-
periência do cuidador: representação do câncer na família, repercussões do câncer na vida pessoal do cuidador,
enfrentando a repercussão da não aceitação da doença do familiar e a finitude, sendo cuidador com sentimentos
de gratidão. Conclusão: Foi atribuído à função de cuidador mudança na rotina, com repercussões físicas, psi-
cológicas e impotência. O cuidar foi visto também como satisfação pessoal, retribuição de cuidados aos pais. A
experiência de ser cuidador traz sobrecarga e mudanças na estrutura familiar e a equipe de saúde pode oferecer
apoio formal e atuar como facilitadora neste processo.
ABSTRACT
Objective: To understand the experience of family caregivers of patients with cancer. Method: Qualitative study
using a phenomenological approach, conducted from January to June 2013 in an Oncological Treatment Unit,
based on open interviews with 14 caregivers through the question: “What is your experience in the care of
(name)?” Results: Four categories were identified as a result of the caregiver experience: representation of cancer
*
Enfermeira. Docente do Departamento de Enfermagem, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Faculdade de Medicina de Botucatu, Botucatu, São Paulo, Brasil. Email: malusa@fmb.unesp.br. Autor correspondente.
**
Enfermeira. Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação Mestrado Profissional em Enfermagem, Uni-
versidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Botucatu, São Paulo, Brasil.
Email:maromutro@fmb.unesp.br
***
Enfermeira. Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Botucatu, São Paulo, Brasil. Email: carlaregiani@yahoo.com.br
****
Enfermeira. Docente do Departamento de Enfermagem, Faculdade de Medicina de Marília, Marília, São Paulo, Bra-
sil. Email:marnadia@terra.com.br
*****
Enfermeira. Docente do Departamento de Enfermagem, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Faculdade de Medicina de Botucatu, Botucatu, São Paulo, Brasil. Email:silmeneguin@fmb.unesp.br
******
Enfermeira. Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Botucatu, São Paulo, Brasil. Email: fmcmazzetto@hotmail.com
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in the family, cancer repercussions on the caregiver’s personal life, facing the repercussion of the denial of the
family member’s illness and finitude, and being a caregiver with feelings of gratitude. Conclusions: It was at-
tributed to the role of caregiver a change in routine, with physical and psychological repercussions, and feelings
of impotence. The care was also seen as personal satisfaction, and retribution of care to parents. The experience
of being a caregiver brings a burden and changes in family structure and the health team can offer formal sup-
port and act as a facilitator in this process.
RESUMEN
Objetivo: Comprender la experiencia del cuidador familiar de pacientes con cáncer. Método: Estudio cualita-
tivo, con abordaje fenomenológico, realizado de enero a junio de 2013 en una Unidad de Tratamiento Onco-
lógico, basado en entrevistas abiertas con 14 cuidadores a través de la pregunta: ¿Cuál es su experiencia en el
cuidado de (nombre)? Resultados: Se identificaron cuatro categorías como resultado de la experiencia de ser
cuidador: representación del cáncer en la familia, repercusiones del cáncer en la vida personal del cuidador,
enfrentándose a la repercusión de la no aceptación de la enfermedad del familiar y la finitud, y ser cuidador con
sentimientos de agradecimiento. Conclusión: Se atribuye a la función de cuidador cambios en la rutina, con
efectos físicos, psicológicos e impotencia. La atención también se ve como la satisfacción personal, y retribución
al cuidado de los padres. La experiencia de ser cuidador trae sobrecarga y cambios en la estructura familiar y el
equipo de salud puede ofrecer apoyo formal y actuar como un facilitador en este proceso.
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dando-lhes o direito da escolha de participar. neutralidade por forma a ter valor científico
Considerando os critérios consolidados e isto independentemente de se admitir que
para questões da pesquisa qualitativa (9), os a natureza do conhecimento dentro do pa-
pesquisadores deixaram claros como ia ser radigma racionalista ou quantitativo seja di-
conduzida a pesquisa para a coleta de dados, ferente do conhecimento obtido na pesquisa
identificação dos pesquisadores, relação es- dentro do paradigma interpretativo (12).
tabelecida com os participantes, desenho do As variáveis para a caracterização socio-
estudo, o tamanho da amostragem, o registro demográfica foram: idade, estado civil, renda
da entrevista, a duração da mesma e a clareza familiar, grau de parentesco entre cuidador
dos temas resultantes. e paciente e tempo de cuidado prestado ao
O tamanho da amostragem do estudo foi familiar doente.
definido pela saturação dos dados (10), e to- Com os dados coletados em mãos, os pes-
dos os cuidadores convidados a participar quisadores, autores deste artigo, iniciaram a
da pesquisa aceitaram, e ao receber o aceite, análise dos depoimentos, começando pelas
a pesquisadora responsável pela coleta dos transcrições das falas e percorreram os três
dados, os encaminhava a uma sala reservada. momentos descritos no referencial fenome-
Essa pesquisadora atuava como enfermeira nológico: descrição, redução e compreensão
no ambulatório de oncologia e tinha uma ou interpretação dos depoimentos (8). Mais
familiaridade com os participantes, o que, tarde, situado o fenômeno e recolhidas as
possibilitou coletar os depoimentos de forma descrições, iniciou-se a análise idiográfica e
espontânea e sem constrangimentos. nomotética pautado na linha filosófica do fe-
Cada participante primeiramente lia e as- nômeno situado de Husserl (13).
sinava o termo de consentimento livre e es- As categorias temáticas foram derivadas
clarecido (TCLE) em conformidade com os dos dados, apresentadas nos resultados e os
aspectos éticos para pesquisas em seres hu- participantes tiveram um feedback das des-
manos, segundo a Resolução CNS nº 466/12. cobertas e puderam sanar dúvidas o que pos-
O projeto foi aprovado pelo comitê de Ética sibilitou o atendimento de necessidades das
em Pesquisa da Faculdade de Medicina de famílias.
Botucatu, por meio do ofício nº 75/11-CEP. A análise ideográfica buscou tornar visível
Para a coleta de dados, optou-se pela en- a ideologia presente na descrição ingênua, o
trevista aberta para que o entrevistado pu- pesquisador busca unidades de significado,
desse expressar-se livremente. Quando se após várias leituras de cada descrição. Essas
analisa esse tipo de fonte, é preciso incorpo- leituras prévias aproximaram os pesquisa-
rar o contexto de sua produção e, se possível, dores ao fenômeno, e familiarização com o
complementar com informações da observa- conteúdo das descrições. As unidades de sig-
ção participante (11). As entrevistas foram nificados foram recortes considerados signi-
registradas em um gravador eletrônico e pos- ficativos pelos pesquisadores diante da inter-
teriormente transcritas, analisadas e apaga- rogação do estudo (11).
das. A duração da entrevista teve média de 30 A análise nomotética foi realizada com
a 40 minutos com transcrição na finalização base na análise das divergências e convergên-
de cada uma e direcionada questão nortea- cias expressas pelas unidades de significado,
dora, deixando os cuidadores à vontade para vinculada a interpretações que os pesquisa-
expressar sua experiência com familiar com dores fizeram. Assim, novos grupos foram
câncer. formados e, no processo de convergências e
No que tange ao rigor científico do estudo interpretações, surgiram novas categorias.
qualitativo o processo de pesquisa precisa ter Essas generalidades iluminaram uma nova
valor próprio, aplicabilidade, consistência e perspectiva do fenômeno (14).
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teradas, bem como emoções desencadeadas pai e eu gosto de ajudar (Dep 12). Minha ex-
pelo fato de tomar conta de um familiar, a periência? Ah acho que é uma retribuição por
sobrecarga, dificuldade em conciliar a vida tudo que ela fez por mim, e nesta minha expe-
pessoal com o papel de cuidador, restrições riência vejo como aprendizado é que a família
em sair de casa, de descanso e de sono: se une... (Dep 11). Ele voltou a ser uma criança,
e eu a sua mãe... cuido com o maior carinho
Pra mim está difícil, porque eu tenho filha pré (Dep 3).
adolescente, tenho que dar atenção, e minha
mãe que é uma idosa que está com um problema
de saúde sério (Dep 1). Não é fácil (...) porque DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
eu não aguento com ele, não tenho quem me
ajude. Me dói as costas (Dep 2). Antes, quando
ela andava, a gente dava banho de chuveiro e Pacientes com câncer e suas famílias ao viven-
trocava, agora é na cama, a gente não sabe, fica ciarem a confirmação do diagnóstico de neo-
nervosa (Dep 6). Ah quase não saio de casa, eu plasia, o indivíduo portador da doença sente
cuido dele, né?. Desde o começo. Eu cuido dele, o desejo de ser cuidado, amado, compreendi-
então não posso viajar, eu nem penso (Dep 9). do e, principalmente, de poder compartilhar
suas preocupações e medos. Nesses momen-
Categoria 3. Enfrentar a repercussão da não tos, a família passa a enfrentar conflito emo-
aceitação da doença pelo familiar e a finitu- cional tendo que apoiar o ente querido e, ao
de e as dificuldades de cuidar da pessoa no mesmo tempo, aceitar o câncer. Diante desse
domicílio. Essa categoria revela o significado contexto, se não considerar os sentimentos
da impotência do familiar diante da não acei- dos familiares no momento do diagnóstico
tação da doença pelo paciente e exprimem a e tratamento do câncer, principalmente dos
percepção da finitude: cuidadores, a ajuda não tem como ser eficaz.
O nosso estudo corrobora com a pesquisa de
Ele chora bastante, quer sair, trabalhar, a gente Souza y Gomes (17), que considera a neces-
sabe que não pode, explica pra ele que não pode sidade dos familiares cuidadores apresenta-
mais, corta o coração (Dep 12). É duro nessa rem equilíbrio de seus próprios sentimentos,
situação dele, agora, pior ainda, até porque os lidando com questões práticas da vida, na
médicos disseram que não tem mais o que fazer, cotidianidade da doença. Neste sentido, um
é só esperar... (Dep 10). .... É muito difícil por- estudo realizado no México sobre a experi-
que ...minha casa é simples, humilde, não tem ência de ser cuidador em doenças crônicas,
conforto para dar pra ela..., não é ambiente ide- refere que uma das principais fontes de es-
al para ela (Dep 4). Eu nunca pedi nada para tresse para este cuidador é a percepção dos
ninguém, mas eu me vi assim, numa situação sintomas do paciente (18), o que evidencia
tão difícil, tive que pedir para um para outro, a necessidade de compreensão da doença do
você me ajuda com isso, tudo é difícil... (Dep familiar que está sob seus cuidados.
14). Após o diagnóstico de uma doença crô-
nica como o câncer, inicia-se o tratamento,
Categoria 4. Ser cuidador com sentimentos que pode ser, ao mesmo tempo, incerto, do-
de gratidão. Essa categoria exprime senti- loroso e prolongado. Então, modifica-se o
mentos de família, de gratidão pelos cuida- pensamento do paciente e de seus familiares
dos recebidos pelos pais e de inversão de pa- e o percurso terapêutico pode deixar marcas
péis: profundas, pode chocar a família, podendo
até afastar os amigos e provocar sentimentos
Pra mim a experiência de cuidar é tudo, é meu e emoções de desespero por viver com uma
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sintam assistidos, informados e apoiados no que a vida do seu ente querido pode estar
desempenho do cuidado (29). chegando ao fim lhe proporciona, principal-
Nesse sentido, mesmo a família fican- mente, sentimento de “impotência”. O cuida-
do abalada com a notícia, ela tem um papel dor, na tentativa de superar a perda e ameni-
importante na recuperação do familiar com zar seu sofrimento, antecipa muitas vezes seu
câncer (30). É sabido que as emoções nega- luto e procura recordar bons momentos vivi-
tivas, o medo e a ira constituem-se emoções dos entre ele e o doente. Ainda, busca cuidar
normais e esperadas diante do diagnóstico do adoentado de forma prazerosa, atribui
do câncer e que os seres humanos mostram à doença um significado de transformação
a capacidade de aceitar novas situações que para alcançar uma vida melhor e apoia-se
implicam perdas e que mobilizam seus re- em Deus, como forma de consolo e conforto
cursos e fortalezas para enfrentá-las (24). espiritual (34).
Neste contexto, a família tem a missão de Em contrapartida, ser cuidador de pa-
fortalecer o papel social do seu ente querido e ciente com câncer também pode referir-se
não deixá-lo cultivar sentimentos como fra- a experiência de sentimentos positivos, evi-
queza e isolamento. Por conseguinte, a rede denciados pelos cuidadores, tais como zelo,
social é fundamental no processo de reabili- carinho e gratificação, mesmo que o trabalho
tação e busca superação e enfrentamento do seja dispendioso em vários níveis – emocio-
diagnóstico do câncer por parte do paciente nal, físico e financeiro (35).
e familiar. Frente a isso, a construção de uma Diante de todas as necessidades expres-
rede de apoio pode ser uma forma de ser soli- sadas nos depoimentos dos cuidadores de
dário e aclamar as inquietudes no momento familiares com câncer, é inegável o papel
da descoberta da doença (31, 32). fundamental que o enfermeiro desempenha
O processo de vivenciar uma doença gra- para oferecer o apoio a estes cuidadores. A
ve traz momentos de reflexão aos familiares relação e o intercâmbio com os profissionais
e doentes, pois o câncer está intimamente de saúde, principalmente a equipe de enfer-
associado à finitude da vida. A possibilidade magem que disponibiliza maior tempo com
de morte produz desconforto, sensação de o paciente, assim como com os familiares,
abandono e aniquilamento e, ao vivenciar possibilita o atendimento das necessidades
o processo de morte do outro, os familiares apresentadas.
também pensam na própria finitude. Assim, Desde as primeiras fases do processo do
os membros envolvidos iniciam nova etapa cuidado, já é demonstrada a necessidade de
da existência, vivenciando cada momento acompanhamento do paciente e seus familia-
com intensidade, vivendo cada dia como se res, oferecendo informações sobre a doença,
fosse o último, encarando a existência huma- o tratamento, as emoções resultantes deste
na de forma saudável e verdadeira (33). quadro, a importância do cuidado compar-
Portanto, o câncer, além de acarretar so- tilhado, a comunicação com a pessoa doente
frimento, traz à tona a mortalidade huma- e sua família, bem como as adaptações às no-
na que se tenta mascarar. Quando há uma vas rotinas, podem se converter em elemen-
situação da doença ocorre rompimento das tos essênciais para o cuidado do paciente e
atividades cotidianas, rotineiras, e, ao mes- seu cuidador (28).
mo tempo, apresenta-se a possibilidade para O objetivo desta investigação foi alcan-
olhar a si mesmo e entender que a vida se çado, pois compreendeu-se que ser cuida-
aproxima da finitude, se faz mais presente dor de familiar com câncer traz sobrecarga
(33). e mudanças significativas na estrutura da
Para o familiar cuidador a percepção de vida familiar, principalmente, diante do des-
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preparo trazendo ansiedade, insegurança e ção profunda dos dados, por ser qualitativa,
desgaste que geram sofrimento. O cuidador no entanto, não se pode chegar à generali-
revelou repercussões físicas e psicológicas de zação dos dados. Assim outros estudos com
sofrimento, necessidades de apoio social e novas abordagens metodológicas podem co-
impacto financeiro. Houve ainda a sensação laborar para explorar as repercussões do cân-
de impotência para enfrentamento da doen- cer na família, e na assistência de cuidadores
ça e finitude. Por outro lado, sentimento de de familiar com câncer.
gratidão, por poder cuidar dos pais, reconhe- Por outro lado, as virtudes deste trabalho
cendo a inversão de papéis entre pais e filhos. com abordagem qualitativa, aberto a possi-
Para ampliar a perspectiva do cuidado bilidade de encontrar realidades múltiplas,
à família torna-se necessário compreender permitiram descrever os processos vivenciais
mudanças ocorridas na interação e funcio- dos familiares cuidadores dos pacientes on-
namento familiar. Dados da literatura, e este cológicos desde uma perspectiva de perdas e
estudo permite destacar exigências e deman- ganhos tanto pessoais quanto grupais.
das enfrentadas por cuidadores, indicando
estratégias favoráveis a ser consideradas no
processo de tratamento. REFERÊNCIAS
A necessidade de ressignificação da pró-
pria vida se deve partir do próprio cuidador,
mas, deve contar com a equipe de saúde, 1. World Health Organization. Global Sta-
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aos profissionais de saúde para que estraté- cacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.
gias de cuidado sejam direcionadas a ações pdf
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