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Elementos do Estado (extraído do Manual de Introdução ao Direito, em elaboração)

Povo - elemento humano do Estado. Compreende ou abrange todas as pessoas da mesma


nacionalidade ou seja só os nacionais de um Estado. Não se confundindo com população ou com
nação.

População – é pois, um termo de conteúdo económico, quantitativo e demográfico, que inclui


estrangeiros e apatriados que vivem numa certa zona, enquanto que nação é um termo de base
cultural, abrange apenas pessoas da mesma língua, mesmas tradições ou mesmos usos e
costumes, das mesmas aspirações e de ideais comuns.

Um país pode ter várias nações e uma nação pode estar dividida em vários Estados ou países

Território - elemento físico do Estado que compreende o espaço em que o Estado exerce
jurisdição ou poder político.

O Povo é o conjunto de pessoas ligadas a um Estado pelo vínculo de cidadania ou nacionalidade.


São portanto, os nacionais de um Estado que permanecem unidos na obediência às normas e leis
desse Estado.

A sua importância reside no facto de que é substracto humano. Elemento dinâmico do Estado
porque cria, organiza e movimenta o Estado.

Povo é diferente de População, pois, este termo é, quantitativo, é um conceito económico e


demográfico, pois, inclui estrangeiros, abrange o conjunto de residentes num certo território.

Não se confunde também com a nação, que é um termo sociológico, de base cultural, que se
reporta a pessoas com a mesma língua, mesma tradição, ideias comuns, comunhão de cultura, a
mesma raça e a mesma religião.

Povo moçambicano - todos aqueles que estão ligados a Moçambique pelo vínculo de cidadania,
vivam ou não em Moçambique, tenham ou não o mesmo pensamento político.

Será Moçambique uma Nação? Estará num processo de edificação de uma Nação?
A cidadania ou nacionalidade é o vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa se liga a um
certo Estado, tornando-se então cidadão ou nacional desse mesmo Estado. A obtenção da
nacionalidade obedece a um critério que pode ser o de ius sanguinis – laços de sangue, ou de
filiação segundo o critério dos nacionais e o de ius solis – local de nascimento, pelo que são
nacionais os que nasceram num dado lugar.
A nacionalidade pode ser originária – efeitos desde a nascença e derivada – efeitos em momento
posterior ao nascimento.
A natureza da nacionalidade é que é um vínculo jurídico/político, é um direito subjectivo com
dignidade constitucional, é direito fundamental.
Ser cidadão ou nacional de um Estado implica ter um conjunto de direitos e deveres. Portanto,
perante o Estado, um indivíduo pode ter uma entre três posições:
 ser cidadão desse Estado
 ser cidadão desse e de outro: dupla nacionalidade
 ser estrangeiro
 ser pátria – apátridos

O Território de Estado é o espaço dentro de qual o Estado exerce o seu poder soberano e aplica
as suas normas, o seu direito.

É portanto, a Base geográfica onde esse Estado exerce o seu poder, é o seu espaço jurídico, onde
ele cria normas próprias, aplica e se afirma. É condição de independência nacional de um Estado,
circunscreve o âmbito do poder soberano e representa um meio de actuação jurídico- político.

O território do Estado apresenta as seguintes características: Indivisível, Inalienável e Exclusivo.


São partes do território do Estado:
 território terrestre ou sólido/ subsolo e solo
 território aéreo / espaço
 território aquático/ marítimo
 território colgante- meios de transporte
 território fictício – espaços diplomáticos

O Território tem unidade jurídica mas pode ter discontinuidade geográfica, como é o caso dos
Estados com parte continental e parte insular.

Poder político
O exercício do poder político não é exclusivo do Estado mas tem a sua forma mais comum e
mais paradigmática no Estado.
Em termos de noção, poder político é a faculdade de um Estado de, por autoridade própria
instituir órgãos que exercem o controle do território e nele criar e impor normas jurídicas,
dispondo de meios necessários para a sua aplicação coerciva.

Caracteriza o poder político o seguinte:


Poder de auto organização - o seu objectivo permanente é criar condições para a manutenção,
segurança, administração da justiça e promoção do bem- estar da Comunidade Política.

Poder de decisão - organiza a vida da Comunidade de modo que lhe parecer adequado, toma as
medidas que entender e produz regras que julga adequadas.

Poder constituinte - tem um fundamento próprio. É aquele que não está dependente de um outro.

É exercido no âmbito do Estado pelos órfãos do Estado ou poderes constituídos e como tal, está
limitado pelo Direito interno e pelo Direito Internacional.

A Soberania poder político de um Estado pode não ser originário, pode estar dependente de um
outro poder, tornando o Estado não soberano ou semi-soberano.

Quando o poder político é constituinte, o poder é soberano

A Soberania é a capacidade que um Estado tem de tomar mediadas, legislar e aplicar sem
depender de outros Estados. Ela exprime, o poder político supremo e independente. Supremo,
porque dentro do país não existe outro acima dele, não é limitado por um outro. Independente,
porque na ordem internacional só encontra poderes iguais ou equivalentes.

A soberania caracteriza-se por ser una e indivisível, inalienável e imprescritível.

FIM

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