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Caso concreto 3

A afirmativa A “A administração tem o poder-dever de anular a concessão do benefício


diante da má-fé de Luciana, pois não ocorreu a decadência”. De acordo com o princípio
da Autotutela, a administração pública tem controle em relação aos próprios atos,
podendo anular ou revogar os atos ilícitos. Sendo assim, não há a necessidade da
administração pública recorrer ao judiciário para corrigir os seus atos.

Doutrina:
REALE, Miguel in: Direito Administrativo. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1996. p. 206.
“Só quem pratica o ato, ou quem tenha poderes, implícitos ou explícitos, para dele
conhecer de ofício ou por via de recurso, tem a competência legal para revogá-lo por
motivos de oportunidade ou conveniência, competência essa intransferível, a não ser por
força de lei, e insuscetível de ser contrasteada em seu exercício por outra autoridade
administrativa”

Jurisprudência:
Supremo Tribunal Federal STF - AG.REG. NO RECURSO ORD. EM MANDADO DE
SEGURANÇA: AgR RMS 9997675-02.2014.1.00.0000 DF - DISTRITO FEDERAL
9997675-02.2014.1.00.0000
“Enquanto manifestação do poder-dever de autotutela, a abertura de processo
administrativo destinado à revisão de anistia não configura, por si só, violação de direito
líquido e certo titularizado pelo agravante. Precedentes: AI 853538 AgR, Rel. Min. Luiz
Fux, DJe de 27.09.2012; e RMS 25988, Rel. Min. Eros Grau, DJe 14.05.2010. 3. A
Portaria nº 1.104/GM3-1964 não configura ato arbitrário e de exceção, no tocante aos
cabos que ingressaram na Força Aérea após a sua edição. Precedentes nesse sentido:
RMS 32480, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 26.04.2017; e AI 743993 AgR, Rel. Min.
Teori Zavascki, DJe de 18.09.2013. 4. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, por se tratar
de recurso interposto em mandado de segurança (art. 25 da Lei 12.016/2009 e Súmula
512/STF). 5. Agravo interno conhecido e não provido, com aplicação, no caso de
votação unânime, da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC, calculada à razão
de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado da causa. ”

Caso concreto 5
A afirmativa B é correta, “suas atuações são imputadas às pessoas jurídicas a que
pertencem”. Pois os órgãos são produtos da desconcentração e não têm personalidade
jurídica, pertencida a entidade estatal, que para melhor organizar e estruturar suas
atividades e competências cria células aptas a executar os seus serviços. Portanto, o órgão
não possui personalidade jurídica, pois subordinado hierarquicamente à administração
central.

Doutrina
Direito Administrativo Descomplicado - 21ª Edição - 2013 - Marcelo Alexandrino –
página 118
“Unidades integrantes da estrutura de uma mesma pessoa jurídica nas quais são
agrupadas competências a serem exercidas por meio de agentes públicos...”

Jurisprudência
TJ-MG - Agravo de Instrumento Cv: AI 0755019-59.2013.8.13.0000 MG
“Não obstante tenha os artigos 81 e 82, do Código de Defesa do Consumidor,
conferido personalidade judiciária aos órgãos públicos de defesa do consumidor para
propositura de ação coletiva, possuindo os PROCONs legitimidade ativa ad causam
para defesa dos interesses dos consumidores, nos estreitos limites da Lei n.º 8.078/90,
tais órgãos não possuem personalidade jurídica para figurar no pólo passivo da lide.
Recurso parcialmente provido. ”

Caso concreto 6
A afirmativa A está correta, “A adoção do mandato fixo para os dirigentes de agências
reguladoras contribui para a necessária autonomia da entidade, impedindo a livre
exoneração pelo chefe do Poder Executivo”.
As agências reguladoras, ao lado das executivas, compõem uma nova forma de estrutura
e qualificação na Administração Pública. Tais agências são autarquias em regime
especial. E, enquanto autarquias, são pessoas jurídicas de Direito Público, integrantes da
Administração Indireta. E, como se sabe, órgãos unidades desprovidas de personalidade
jurídica. O mandato fixo impede a exoneração a qualquer tempo. Para a exoneração de
ofício, há a necessidade de contraditório e de ampla defesa, de modo que o chefe do
Executivo não poderá exonerá-los, ainda que discorde das decisões tomadas pela
entidade.

Doutrina:
JUSTEN FILHO, Marçal. O Direito das Agências Reguladoras Independentes. São
Paulo: Dialética, 35, 2002.
“A atribuição normativa das Agências Reguladoras está correta, pois é essencial que se
tenha a característica de legislar sobre determinado tema como elemento para realizar,
de forma eficiente, a regulação do serviço público, em consonância com o princípio da
legalidade. ”

Jurisprudência:
Supremo Tribunal Federal STF - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE:
ADI 1949 RS

“A teor da norma geral, aplicável às agências federais, prevista no art. 9º da Lei Federal
nº 9.986/2000, uma vez que os dirigentes das agências reguladoras exercem mandato
fixo, podem-se destacar como hipóteses gerais de perda do mandato: (i) a renúncia; (ii)
a condenação judicial transitada em julgado e (iii) o procedimento administrativo
disciplinar, sem prejuízo de outras hipóteses legais, as quais devem sempre observar a
necessidade de motivação e de processo formal, não havendo espaço para
discricionariedade pelo chefe do Executivo. Ação julgada parcialmente procedente para
declarar a inconstitucionalidade do art. 8º da Lei estadual nº 10.931/97...”

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