Você está na página 1de 127

AGRADECIMENTOS

0 aut o r , ao t e r m i n o do trab a l h o , d e s e j a a g r a d e c e r ;

■A o O r i e n t a d o r E d i s o n , que a t r a v é s de seu v a l i o s o a-
poio e orientação, tornou possível~a realização deste traba­
lho.

A o P r o f e s s o r D o m i n g o s p e l a o r i e n t a ç ã o que dispensou
em r e l a ç ã o ã s i s t e m á t i c a e ao u s o do Proase.

A t o d o s os A m i g o s que, d i r e t a ou i n d i r e t a m e n t e , apoi^
aram e estimularam a realização desta dissertação.

“ A o s m e u s P a i s e Irmãos p e l o a poio s e g u r o e c o n s t a n t e
d u r a n t e t o d a a r e a l i z a ç ã o d e s t e trabalho.
A Ma r i a e Cl a u d i a
INDICE

PÂG.
NOTAÇÃO ........ ...................... .......................... . . i

RESUMO ........................ .................................... ili

ABSTRACT ......... ............... ....... .......................... iv

1. I N T R O D U Ç Ã O ...................................... ........... .. 1

2. S O L U Ç Ã O P A R A 0 C A M P O D E T E N S Õ E S E D E S L O C A M E N T O S NO EX

TREMO DA TRINCA .............................................. 4

2.1. F u n ç ã o T e n s ã o R eal ........... ....................... 4

2.1.1. F u n ç ã o R eal ................................... 4

2.1.2. Função Complexa ............... ...... . ....... 6

'2.2. T e n s õ e s e D e s l o c a m e n t o s no E x t r e m o da T r i n c a

S o l u ç ã o de W e s t e r s s a r d ......... .................... 7

2.2.1. F u n ç ã o T e n s ã o ..... ........ ........... . 7

2.2.2. E q u a ç ã o de T e n s õ e s ........................... 8

2.2.3. E q u a ç ã o de D e s l o c a m e n t o s ................... 8

2.3. M o d o de A b e r t u r a d a T r i n c a ...... -............. . 11

2.4. P l a c a c o m T r a ç ã o U n i f o r m e E q u i b i a x i a l ........... 12

2.4.1. F u n ç ã o T e n s ã o de W e s t e r g a a r d ....... ...... 12

2.4.2. F o r m a d a T r i n c a .............................. 14

2.4.3. T e n s õ e s e D e f o r m a ç õ e s no E x t r e m o da T r i n ­

ca ........................... ................... 16

2.5. F a t o r de I n t e n s i d a d e de T e n s õ e s ..... ............. 19

2.5.1. D e f i n i ç ã o U s u a l .......... ................... 19

2.5.2. D e f i n i ç ã o F o r m a l ........... ............. . 20

2.5.3. D i s t r i b u i ç ã o de T e n s õ e s e Deslocamentos

p a r a u m a P l a c a I n f i n i t a ...... .............. 21
PÁG.
2.6. C o r r e ç ã o das E q u a ç õ e s de W e s t e r g a a r d ...... . 23

2.6.1. C o n s t a n t e R e a l ......... ...................... 23

2.6.2. F a t o r G e o m é t r i c o p a r a u m a P l a c a de L a r g u ­

ra F i n i t a ...................................... 26

2.7. A n a l i s e dos M o d o s II e III ..................... . 29

2.7.1. M o d o II - C i s a l h a m e n t o e T r i n c a .......... 29

2.7.2. M o d o III - A n t i - P l a n o de D e f o r m a ç ã o ..... 32

2.8. E n e r g i a de D e f o r m a ç ã o ......... ...................... 36

2.8.1. T r a b a l h o e E n e r g i a ........................... 36

2.8.2. T r a b a l h o R e a l i z a d o p e l a s F o r ç a s E x t e r n a s . 38

2.8.3. E n e r g i a na A n á l i s e de X r i n c a s ........... . 40

2.8.4. M é t o d o s de E n e r g i a na A n á l i s e de T r i n c a s . 43

2.8.4 . 1 . M é t o d o d a F l e x i b i l i d a d e ......... 44

2.8.4. 2. M é t o d o do F a t o r de Intensidade

de T e n s õ e s ...... ................... 45

3. P R O C E S S O S N U M É R I C O S P A R A A S O L U Ç Ã O DE PR0BLEÍ4AS D A M E

CÂNICA DA FRATURA .......... ................ ................ 48

3.1. I n t r o d u ç ã o .......................... .................... 48

3.2. M é t o d o de E l e m e n t o s F i n i t o s ........................ 49

3.3. M é t o d o B a s e a d o s o b r e E l e m e n t o s Finitos C o n v e n c i o

na i s ....................... .. ........................... 50

3.3.1. M é t o d o de D e s l o c a m e n t o s .................... 50

3.3.2. F u n ç õ e s de D e s l o c a m e n t o s E l í p t i c a s ...... 51

3.3.3. M é t o d o de E l e m e n t o s F i n i t o s C a l i b r a d o ... 57

3.3.4. M é t o d o de E n e r g i a T o t a l ..................... 61

3 . 3 . 5 . M é t o d o de E n e r g i a c o m E l e m e n t o s Finitos

Calibrado .......... ........................... 62

3.3.6. M é t o d o de E n e r g i a L o c a l ................ . 63
PÂG.
4 . E S T R U T U R A D O T R A B A L H O . . . . . ............................... 64

4.1. M o d e l o s A n a l i s a d o s ............ ....................... 64

4.2. V a r i a ç õ e s nos M o d e l o s ................ .............. 65

4.3. P r o g r a m a de E l e m e n t o s F i n i t o s U s a d o s ............. 66

4.4. R e p r e s e n t a ç ã o dos M o d e l o s p o r E l e m e n t o s Finitos. 67

5. A N Á L I S E D O S R E S U L T A D O S ..................................... 69

6. C O N C L U S Ã O ........... ......................................... 88

7. B I B L I O G R A F I A ........... ................................... 90

APÊNDICES

AI FUNÇÃO DE VARIÁVEIS COMPLEXAS .......... ................ 94

A2 DIFERENCIAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA FUNÇÃO TENSÃO COMPLEXA 96

A 3 C A L I B R A G E M N A M A L H A I N T E R N A ........ ........ ............ 98

A 4 L I S T A G E M DO S R E S U L T A D O S .... ............ ................. 100


NOTAÇÃO

A c o n s t a n t e real

a d i m e n s ã o c a r a c t e r í s t i c a da t r i n c a

b i££
E

C c o e f i c i e n t e de f l e x i b i l i d a d e

E m o d u l o de e l a s t i c i d a d e l o n g i t u d i n a l

F f u n ç ã o t e n s ã o de A i r y

fjj^ função definida na equação (2,26)

f^j função definida na equação (2,20)

G m o d u l o de e l a s t i c i d a d e t r a n s v e r s a l

G taxa de l i b e r a ç ã o de e n e r g i a

H a l t u r a da p l a c a

Im imaginário

Y fator geometrico

Kl jj f a t o r de i n t e n s i d a d e de tensões

f a t o r de c o n c e n t r a ç ã o de tensões

k c o e f i c i e n t e de r i g i d e z

L l a r g u r a da p l a c a

1 d i m e n s ã o l i n e a r do m e n o r e l e m e n t o , n a d i r e ç ã o

da t r i n c a

P ' carga externa aplicada

Q calor absorvido

q ^
IX

r d i s t â n c i a c a r a c t e r í s t i c a da m a l h a c a l i b r a d a
o

Tp t r a b a l h o r e a l i z a d o p e l a s forças e x t e r n a s
Ju '
U e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o

deslocamento

W d e n s i d a d e de e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o

z variável complexa

AE v a r i a ç ã o de e n e r g i a

deformação

V c o e f i c i e n t e de P o i s s o n

a.j tensão

T tensão cisalhante

(}>(z) f u n ç ã o t e n s ã o de W e s t e r g a a r d

<p ’,(p” p r i m e i r a e s e g u n d a d e r i v a d a da f u n ç ã o t e n s ã o de

Westergaard

^ p r i m e i r a e s e g u n d a i n t e g r a l da f u n ç ã o t e n s ã o de

Westergaard

(j)* f u n ç ã o de W e s t e r g a a r d m o d i f i c a d a
2
V operador laplaceano
4 ^
V operador bi-harmonico
111

RESUMO

0 p r e s e n t e t r a b a l h o t r a t a dos p r o b l e m a s da M e c â n i c a da

Fratura, visando dar uma contribuição na determinação numérica

do f a t o r de i n t e n s i d a d e de t e n s õ e s ,a p l i c á v e l a q u a l q u e r geome­

tria. P a r a isto, p a s s o u - s e à c o m p r o v a ç ã o de a l g u n s m é t o d o s pro­

p o s t o s , u s a n d o - s e u m p r o g r a m a de e l e m e n t o s f i n i t o s convenciona­

is, p a r a a o b t e n ç ã o de d a d o s n e c e s s á r i o s à a p l i c a ç ã o dos méto­

dos, e, a p a r t i r d e s t e s , ã o b t e n ç ã o do f a t o r de i n t e n s i d a d e de

t e n s õ e s . 0 o b j e t i v o é se ter e m m ã o s u m a f e r r a m e n t a q u e forneça

r e s u l t a d o s s a t i s f a t ó r i o s , m e s m o c o m u m r e f i n a m e n t o de m a l h a não

m u i t o g r a n d e n a e x t r e m i d a d e da trinca.
IV

ABSTRACT

This w o r k aims to g i v e a c o n t r i b u t i o n to the n u m e r i c a l

d e t e r m i n a t i o n o £ the s t r e s s i n t e n s i t y factor, a p p l i e d to any

geometry. Fo r this p u r p o s e it uses a p r o g r a m of f i n i t e e l e m e n t s

to o b t a i n n e c e s s a r y d a t a to the a p p l i c a t i o n of the p r o p o s e d

methods and their comparison with existing solutions. It was kept

in m i n d the d e v e l o p m e n t of a tool w h i c h f u r n i s h e s s a t i s f a c t o r y

r e s u l t s w i t h o u t a g r e a t r e f i n e m e n t of the m e s h in the e x t r e m i t y

of the crack.
1. INTRODUÇÃO

As falhas que ocorrem, em problemas estruturais, com

s o l i c i t a ç ã o a b a i x o da t e n s ã o de e s c o a m e n t o do m a t e r i a l são fre­

q ü e n t e m e n t e a t r i b u í d a s ã p r é - e x i s t ê n c i a de u m d e f e i t o s i g n i f i c a ­

ti v o ou de u m a tr i n c a . T a i s f a l h a s m o s t r a m q u e a a n a l i s e de re­

s i s t ê n c i a e s t r u t u r a l c o n v e n c i o n a l não é s u f i c i e n t e p a r a g a r a n t i r

a i n t e g r i d a d e d a e s t r u t u r a sob c o n d i ç o e s o p e r a c i o n a i s . Estudos

c o n s i d e r a n d o o c r e s c i m e n t o da t r i n c a como f u n ç ã o das c a r g a s apli^

c a d a s são t r a t a d o s n a M e c â n i c a da F r a t u r a . N a a u s ê n c i a de gran­

des d e f o r m a ç õ e s p l á s t i c a s n a e x t r e m i d a d e da trinca, o e s t u d o ê

r e f e r i d o c o m o M e c â n i c a d a F r a t u r a E l á s t i c a Linear, cuja base ê a

teoria de Griffith, c o n f i r m a d a em t e s t e s de r u p t u r a com mate­

riais frágeis. Sua premissa básica, para explicar o c o mportamen­

to d e s t e s m a t e r i a i s a f r a t u r a , ê de que a p r o p a g a ç ã o i n s t á v e l de

u m a t r i n c a t e m i n í c i o se a e n e r g i a l i b e r a d a q u a n d o a t r i n c a se

p r o p a g a , é i g u a l â e n e r g i a n e c e s s á r i a p a r a a c r i a ç ã o de n o v a s su

perfícies livres. Irwin e Orowan, subseqüentemente, m o dificaram a

t e o r i a o r i g i n a l d e G r i f f i t h a p I i c a n d o - a aos m e t a i s , adicionando

u m t e rmo e n v o l v e n d o a d i s s i p a ç ã o de e n e r g i a d e v i d a a deformação

p l á s t i c a n a r e g i ã o do s a r r e d o r e s d a trinca. A t e o r i a de G r i f f i t h

s o b r e o b a l a n ç o de e n e r g i a e as m o d i f i c a ç õ e s s u b s e q ü e n t e s de

I r w i n e O r o w a n são c o n d i ç õ e s n e c e s s á r i a s p a r a o i n í c i o d a fratu

ra, p o r é m n ã o p o d e m c a r a c t e r i z a r c o n v e n i e n t e m e n t e t o d o s os tipos

de f r a t u r a o b s e r v a d o s em testes. I r w i n propôs, p a r a tal c a r a c t e ­

r i z a ç ã o , qu e se u s a s s e o c a m p o de tensões, nas p r o x i m i d a d e s da

e x t r e m i d a d e da t r i n c a , em l u g a r d a t a x a de l i b e r a ç ã o de e n e r g i a .
A t é o p r e s e n t e m o m e n t o , b e m p o u c o c o n h e c i m e n t o se tem

c o m r e l a ç ã o ao u s o de c o m p o n e n t e s c o m t r i n c a s no p r o j e t o c o n v e n ­

c i o n a l . 0 u s o de c o m p o n e n t e s t r i n c a d o s n o r m a l m e n t e ê liberado

q u a n d o o p r o j e t o n ã o e n v o l v e r i s c o de vida, caso c o n t r a r i o , hâ

r e j e i ç ã o do e l e m e n t o s e m q u e e s t u d o s m a i s a v a n ç a d o s f o s s e m fei­

tos .

A M e c â n i c a da F r a t u r a tem c o n d u z i d o a n o v o s conceitos

de P r o j e t o e e s f o r ç o s f o r a m f e i t o s p a r a i n c o r p o r a r e s t e s ao uso

prático. Assim, a t r a v é s de t e s t e s n ã o d e s t r u t i v o s , u t i l i z a d o s n a

d e t e c ç ã o de d e f e i t o s em c o m p o n e n t e s e s t r u t u r a i s , o m é t o d o de Pro

j e t o b a s e a d o n a M e c â n i c a da Fratura, p o d e ser u s a d o como c r i t é r i o

de falh a . E m c o m p o n e n t e s t r i n c a d o s , e s t u d o s s obre a propagação

d a tr in c a , g e r a l m e n t e p o r fadiga, p e r m i t e m e s t i m a r os i n t e r v a l o s

de i n s p e ç ã o p a r a d e t e c t a r o c r e s c i m e n t o da trinca, a ntes que e s ­

ta c o n d u z a ã falh a . De o u t r a forma, se e x i s t i r e m d ú v i d a s quanto

aos t a m a n h o s de t r i n c a s que p o s s a m ter e s c a p a d o ã d e t e c ç ã o , tes­

tes de s o b r e c a r g a p o d e m ser u s a d o s , p a r a g a r a n t i r que, operando

a b a i x o de u m a c e r t a carga, o d e f e i t o , se existir, n ã o l e v a r á o

c o m p o n e n t e ã fal h a . D e s t a forma, a M e c â n i c a da F r a t u r a p o d e ser

u s a d a p a r a s o l u c i o n a r p r o b l e m a s p r á t i c o s de E n g e n h a r i a , como anâ

lise de fal h a s , s e l e ç ã o de m a t e r i a i s , p r e v i s ã o da v i d a estrutu­

ral p o r f a d i g a o u c o r r o s ã o sob tensão, etc. Isso c o n d u z i r á ã a-

c e i t a ç ã o , ou r e j e i ç ã o , do c o m p o n e n t e sob d e t e r m i n a d a s condições

de a p l i c a ç ã o .
P a r t i n d o - s e da p r e m i s s a de q u e a p r é - e x i s t ê n c i a de u-

ma trinca pode levar a falha estrutural, a t e o r i a da M e c â n i c a do

C o n t í n u o é u s a d a p a r a d e t e r m i n a r os p a r â m e t r o s , que c a r a c t e r i z a m

o c a m p o de t e n s õ e s e d e f o r m a ç õ e s nas p r o x i m i d a d e s da e x t r e m i d a d e
da t rinca, s e n d o o m a i s i m p o r t a n t e d e s t e s o f a t o r de i n t e n s i d a ­

de de t e n s õ e s , K» 0 i n í c i o da p r o p a g a ç ã o da t r i n c a o c o r r e q u a n ­

do o f a t o r de i n t e n s i d a d e de t e n s õ e s a t i n g e u m v a l o r critico,

K^, d e p e n d e n d o do m a t e r i a l . A s s i m , n a a p l i c a ç ã o d a M e c â n i c a da

Fratura Elástica Linear, e s f o r ç o s t ê m sido f e itos p a r a a d e t e r ­

m i n a ç ã o do f a t o r de i n t e n s i d a d e d e t e n s õ e s e u m a v a r i e d a d e de

m é t o d o s t e m s i d o d e s e n v o l v i d a , u m a v e z que a sua determinação

trouxe solução a vários problemas estruturais com componentes

f i s s u r a d o s . E m c a s o s de g e o m e t r i a r e l a t i v a m e n t e simples, méto­

do s a n a l í t i c o s p o d e m se r u s a d o s p a r a a d e t e r m i n a ç ã o do f a tor

de i n t e n s i d a d e de t e n s õ e s , p o r é m , n a a n á l i s e de c o n t o r n o de

m a i o r c o m p l e x i d a d e , s o l u ç õ e s n u m é r i c a s são logo n e c e s s á r i a s .

0 presente trabalho procura dar uma contribuição na

d e t e r m i n a ç ã o n u m é r i c a do f a t o r de i n t e n s i d a d e de tensõ e s , a p l i ­

c á v e l a q u a l q u e r g e o m e t r i a . D e s t a forma, u s a n d o - s e u m programa

de e l e m e n t o s f i n i t o s c o n v e n c i o n a i s , p a s s o u - s e à c o m p r o v a ç ã o teo

r i c a da a p l i c a ç ã o de a l g u n s m é t o d o s p r o p o s t o s p a r a a obtenção

do f a t o r de i n t e n s i d a d e de t e n s õ e s . 0 o b j e t i v o é se ter e m m ã o s

u m a f e r r a m e n t a qu e f o r n e ç a r e s u l t a d o s s a t i s f a t o r i o s , m e s m o com

p e q u e n o r e f i n a m e n t o d a m a l h a nas p r o x i m i d a d e s da e x t r e m i d a d e da

t rinca.
F = 0 (2.4)

A equação (2.4) é a e q u a ç ã o d i f e r e n c i a l p a r c i a l b i - h a r

mSnica. Qualquer função F que satisfaça a (2.4) ê c h a m a d a ' de

função bi-harmônica.

P e l o e x p o s t o c o n c l u i - s e que o p r o b l e m a da e l a s t i c i d a d e

p l a n a f i c a r e d u z i d o e m p r o c u r a r a f u n ç ã o F que s a t i s f a ç a a e q u a ­

ção d i f e r e n c i a l (2.4) e as c o n d i ç õ e s de c o n t o r n o do p r o b l e m a .

2.1.2. F u n ç ã o C o m p l e x a -

C o m o jâ v i s t o , de a c o r d o c o m a e q u a ç ã o (2.4) a função

tensão real deve satisfazer a equação diferencial bi-harmônica,

o u seja,

F = (V^F) = 0 (2.5)

N o t a - s e q u e a f u n ç ã o F, n a e q u a ç ã o (2.5), p o d e ser d a ­

da p o r q u a l q u e r f u n ç ã o ou s o m a de f u n ç õ e s f(Xj^, X 2 ) q u e s a t i s f a ­

ç a m a e q u a ç ã o d i f e r e n c i a l de L a p l a c e , V^f = 0, o u - p e l o produto

desta p o r x^ e X 2 , c o n f o r m e m o s t r a d o a b a i x o

F = f F = x^£ F = X2f

Do a p ê n d i c e Al, p o d e - s e c o n c l u i r q u e a f u n ç ã o f ( x ^ , x 2),

p o d e r á ser a p a r t e real, o u i m a g i n á r i a , de u m a f u n ç ã o complexa

(pCz) , ou a s o m a d e s t a s .
Assim, o p r o b l e m a da e l a s t i c i d a d e p l a n a p a ssa, agora, a

ser o de e n c o n t r a r u m a f u n ç ã o c o m p l e x a , a n a l í t i c a , què d e v e r á for

n e c e r u m a f u n ç ã o t e n s ã o r e a l F, tipo Airy, e s a t i s f a z e r as c o n d i ­

ções de c o n t o r n o do p r o b l e m a .

2.2o T e n s õ e s e D e s l o c a m e n t o s no E x t r e m o da T r i n c a .

S o l u ç ã o de W e s t e r g a a r d

2.2.1. F u n ç ã o T e n s ã o

E m problemas bidimensionais envolvendo trincas, a dis­

t r i b u i ç ã o de t e n s õ e s e d e s l o c a m e n t o s foi t r a t a d a p o r W e s t e r g a a r d ,

usando funções tensão tipo Airy. Essas foram geradas por funções

a n a l í t i c a s de v a r i á v e l c o m p l e x a que s a t i s f a z e m a e q u a ç ã o d i f e r e n ­

cial de L a p l a c e . D e s t a f o r m a as c o n d i ç õ e s de e q u i l í b r i o e c o m p a t ^

b i l i d a d e são s a t i s f e i t a s , f a l t a n d o a p e n a s v e r i f i c a r que e s p é c i e de

c o n d i ç õ e s de c o n t o r n o s e r i a m a t e n d i d a s p o r tais f u n ç õ e s . Assim,

de c o n f o r m i d a d e c o m o s t ipos a d m i s s í v e i s de f u n ç õ e s , s e ç ã o 2.1,

Westergaard [l2] d e f i n e a s e g u i n t e f u n ç ã o t e n s ã o real:

F = Re |(z) + X 2 Im i(z) (2.6)

o n d e i}i(z) é q u a l q u e r f u n ç ã o c o m p l e x a , a n a l í t i c a n a região, que

s a t i s f a ç a as c o n d i ç õ e s de c o n t o r n o do p r o b l e m a , s e n d o denominada

de f u n ç ã o t e n s ã o c o m p l e x a o u f u n ç ã o t e n s ã o de W e s t e r g a a r d [2(^ .
11

^1 ' X 2 Im <|)(z)

C2.ll)

U 2 = I Im iCz) ' X 2 Re <í)(z)

2.3. M o d o s de A b e r t u r a da T r i n c a

A d i s t r i b u i ç ã o de tens õ e s nas p r o x i m i d a d e s do extremo


da t r i n c a ,d e p e n d e n d o do tipo de c a r r e g a m e n t o , p o d e ser c l a s s i f i ­

c a d a em três t i p o s b á s i c o s , a s s o c i a d o s ao m o v i m e n t o r e l a t i v o das

düas s u p e r f í c i e s .

Os m o d o s de a b e r t u r a da t r i n c a são m o s t r a d o s na f i g u r a

2.1, e c l a s s i f i c a m - s e [27 ] da s e g u i n t e forma:

M o d o I, c a r a c t e r i z a d o p e l o d e s l o c a m e n t o no q u a l hl

s e p a r a ç ã o das s u p e r f í c i e s da trinca;

M o d o II, c a r a c t e r i z a d o p e l o d e s l o c a m e n t o no qual as su

p e r f í c i e s e s c o r r e g a m , u m a em r e l a ç ã o a o u tra, p e r p e n d i c u l a r m e n t e ,

ao e x t r e m o da trinca;

M o d o III, c a r a c t e r i z a d o p e l o e s c o r r e g a m e n t o das s u p e r ­

fícies da t r i n c a u m a em r e l a ç ã o à o u t r a , p a r a l e l a m e n t e ,à extremi^

d a d e da t r i n c a .
12

Fig. 2.1 - M o d o s de a b e r t u r a da trinca, c o n d i ç õ e s de

carregamento.

Os m o d o s I e II p o d e m s e r t ra t ad os co mo p r o b l e m a s p l a ­

nos, e n q u a n t o que o m o d o III ê u m p r o b l e m a de c i s a l h a m e n t o puro.

0 m o d o m a i s p e r i g o s o de p r o p a g a ç ã o , em p r o b l e m a s pr

cos, é o m o d o I, s e n d o m u i t a s v e ze s c a u s a d o r de u m a f r a t u r a f r á ­

gil, c o m p e q u e n a d i s s i p a ç ã o de energi a, e n q u a n t o que os modos

II e III sã o m e n o s p e r i g o s o s , absorvendo maior quantidade de

e ne r g i a , jâ que e x i s t e g r a n d e t r a b a l h o de d e f o r m a ç ã o p l á s t i c a .

2.4. P l a c a co m T r a ç ã o U n i f o r m e E q u i b i a x i a l

2.4.1, F u n ç ã o T e n s ã o de W e s t e r g a a r d

Seja uma placa infinita contendo uma trinca reta de

c o m p r i m e n t o 2a, s i t u a d a s o b r e o e i x o Xj^, com ten s õe s á a p l i c a d a s

em todo s e u c o n t o r n o no i nf i n i t o , f i g u r a 2.2. A f u n ç ã o tensão


19

Fig. 2.4 - R e l a ç ã o e n t r e s o l u ç ã o e x a t a e s o l u ç ã o a p r o ­

ximada.

2.5. F a t o r de I n t e n s i d a d e de T e ns õ e s

2.5.1. D e f i n i ç ã o U s u a l

A a n a l i s e de u m c o r p o e l á s t i c o sob tração, contendo

u m c o r t e ou e nt al h e , i n d i c a e l e v a ç õ e s de t e n sã o que,dependendo

do c a r r e g a m e n t o , p o d e m l ev ar ã r u p t u r a do corpo. U m p a r â m e t r o ut_i

l i z a d o p a r a m e d i r tais i n c r e m e n t o s , considerando entalhes sua­

ves e q u e a n t e c e d e u ã M e c â n i c a da F ra tu ra , é o denominado fator

de c o n c e n t r a ç ã o de t e ns õe s, K^, d e f i n i d o pela razão entre a

m á x i m a t e n s ã o o c o r r i d a no e x t r e m o do e n t a l h e e a t e n s ã o n o m i n a l .

o
K = max
t o
20

N o c a s o de u m a trinca, ou seja, q u a n d o o raio de c u r v a

t u r a do e n t a l h e t e n d e a zero, em ura m a t e r i a l p e r f e i t a m e n t e e l á s ­

tico, a t e n s ã o no e x t r e m o da t r i n c a t ende a i n f i n i t o e ,em c o n s e

q U ê n c i a , K ^ tambêiii.

•Na M e c â n i c a da F r a t u r a , u m o u t r o f a t o r foi i n t r o d u z i d o

p a r a r e p r e s e n t a r a m a g n i t u d e das tensões nas p r o x i m i d a d e s da e x ­

t r e m i d a d e da t rinca, d e n o m i n a d o de f a t o r de i n t e n s i d a d e de ten-

s õ e s , K^, e d e f i n i d o como

\ = Y a Æ (2.22)

onde m = I , II, III i n d i c a o m o d o de a b e r t u r a , a ê a t e n s ã o n o m ^

nal, a é u m a d i m e n s ã o c a r a c t e r í s t i c a da t r i n c a e Y ë o f a t o r geo

métrico, i n t r o d u z i d o p o r Irwin [7] como u m f a t o r de c o r r e ç ã o , que

d e p e n d e da f o r m a e p r o p o r ç õ e s do c o m p o n e n t e sob estudo, b e m como

do c a r r e g a m e n t o e o r i e n t a ç ã o da trinca. 0 v a l o r n u m é r i c o de Y d ^

f e r e t a m b é m de a c o r d o co m a d e f i n i ç ã o u s a d a p a r a o f a t o r de i n ­

t e n s i d a d e de t e n s õ e s , ou seja, K = Y a / à ’ ou K = Y a /-rra', sendo

e s t a ú l t i m a f o r m a a m a i s usada.

2.5.2. D e f i n i ç ã o F o r m a l

N o c a s o de u m a p l a c a infi n i t a , c o n f o r m e f i g u r a 2.2,

p o d e - s e g e n e r a l i z a r as e x p r e s s õ e s de tensões (2.20) c o l o c a n d o - a s

na forma

^ij (r,0)
21

onde a/ã’ ë o termo constante q u e ,c o m p a r a d o com a d e f i n i ç ã o do

f a t o r de i n t e n s i d a d e de t e n s õ e s leva a c o n c l u i r que p a r a u m a p i a

ca i n f i n i t a , condição m o s t r a d a n a f i g u r a 2,2, Y = 1 e a expre^

s ã o a c i m a p o d e s e r e s c r i t a como

OiUr G'1 = ^ii <^2.23)

o q u e i n d i c a q u e a d i s t r i b u i ç ã o de tensões p a r a u m p o n t o c o n s i d e

ra d o f i c a ein f u n ç ã o a p en a s da m a g n i t u d e do f a t o r de i n t e n s i d a d e

de t e n s õ e s .

D o e s t u d o da e x p r e s s ã o (2.23), v á l i d a para r/a«1,

provêm a definição formal para ò fator de intensidade de t e n ­

são n a f o r m a "

y _ lim a^(r, 0 = 0) / 2 Í F (2.24)


^m r-^0

o n d e m = I, II, III e ê a t e n s ã o a p r o p r i a d a ao m o d o de a b e r t u

ra da t rinca. Quando r -> 0 o c a m p o de tensões e deslocameíi -

tos f i c a u n i v o c a m e n t e d e f i n i d o p o r K, p a r a q u a l q u e r g e o m e t r i a .

2.5.3. D i s t r i b u i ç ã o de T e n s õ e s e D e s l o c a m e n t o s para

uma Placa Infinita

C o n s i d e r a n d o a p l a c a i nfinita, c o n f o r m e i l u s t r a a figu

ra 2.2 o n d e , n a s e ç ã o 2.4.2, f i c o u c a r a c t e r i z a d a como m o d o I de


27

d e u n a p l a c a de l a r g u r a finitá, co m u m a trinca central ilus­

trada na f i g u r a 2.6. I rw in foi o p r i m e i r o a i n t r o d u z i r s o l u ­

ções a p r o x i m a d a s p a r a es te t ip o de p r o b l e m a , p a r t i n d o da s o l u ç ã o

o b t i d a para u m a p l a c a i n f i n i t a com t e n s õe s b i a x i a i s e tri nc as p e ­

r i ó d i c a s c o l i n e a r e s , t o m a n d o u m a f a t i a - d e s s a p l a c a ^ - f i g u r a -2<7• ■

Fig. 2.7 - P l a c a c o m tr in ca s p e r i ó d i c a s c o l i n e a r e s .

A o c a m p o de t e n s õ e s a s s o c i a d o ã s o l u ç ã o de p r o b l e m a pa

ra a p l a c a in fi n i t a , I r w i n a d i c i o n o u te ns õ e s u n i f o r m e s de com­

p re s s ã o , de m a g n i t u d e a, ao lo ngo da b o r d a v e r t i c a l , a s q u a i s ti^

nhan o e f e i t o de c o m p e n s a r o t er mo o m i s s o A, E s t a c o m b i n a ç ã o sa­

t i s f a z p a r c i a l m e n t e às c o n d i ç õ e s de c o n t o r n o ao l o ng o da borda

vertical, f i g u r a 2.8.
28

Fig. 2.8 - T e n s õ e s n a e x t r e m i d a d e v e r t i c a l da f a t i a re

t i r a d a da p l a c a infinita.-

A d m i t i n d o - s e que as t e n s õ e s p a r a l e l a s à t r i n c a não con

t r i b u e m no f a t o r de i n t e n s i d a d e de t e n s õ e s a s o l u ç ã o do p r o b l e m a

i l u s t r a d o na fig. 2.6 p o d e ser usad a. 0 f a t o r de i n t e n s i d a d e de

t e n s õ e s que e m a n a d e s s a s o l u ç ã o é e x p r e s s o p e l a c h a m a d a formula

da t a n g e n t e 13

TTa
1/ 2
Kj = a 2L tan (2.34)
2L .

Comparando com a equação (2.22), o f a t o r g e o m é t r i c o tem

a forma

1/2
Y = tan (2.35)
TTa 2L

SubseqUentemente,Feddersen [16] propôs a formula da

s e c a n t e , que m o s t r o u s e r m a i s p r e c i s a p a r a a g e o m e t r i a em ques­

tão.
33

Fig. 2.10 - M o d o III - T r i n c a sob c o n d i ç o e s a n t i - p l á n o

de d e f o r m a ç ã o .

A f o r m a d e f o r m a d a da t r i n c a ê d e f i n i d a p e l a d i s t r i b u i ­

ç ã o dos deslocamentos u ^C x ^ , X 2 ) n a d i r e ç ã o de x^- A s s u m e - s e isto

p a r a c a r a c t e r i z a r u m e s t a d o de c i s a l h a m e n t o p u r o o n d e as s e g u i n ­

tes c o m p o n e n t e s de t e n s ã o n ã o são zero

3u.
= G

13

(2.46)
3u-
= G
’23 Tx'
34

A s e q u a ç õ e s de e q u i l í b r i o r e d u z e m - s e a

Substituindo (2.46) em (2.47), o b t e m - s e

— ^ ^ ^ ^ 3 = 0
3x^ 9X2

Q u a l q u e r p a r t e r e a l ou i m a g i n a r i a de u m a f u n ç ã o com­
plexa, analítica, satisfaz ã equação diferencial acima (apêndi­

ce A l ) . A s s i m , a s e g u i n t e f u n ç ã o foi e s c o l h i d a p a r a c o m p a t i b i l i ­

zar c o m o p r o b l e m a d a d o

S u b s t i t u i n d o e m (2.46), e n c o n t r a - s e

°13 ^ III
(2.48)

°23 ~ <í>'jjj(2)

P a r a s a t i s f a z e r as c o n d i ç õ e s de c o n t o r n o , c o m 0 2 3 = t >

no i n f i n i t o e ^23 = 0 d e n t r o da trinca, e a função complexa

e s c o l h i d a tem a f o r m a
37

Fig. 2.11 - S i s t e m a de c a r g a s e x t e r n a s a p l i c a d a s

E m g e r a l a v a r i a ç ã o de e n e r g i a AE, de u m c o r p o e l á s t i ­

co ê d a d a p e l a v a r i a ç ã o de e n e r g i a c i n ê t i c a E^, m a i s a variação

de e n e r g i a i n t e r n a U. A s s u m i n d o q u e o p r o c e s s o de d e f o r m a ç ã o s e ­

ja a d i a b â t i c o (Q = 0), e q ue o c a r r e g a m e n t o s e j a a p l i c a d o l e n t a ^

m e n t e , de f o r m a a m a n t e r o e q u i l í b r i o d u r a n t e todo o processo

(E^ = 0), a e x p r e s s ã o d a c o n s e r v a ç ã o de en er gi a, r e d u z - s e a

(2.53)

Assim, o trabalho realizado pelas forças externas é

igual ã m u d a n ç a de e n e r g i a i n t e r n a do corpo.
Assumindo que o material seja perfeitamente elástico,
s e n d o o t r a b a l h o m e c â n i c o r e c u p e r a d o se as c a r g a s f o r e m removi­

das l e n t a m e n t e , a e n e r g i a i n t e r n a do c o r p o ê a r m a z e n a d a sob a

f o r m a de e n e r g i a e l á s t i c a de d e f o r m a ç ã o . A s s i m p a r a u m estado

t r i - d i m e n s i o n a l , a e n e r g i a de defoiinação segue diretamente da soma das


38

e n e r g i a s de c a d a c o m p o n e n t e de tensão, ou seja,

e a d e n s i d a d e de e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o , d e f i n i d a como dU/dv, ê

2.8.2. T r a b a l h o R e a l i z a d o p elas Forç a s E x t e r n a s

C o n s i d e r a n d o o e q u i l í b r i o de u m c o rpo sob a ação de u m

s i s t e m a de ca r g a s , , P2, P^^ , d e n o m i n a d a s de f o rças g e n e ­

ralizadas, r e p r e s e n t a n d o c a rgas c o n c e n t r a d a s , d i s t r i b u í d a s , for

ças c i s a l h a n t e s , m o m e n t o s , etc..., f i g u r a 2.11 e a s s u m i n d o que o

c o r p o é s u p o r t a d o de m a n e i r a que não h a j a u m d e s l o c a m e n t o de cor

po rí g i d o , p o d e - s e e x p r e s s a r T^^ em t e r m o s das c a rgas externas

aplicadas.

E m g e r a l o d e s l o c a m e n t o de u m p o n t o do c o r p o ê produzi^

do p e l a a ç ã o c o m b i n a d a de todas as cargas a p l i c a d a s . A s s i m , p a r a

u m c o r p o e l á s t i c o l i n e a r o n d e os d e s l o c a m e n t o s s ã o p r o p o r c i o n a i s

ãs f o r ç a s g e n e r a l i z a d a s , p o d e - s e e s c r e v e r

n
u. = E C . . P. i = 1,2,.... n (2.55)
1 i=l J

ou n a f o r m a m a t r i c i a l
39

{u} = [C] {P} (2.56)

onde ë c o n h e c i d o c o m o c o e f i c i e n t e de f l e x i b i l i d a d e .

D e s e j a n d o e x p r e s s a r as forças g e n e r a l i z a d a s em termos

dos d e s l o c a m e n t o s g e n e r a l i z a d o s , a s s u m e - s e que o s i s t e m a (2.55)

possa ser invertido [30] , ou seja, a m a t r i z [c] ë p o s i t i v a def^

nida, então

n
(2,57)

ou n a f o r m a m a t r i c i a l

{P} = fkl {u} (2.58)

onde [k] = [C ^ e k^j ë c o n h e c i d o como c o e f i c i e n t e de rig idez.

Genericamente, tem-se para o trabalho externo realiza

do p o r u m a f o r ç a P ao d e s l o c a r u m p o n t o de u m a d e t e r m i n a d a q u a n ­

tidade u, c o n s i d e r a n d o o c a s o e l á s t i c o linear.

= u P
2

S u p o n d o a a ç ã o de t o d a s as f o r ç a s g e n e r a l i z a d a s P^, o

trabalho é então dado por


40

.(2.59)

E m c o n j u n t o c o m o p r i n c í p i o .da c o n s e r v a ç ã o de energia,,

o nd e as q u a n t i d a d e s U e sã o i g u a i s ,se o-^processo de d e f o r m a

ção for a d i a b â t i c o e q u a s e e s t á t i c o , o b t ê m - s e u m a m a n e i r a de d e ­

t e r m i n a r a e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o atr av és das carg as e d e s l o c a m e n

tos o bt idos.

2.8.3. E n e r g i a n a A n á l i s e de T r i n c a s

A f i g u r a 2.12 m o s t r a a s i t u a ç ã o on de u m a t r i n c a de c o m

p r i m e n t o 2a s i t u a d a em u m a p l a c a i nf in it a, ê s o l i c i t a d a p o r t e n ­

sões de t r a ç ã o a. P o d e - s e c o n s i d e r a r a g o r a a m u d a n ç a de energia

q u e o c o r r e p a r a e s t e n d e r a t r i n c a de u m a q u a n t i d a d e infinitesi­

m a l o u s e j a de a p a r a a + ôa.

Fig. 2.12 - C o n f i g u r a ç ã o geométrica da placa.


41

C o n s i d e r a n d o i n i c i a l m e n t e a c o n d i ç ã o de deslocamento

constante, u = = constante,para u m m a t e r i a l e l á s t i c o , fazendo-se

uso- do g r á f i c o da f i g u r a 2 . 1 3 , que a p r e s e n t a c u rv as de c a r g a - d e s -

l o c a m e n t o p a r a tr in ca s de c o m p r i m e n t o a e a + ôa, do p o n t o de

vista macroscopico [l7] ,- v e r i f i c a - s e - q u e u m a u m e n t o da t r i n c a de

a p a r a a + ôa, o c a s i o n a u m a d i m i n u i ç ã o na e n e r g i a e l á s t i c a de

deformação, de 1/2 u^^ p a r a 1/2 P 2 u^^, r e p r e s e n t a d a n a f i g u r a

2.13 p e l a á r e a do t r i â n g u l o O A C

Fig. 2.13 - G r á f i c o c a r g a - d e s l o c a m e n t o p a r a c o m p r i m e n ­

tos de t ri n c a s a e a + ôa.

N e s t a s c o n d i ç õ e s a p r o p a g a ç ã o da t r i n c a p r o v o c a uma

l i b e r a ç ã o de e n e r g i a e l á s t i c a de 1/2 (Pj^ - P 2 ) u ^ , ou s eja, un^

a u m e n t o no c o m p r i m e n t o da t r i n c a d i m i n u i a r i g i d e z da pl ac a .

Sob a c o n d i ç ã o de c a r g a c o n s t a n t e (P ~ " c^e) , a

e n e r g i a e l á s t i c a a r m a z e n a d a p a r a u m c o m p r i m e n t o de t r i n c a a + ôa
42

ê 1/2 U 2 > â r e a do t r i â n g u l o O B U 2 da f i g u r a 2.13, e ê maior

do que. a a r m a z e n a d a p a r a o c o m p r i m e n t o a, â r e a do t r i â n g u l o OAu^^.

Istó p o r q u e u m a u m e n t o n o c o m p r i m e n t o d a t r i n c a d i m i n u i a rigi­

dez da placa, p e r m i t i n d o q u e sob a c a r g a a p l i c a d a o c o r r a um d e s ­

l o c a m e n t o de u^ p a r a U 2 , r e a l i z a n d o t rabalho. A e n e r g i a poten­

cial, s o f r e e n t ã o u m d e c r é s c i m o , ârea do t r i â n g u l o OAB, de

P ( U 2 - “i) - 2 P 1 C U 2 - “l) - J P l ( u 2 - «i)

D e n t r o da a n a l i s e linear, d e f i n i n d o P 2 - P^ = 5P e

^2 ~ ^1 ~ P°^®“se m o s t r a r que a e n e r g i a l i b e r a d a quando

ôa -»■0, ê i g ual p a r a as duas s i t u a ç õ e s , ou s e j a

e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o l i b e r a d a (u = cte) = - i u 6 P

(2.60)

r e d u ç ã o da e n e r g i a p o t e n c i a l (P = cte) = - i P 5 u (2.61)

e da r e l a ç ã o , e q u a ç ã o 2.55, o n d e p a r a u m dado c o m p r i m e n t o de

t rinca, t e m - s e

u = CP (2.62)

Se a m u d a n ç a de c o m p r i m e n t o da t r i n c a ôa 0, pode-se

t r a t a r C c o m o s e n d o i g u al p a r a os c o m p r i m e n t o s de t r i n c a a e

a + 6a, a s s i m a e x p r e s s ã o (2.62) p o d e s e r e s c r i t a n a f o r m a

6u = C 6 P (2.63)
43

e p e l a s u b s t i t u i ç ã o de (2.62) em (2.60) e (2.63) em (2.61), ob-

tëm-se

i u 6 P = icP6P
2 2

Conclui-se q u e p a r a u m a p r o p a g a ç ã o i n f i n i t e s i m a l da

trinca, a d i m i n u i ç ã o n a e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o e l á s t i c a a r m a z e n a ­

da n u m c o r p o , c u j a c o n d i ç ã o é de d e s l o c a m e n t o c o nstante, ê igual

à d i m i n u i ç ã o de e n e r g i a p o t e n c i a l c u j a c o n d i ç ã o ë de c a r g a c o n s ­

tante.

2.8.4. M é t o d o s de E n e r g i a na A n á l i s e de T r i n c a s

Griffith considerou a força dirigida para a propagação

da t r i n c a c o m o a d i f e r e n ç a e n t r e a e n e r g i a l i b e r a d a q u a n d o a

t r i n c a se p r o p a g a e a e n e r g i a n e c e s s á r i a p a r a a c r i a ç ã o de novas

s u p e r f í c i e s da trinca. Seu m é t o d o de c a l c u l a r a e n e r g i a é u m tan

to c o m p l i c a d o , p o r q u e ele c o n s i d e r a m u d a n ç a s de e n e r g i a em todo

cor p o , s e n d o n e c e s s á r i a a i n t e g r a ç ã o do p r o d u t o t e n s ã o - d e f o r m a ­

çã o e m t o d a a pla c a .

Métodos mais simples e aproximados foram,então,apre -

sentados por Knott 19] , b a s e a d o no p r i n c í p i o de G r i f f i t h de

r e l a c i o n a r a p r o p a g a ç ã o da t r i n c a c o m a m u d a n ç a de ener g i a .
44

2 . 8 .4.1. M e t o d o da F l e x i b i l i d a d e

N a s e ç ã o a n t e r i o r d e m o n s t r o u - s e que a e n e r g i a e l á s t i c a

de d e f o r m a ç ã o l i b e r a d a p a r a e s t e n d e r a t r i n c a . d e u m comprimento

6a e r a de 1/2 P 6 u. A t a x a de l i b e r a ç ã o de ener g i a , representa­

d a p o r G, ê d e f i n i d a c o m o a e n e r g i a p o r u n i d a d e de n o v a á r e a de

t r i n c a c r i a d a . P a r a u m c o r p o de e s p e s s u r a u n i t á r i a .

6U _ 1 p ôu (2.64)
^ ôa 2 6a

P or é m , c o m o se p o d e v e r i f i c a r n a á r e a h a c h u r a d a da

f i g u r a 2.13, h â d i f i c u l d a d e em m e d i r e s s a q u a n t i d a d e quando

a a -► 0. A t r a v é s de u m r e a r r a n j o dos t e r m o s da e x p r e s s ã o (2.64)

b u s c a - s e a o b t e n ç ã o de p a r â m e t r o s m a i s f a c i l m e n t e m e n s u r á v e i s .

Assim, da e q u a ç ã o (2.63), p a r a u m a c a r g a constante

(ôu = P 6 C ) , e n c o n t r a - s e , s u b s t i t u i n d o em (2.64) e c a l c u l a n d o - s e

o limite para 6 a - > 0 ,

1 „2 ^ (2.65)
G = i p 3a

0 problema fica então resolvido determinando-se a

f l e x i b i l i d a d e C, c o m o f u n ç ã o do c o m p r i m e n t o da trinca, medindo-

se a i n c l i n a ç ã o da r e s p e c t i v a c u r v a n u m c o m p r i m e n t o de t r i n c a a-

propriado. Tem-se em decorrência, um método prático para determ^

n a r a t a x a de l i b e r a ç ã o de e n e r g i a , a p r o p r i a d o a c o r p o s de p r o v a

relativamente pequenos, c o m os q u a i s é p o s s í v e l o b t e r b o a s m e d i ­
45

das em l a b o r a t ó r i o .

2. 8 . 4 . 2 . M é t o d o s do F a t o r de I n t e n s i d a d e de T e n s õ e s

B a s e a d o nas f o r m u l a ç õ e s de G r i f f i t h , u m m é t o d o r e l a c i o

n a n d o a t a x a de l i b e r a ç ã o de e n e r g i a com o f a t o r de intensidade

de t e n s õ e s é apresentado por Knott [l9j.

A o c o n t r a r i o do p r o c e d i m e n t o de Grif f i t h , a região a

s e r e s t u d a d a s e r á t o m a d a p r ó x i m a ã e x t r e m i d a d e da trinca, p e q u e ­

na em c o m p a r a ç ã o co m u m t o d o , mas g r a n d e o s u f i c i e n t e em r e l a ç ã o

ãs d i m e n s õ e s a t ô m i c a s p a r a a a p l i c a ç ã o da t e o r i a da e l a s t i c i d a d e ^

A variação de e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o , 3U/3a, se o c o r p o e l á s t i c o é

carregado e restrito seu movimento, é s o m e n t e dada p e l a c o n t r i ­

b u i ç ã o de G.

Nestas condições,o trabalho requerido para fechar um

p e q u e n o s e g m e n t o de t r i n c a ôa, f i g u r a 2.14, é i d ê n t i c o ã variação

de e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o do c o r p o e esta p o d e ser a v a l i a d a c a l c u

l a n d o - s e o t r a b a l h o r e a l i z a d o pelas forças de s u p e r f í c i e s a t u a n ­

do ao l o n g o de ôa, q u a n d o o c o m p r i m e n t o da t r i n c a é d i m i n u í d o de

a + ôa p a r a a. C o n s i d e r a n d o u m c o r p o de e s p e s s u r a u n i t á r i a , tem-

se

6a
G6a = 022 ^2 dr (2.66)

A s i t u a ç ã o f í s i c a e s t á m o s t r a d a na f i g u r a 2.14, onde

sã o a p r e s e n t a d a s a d i s t r i b u i ç ã o de t e n sões para uma trinca de compri­

mento a, e a distribuição de deslocamentos para uma trinca de comprimen-


46

to a + 6a.

Fig. 2.]4 - S i t u a ç a o f í s i c a p a r a o f e c h a m e n t o da t r i n ­

ca de a + ôa p a r a a.

A s o l u ç ã o de W e s t e r g a a r d p a r a a d i s t r i b u i ç ã o de ten -

sões e d e s l o c a m e n t o s c o r r e s p o n d e n t e s , ou seja, 022 (i", 0 = 9°) ®

U 2 (r, 0 = 180°) ê d a d a ,r e s p e c t i v a m e n t e ,pelas e q u a ç õ e s (2.20),

(2.21), o n d e - -

'22
(2.67)

p a r a u m c o m p r i m e n t o de t r i n c a a, e

u, = — a / 2 a ( ô a - r)' (2 . 68)
^ E

p a r a u m a v a r i a ç ã o no c o m p r i m e n t o da t r i n c a de a + fia p a r a a.

S u b s t i t u i n d o as e q u a ç õ e s (2.67), (2.68) n a equação

(2.66) e i nt eg randO) obter.i-se


48

3. PROCESSOS NUMÉRICOS PARA A SOLUÇÃO DE PROBLEMAS


DA flECÂNICA DA FRATURA

3.1. Introdução

0 u s o de m é t o d o s n u m é r i c o s p a r a p o s s i b i l i t a r a determi^

n a ç ã o do f a t o r de i n t e n s i d a d e de t e n s õ e s e m cort e s ou tr in c a s ,

p o d e ser d i v i d i d o e m três c a t e g o r i a s 19]. A p r i m e i r a categoria

faz us o de p o l i n ó m i o s , q u e são i m p o r t a n t e s p o r q u e f o r n e c e m uma

boa técnica pára gerar funções rapidamente e^são frequentemente

e m p r e g a d o s como s o l u ç ã o do m é t o d o de v a r i á v e i s c o m p l e x a s , desen­

v o l v i d o po r M u s h k e l i s h v i l i 2l] . .

A s e g u n d a c a t e g o r i a e n v o l v e e q u a ç õ e s de d i f e r e n ç a s f i ­

n i t a s , n e l a a f u n ç ã o é d e f i n i d a , não em f o r m a a n a l í t i c a , mas p o r

seus v a l o r e s , c o r r e s p o n d e n t e s a p o n t o s r e g u l a r m e n t e espaçados

d e n t r o do d o m í n i o , o n d e e m p r e g a n d o a t é c n i c a de d i f e r e n ç a s f i n i ­

tas, se o b t é m a s o l u ç ã o a p r o x i m a d a 15

A t e r c e i r a é o m é t o d o de e l e m e n t o s f i n i t o s , u m dos

m a i s u t i l i z a d o s na a n á l i s e n u m é r i c a . 0 p r i n c í p i o e n v o l v i d o n e s t e

m é t o d o é que o corpo, c o n s i d e r a d o como c o n t í n u o , o b e d e c e certos

t ipos de r e l a ç õ e s t e n s ã o - d e f o r m a ç ã o e é c o n s t i t u í d o p o r u m con­

j u n t o de s u b - r e g i õ e s c h a m a d a s e l e m e n t o s , u s u a l m e n t e n a f o r m a t r ^

a n g u l a r ou q u a d r a n g u l a r p a r a os p r o b l e m a s b i d i m e n s i o n a i s . Além

do m a i s , as f u n ç õ e s d e f i n i d a s p a r a c a d a s u b - r e g i ã o são c o n t í n u a s

e n t r e os e l e m e n t o s , tal c o m o se não h o u v e s s e s u b d i v i s õ e s . 0 uso

do m é t o d o de e l e m e n t o s f i n i t o s p e r m i t e , d e s t a forma, determinar

t e n s õ e s e d e f o r m a ç õ e s q u e o c o r r e m em q u a l q u e r p a r t e do c o r p o b e m

c o m o o u t r a s v a r i á v e i s de i n t e r e s s e , 18 32.
49

Al é m destes métodos, outros apresentam-se, tais como,

r e p r e s e n t a ç ã o c o n f o r m e , m é t o d o de e x p a n s ã o e m s é r i e s de L a u r e n t ,

a p r o x i m a ç õ e s a s s i n t o t i c a s , m é t o d o a l t e r n a n t e , m é t o d o de t r a n s f o r

mações integrais e outros [28J .

3.2. M é t o d o de E l e m e n t o s F i n i t o s

0 u s o da s o l u ç ã o aproximada pelo método de e l e m e n t o s

finitos trouxe nesses últimos anos s o l u ç ã o a uma larga faixa

de p r o b l e m a s p r á t i c o s de e n g e n h a r i a , com geometria, condições

de c o n t o r n o e c a r r e g a m e n t o c o m p l e x o s , b e m como para materiais

nã o l i n e a r e s . 0 m é t o d o t e m sido a p l i c a d o a c o r p o s planos, tri­

dimensionais, placas, cascas, materiais i s o t r o p i c o s , ou ani-

s o t r o p i c o s e o u t r o s , q ue p o d e m ser a n a l i s a d o s com quase igual

facilidade. 0 método tem sido também u m a f e r r a m e n t a de gran­

de i m p o r t â n c i a n a s o l u ç ã o de p r o b l e m a s d a M e c â n i c a da Fratura,

proporcionando uma b a s e p a r a a n á l i s e de c o n f i g u r a ç õ e s c o m p l e x a s

de t r i n c a s e c a r r e g a m e n t o s , c o m p r e c i s ã o a c e i t á v e l [^3 2] . Duas

m a n e i r a s se a p r e s e n t a m no u s o e na a p l i c a ç ã o do m é t o d o de e l e m e n

tos f i n i t o s e m c o r p o s e l á s t i c o s c o m t r i n c a s . N a p r i m e i r a , o cor

po t r i n c a d o é representado geometricamente por elementos fini­

tos c o n v e n c i o n a i s . Tais e l e m e n t o s não p o d e m r e p r e s e n t a r adequa­

d a m e n t e a c o n d i ç ã o de s i n g u l a r i d a d e de t e n s õ e s , no e x t r e m o da

t r i n c a , e p o r isso n e c e s s i t a m de u m r e f i n a m e n t o de m a l h a muito

g r a n d e , nas p r o x i m i d a d e s d a e x t r e m i d a d e da t r i n c a [l8j . A s e g u n ­

da m a n e i r a e n v o l v e o u s o de e l e m e n t o s e s p e c i a i s p a r a u s o n a ex­

t r e m i d a d e da tr i n c a , onde a condição de s i n g u l a r i d a d e é i m p o s -

ta is] , [26] . Eles podem ser d i v i d i d o s e m duas c l a s s e s : na

pr im e ir a, o s elementos na extremidade da trinca contém a condição


50

de s i n g u l a r i d a d e p a r a o c a m p o de tensões igual a singularidade

t e õ r i c a no e x t r e m o da t r i n c a - e na s e g u n d a classe, u m n u m e r o de

elementos e s p e c i a i s na e x t r e m i d a d e da t r i n c a tem s i d o desénvolvi_

do, a p a r t i r de e l e m e n t o s isoparamêtricos, permitindo a modela­

çã o da s i n g u l a r i d a d e p a r a ' o campo'"d’
é 't è n s õ é s , ^

3.3. M é t o d o s B a s e a d o s s o b r e E l e m e n t o s Finitos Conven -

cionais

D e v i d o a i n d i s p o n i b i l i d a d e de p r o g r a m a s , com elementos

f i n i t o s e s p e c i a i s p a r a a n a l i s e de trincas, p a s s o u - s e a f a z e r uso

de u m p r o g r a m a c o m e l e m e n t o s finitos c o n v e n c i o n a i s e dos r e s u l t a

dos o b t i d o s deste, o f a t o r de i n t e n s i d a d e de tensões foi determi^

n a d o p o r u m a s e r i e de p r o c e s s o s p r o p o s t o s [22 . Essencialmente,

os m é t o d o s que e m p r e g a m a t é c n i c a de e l e m é n t o s f i n i t o s p o d e m ser

d i v i d i d o s nos m é t o d o s s o b r e tensões, d e s l o c a m e n t o s e ener g i a .

U m a v e z qu e o m é t o d o da s t e n s õ e s tem sido a p r e s e n t a d o como o m e ­

no s p r e c i s o , d e v i d o ao e f e i t o da alta c o n c e n t r a ç ã o de t e n s õ e s , n a

e x t r e m i d a d e da trinca, não s e r â aqui desc r i t o .

3.3.1. M é t o d o de D e s l o c a m e n t o s

Este método [24j , foi p r i m e i r o u t i l i z a d o p o r C h a n na

a n a l i s e do m o d o I e p o s t e r i o r m e n t e p o r K o b a y a s h i n a a n a l i s e do

modo I e modos I e II c o m b i n a d o s . 0 s e g u i n t e e s q u e m a foi u t i l i z a

do p o r Chan, na d e t e r m i n a ç ã o do fator de i n t e n s i d a d e de tensões:


51

Primeiro, a t r a v é s de um p r o g r a m a de e l e m e n t o s f i n itos

f o r a m d e t e r m i n a d o s os d e s l o c a m e n t o s , u s a n d o u m a m a l h a externa

g r o s s e i r a e u m a m a l h a i n t e r n a m u i t o fina. A rede, através de um


-
e s q u e m a de g e r a ç a o a u t o m a t i c a , foi e x p r e s s a p e l a r a z a o de A/a ,

q u e p a r a redes i n t e r n a s v a r i o u de 312 x 10 ^ a 1,20 x 1 0 ~ ^ , e pa-


“2 “2
ra r e des m a i s e x t e r n a s de 1 x 10 a 0,5 x 10 , sendo A a

á r e a do e l e m e n t o t r i a n g u l a r e a ò c o m p r i m e n t o da trinca;

S e g u n d o , u m v a l o r e s t i m a d o Kj foi obtido, como uma

aproximação para , s u b s t i t u i n d o os d e s l o c a m e n t o s n o d a i s , proxi^

m o ã e x t r e m i d a d e da tr i n ca, na f o r m u l a

a qual p o d e s e r o b t i d a das equa ç õ e s (2.26) f a z e n d o - s e 0 = ir. Se

na e q u a ç ã o (3.1) os v a l o r e s de U 2 ^^ c o m p u t a d o s f o s s e m e x a tos , is­

to c o r r e s p o n d e r i a a u m ú n i c o v a l o r de K* p a r a q u a l q u e r r . , d e tal
^ i
m o d o que Kj e s t a r i a d e t e r m i n a d o . P o r é m como esta c o n d i ç ã o n ã o é

s a t i s f e i t a na e x t r e m i d a d e da trinca, u m a c u r v a de versus r é

o b t i d a e o v a l o r e s t i m a d o de Kj é o b t i d o p o r e x t r a p o l a ç ã o .

3.3.2. F u n ç õ e s de D e s l o c a m e n t o E l í p t i c a s

U m a das m a n e i r a s de d e t e r m i n a r o f a t o r g e o m é t r i c o Y, e,

c o n s e q u e n t e m e n t e ,o f a t o r de i n t e n s i d a d e de tensões K, p a r a d i f e ­

ren t e s g e o m e t r i a s , é c o n s i d e r a r o fato de que a f u n ç ã o de d e s l o ­

ca m e n t o , n a d i r e ç ã o o n d e a t r i n c a t e n d e a a b r i r é e l í p t i c a . Com

base nesta consideração [8],Í9] as a n a l i s e s dos m o d o s I e II


55

A.
. "2(x,,0) ( 1 - ^ ) (3.10)

onde b’ = ^ (3.11)

e p a r a r e g i õ e s p r ó x i m a s à e x t r e m i d a d e da t r i n c a

“2 “ ^
P a r a p o n t o s h o m o l o g o s , d e n t r o de u m c o n t o r n o a r b i t r a -

rio, das e q u a ç õ e s (3.4) e (3.11)

ou de (3.3) e (3.1Q), substituindo (3.4) e (3.11)

u’
Y = — (3.14)
U9

M o d o II

0 m e s m o p r o c e d i m e n t o u s a d o p a r a a d e t e r m i n a ç ã o do £a -

tor de i n t e n s i d a d e de t ens õ e s p a r a o m o d o I, p o d e t a m b é m s e r fei^

to na a n a l i s e do m o d ò II, c o m p e q u e n a s m o d i f i c a ç õ e s .

P a r a u m a t r i n ca, n u m a p l a c a i n f i n i t a e c a r r e g a m e n t o ,co

m o m o s t r a a f i g u r a 2.9, tem-se
59

No m é t o d o p r o p o s t o [3 1 ] é i n i c i a l m e n t e f e i t a u m a c a l i ­

b r a g e m na m a l h a i n t e r n a ao c o n t o r n o . P a r a tal, tens õ e s c o r r e s p o n

d e n d o a u m v a l o r u n i t á r i o de , equação (3.20), são aplicadas

a malha, c o n f o r m e a f i g u r a 3.3, g e r a d a no .interior do c o n t o r n o .

Os d e s l o c a m e n t o s dos v á r i o s nos prox>imos à-ext-remidade da..trin.ca

são computados. E stes d e s l o c a m e n t o s n a m a l h a i n t e r i o r consti­

tu e m o c a m p o de d e s l o c a m e n t o unitário (CDU), constante

p a r a u m a d a d a g e o m e t r i a de m a l h a e p r o p r i e d a d e do m a t e r i a l . Como

as t e n s õ e s f i c a m u n i v o c a m e n t e d e f i n i d a s p o r K, o c a m p o de d e s l o ­

c a m e n t o o b t i d o é, t e o r i c a m e n t e , v á l i d o p a r a q u a l q u e r g e o m e t r i a .

Feita a calibragem, é p o s s í v e l u s a r a m a l h á i n t e r n a pa

ra o b t e r o f a t o r de i n t e n s i d a d e de tensÕes.

A m a l h a no i n t e r i o r do c o n t o r n o é e m b u t i d a n o modelo

de e l e m e n t o s f i n i t o s do e s p é c i m e e o c a r r e g a m e n t o r e a l é agora

a p l i c a d o . Os d e s l o c a m e n t o s na m a l h a no i n t e r i o r do c o n t o r n o , são

novamente computados e constituem, agora, o c ampo de d e s l o c a m e n ­

to real (CDR).
0 f a t o r de i n t e n s i d a d e de tensões é d e t e r m i n a d o t o m a n ­

d o - s e o c a m p o de d e s l o c a m e n t o real d i v i d i d o p e l o c a m p o de d e s l o

camento unitário.
60

Fig. 3.3 - M a l h a u t i l i z a d a p a r a a c a l i b r a g e m n o inte -

r i o r do cont o r n o .

N a f o r m a m a i s g e r a l das e q u a ç õ e s (3.20) .aparece u m tei­

mo constante, conforme modificações apresentadas no capítulo 2.

U m a v e z que o t e r m o c o n s t a n t e p a r a e s t e tipo de p r o b l e m a ê fun­

ç ã o da t e n s ã o a p l i c a d a , o c a m p o de d e s l o c a m e n t o correspondente

a u m v a l o r u n i t á r i o da t e n s ã o n o m i n a l d e v e ser o b t ido, p a r a a

m a l h a n o i n t e r i o r do c o n t o r n o . 0 c a m p o de d e s l o c a m e n t o real

( C D R ) , p e l a s u p e r p o s i ç ã o dos efei t o s , p a s s a a s e r d a d o p e l a ex­

pressão

CDR = CDUK.K + CDUa.o

onde portanto

CDR - CDUa.g
K = (3.23)
CDUK
61

com CDUK e CDUa representando respectivamente, o c a m p o de d e s l o

camento unitário para K = 1 e o c a m p o de d e s l o c a m e n t o unitá -

rio p a r a a = 1

3.3.4. M é t o d o de E n e r g i a Total

D a t e o r i a de G r i f f i t h e as m o d i f i c a ç õ e s s u b s e q u e n t e de

Irwin e Orwan, surgiu, c o n f o r m e a p r e s e n t a d o n a s e ç ã o 2.8.4, a re

l a ç ã o e n t r e o f a t o r de i n t e n s i d a d e de tens õ e s c o m a v a r i a ç ã o de

e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o , s e n d o d a d a p e l a e q u a ç ã o

(3.24)
3a E

A t r a v é s d e s t a e q u a ç ã o pode-^se o b t e r o f a t o r de i n t e n s ^

d a d e de t e n s õ e s , d e t e r m i n a n d o - s e 9U/3a, p a r a a g e o m e t r i a em que_s

tão [ll] »

Métodos numéricos vem frequentemente beneficiar ésta

determinação, e o m a i s u s a d o é o de e l e m e n t o s f i n i t o s . A s s i m , pa

ra u m d ad o c o m p r i m e n t o de trin c a , u s a n d o u m p r o g r a m a de e l e m e n -

tos f in i t o s , d e t e r m i n a - s e a e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o . Fazendo uma

l i g e i r a v a r i a ç ã o n o c o m p r i m e n t o da trinca, r o d a - s e n o v a m e n t e o

program-a, c o n s e g u i n d o d e s t a f o r m a i n f o r m a ç õ e s n e c e s s á r i a s para

determinar AU/Aa e, c o n s e q ü e n t e m e n t e , o v a l o r de K j .
62

3.3.5. M é t o d o de E n e r g i a com E l e m e n t o s F i n i t o s C a l i b r a

do.

A e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o , p o r u n i d a d e de e s p e s s u r a , s e ­

gundo Griffith, equação (3.24), ê d a d a p e l a e x p r e s s ã o

U = i | K ^ C3.25)

o n d e se t e m a p r o p o r c i o n a l i d a d e e n t r e a e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o e

o f a t o r de i n t e n s i d a d e de tensões. A s s i m , tomando por base a pro

p o s t a do m é t o d o de e l e m e n t o s f i n i t o s c a l i b r a d o [,3 l] , u s o u - s e a

e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o , no l u g a r dos d e s l o c a m e n t o s . P elas indica­

ções d adas n a s e ç ã o 3 . 3 . 3 , o f a t o r de i n t e n s i d a d e de t e n s õ e s t o m a

a forma

. “r e a l - > N I T . a ° '

^UNIT.K

onde é a e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o p a r a a p l a c a c o m o c a r r e g a ­

mento rea l , é a e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o p a r a a = 1 e \

ê a e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o p a r a K = 1,
63

3.3.6. M é t o d o de E n e r g i a Local

C o n h e c i d o o c a m p o de tensões na e x t r e m i d a d e da trinca,

a e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o s o b r e u m a r e g i ã o de raio r^, p e q u e n a ,c o m ­

p a r a d a c o m O ' c o m p r i m e n t o - d a t r i n c a ê " f a c i l m e n t e obtida. A s sim, ”

p a r a u m e s t a d o p l a n o de t ensões, u s a n d o os r e s u l t a d o s obti d o s por

Irwin, i n d i c a d o na r e f e r ê n c i a flf] ,t e m - s e

U = r ^ - ....... (3.27)
(8 - 8v ) E

P a r a se o b t e r Kj p o r este m é t o d o , t o m a - s e a e n e r g i a de

deformação, d e t e r m i n a d a no p r o g r a m a , p a r a os e l e m e n t o s d e n t r o do

c o n t o r n o de r a i o r, p a r a os q u a i s as e x p r e s s õ e s de t e n s õ e s são

validas, ou Seja, r / a « l .
64

ESTRUTURA DO TRABALHO

4.1. M o d e l o s A n a l i s a d o s

P r e t e n d e n d o - s e c o m p r o v a r a a p l i c a ç ã o dos m é t o d o s men­

c i o n a d o s no c a p í t u l o a n t e r i o r , com o u s o de u m p r o g r a m a de ele­

mentos finitos, f o r a m a n a l i s a d o s m o d e l o s de g e o m e t r i a r e l a t i v a -

mente simples, c o m p o s i ç õ e s de t r i n c a c e n t r a l , u m a t r i n c a late­

ral e d u p l a t r i n c a l a t e r al, tais c o m o m o s t r a a f i g u r a 4.1. Estes

s ã o m o d e l o s c o m u m e n t e e n c o n t r a d o s n a b i b l i o g r a f i a p e s q u i s a d a , pa

ra a a n a l i s e de cor p o s t r i n c a d o s .

D e v i d o ã s i m e t r i a e x i s t e n t e nos m o d e l o s u s a d o s , apenas

u m q u a r t o da p l a c a foi a n a l i s a d a p a r a os m o d e l o s c o m t r i n c a c e n ­

tral e d u p l a t r i n c a l a t e r a l ,e p a r a o m o d e l o com u m a t r i n c a late

r a l , t o m o u - s e a m e t a d e da placa, f i g u r a 4.1. D e v i d o a isto, e ã

v e r s a t i l i d a d e do p r o g r a m a u s a d o , as v a r i a ç õ e s f e itas nos m o d e l o s

tôrnaram-se bastante simples, efetuando entre uma e outra v a r i a ­

ção, m u d a n ç a s n a d e f i n i ç ã o do p l a n o de s i m e t r i a , f i g u r a 4.1, g e ­

r a ç ã o de n o v o s e l e m e n t o s e c o n d i ç õ e s de c o n t o r n o , q u e e r a m f o r n £

c i d a s a t r a v é s da a d i ç ã o o u s u b s t i t u i ç ã o de a p enas a l g u n s blocos

de d a d o s .
TR IN C A DUPLA TRINCA UMA TRINCA
CENTRAL LATER AL LA TER AL

í •
Fig. 4.1 - P o s i ç ã o da' trinca, s i m e t r i a e p a r t e a n a l i s a

da.

4.2. V a r i a ç õ e s nos M o d e l o s

As v a r i a ç õ e s nos m o d e l o s f o r a m feitas com a f i n a l i d a d e

de se e f e t u a r u m e s t u d o do com.portamento dos m é t o d o s ,d e v i d o a

estas m u d a n ç a s . A s s i m , o s s e g u i n t e s m o d e l o s f o r a m usad o s ;

M o d e l o s A - M a n t e n d o c o n s t a n t e r^/a = 0,1 , a / L = 0,8 e v a r i a n d o

a r e l a ç ã o H/L.

Al H/L = 1

A2 H/L = 2

A3 H/L = 4
66

M o d e l o s B - M a n t e n d o c o n s t a n t e r ^ / a = 0,1 , H/L = 4 e variando

a r e l a ç ã o a /L .

BI a / L = 0,80

B2 a/ L = 0 , 5 0

B3 a/ L = 0,25

M o d e l o s C - M a n t e n d o c o n s t a n t e a / L = 0,25 , H/L = 4 e variando

a r e l a ç ã o r^/a.

Cl r J s L = 0,20

C2 rja = 0,10

C3 T^/a = 0 , 0 5

A distância ï’
q é c a r a c t e r í s t i c a E c a l i b r a g e m da m a l h a ,

figura 3.3, H e L s ã o as d i m e n s õ e s da placa, c o n f o r m e m.ostra a

f i g u r a 4.2.

Nos m o d e l o s A ,p r e t e n d e u - s e v e r i f i c a r os m é t o d o s q u a n t o

as v a r i a ç õ e s no c o m p r i m e n t o da p l a c a , m a n t e n d o - s e c o n s t a n t e a r e ­

l a ç ã o a/ L = 0,8, v a l o r e ste dado n a b i b l i o g r a f i a c o m o o m a i s s e n

s í v e l à v a r i a ç ã o de H/L. D e n t r o dos m e s m o s c r i t é r i o s , nos mode­

los B, f o r a m v e r i f i c a d a s as a p l i c a ç õ e s dos m é t o d o s q u a n t o às v a ­

r i a ç õ e s de a/L e nos m o d e l o s C a v e r i g u o u - s e a i n f l u ê n c i a da re­

l a ç ã o r^/a.

4.3. P r o g r a m a de E l e m e n t o s Fini t o s U s a d o

P a r a a o b t e n ç ã o dos dados n e c e s s á r i o s ã a p l i c a ç ã o dos

m é t o d o s d e s c r i t o s , u s o u - s e o P r o g r a m a A n a l i s a d o r de S i s t e m a s E s ­
67

truturais (PROASE) [l] , u m p r o g r a m a g e r a l de e l e m e n t o s finitos,

q u e foi e l a b o r a d o no C e n t r o T e c n o l ó g i c o da UFSC, p e l o professor

Domingos Boechat Alves, especialmente para a analise estática

li n e a r . A c a r a c t e r í s t i c a p r i n c i p a l d e s t e p r o g r a m a e a dè cons­

t r u i r v á r i a s - b i b l i o t e c a s de d a d o s [sj , destacando-se, entre^^es^

tas, a b i b l i o t e c a de e l e m e n t o s f i n i t o s , a de s i s t e m a s de r e f e r ê n

cias, a de v í n c u l o s e s p e c i a i s ( c o n d i ç õ e s de c o n t o r n o ) , a de cons

t a n t e s f í s i c a dos m a t e r i a i s , a de p r o p r i e d a d e s s e c c i o n a i s das

membranas e placas, etc ..., q u e são u t i l i z a d a s p e l o a n a l i s t a a-

t r a v e s do r e g i s t r o de e n t r a d a , q u e e i n e r e n t e a c a d a g r u p o de da

do s q u e c o n s t i t u i a b i b l i o t e c a . A l e m disto, o PROASE, na constru

çã o d e s t a s b i b l i o t e c a s , u t i l i z a g e r a d o r e s m u l t i - d i m e n s i o n a i s de

d a d o s de e n t r a d a , o q u e r e d u z o t r a b a l h o n a c o n f e c ç ã o d a d e c k de

dados, minimizando, assim, a p o s s i b i l i d a d e de e r r o s acidentais.

D e v i d o ã s ua g e n e r a l i d a d e , o P R O A S E ê f e r r a m e n t a de g r a n d e utili^

d a d e e m p e s q u i s a s em M e c â n i c a dos S ó l i d o s .

4*4. R e p r e s e n t a ç ã o dos M o d e l o s p o r E l e m e n t o s F i n i t o s

A p ó s d e f i n i d a s as v a r i a ç õ e s n o s m o d e l o s e o programa

de e l e m e n t o s f i n i t o s a ser u s a d o , p a s s o u - s e a r e p r e s e n t a ç ã o dos

modelos por elementos finitos, usando-se elementos triangulares

e q u a d r a n g u l a r e s . Na e x t r e m i d a d e da t r i n c a f o r a m u s a d o s elemen­

tos t r i a n g u l a r e s tal c o m o m o s t r a a f i g u r a 4.2. E s s e s elementos

s o f r e r a m v a r i a ç õ e s n a r e l a ç ã o H a . e n t r e 0,01 e 0,0025, q u e d e p e n

de u do m e t o d o e d a a n á l i s e de c o n v e r g ê n c i a p r e t e n d i d a . No caso

a c i m a t ê a d i m e n s ã o li ne ar, na d i r e ç ã o d a trinca, do m e n o r e l e ­

m e n t o da m a l h a .
68

Fig. 4.2 - M a l h a s u s a d a n a e x t r e m i d a d e da trinca.

Os e l e m e n t o s m e m b r a n a u t i l i z a d o s n a r e p r e s e n t a ç ã o dos

modelos foram desenvolvidos 2j a p a r t i r de f u n ç õ e s t e n s õ e s p o l i ­

nomiais quadráticas, com coeficientes, tais q u e as e q u a ç õ e s de e-

quilíbrio sejam automaticamente satisfeitas. A t r a v é s das rela­

ç õ e s t e n s ã o - d e f o r m a ç ã o f o r a m o b t i d a s as f u n ç õ e s d e f o r m a ç õ e s e a

p a r t i r d e s t a s as f u n ç õ e s d e s l o c a m e n t o s . A s e g u i r f o r a m d e t e r m i n a ­

da s as r e l a ç õ e s e n t r e as f u n ç õ e s d e s l o c a m e n t o e m u m p o n t o g e n é r i ­

c o do e l e m e n t o e os d e s l o c a m e n t o s n o d a i s p e l o p r i n c í p i o d a ener­

g i a c o m p l e m e n t a r m í n i m a , de tal f o r m a q u e h o u v e s s e continuidade

d e d e s l o c a m e n t o s e i n c l i n a ç õ e s a t r a v é s das b o r d a s de j u n ç ã o dos

elementos contíguos.
69

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Dos d a d o s o b t i d o s p e l o p r o g r a m a de e l e m e n t o s fini t o s

usad o , PROASE, a p o s a l g u m a s m a n i p u l a ç õ e s ,( a p ê n d i c e A4) p a s s o u -

se a a p l i c a ç ã o d o s m é t o d o s , c ujos r e s u l t a d o s e s t ã o mostrados

nas f i g u r a s 5.1 a 5.17 e f o r a m s e l e c i o n a d o s , d e n t r o de ura c r i ­

tério padrão, os qu e m e l h o r se a j u s t a v a m c o m os de r e f e r ê n c i a .

A s a n a l i s e s s e g u e m a s e g u i n t e seq u ê n c i a :

F i g u r a s 5.1 a 5.7 - A n a l i s e de todos os m o d e l o s com

g e o m e t r i a de t r i n c a c e n t r a l e

r e l a ç ã o £/a = 0,01, e x c e ç ã o do

m é t o d o de e n e r g i a t o t a l , onde

£/a = 0 , 0 0 3 (fig u r a 4.2).

F i g u r a s 5.8 a 5.13 - A n a l i s e dos m o d e l o s A c o m g e o m e

t r i a de t r i n c a c e n t r a l e rela­

ção £/a = 0,005 e £,/a = 0,0025.

F i g u r a s 5.14 a 5.17 - A n a l i s e dos m o d e l o s BI e B2 com

u m a t r i n c a l a t e r a l e d u p l a trin

ca lateral.

Os m é t o d o s f o r a m a p l i c a d o s de a c o r d o c o m a d i s p o n i b ^

l i d a d e dos r e s u l t a d o s o b t i d o s do P R O A S E , s endo q u e d e v i d o ã

f o r m a da m a l h a u s a d a no e x t r e m o da t r i n c a ( f i g u r a 4.2) alguns

m é t o d o s nã o f o r a m u t i l i z a d o s p a r a c e r t o s m o d e l o s c o n f o r m e se

p o d e v e r i f i c a r nas t a b e l a s das f i g u r a s 5.1 a 5.17.


N a f i g u r a 5.18 a p r e s e n t a - s e o m o d e l o A l d e f o r m a d o .
70

Modelo Al

r^/a = 0,1

a/L =0,8

H/L =1,0

V a l o r de r e f e r ê n c i a 9 Y = 2,57

Valores estimados
M é ­ Desloca­ Elíptico Calibra- Energia Energia Energia
to­ mento gem Total Calibra­ Local
do s (1 ) (2 ) (3 ) (4) d a (5) (6 )

Kl 10,68 11,51 ' 1 0,48 10,33 10,71

Y 1,905 2,054 1,870 1 ,843 1,911

Fig. 5.1 - R e s u l t a d o s obtidos do m o d e l o Al para u m a geomet r i a

de trinca central.
71

Modelo A2

r ^ /a = 0 , 1

a/L = 0,8

H/L = 2,0

V a l o r de r e f e r ê n c i a [9 Y = 1,72
Valores estimados
Mé ­ Desloca­ Elíptico Calibra- Energia Energia Energia
to­ mento gem Total Calibra Local
dos (1 ) (2 ) (3) (4) d a (5) (6 )

Kl 9,712 9,525 9,307 9 ,455 10,05

Y 1 ,733 1,699 1,660 1,687 1,793

Fig. 5.2 - Result a d o s obtidos do m o d e l o A2 p a r a uma geome t r i a de

t rinca central.
72

M o d e l o A 3 = BI

r ^ /a = 0 , 1

a/L =0,8

H/L =4,0

Valores estimados
Mé­ Desloca­ Elíptico Calibra­ Energia Energia Energia
to­ mento gem Total Calibra Local
dos (1 ) (2 ) (3) (4) d a (5) (6 )

Kl 9 ,709 9,517 9,318 9,450 1 0,05

Y 1,732 1,698 1 ,662 1, 686 1 ,793

Fig. 5.3 - Result a d o s obtidos do m o d e l o A3 p a r a uma g e o m et ri a

de trinca central.
73

M o d e l o B2

r^a = 0,1

H/L = 4,0

a/L =0,5

Valores estimados
Mé­ Desloca­ Elíptico Calibra- Energia Energia Energia
to­ mento gem Total Calibra­ Local
dos (1 ) (2 ) (3) (4) d a (5) (6 )

Kl 6,360 6,435 6,770 6,207 6,494

y 1,135 1,148 1,208 1,107 1,159

Fig. 5.4 - Resultados obti d o s do m o d e l o B2 para uma geome tr i a

de trinca central.
74

M o d e l o B3 = C2

r ^ / a = 0,10

H/L = 4,00

a/L =0,25

V a l o r de r e f e r ê n c i a 9 Y ~ 1,00
Valores estimados
Mé­ Desloca­ Elíptico Calibra- Energia Energia Énergia
to­ mento gem Total Calibra­ Local
dos (1) (2) (3) (4) d a (5) (6)

Kl 5,602 5,667 6,118 5 ,463 5,858

y 0,9995 1, 011 1 , 092 0,9747 1,045

Fig, 5.5. Resultados obtidos do m o d e l o B3 p a r a uma g e o m e t r i a de

trinca central.
75

M o d e l o Cl

a/L = 0,25

H/L = 4,00

rya = 0,20

Valores estimados

Mé­ Desloca­ Elíptico Calibra- Energia Energia Energia


to­ mento gem Total Calibra­ Local
dos (1) (2) (3) (4) d a (5) (6)

Kl 3,980 3,655 4,249 3,949


Y 0,7101 0,6521 0,7581 0,7045

Fig. 5.6 - R e s u ltados o b t i d o s do m o d e l o Cl para \ima g e o m e t r i a de

trinca central
76

M o d e l o C3

a/L =0,25

H/L =4,00

r^a = 0,05

V a l o r de r e f e r ê n c i a 9_ Y - 1,00
Valores estimados

Mé­ Desloca­ Elíptico Calibra­ Energia Energia Energia


to­ mento gem Total Calibra­ Local
dos (1) (2) (3) (4) d a (5) (6)

Kl 7,980 8,677 8,801 8,169

Y 1,424 1 , 548 1 , 570 1,457

Fig. 5.7 - Result a d o s o b t i d o s do m o d e l o C3 para uma g e o m e t r i a de

t rinca central.
77

Modelo Al

r^/a = 0 , 1

a/L =0,8

H/L =1,0

V a l o r de r e f e r ê n c i a 9 Y = 2,57
Valores estimados

Mé­ Desloca­ Elíptico Calibra­ Energia Energia Energia


to­ mento gem Total Calibra­ Local
dos (1) (2) (3) (4) d a (5) (6)

Kl 10,82 11,16 11,62


y 1 ,930 1,983 2 ,228

Fig. 5.8 - Resultados obt i d o s do modelo Al para u m a geometri a de

t rinca c e n t r a l ,u s a d o na p r i m e i r a análise de cony e r g ê n

cia.
78

Modelo A2

r /a = 0,1
o
a/L = 0 , 8

H/L =2,0

V a l o r de r e f e r ê n c i a Y = 1,7 2
Valores estimados

Mé­ Desloca Elíptico Calibra­ Energia Energia Energia


to­ mento gem Total Calibra­ Local
dos (1) (2) (3) (4) d a (5) (6)

Kl 9,896 9, 896 10,72

Y 1 , 766 1,766 1 ,913


Fig. 5.9 - Result a d o s o b t i d o s d o m o d e l o A2 para uma g e o m e t r i a

d e trinca central, u s a d o na prim e i r a analise de

convergência.
79

M o d e l o A3

r ^ / a = 0,1

a/L =0,8

H/L = 4,0

V a l o r de r e f e r ê n c i a [ q J Y = 1,67
Valores estimados

Mé­ Desloca­ Elíptico Calibra­ Energia Energia Energia


to­ mento gem Total Calibra- Local
d os (1) (2) (3) (4) (5) (6)

Kl 9,895 9,904 1 0,64

Y 1,765 1,767 1 ,898

Fig. 5.10 - Resultados obt i d o s do m o d e l o A3 para u m a geome t r i a

de trinca central, usado na p r i m e i r a análise de

convergência.
82

M o d e l o A3

r^/a = 0 , 1

a/L - 0,8

H/L =2,0

V a l o r de r e f e r ê n c i a Y = 1,67

Valores estimados

Mé­ Desloca­ Elíptico Calibra­ Energia Energia Energia


to­ mento gem Total Calibra­ Local
dos ' (1) (2) ■ (3) (4) is) (6)

Kl 10,05 1 0,02 10,90

Y 1,793 1,787 1 , 945

Fig. 5.13 - R e s u ltados obtidos do m o d e l o A3 para uma g e o m e t r i a

de trinca c e n t r a l , usado na segunda análise de con

vergência.
83

M o d e l o Bl

r ^ / a = 0,1

H/L =4,0

a/L = 0,8

V a l o r de r e f e r ê n c i a 33 Y = 11,11
Valores estimados

Mé­ Desloca­ Elíptico Calibra- Energia Energia Energia


to­ mento gem Total Calibra­ Local
dos (1) (2) (3) (4) d a (5) (6)

Kl 6 1,73 113,21 7 8 ,46 51,32


y 11,01 20,20 13,99 9,156

Fig. 5.14 - Result a d o s obtidos do m o d e l o Bl p a r a u m a g e o m e t r i a

com uma tr i n c a lateral.


85

M o d e l o BI

r ^ / a = 0,1

H/L =4,0

a/L =0,8

V a l o r de r e f e r ê n c i a 33 Y = 1,80
Valores estimados
Mé­ Desloca­ Elíptico Calibra­ Energia Energia Energia
to­ mento gem Total Calibra­ Local
dos (1) (2) (3) (4) da (5) (6)

Kl 8,381 8 , 492 9,577 9 ,146

Y 1 ,495 1,515 1,709 1,632


Fig. 5.16 - Result a d o s ob tidos do m o d e l o BI com g e o m e t r i a de
du p l a trinca lateral.
86

M o d e l o B2

r^/a = 0 , 1

H/L =4,0

a/L = 0,5

V a l o r de r e f e r ê n c i a [ 33 ] Y = 1,19
Valores estimados
M é ­ Desloca­ Elíptico Calibra- Energia Energia Energia
to­ mento gem Total Calibra­ Local
dos (1) (2) (3) (4) d a (5) (6)

Kl 6, 306 6,911 8,160 6,862

Y 1,125 1 ,233 1,456 1 ,224

Fig. 5.17 - Res ultados obtidos do m o d e l o B 2 c o m g e o m e t r i a de

du p l a trinca lateral.
88

6. CONCLUSÃO

C o m o se p o d e v e r i f i c a r nos r e s u l t a d o s a p r e s e n t a d o s no

c a p í t u l o a n t e r i o r , n â o h o u v e p a r a os m o d e l o s a n a l i s a d o s , grande

p r e d o m i n â n c i a e n t r e u m m e t o d o e outro, q u a n d o c o m p a r a d o s c o m os

r e s u l t a d o s de r e f e r ê n c i a .

0 m e t o d o e l í p t i c o , que a p r e s e n t o u b o n s r e s u l t a d o s pa­

ra g e o m e t r i a s de t r i n c a c e n t r a l , m o s t r o u n â o ser a p l i c á v e l â geo

m e t r i a s c o m u m a t r i n c a l ateral, u m a v e z que, d e v i d o â fléxão

existente, a t rinca, ao se d e f o r m a r , n â o m a n t e m a f o r m a e líp tica.

Por esta e o u t r a s r a z õ e s h â n e c e s s i d a d e de se usar

n a o apen a s u m metodo,. m a s u m c o n j u n t o destes, p a r a se ter c o n f i ­

a n ç a q u a n d o da a n a l i s e de u m d e t e r m i n a d o mode l o . Q u a n t o ao r e f i ­

n o de m a l h a u s a d o n o m o d e l o Al, n â o a p r e s e n t o u r e s u l t a d o s s a t i s ­

f a t ó r i o s , c o n t r a r i a n d o o que d e v e r i a ocorrer. E s t u d o s posterio­

res s e r i a m de i n t e r e s s e p a r a v e r i f i c a r o p o r q u e d e s t e c o m p o r t a -

m e n t o anômalo.

O u t r a s t e n t a t i v a s p o d e m ser feitas, u s a n d o os métodos

"propostos, tais como, a p l i c a ç ã o dos m é t o d o s de d e s l o c a m e n t o e me

t o d o e l í p t i c o c o n s i d e r a n d o os d e s l o c a m e n t o s na d i r e ç ã o e não

n a d i r e ç ã o X 2 ,como foi feito. O u t r a a p l i c a ç ã o s e r i a c o n s i d e r a r a

m a l h a c a l i b r a d a n a r e g i ã o d e n t r o da t r i n t a e n â o f o r a da trinca

como empregado.

E m t e r m o s m e d i o s , o u s o de e l e m e n t o s f i n i t o s c o n v e n c i o

n a is, ao m e n o s p a r a as g e o m e t r i a s a n a l i s a d a s , p o d e s e r c o n s i d e r a

do a p l i c á v e l , e m b o r a co m e r r o s n a o r d e m de 15 a 2 0 V.

C o m o xiso de e l e m e n t o s e s p e c i a i s e x i s t e m i n d i c a ç õ e s de

que e p o s s í v e l o b t e r r e s u l t a d o s b e m m a i s e x a t o s < 1®»} . c o m


89

malhas maiores, r e d u z i n d o p o r t a n t o o tempo de p r e p a r o de modelo

e o de c o m p u t a ç ã o . E n t r e estes, e s t a o q u e .i n c o r p o r a , ao mòtodo

de e l e m e n t o s f i n i t o s e x p a n s õ e s a n a l í t i c a s d e n t r o de u m a pequena

r e g i ã o n a e x t r e m i d a d e da t r i nca. A f i l o s o f i a d e s t a aproximação

e s t a b a s e a d a nas p r o p r i e d a d e s ' m a t e m á t i c a s de duas t é c n i c a s e m p r e

g a d a s , ou seja, a e x p a n s ã o a s s i n t o t i c a t o r n a - s e m a i s p r e c i s a com

a a p r o x i m a ç ã o do p o n t o s i n g u l a r , e n q u a n t o que a a p r o x i m a ç ã o de

e l e m e n t o s f i n i t o s , p o d e se r b a s t a n t e p r e c i s a ,e x c e t o p r o x i m o à ex

t r e m i d a d e da t rinca. O u t r a v a n t a g e m do u s o de e l e m e n t o s especi­

ais é que e l e s n ã o n e c e s s i t a m de u m m a n u s e i o m u i t o g r a n d e dos

resultados obtidos, o qu e n ã o o c o r r e com os m é t o d o s aqui p r o p o s ­

tos, o que, c o n s e q ü e n t e m e n t e , p o d e l evar a e r r o s a c i d e n t a i s .


90

7, BIBLIOGRAFIA

l] A L V E S , D . B . , P r o g r a m a A n a l i s a d o r de S i s t e m a s Estruturais.
A n a i s do III C O B E M , 1067/1078 197-5...................

2 A L V E S , D . B . , M a t r i z e s I n t r i n s e c a s de R i g i d e z e de Tensões
p a r a P l a c a s A n i s o t r o p i c a s Q u a d r a n g u l a r e s . A n a i s do III
COBEM, 1 0 9 9 / 1 1 0 4 , 1975.

z] A L V E S , D . B., P R O A S E / V 7 5 . M a n u a l do U s u r á r i o , U F S C , F l o r i a ­
n ó p o l i s , 1975.

4 A L V E S , D . B . , T e o r i a da E l a s t i c i d a d e . A p o s t i l a , U F SC, Flo­
r i a n ó p o l i s , 1975.

5 B O R E S I , A.P. a n d P.P. LYNN, " E l a s t i c i t y in E n g i n e e r i n g M e ­


c h a n i c s ”. P r e n t i c e Hall,' 1974.

6 B R O E K , D . , ”E l e m e n t a r y E n g i n e e r i n g F r a c t u r e M e c h a n i c s ”.
N o o r d h o f f I n t e r n a t i o n a l P u b l i s h i n g , Leyd e n , 1974.

7 C A R T W R I G H T , D. J. a n d D.P. ROOKE, E v a l u a t i o n o £ S t r e s s I n ­
t e n s i t y F a c tors. Journal of Strain Analysis, V o l . 10,
2 1 7 / 2 2 4 , 1975.

8 C HOW, C.L. a n d K.J. LAU, F i n i t e E l e m e n t e s A n a l y s i s of.


C r a c k e d B o d i e s to D e t e r m i n e S t r e s s I n t e n s i t y Factors.
J o u r n a l of S t r a i n A n a l y s i s , V o l . 11, 18/25, 1976.

9 C HOW, C.L. a n d K.J. L A U F r a c t u r e S t u d i e s o f Point - Loa­


d e d C e n t r e - C r a c k e d Plates. J o u r n a l of S t r a i n Analysis,
Vol. 12, 2 8 6 / 2 9 2 , 1977.

10 C H U R C H I L L , R.V. " V a r i á v e i s C o m p l e x a s e suas A p l i c a ç õ e s " .


M c G r a w - H i l l , B r a s i l , 197 5.

11 D E V E R A L L , L.I. an d G.H. LIND S E Y , A C o m p a r i s o n o f N u m e r i c a l


M e t h o d s f or D e t e r m i n i n g S t r e s s I n t e n s i t y F a c t o r s . Tran­
s a c t i o n s o f the A S M E , 508/509, 1972.

12 D U G D A L E D.S. an d C. RUIZ, " E l a s t i c i t y for E n g i n e e r s " . Mc­


G r a w - H i l l , 1971.
91

_13j E F T I S , J. a n d H. L I E B O W I T Z , O n the M o d i f i e d Westergaard


E q u a t i o n s for C e r t a i n P l a n e C r a c k P r o b l e m s . Int. Jour­
n a l o f F r a c t u r e M e c h a n i c s , v o l . 8, 383/ 3 9 2 , 1972.

14 E F T I S , J . ; N . S U B R A M O N I A N a n d H. L I E B O W I T Z , Crack Border
Stress and Displacement Equations Revisited. Engine­
e r i n g F r a c t u r e M e c h a n i c s , V o l . 9, 1 8 9 / 2 1 0 , 1977.

is] E M E R Y , A.F. a n d C.M. S E G E D I N , The E v a l u a t i o n o f the


S t r e s s I n t e n s i t y F a c t o r s for C r a c k s S u b j e c t e d to T e n s i ­
on, T o r s i o n a n d F l e x u r e b y an E f f i c i e n t N u m e r i c a l T e c h ­
n i q u e . J o u r n a l of B a s i c E n g i n e e r i n g , V o l o 9 3 , 387-393,
1972.

16] F E D D E R S E N , C . E., D i s c u s s i o n . A S T M S T P 410, 77/79, 1967.

17 G U E N T H E R , R. e E. Rosa, M e t o d o s Energ_eticos e Integral, J.


G R A N T E , UFSC, Pub. 16/7 8, 1978.

18 H I L T O N , P.D. a n d C.G. STH, A p l i c a t i o n s of the F i n i t e E l e ­


m e n t M e t h o d to th e C a l c u l a t i o n s of S t r e s s I n t e n s i t y Fac
tors in " M e t h o d s o f A n a l y s i s S o l u t i o n s of Crack Pro­
b l e m s , C.G. Sih, ed. N o o r d h o f f I n t e r n a t i o n a l Publis­
hing, 426/483, 1973.

19 K N O T T , Vo F., " F u n d a m e n t a l s of F r a c t u r e M e c h a n i c s " o John


W i l e y a n d S o ns, 1973.

20 KOBAYASHI, A.S., " E x p e r i m e n t a l T e c h n i q u e s in F r a c t u r e M e ­


c h a n i c s " . S E S A - S o c i e t y for E x p e r i m e n t a l S t r e s s A n a l y ­
sis M o n o g r a p h , 1973.

2l] K O B A Y A S H I , A . S . , R.D. C H E R E P Y a n d W. C. K I N S E L , A N u m e r i ­
cal P r o c e d u r e f or E s t i m a t i n g the S t r e s s I n t e n s i t y Fac­
to r o f a C r a c k in a F i n i t e P l a t e . J o u r n a l o f B a s i c En­
gineering, 681/684, 1964.

22 'MAFRA, W.J. e E. da R O S A P r o c e s s o s p a r a a D e t e r m i n a ç ã o do
F a t o r de I n t e n s i d a d e de T e n s õ e s . G R A N T E , U F S C , Pub. 05/
78, 1978.

23 M A F R A , W.J. e E. da ROSA, A n a l i s e E l a s t i c a de Trincas.


G R A N T E , U F SC, Pub. 02/79, 1979»
92

24] O G L E S B Y , J.J. a n d 0. L O M A C K Y , A n E v a l u a t i o n of F i n i t e E l e ­
m e n t M e t h o d s for the C o m p u t a t i o n of E l a s t i c S t r e s s I n t e n ­
s i t y F a c t o r s . J o u r n a l o f E n g i n e e r i n g for I n d u s t r y , 177/
185, 1973.

25 PARIS,-P.C. a n d C.Go SIH, S t r e s s A n a l y s i s o f Crac k s . ASTM


S T P 381, 30/83, 1965.

26 P E A R C E , J . H i B . , C a l c u l a t i o n of S t r e s s I n t e n s i t y Factors
U s i n g the U n c l e F i n i t e E l e m e n t S y s t e m s a n d T h e i r A p p l i c a ­
t i o n in F r a c t u r e M e c h a n i c s . U n i t e d K i n g d o m A t o m i c Energy
Authority, 1978.

p] R I C H A R D S , T.H. a n d A.W. R O B E R T S O N , T h e D e t e r m i n a t i o n of
S i n g l e an d M i x e d M o d e S t r e s s I n t e n s i t y F a c t o r s for Engi­
neering Component of Practical Interest, in " F r a c t u r e M e ­
c h a n i c s in E n g i n e e r i n g P r a c t i c e ”, P» S t a n l e y , ed. Ap­
p l i e d S c i e n c e P u b l i s h e r s , 1977.

28 SIH, G o C., " M e t h o d s of A n a l y s i s a n d S o l u t i o n s o f C r a c k P r o ­


blems". Noordhoff International Publishing, Leyden, 1973.

29 SIH, GoC., O n the W e s t e r g a a r d M e t h o d o f C r a c k Analysis


Int. J o u r n a l of F r a c t u r e M e c h a n i c s , Vol. 2, 6 2 8 / 6 3 1 , 1966.

30 T A U C H E R T , T.R. " E n e r g y P r i n c i p l e s in S t r u c t u r a l M e c h a n i c s " .


M c G r a w Hill. Kogakusha, 1974o

31 WALSH, P.F., Stress Intensity Factors by Calibrated Finite


Element Method. J o u r n a l of the E n g i n e e r i n g M e c h a n i c s Di­
v i s i o n , Vol. 98, 1 6 1 1 / 1 6 1 4 , 1972.

32 W I L S O N , W . K . , F i n i t e E l e m e n t M e t h o d s for E l a s t i c Bodies
Containing Cracks, in " M e t h o d s of A n a l y s i s a n d Solutions
of C r a c k P r o b l e m s " , G.C. Sih, e d . , N o o r d h o f f Internatio­
na l P u b l i s h i n g , 484/515, 1973.

33 ] Z E T T L E M O Y E R , N. A n d J.W. F I S H E R S t r e s s G r a d i e n t a n d Crack
S h a p e E f f e c t s on S t r e s s I n t e n s i t y at W e l d e d D e t a i l s . W e l ­
d i n g J o u r n a l , 2 4 6 / 2 5 0 , 1978.
99

As forças nodais, s e g u n d o as d i r e ç õ e s xj e X 2 , são o b ­

t i d a s a p a r t i r das c o n d i ç õ e s de e q u i v a l ê n c i a de um sisteina de

forças, i m p o s t o ã c a d a i n t e r v a l o .

0 mesmo procedimento ê usado para a calibragem com

0=1,

Os d e s l o c a m e n t o s e a e n e r g i a de d e f o r m a ç ã o p o d e m ser

c o m p u t a d o s p e l o P R O A S E u s a n d o a m a l h a e o c a r r e g a m e n t o obtido.
100

A P E N D I C E A4

L I S T A G E M DOS R E S U L T A D O S

N e s t e a p ê n d i c e ê f o r n e c i d a u m a l i s t a g e m de r e s u l t a d o s

o b t i d o s c o m a a p l i c a ç ã o dos m é t o d o s , b e m como alguns procedi­

m e n t o s na o b t e n ç ã o do s m e s m o s .

E s t e s r e s u l t a d o s e stão r e s u m i d o s nas t a b e l a s subse­

quentes.

Você também pode gostar