Você está na página 1de 1

Assessoria Psicopedagógica - Tema de Interesse: Antes do Encaminhamento

Nas mãos do professor

Antes de sinalizar para o Psicopedagogo que a um problema, a família é chamada, exige-se um


criança apresenta uma possível dificuldade de diagnóstico e só depois começa a investigação
aprendizagem, cabe ao professor um exercício de pedagógica sobre o que fazer. E pode acontecer até
autoavaliação quanto ao que ele próprio já fez por de a constatação de uma doença ou transtorno
seu aluno. desanimar a equipe em relação ao potencial do aluno.

Além de estar atento ao desenvolvimento de


cada aluno, há que se adotar uma maneira mais O educador não precisa esperar o documento
aproximada e particular de ensinar quem para pensar nas estratégias de sala de aula. Do ponto
possivelmente possui uma  dificuldade de de vista pedagógico, o laudo compõe um conjunto
aprendizagem. O professor precisa perceber maior de informações sobre a maneira como o aluno
como cada criança aprende melhor (lendo, ouvindo, se porta em sala e como aprende. Trata-se de um
escrevendo), qual é a melhor maneira de apresentar- registro que indica o tipo de tratamento a fazer, mas
lhe uma tarefa ou brincadeira e estar sempre não ensina como alfabetizar ou mediar o
disponível para conduzi-la em alguma situação conhecimento. Ele ajuda a conhecer a criança um
específica. pouco melhor, mas não é e nem pode ser um
currículo. Ademais, o laudo não deve ser usado para o
É responsabilidade do professor emocionar o professor facilitar as coisas para o estudante. Isso não
aluno para que ele possa aprender, isso é o princípio vai ajudá-lo.
da neurodidática! É preciso propor uma mudança na
metodologia de ensino, substituindo tanto quanto
possível as aulas expositivas, palestradas por aulas É imprescindível que se olhe para cada criança
com suportes visuais, mapas conceituais, vídeos ou em particular, pois cada caso é um caso e nem tudo é
gráficos interativos - algo que exija a participação doença. Quando uma criança não corresponde a
ativa do aluno. Outra aposta é o trabalho certas expectativas de comportamento e
colaborativo, já que o cérebro é um órgão social que aprendizagem, muitos professores e familiares se
aprende fazendo coisas com outras pessoas. sentem angustiados e perdidos, esperando que a
medicina e/ou a Psicopedagogia dê alguma resposta.
Mas, ainda que essas duas instâncias tenham um
Grande parte do êxito discente relaciona-se papel importantíssimo, nem tudo depende delas. E,
diretamente à busca pessoal do professor, a independentemente de haver um diagnóstico
curiosidade de conhecer as características de um dado definido, há sempre medidas que a escola pode
transtorno, bem como os recursos e estratégias para adotar, a começar pela flexibilidade metodológica do
usar em sala de aula. O ponto chave é observar professor. Esta não favorece apenas os alunos com
atentamente o aluno, seja qual for o diagnóstico. dificuldades ou transtornos, mas toda a turma que se
beneficia de uma ensinagem mais comprometida
com a efetiva aprendizagem discente.
Há que se ter em mente que existem os
transtornos severos e que estes requerem tratamento
multidisciplinar, inclusive com uso de medicação em
certos casos. Mas muitas situações que a escola
poderia resolver acabam pegando o atalho do
consultório médico. E o trajeto é conhecido: aparece

Referência: website educação e transformação

Você também pode gostar