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Introdução à

Contabilidade
Financeira

2ª Parte
Aula 1

2º Semestre - 2019/2020

www.uatlantica.pt
António Morais Santos
Programa

o 2ª Parte: O Sistema de Normalização Contabilística

• A Técnica Contabilística subjacente à elaboração dos


Instrumentos Financeiros
• A Harmonização Contabilística e o Enquadramento
Internacional

António M. Santos – ICF -2-


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Sumário

• Conta
• Lançamento
• Mapas Contabilísticos

António M. Santos – ICF -3-


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Noção de Conta

É um agrupamento de elementos patrimoniais de natureza


semelhante expressas em unidades de valor e onde são
registadas as variações sofridas por esses elementos ao
longo do tempo.

António M. Santos – ICF -4-


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Elementos Constituintes da Conta

• Título – denominação própria, (expressão porque se


designa a conta)

• Valor – extensão, (representa a quantidade, expressa em


unidades monetárias contida na conta no
momento em que se analisa)

António M. Santos – ICF -5-


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Requisitos essenciais da Conta

• Homogeneidade – cada conta só deve conter elementos


que obedeçam à caraterística comum
que ela define.
(ex: só depósitos, só dividas a receber)

• Integralidade – todos os elementos que apresentam


caraterísticas comuns devem fazer parte
da mesma conta.
(ex: todas as mercadorias para venda,
todos os empréstimos a pagar)

António M. Santos – ICF -6-


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Representação gráfica da Conta

D (Deve) Título da Conta H (Haver)

1ª Coluna 2ª Coluna

Débitos Créditos

Saldo = Ʃ Débitos - Ʃ Créditos

António M. Santos – ICF -7-


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Representação gráfica da Conta

• Saldo Devedor = > Débito > Crédito


• Saldo Credor = > Crédito > Débito
• Saldo Nulo = > Débito = Crédito

Exemplos:

Título Título Título

1000 500 750 1000 1000 1000

Saldo Devedor = 500 Saldo Credor = 250 Saldo Nulo = 0

António M. Santos – ICF -8-


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Natureza (normal) dos Saldos das Contas

António M. Santos – ICF -9-


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Movimentação de Contas

• Contas de Ativo Elementos Patrimoniais Ativos


– Regra de Movimentação
• Débito – Aumentos do Ativo
• Crédito – Diminuições do Ativo

• Contas de Gastos Componente Negativa de Resultados


– Regra de Movimentação
• Débito – Incorrência de Gastos do Período
• Crédito – Correção de Gastos do Período

António M. Santos – ICF - 10 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Movimentação de Contas

• Contas de Passivo Elementos Patrimoniais Passivos


– Regra de Movimentação
• Crédito – Aumentos do Passivo
• Débito – Diminuições do Passivo

• Contas de Rendimentos Componente Positiva de Resultados


– Regra de Movimentação
• Crédito – Ocorrência do Rendimento do Período
• Débito – Correção do Rendimento do Período

António M. Santos – ICF - 11 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Movimentação de Contas

• Contas de Capital Próprio Direitos dos Proprietários


– Regra de Movimentação
• Crédito – Aumentos do Capital Próprio
• Débito – Diminuições do Capital Próprio

• Contas de Redução de Ativos Ajustamentos de


Contas de Ativos
– Regra de Movimentação
• Crédito – Redução do Ativo
• Débito – Anulação ou correção da Redução do Ativo

António M. Santos – ICF - 12 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Classificação das Contas

• Valores Concretos – quando têm por objeto elementos


concretos. Respeitam ao património operativo. São as
contas do Ativo e do Passivo

• Valores Abstratos – quando têm por objeto elementos


abstratos. São as contas do Capital Próprio ou Situação
Líquida

António M. Santos – ICF - 13 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Classificação das Contas

• Coletivas (complexas, gerais ou acumuladas) – que


agrupam contas elementares da mesma natureza, ou que
nelas se subdividem. (Ex: Clientes, Fornecedores)

• Elementares (ou simples) – as que agrupam elementos


com caraterísticas muito comuns e portanto não
comportam maior divisão. (Ex: Cliente X, Fornecedor Y)

• Divisionárias (ou subcontas) – são divisões das contas


coletivas.
Ex: Clientes / Clientes c/c / Clientes gerais / C. Alves
conta coletiva / subconta / subconta / conta elementar

António M. Santos – ICF - 14 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Classificação das Contas

(Evidenciam direta e
imediatamente a
decomposição)

António M. Santos – ICF - 15 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Classificação das Contas

• Subsidiarias – são aquelas onde se registam,


provisoriamente, factos respeitantes a outra conta do
mesmo grau, chamada conta principal; as contas
subsidiárias não aparecem no balanço juntamente com
as contas em que se integram.
Ex: Conta de Compras e Conta de Mercadorias

António M. Santos – ICF - 16 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Classificação das Contas

• Mistas – são aquelas que reúnem elementos patrimoniais


de natureza diferente. É o caso, por exemplo, da conta
“Outras contas a receber e a pagar” que reúne contas do
Ativo e do Passivo

António M. Santos – ICF - 17 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Classificação das Contas

• Contas de ordem – são aquelas que na altura inicial da


contabilização não alteram inicialmente o valor do
património mas que mais tarde o poderão alterar
ex: Letras Descontadas, Responsabilidade por Letras
Descontadas, Garantias e Cauções

Subjacente ao Método Unigráfico que não vamos estudar


Registo numa só conta sem contrapartida noutra,
(caraterística atualmente de algumas contas da Contabilidade Pública)

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A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Método Digráfico ou das Partidas Dobradas

A = P + CP

Todo o débito em conta(s) origina o crédito noutra(s) conta(s)


e vice-versa

Caraterísticas:
A um débito em 1 ou + contas, corresponde sempre um crédito de igual montante em 1 ou + contas
soma dos débitos = soma dos créditos
saldos devedores = saldos credores

(Luca Paccioli, Sec. xv)

António M. Santos – ICF - 19 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Método Digráfico ou das Partidas Dobradas

• Exemplos

António M. Santos – ICF - 20 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Método Digráfico ou das Partidas Dobradas

• Exemplos

António M. Santos – ICF - 21 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Método Digráfico ou das Partidas Dobradas

• Exemplos

António M. Santos – ICF - 22 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Método Digráfico ou das Partidas Dobradas

• Exemplos

António M. Santos – ICF - 23 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Sumário

• Conta
• Lançamento
• Mapas Contabilísticos

António M. Santos – ICF - 24 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Lançamentos (ou assentos)

• Noção – Registo contabilístico dos elementos patrimoniais


e as suas variações nos mapas contabilísticos, (também
designada por escrituração)

• Compõe-se de:
– Data (referência)
– Descrição ou histórico; explicação sucinta do facto
patrimonial
– Conta ou contas a debitar e a creditar
– Valor correspondente às variações provocadas nas contas

António M. Santos – ICF - 25 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Para se fazer um lançamento deve-se

• 1º) Analisar o facto patrimonial


(documento interno ou externo - fundamental)

• 2º) Verificar as contas afetadas pelo respetivo facto

• 3º) Constatar dos “aumentos” e/ou “diminuições"


nas contas

• 4º) Aplicar a regra para o movimento das contas


(método digráfico)

António M. Santos – ICF - 26 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Lançamentos

• Classificação segundo o n.º de contas movimentadas

– Lançamento simples
• 1 débito numa conta = 1 crédito numa conta

– Lançamento complexo ou composto


• 1 débito numa conta = Créditos em 2 ou + contas
• Débitos em 2 ou + contas = 1 crédito numa conta
• Débitos em 2 ou + contas = Créditos em 2 ou + contas

António M. Santos – ICF - 27 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Tipologia dos Lançamentos

• Critério da Natureza dos movimentos

(inicio) (saldos das contas de rendimentos e gastos)

(contas com saldos após apuramento


(ocorrências)
de resultados para elaboração do Balanço)

(erros e omissões) (reinicio com a transferência dos saldos


do Balanço do fecho anterior)

(saldos não correspondem à realidade)

António M. Santos – ICF - 28 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Sumário

• Conta
• Lançamento
• Mapas Contabilísticos

António M. Santos – ICF - 29 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Mapas Contabilísticos básicos da contabilidade

• Diário - serve para fazer o registo cronológico, em assento


separado, de cada uma das operações que modificam o património

• Razão - serve para fazer o registo ordenado das operações do


diário, separado por cada uma das respetivas contas para se
conhecer o estado e a situação de qualquer delas, (sem
necessidade de recorrer ao exame e separação de todos os
lançamentos cronologicamente escriturados no diário).

António M. Santos – ICF - 30 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros
o Mapas Contabilísticos
• Organização Contabilística
(faturas, recibos, extratos bancários,
Factos Patrimoniais Documentos letras, guias de armazém)

(dão origem a) (registados diariamente)

Diário Razão

(por ordem de datas) (por ordem de contas)

António M. Santos – ICF - 31 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros
o Diário

• Representação simples (baseada na representação clássica)


Data e n.º do Prepo Cabeçalho e descrição do Parcial de Totalizador de
Lançamento sição Lançamento Importância Importância
dd/mm/aaaa
nº n.º das contas a débito e Valores parciais
titulo da conta para as contas em
lançamentos
compostos
Total a débito
a n.º das contas a crédito e Valores parciais
titulo da conta para as contas em
lançamentos
compostos
Total a crédito
Descrição da operação

Nota: “a” significa contabilisticamente no diário “crédito”

António M. Santos – ICF - 32 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros
o Razão

• Representação simples (baseada na clássica)

(N.º de (N.º de
movimento) movimento)
(N.º de (N.º de
movimento) movimento)

Nota: Corretamente após apuramento do saldo este deve ser inscrito na conta, do lado
com menor valor (“peso”)
António M. Santos – ICF - 33 -
A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros
o Diário
• Exemplo

António M. Santos – ICF - 34 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros
o Razão
• Exemplo

António M. Santos – ICF - 35 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Mapas Contabilísticos

• Balancete de verificação - Documento que consolida todo o


movimento efetuado no Razão, isto é, um quadro recapitulativo que
apresenta a soma dos débitos e dos créditos de cada conta (e
subconta) e os respetivos saldos. Serve como método de controlo
de verificação contabilística

António M. Santos – ICF - 36 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros
o Mapas Contabilísticos
• Organização Contabilística
(faturas, recibos, extratos bancários,
Factos Patrimoniais Documentos
letras, guias de armazém)

(dão origem a) (registados diariamente)


(periodicamente)

(por contas e
Diário Razão Balancete
sub contas)

(por ordem de datas) (por ordem de contas)

António M. Santos – ICF - 37 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros
o Balancete

• Possível representação

Ʃ Totais do Débito = Ʃ Totais do Crédito = Ʃ Totais do Razão

Total Saldos Devedores = Total Saldos Credores


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A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros

o Mapas Contabilísticos

• Tipologia de Balancetes

– Balancete (Mensal) de Verificação

– Balancete Retificado (ou de Inventário)


Obtêm-se após os lançamentos de regularização ou retificação
com vista a elaborar o Balanço e a Demonstração de
Resultados

– Balancete Final (ou de Encerramento)


Obtêm-se após os lançamentos de apuramento de Resultados
ou de transferência. Todas as contas de rendimentos e gastos
deverão aparecer saldadas (saldo = zero)

António M. Santos – ICF - 39 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros
o Mapas Contabilísticos
• Organização Contabilística
(faturas, recibos, extratos bancários,
Factos Patrimoniais Documentos
letras, guias de armazém)

(dão origem a) (registados diariamente)


(periodicamente)

(por contas e
Diário Razão Balancete
sub contas)

(por ordem de datas) (por ordem de contas)

(que no fim do Demonstrações Financeiras


exercício permitem
a elaboração de DF´s Demonstração
Balanço
tais como o Balanço e de Resultados
DR, entre outras)

António M. Santos – ICF - 40 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros
o Mapas Contabilísticos

• Apuramento dos Resultados

Resultados antes Rendimentos do


Gastos do Período
Contas da Classe 6 de Impostos Período
Conta 811 Contas da Classe 7

Imposto Por contrapartida da conta 241-


Estado e Outros Entes Públicos
Estimado Período – Imposto sobre o rendimento
Conta 8121

Resultado
Líquido
Conta 818

António M. Santos – ICF - 41 -


A Técnica Contabilística subjacente à elaboração
dos Instrumentos Financeiros
o Mapas Contabilísticos
• Balanço Final e
Demonstração dos Resultados
por Natureza

António M. Santos – ICF - 42 -

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