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Apontamentos-Dip-1-Resumo-Direito-Internacional-Publico - LUSÍADA PDF
Apontamentos-Dip-1-Resumo-Direito-Internacional-Publico - LUSÍADA PDF
O Direito Internacional não é um ramo do direito, mas um ordenamento jurídico, contrapondo-se aos
Formação e evolução
Direito Internacional Clássico: dominado pelas relações entre os Estados e a Santa Sé.
Havia quase
XVII, mas é nos séc. XVIII e XIX que se desenvolve. Sucedem-se três
fases:
1. Tempos anteriores à paz de Vestefália (1648) - Nesta primeira fase ocorrem vários
entre os Estados, surgindo assim as normas consuetudinárias em áreas tão vitais como
os
própria guerra. O recurso à força era um direito dos Estados. Contudo, este direito não
protegia, como é óbvio, os mais fracos. Desde a paz de Westfália até ao século XIX, os
Estados tinham plena liberdade de fazer a guerra, de acordo com os fins, dos quais,
aliás,
eram únicos juízes, que com ela visassem alcançar. Daqui resulta que os princípios
jurídicos
mesmo valor.
2. Segunda decorre até à Revolução Francesa, nos fins do séc. XVIII - mas é a Revolução
Francesa, que transitará o poder do monarca para o povo, que é o acontecimento mais
Nações.Em
harmonia com critérios estritamente jurídicos. Porém acontece nos anos 20 e anos 30,
o
declínio da Sociedade das Nações e os seus vários pactos (como o de renúncia geral
de
2. Segunda fase, foi após 1945, depois da II guerra mundial, com a Carta das Nações
Unidas,
até hoje.A Organização das Nações Unidas, foi o organismo já mais completo que as
nações
autónomos
Após 1945, o mundo seria atravessado por um confronto político e ideológico entre o capitalismo
ocidental
e o oriente soviético, nascendo assim dois blocos militares e potencialmente hegemónicos. Tal
bipolarização
foi mãe do aparecimento das armas de destruição maciça, mas foi esse mesmo perigo que ambos
blocos
Internacionais que são verdadeiros centros de imputação dedireitos e deveres; Tornou-se frequente
o
opressão; Também o indivíduo integra hoje o leque de sujeitos de direito internacional; A partir desta
altura
começam a proteger-se alguns direitos das minorias; mas é com o Pactointernacional sobre os
Direitos Civis
e Políticos que as minorias vêm os seus direitosreconhecidos, embora a sua personalidade jurídica
ainda
continue titubeante.
As convenções internacionais cessam de ser bilaterais. Existe cadavez mais recurso aos tratados
multilaterais. Muitos destes tratados são abertos, ou seja, autorizamque qualquer estado possa
juntar-se a ele,
através de um acto unilateral, sem que tenha estado nasua formação e sem que as outras nações o
possam
impedir
A institucionalização da comunidade internacional vem assumindo manifestações
importantes:
✓ Imposição das Nações Unidas dos seus princípios aos países não
membros
✓ Entendimento geral de que as normas da Carta das Nações Unidas prevalecem sobre
quaisquer outras
obrigações internacionais
fundos marinhos.
Os princípios de ius cogens, as normas da Carta das Nações Unidas e do Estatuto do Tribunal
Internacional
aplicação e cessação da vigência de tratados são normas que estruturam as relações internacionais,
definindo
a posição jurídica dos sujeitos de tais relações e do quadro em que se desenvolvem; que
obviamente, por
O fundamento do Direito
Internacional
Nos séc. XVII e XVIII, carácterjurídico do Direito Internacional foi negado e até mesmo depois da
O positivismo, doutrina do séc. XIX, definindo o direito pela coercibilidade, tende a definir o Direito
das
Gentes como Direito estatal externo. As teorias voluntaristas, surgidas já no séc. XX conexas com os
regimes totalitários, punham em causa o Direito Internacional. Porém, nesse mesmo século, o que
prevalece
cumprimento das normas de Direito Internacional à margem ou para além da vontade estatal.
Entre elas:
✓ Teses solidaristas de Duguit, Scelle e Politis : baseadas pelo positivismo sociológico e que
suprapositivos,
O Direito Internacional possui o mesmo fundamento e razão do restante direito, uma vez que
também
contém uma estrutura normativa necessária de uma sociedade ou de certo tipo de convivência entre
as
uma tensão dialéctica entre eles e entre valores universais de justiça e segurança, como uma
constante
comunicação. Também porque é o sentido racional e ético, muito mais do que o medo das sanções
ou a
reciprocidade de interesses que nos faz obedecer a normas, o destinatário da norma é livre de a
cumprir ou
não, mas a norma que se lhe dirige não tem por base essa sua vontade, funda-se sim em princípios
objectivos
de ordem que o transcendem ou num sentido de bem comum, coisa que vale tanto para o Direito
Interno
O Direito Internacional, em matéria de tipificação das fontes normativas não oferece nenhuma
estrutura
centralizada, faltando deste prisma qualquer poder constitucional paralelo ao que vigora nos
Estados. Para
responder a esta questão têm-se então recorrido ao art. 38o do Estatuto do Tribunal Internacional de
Justiça:
O Tribunal cuja função é resolver, de acordo com o Direito Internacional, os litígios que lhe sejam
submetidos, aplicará:
✓ Sob reserva das disposições do art. 59o, as decisões judiciais e os ensinamentos dos
publicistas mais
altamente qualificados das várias nações, como meios auxiliares para a determinação das
regras do
direito
Esta disposição não prejudicará a faculdade de o tribunal, se as partes estiverem de acordo, decidir
ex
aequo et bono.
daríamos o primeiro lugar aos princípios gerais do direito, especialmente o ius cogens, seguido do
costume e
depois o tratado.
Atéà Convenção de Viena de 1969, o Direito Internacional assentava nas normas consuetudinárias.
O
costume é a própria prática que se eleva a norma jurídica internacional. Porque o costume não
vincula por
ser aceite, mas porque brota espontaneamente da convivência internacional, tendo como tal feição
jurídica.O
costume tem um papel bem maior no Direito Internacional do que no Direito Interno. A ausência de
uma
Portanto reafirma-se que o fundamento dos costumes internacionais jamais pode ser a vontade dos
Estados,
convicção de obrigatoriedade:
Elemento psicológico (o animus): que consiste na convicção de que aquela prática, não
sendo
tradicional ou rotineira, é para ser cumprida, tendo uma natureza de Direito aplicável. A
convicção
objectiva dos actos praticados ou deixados de praticar por esses sujeitos (entre os quais o
convicção prática que se executa e que é juridicamente obrigatória. A convicção tem que se
instalar
tantum – de que a formação do corpus, nada havendo em contrário, permite supor a formação
do
correspondente animus.
As normas consuetudinárias encontram-se também subordinadas ao ius cogens e com este não se
confundem
2. O costume postula sempre a prática, o ius cogens impõe-se ainda quando não haja qualquer
prática,
repetição de
políticos. Foi durante muito tempo requerido para a formação do costume internacional, nesta
sua
✓ Que a prática fosse executada por um número apreciável de sujeitos internacionais, não
podendo
✓ Que a prática fosse levada a cabo há muito tempo, não sendo suficiente a sua formação
recente.
Esta já não é a opinião dominante, pois no tocante ao número, o costume pode ser realizado por
um
imemorabilidade, por força da velocidade das mudanças que vão ocorrendo na sociedade, pelo
que não é
de excluir costumes instantâneos. Daí que o costume neste seu elemento material deva apenas
nascer de
uma prática geral e constante, ainda que se reconheça a dificuldade da sua determinação: geral
e
comportamento, mantendo-se
estável.
Os actos das organizações
internacionais
internacionais:
2. Actos políticos
9. Decisões - A decisão é obrigatória em todos os seus elementos para os destinatários que ela
designar.
Os actos das organizações internacionais, seja qual for a sua natureza, estão subordinados às
regras
constantes dos respectivos tratados constitutivos – e tanto às regras orgânicas e formais como às
regras
As decisões de tribunais internacionais, arbitrais e judiciais, como também de tribunais internos, pois
estes
aplicam directamente o Direito Internacional e as suas decisões podem ter relevância jurídica
internacional.
Mesmo havendo uma crescente relevância na elaboração jurisprudencial do Direito, o art. 38o e 59o
do
estatuto do Tribunal Internacional, não atribuem às suas decisões, efeitos erga omnes, nem a prática
da regra
do precedente.
Os actos jurídicos
unilaterais
✓ Protesto: declaração contrária, segundo a qual certo facto ou situação não respeita o Direito
Internacional
✓ Notificação: levar ao conhecimento a outro sujeito mediante declaração relativa a certo facto
ou
situação
comportamento.
✓ Renúncia: acto jurídico unilateral de um sujeito que exclui da sua esfera certo direito ou se
abstêm
de o exercer.
Tratados internacionais
Os tratados internacionais são a mais relevante das fontes internacionais. Os tratados não suscitam
dúvidas
na sua consideração como fonte uma vez que se verifica um modo de produção e revelação de
normas
jurídicas internacionais.
constitui direitos e deveres ou outros efeitos jurídicos. São só fontes de Direito Internacional, tratados
criadores ou modificadores de
normas.
Até alguns anos atrás, era particularmente difícil estudar os tratados internacionais, por causa da
ausência de
um regime genericamente esclarecedor dos aspectos fundamentais da sua produção. Mas em 1969
celebra-se
com êxito a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, esclarecendo um conjunto de
orientações
normativas atinentes à feitura dos tratados internacionais.A Convenção de Viena de 1969 define
tratado
como um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido por Direito Internacional,
quer
conste de um instrumento único, quer de dois ou vários instrumentos conexos – art. 2o,
no1 a).
A codificação do Direito
Internacional
Para que se observe a prática das normas do Direito Internacional consuetudinário, estas têm sido
Direito Internacional. Esta codificação, obedece a uma necessidade de certeza e segurança jurídica,
mas
também a uma finalidade de aperfeiçoamento normativo e técnico, como ainda uma finalidade
política –
proporcionar aos Estados ainda não soberanos no início, intervirem na formação de normas
Contratos entre Estados e empresas privadas transnacionais e entre Estados empresas públicas,
como
política. Aproximam-se portanto de tratados, por serem celebrados pelos órgãos de representação
internacional dos Estados, pelos seu regime envolver regras de Direito Internacional e porque o seu
litígio é
decidido por uma arbitragem à margem do Direito Interno. Nestes casos recorre-se à assimilação
desta
categoria paralela de actos convencionais, uma vez que estas empresas não possuem
personalidade jurídica
internacional.
Terminologia
Tratado ou convenção
engloba:
Classificações
✓ Tratado não solene: a convenção simplificada pode ser em forma simplificada ou ultra-
Nenhum Estado pode celebrar contratos contrários à sua Constituição, e o mesmo se passa com os
actos
se pela assinatura, ratificação, pela aceitação, pela aprovação ou pela adesão (art. 11o). Este
princípio
supletivo estipula a forma do tratado nos art. 12o, 13o, 14o e 15o, pelo que cada Estado pode
critério indiscutível, pelo que o processo de vinculação percorre vários órgãos do Estado. A
que seja acreditado pelo Estado para a adopção do texto do tratado (art. 7o, no 2). Acto como
este,
feito por pessoa ilícita, não produz efeitos jurídicos a não ser quando posteriormente o Estado
o
confirma e assume.
participantes (art. 9o), realizando-se uma conferência internacional para esse fim,
efectuando-se pela
maioria de 2⁄3 dos Estados votantes, a não ser que estes, por maioria, apliquem regra diversa
(art. 9o,
no2).
registo. A Convenção de Viena vem impor o registo relativamente a todos os tratados, sejam
ou não
as partes membros das Nações Unidas (art. 80o). Esta Convenção não determina a
consequência
jurídica da falta de registo. Somente o art. 102o no2 da Carta, aponta que nenhuma parte em
qualquer
tratado que não tenha sido registado poderá invocá-lo perante qualquer órgão das Nações
Unidas
O art. 46o da Convenção de Viena contempla este problema, a que chama de ratificação incompleta.
Lê-se
nestes termos:
com violação de um preceito do seu Direito interno relativo *a competência para a conclusão
dos
tratados não pode ser alegada por esse Estado como tendo viciado o seu consentimento, a
não ser
que essa violação tenha sido manifestada e diga respeito a uma regra do seu Direito interno
de
por assinatura, assinatura ad referendum, ou rubrica do texto do tratado ou acta final (art.
10o). A
assinatura não é requerida para todos os casos, mas há tratados abertos que prevêem
assinatura. A
assinatura não obriga o Estado-membro, salvo nas convenções ultra-simplificadas: uma vez
aprovado
por boa-fé, a abster-se a actos que privem o tratado do seu fim (art.
18o).
pelo órgão interno competente. Porém nem todos requerem ratificação. Até pode um tratado
configurar-se solene para uma parte ou membro e como acordo na forma simplificada para
outra
simplificado ou ultra-simplificado, sendo também ele que estipula que órgãos são
competentes para
vincular o Estado. São as normas constitucionais que regem estes detalhes.As Constituições
ratificação é atribuída, desta vez ao Chefe de Estado ou órgão sucedâneo. Assim se passa na
maioria
têm como negociador e assinante o próprio órgão que aprova, porém em governos com uma
desconcentração do poder, por haver uma separação de poderes há um órgão para cada
fase, até para
Um tratado não constitui nem direitos, nem deveres para um Estado que não seja parte, a não ser
com o seu
consentimento (art. 34o Convenção de Viena).No caso de deveres, é necessário que o terceiro
Estado os
aceite expressamente e por escrito (art. 35o). No caso de direitos, presume-se o consentimento se
não houver
objecções (art. 36o). Tratados abertos são por definição aqueles que conferem direitos a terceiros
(de aderir
por exemplo). A modificação ou revogação do direito ou dever constituído depende do Estado e das
partes,
por meio de tratado acessório.Independentemente das regras sobre a eficácia dos tratados perante
terceiros,
pode uma norma constante de um tratado tornar-se obrigatória em relação a terceiros Estados como
norma
consuetudinária. A Carta das Nações Unidas impõe-se a todos os Estados, mesmo que não sejam
seus
membros.
Entrada em vigor
Qualquer tratado entre em vigor segundo as modalidades e nas datas fixadas pelas suas
disposições ou
convencionadas por acordo dos Estados que tenham participado nas negociações (art. 24o). Essa
data é
geralmente, a do depositário, mas na falta de disposição sobre este assunto, o tratado entra em vigor
logo
Geralmente, as cláusulas dos tratados não têm retroactividade. A não ser que resulte do próprio
tratado,
todas as disposições de um tratado não vinculam a qualquer situação que tenha deixado de existir à
data de
Nos Tratados multilaterais gerais quando o número é alargado (portanto muitos Estados), as
consequências
que lhe são directamente associadas são (ao contrário dos tratados
bilaterais):
fim das negociações e a sua autentificação, passa a ser viável no plano multilateral,
individualizando-
se dois momentos:
1. Aprovação do texto: feita por votação, requerendo que mais de dois terços dos
representantes
Instituição do depositário
As reservas
possível se o tratado permitir ou se as outras partes o consentirem (art. 18o - Convenção de Viena).
Nos
Reserva é então a declaração unilateral, feita por um Estado quando assina, ratifica, aceita ou
aprova um
tratado ou a ele adere, pela qual visa excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do
tratado
na sua aplicação a este Estado (art. 20o, no1 da Convenção de Viena). Existem as seguintes
reservas:
Modificações ou emendas
Contudo existem tratados que proibem reservas ou apenas admitem determinadas reservas, por
serem
incompativeis com o fim do (art. 19o a), b) c) da Convenção de Viena); Como também há tratados
que não
relativamente àqueles que adoptaram o texto e que, posteriormente, o ratificaram. São três as
possibilidades de tratados:
aceitação
3. Tratados abertos: que permitem a admissão de outro sujeito, bastando para isso que
condicionalismo.
Rectificações do texto
Declarações interpretativas
outros Estados.
Para que a reserva de um Estado produza efeito, é necessário pelo menos que um Estado
contratante a aceite
organização
A aceitação da reserva pode também ser tácita – quando se não tiver objectado quer nos 12 meses
subsequentes, quer no momento em que se tiver expresso o seu consentimento a vincular-se pelo
tratado, se
o fez posteriormente.
As reservas podem ser revogadas, a todo o tempo, sem que seja necessária a aceitação do Estado
que as
Estado.
O depósito dos
tratados
Nos tratados multilaterias há o instituto do depósito previsto nos art. 76o e 77o. O depositário é um
Estado,
ou vários Estados negociantes ou outro sujeito que tem uma função imparcial e internacional (art.
76o, no 2).
A função do depositário é:
tratado
forma simplificada.
A vinculação do Estado dá-se com a ratificação nos tratados e com a aprovação nos acordos (art.
8o C.R.P.)
Os tratados são sujeitos à aprovação do Parlamento. Já os acordos podem ser aprovados pelo
Parlamento ou
pelo Governo (art. 161o, no1 C.R.P.) salvo aqueles exclusivos da Assembleia da Republica
O Presidente da República intervém nos tratados com a ratificação, e nos acordos através da
assinatura dos
Todos os tratados são passivos de serem fiscalizados pelo Tribunal Constitucional, a requerimento
do
Presidente da República: antes da ratificação, no caso de tratados, e antes da assinatura, no caso
de acordos.
lhe reservas. O Presidente da República pode no entanto voltar a requerer. Numa 2a deliberação, o
Parlamento pode aprovar por maioria de 2⁄3 dos deputados presentes, desde que superior à maioria
absoluta
dão por ratificação ou aprovação (art. 8o no2 C.R.P.) e porque o Presidente não pode ser afastado
de assuntos
que os acordos podem ser aprovados tanto por aquele órgão como pelo
Governo
Ao governo compete negociar asconvenções internacionais, sejam tratados, sejam acordos, nos
termos do
artigo 197o/b;O governo tem competência para aprovar acordos em forma simplificada. Antes
de1997
também podia aprovar tratados.O governo pode também submeter à AR a apreciação de acordos
democrático, dos cidadãos portugueses.De acordo com o artigo 161/i apenas a AR pode assinar
tratados
solenes. Apesar daCRP não nos oferecer um critério material que nos permita distinguir os tratados
solenes
dosacordos em forma simplificada, podemos apelar concluir que há matérias, que pela sua
importância, têm
que ser objecto de tratado solene. Esteelenco de matérias não é exaustivo. Pode acontecer que na
Convenção
Internacional surja otermo “Acordo”, mas pode efectivamente tratar-se de um Tratado solene.
Perante isto
164a; 165o.
1o Etapa - A
negociação
diplomáticas queessa primeira etapa de conclusão dos tratados envolve.Tradicionalmente tem que
haver uma
do PR,
PM, MNE, etc. essas entidades não precisam de uma habilitação expressa. Segundo o artigo 197o/1
- b)
deste órgão, face ao Presidente da República. A condução política cabe ao Governo (art. 182o
C.R.P.),
porém isso não dispensa a interdependência com a Presidência da República (art. 111o no1). O
Primeiro-
A Assembleia da República não participa na negociação, mas não obsta que não recomende ao
Governo
relevantes.
1) Preâmbulo: figuram as partes contratantes por ordem alfabética, o local da conclusão, a data e os
motivos
tratado.
Consiste na assinatura da Convenção. Muitas vezes esta autenticação não seconsubstancia numa
assinatura
pois o plenipotenciário do Estado pode não estar munido dafaculdade de assinar. Pode
perfeitamente colocar
apenas as iniciais do nome ou referendar. Dequalquer modo, esta assinatura deve ser
posteriormente
confirmada por quem tem esses poderes.A este acto do plenipotenciário ligam-se certos
efeitos:
2) Dever de boa fé - dever de abstenção de actos que atentem contra o objecto ou fim
daConvenção
Internacional.
3) Direito de praticar actos para defesa da integridade do tratado - À luz do Direito Constitucional
português, as
convenções podem revestir a forma detratado solene ou acordo em forma simplificada.Se se tratar
de um
vinculação, ao contrário dos acordos solenes que precisam da ratificação pela entidade
competente
Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, de1969, nos artigos 10o,
12o e 18o.
de acordo com as orientações do governo central sobre a política externa. Sendo o Estado
português um
Estado unitário regional, a participação das regiões autónomas nas negociações de tratados e
acordos
internacionais só acontece, quando directamente lhes digam respeito.O órgão regional que intervêm
nestes
Regional têm direito de ser ouvidos. A participação dá-se através da representação efectiva na
delegação do
O regime de referendo é:
O Presidente da República não pode recusar a ratificação por discordância com o sentido
apresentado
no referendo
Como os tratados são da competência da Assembleia da República só este órgão pode propor
referendo
sobre o objecto do tratado. A aprovação pelo Parlamento da proposta sobre a questão objecto de
acto em
Nenhum acto relativo a referendo, excepto a iniciativa pode ser realizado em estado de sítio ou de
negativas não podem ser renovados sem mudança de sessão legislativa, nova eleição do
Parlamento ou até
demissão do Governo
3o Etapa – Aprovação
Todas as convenções têm que ser aprovadas pelo governo. Após a RevisãoConstitucional de 1997 o
governo
solenes e alguns acordos em forma simplificada. Relativamente aos acordos em forma simplificada,
o
Estado fica logo vinculado. Nos tratados solenes é necessária a ratificação prevista no artigo
135o CRP.
Compete ao Presidente ratificar os tratados depois de aprovados (art. 135o b)). A ratificação consiste
na
declaração solene de vinculação do Estado, pondo fim à conclusão do tratado, a ratificação não
interfere no
A ratificação é livre, excepto quando obrigado pelo referendo. O prazo de ratificação é de 20 dias.
A população não aprova o tratado, mas decide se o parlamento o deve aprovar ou não,
mediante a
Se a Ratificação for imperfeita (o que acontece quando não observa regras prescritas na CRP.
EX:não ser
aprovada pela A.R., excesso de forma), importa saber quais as consequências no plano
internacionale no
plano interno. No plano interno o artigo que regula as consequências é o 277o da CRP. No
Segundo o artigo 46o da Convenção de Viena, os Estados não podem desvincular-se dotratado. É a
regra.
bem tutelar ovalor segurança e certeza nas relações internacionais. Porém, excepcionalmente pode
haver
Estes requisitos são de verificação cumulativa.Será uma violação manifesta se as outras partes se
aperceberam ou
importância fundamental. Porém será norma fundamental ex.: ratificação sem prévia aprovação pela
AR e
CRP. Este artigo suscita algumas perplexidadesde hermenêutica ao intérprete. Em primeiro lugar
fala de
regularmente quando deveria ser irregularmente. Não faz igualmente sentido a menção à
4a Etapa -entrada em
vigor
A Convenção internacional entra em vigor na data fixada e nos termos aí previstos.Na falta destas
disposições entra em vigor mediante acordo das partes. Se nada se disser na Convenção e não
houver
acordos das partes, esta entra em vigor quandotodos manifestarem o seu consentimento. Artigos
24o e 25o da
Convenção de Viena.
5a Etapa -registo e
publicação
Uma convenção é registada junto do Secretariado das nações unidas. Se não for registada não pode
ser
invocada junto dos órgãos das nações unidas. Contudo é perfeitamenteválida entre as partes. Artigo
102o da
Carta das Nações unidas. Artigo 80o/1 Convenção deViena mas não poderá ser invocado perante os
órgãos
publicados (art. 8o C.R.P.) no Diário da República. Esta é necessária mas não é suficiente. Os
tratados e
Os princípios não estão acima do Direito, eles fazem parte do complexo ordenamental. Exercem
uma função
imediata, ao conformar ou abrindo caminho a soluções jurídicas, como uma função mediata pela
interpretação e construção
doutrinal.
oferecendo elucidativamente a sua presença na dinâmica jurídica internacional, pois eles são
colocados a par
do costume e do tratado como fontes de Direito. Com essa norma afirma-se a necessidade de o
Tribunal
O ius cogens
O direito imperativo, cogente, vinculativo. Corresponde ao ius strictum do Direito Romano, que se
contrapunha ao ius dispositivum isto é, o Direito que nascia da vontade das partes. O que se
pretende é que
são princípios que estão para alem da vontade ou de acordo de vontades dos sujeitos de Direito
Internacional
É só na época actual (desde 1945) que princípios com essa característica e esse valor são
proclamados em
textos solenes, internacionais e nacionais, são tomados como critérios de decisão para efeito de
solução de
conflitos e se lhes procura conferir consistência. E esse desenvolvimento tem como pano de fundo
alguns
factores como a consciência do primado dos direitos fundamentais, após as atrosidades provocadas
pelos
1. A Carta das Nações Unidas: ao estabelecer que a Organização “fará que os Estados que
não
são membros ajam de acordo com os princípios da Carta em tudo quanto for necessário à
manutenção da paz e segurança internacional” art. 2o, no 6, e ao estatuir que “em caso de
conflito
entre as obrigações dos membros das Nações Unidas em virtude da Carta e as obrigações
no1)
3. Convenção de Genebra: prescrevendo que a sua eventual denuncia não teria eficácia
sobre as
obrigações a que as partes num conflito estariam adstritas em virtude dos princípios do
Direito
das Gentes, tal como resultariam de “usos entre nações civilizadas, leis de humanidade, e
Os preceitos básicos do jus congens na Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratadossão
os arts.
❖ É nulo todo o tratado que, no momento da sua conclusão é incompatível com uma
norma
❖ Uma norma imperativa do Direito Internacional é a que seja aceite e reconhecida pela
permitida e que só pode ser modificada por uma nova norma de Direito Internacional
geral
Tem de ser aceite e reconhecido pela comunidade internacional no seu conjunto, o que
significa que
tem de ser universal, não podendo haver ius cogens regional. Possui força jurídica superior a
internacional.
O ius cogens não se assimila ao Direito natural internacional. O Direito natural Internacional é
mais
amplo visto que os arts. 53o e 64o das Convenções de Viena sobre o Direito dos Tratados
requerem a
Internacional positivado
A integração de lacunas
que certa matéria está sujeita a regulamentação jurídica internacional. Uma vez apurada a
lacuna, o
seu preenchimento far-se-á através dos meios usuais: a analogia e os princípios gerais do
Direito. De
✓ A analogia legis, em que se apela à aplicação de normas que regulam casos dotados
de
59o e 30o)
Inicio da vigência temporal dos tratados: ocorre, na falta de momento especial, depois do último
sujeito
que assinou o texto ao mesmo manifestar a vontade de lhe ficar obrigado. Estabelece-se a regra de
que os
tratados não são retroactivos, mas esta orientação geral que aceita derrogações, pode haver efeitos
O Direito estadual aceita o Direito Internacional de diversas formas, para que ele vigore na ordem
interna
1. O Estado recusa em absoluto a vigência do Direito Internacional na ordem interna. Por isso,
para
que o conteúdo de uma norma internacional vigore na ordem interna tem de ser
reproduzido por
uma fonte interna. Consequentemente a norma internacional nunca vigorará como tal na
ordem
Princípios acerca da aplicação dos
tratados
execução (art. 27o) - A razão é que se assim não fosse, dada a heterogeneidade dos
sistemas
internacional. Se esta orientação não existisse, também nunca existiria uma vinculação
internos, assim como há mecanismos para que os Estados reflictam bem aquando da
vinculado por um tratado ter sido manifesto com violação de uma disposição do seu
Direito
Interno relativa à competência para concluir tratados não pode ser invocada para esse
Estado
como tendo viciado o seu consentimento, salvo se essa violação tiver sido manifesta e
disser
respeito a uma norma de importância fundamental do seu Direito Interno”. Sendo assim
exprime pela simples ordem de execução – sistema de Estados que adoptam uma solução
dualista
uma cláusula geral de recepção automática plena. A regra internacional vigora na ordem
interna
outras vigoram apenas mediante transformação. Este sistema é conhecido por sistema da
cláusula
geral semiplena.
Teses
dualistas
Para os dualistas há duas ordens jurídicas diferentes uma da outra. As duas ordensconsubstanciam
dois
sistemas distintos e para que uma norma internacional fosse recebida teriade ser transformada em
Direito
Interno.Os postulados em que se alicerça esta teoria são o positivismo e o estadualismo. O queestá
em causa
entre ocidadão e o Estado. O Direito internacional regula as relações externas, relações de Estado
paraEstado. O direito interno tem como origem a vontade de um Estado, o direito internacionaltraduz
a
caso deconflito de normas de D.I. e de D. interno. Esta tese não é mais de que um direito
estadualexterno. O
dependem da
vontade do Estado.
Teses
monistas
Para os monistas existe uma essencial unidade do mundo jurídico. Existe um sistematotal de direito.
É uma
ideia que trata de unificar o direito internacional e o direito interno numúnico sistema jurídico.Autores
como
Grócio, Suarez e Victoria pretenderam fazer assentar o Direitointernacional num direito natural.A
unidade
do direito radica no valor da dignidade da pessoa humana. Tanto o DireitoInterno como o D.I.
radicam neste
moral. É ao Direito Internacional que cabe validar as ordens jurídicas nacionais.A soberania reside
no
Direito internacional, todo ele voltado para a dignidade da pessoahumana. Numa versão mais radical
monista. Anossa constituição é amiga do direito internacional público na medida em que está em
sintoniacom a DUDH e CNU. A comprovar esta afirmação estão os artigos 7o, 8o e 16o
da CRP
de um Estado:
Como se vê, a norma internacional perde essa qualidade pois foi transformada em direito
interno.
interno para vigorar internamente, mas basta que seja um acto inserido em procedimento de
natureza
internacionais têm de ser conteúdo de lei ou de outro acto normativo interno, têm de por ele
ser
repetidas ou reproduzidas.
b) Sistemas de recepção – assenta na ideia de que o Direito Internacional pode fazer parte do
Direito
Interno, conservando a sua natureza original, não sendo necessário fazer qualquer operação
no seu
título de validade, com tudo quanto isso implica do ponto de vista da sua hermenêutica e da
aferição
✓ Técnica de recepção automática -Segundo esta técnica, a Ordem Jurídica interna aceita
sem
mas são meras condições de eficácia: por exemplo, publicação. Esta técnica revela uma
internacional.
sua natureza, mas que condiciona a respectiva vigência. É um sistema que conjuga os
dois
últimos sistemas. Assenta numa distinção das normasinternacionais de acordo com o seu
bem assim aprovadas em Diário da República. No artigo 8o/2temos uma condição mas não é uma
condição
de validade. É uma mera condição de eficácia - a publicação. Esta publicidade tem apenas como
objectivo
Vigora no plano interno enquanto vincular o Estado Portuguêś .Significa isto queuma convenção
internacional só começa a produzir efeitos na ordem interna quando começar também a produzir
efeitos na
ordem internacional. O mesmo se diz para a situação inversa, se na Ordem Externa a CI deixar de
produzir
internacional perante os tribunais de direito interno, seja contra o Estado e as entidades públicas
(efeito
directo vertical), seja frente a particulares (efeito directo horizontal). Este efeito refere-se a normas
que
soberania parlamentar
Hierarquicamente, o Direito Internacional, no Direito Britânico, ocupa uma posição idêntica à Lei.
Falamos numa conjugação da recepção automática plena (do Direito Internacional geral) e da
Internacional, na esteira das correntes dualistas que durante muito tempo frutificaram na
correspondente
dogmática publicística:
✓ No Direito Internacional Geral reconhece-se uma recepção automática plena por parte do
Direito
Interno
✓ No Direito Internacional Convencional são várias as disposições que esclarecem a
intervenção
No tocante à hierarquia, não havendo disposição especial, tem o problema sido enquadrado
numa óptica
Para o primeiro, que “as normas gerais do Direito Internacional Público fazem parte integrante do
Direito Federal”, que prevalece sobre as leis. Para o segundo, que se adopta um procedimento
interno
no artigo 7o definir os princípios que devem presidir às relações internacionais de Portugal, reza
a
“As normas e os princípios de Direito Internacional geral ou comum fazem parte integrante do
Direito
Português
ordem interna após a sua publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado
Português
As normas emanadas dos órgãos competentes das organizações internacionais de que Portugal
seja
parte vigoram directamente na ordem interna, desde que tal se encontre estabelecido nos
respectivos
tratados constitutivos”.
Assim, no seu no1 esse artigo 8o recebe “as normas e os princípios de Direito Internacional geral
ou
comum” através de uma clausula geral de recepção plena. Cabe aí tudo o que se engloba no
conceito de
universais e para-universais, como a Carta das Nações Unidas, normas que para alguns fazem
parte do
O artigo 8o no2, por sua vez, confere vigência ao Direito Internacional convencional que não ficou
abrangido pelo no1 desse artigo. Também aqui a Constituição se serve de uma cláusula geral de
recepção
plena, ainda que não seja absoluta, mas sim condicionada, por exemplo à “publicação oficial” das
condições: a sua publicação no jornal oficial e a regularidade do processo da sua conclusão por
Portugal
✓ Em primeiro lugar impõe-se que sejam regularmente ratificados ou aprovados, sendo aqui
Viena sobre o Direito dos Tratados, e interno, à luz das disposições constitucionais
aplicáveis
Portugal
O artigo 8o no 3
CRP
Este artigo foi acrescentado na revisão constitucional de 1982 para adaptar a CRP àfutura adesão
de Portugal
da CRP, facilmente se conclui que não é exigidanenhuma formalidade para que os actos de Direito
não encontra paralelo no Direito Comunitário originário, nem na jurisprudência comunitária, nem na
prática
internacional na matéria.
directa;Mas, o único acto que o Tratado de Roma previu aplicabilidade directa é oRegulamento.Por
isso, na
aquiescência ao efeito directo de outros actos de Direitocomunitário derivado para além dos
regulamentos.Afigura-se que os interesses gerais da União Europeia nos levem a ter que fazer
precisamente porque o artigo 16/2 da CRP existe um indício desta superioridade do Direito
internacional.
constitucionais de acordo com a D.U.D.H.D. do ponto de vista prático não tem importância discutir
este
problema pois não seconcebe que um estado promulgue legislação contrária aos Princípios de
Direito
Internacional.
A Constituição declara formalmente vários princípios de Direito Internacional geral ou comum, a
respeito
dos direitos dos homens, dos direitos dos povos à autodeterminação, à solução pacífica de conflitos,
etc. (art.
7o). Diz ainda que os preceitos constitucionais e legais relativos aos direitos fundamentais têm que
ser
interpretados e integrados em harmonia com a Declaração dos Direitos do Homem (art. 16o). Ainda
admite a
punição, nos limites da lei interna, da acção ilícita criminosa segundo os princípio do Direito
Internacional
(art. 29o). Mas serão estes princípios supra constitucionais, constitucionais ou infra constitucionais?
São três
✓ A sua própria natureza e a sua composição, como vimos ele é composto por regras
Internacional Geral cede perante as Constituições dos Estados é negar que ele obrigue
todos os
imperativo, ou seja, ius cogens. Ora não se vê como é que uma norma internacional pode
ser
imperativa para um Estado se não prevalecer sobre todas as suas fontes de Direito
Interno,
integrante do Direito Português, se for dado ao Direito Internacional geral um grau supra
constitucional
Direito Comunitário Originário - é aquele queconsta dos tratados que instituíram as três
comunidades
tratadosmodificativos.
Direito Comunitário
Derivado
primado do Direito Comunitário, o Direito Comunitário prevalece sobre o Direito interno, artigo 8o/3.
Este
princípio resulta de uma exigência do próprioDireito Comunitário. Uma norma estadual que contrarie
uma
fundamentais consagrados na Convenção Europeia dos Direitos do Homem, quer os que resultam
das
em que cujo papel do Estado, como sujeito, é sobrevalorado. O indivíduo e algumas pessoas
colectivas
também podem ser sujeitos de direito internacional, mas a experiência mostra que a comunidade
internacional continua a não englobar senão os Estados e outros entes. Não se segue o exemplo de
determinados direitos estatais, que consideram a própria comunidade política como pessoa jurídica.
Pois não
direito, quanto muito podem aparecer como seus sucedâneos a Organização das Nações Unidas.
Aos cidadãos de qualquer Estado são conferidos, através de normas internacionais, direitos que,
acrescendo
ou não nas contempladas por normas constitucionais, eles poderão invocar perante as autoridades
internas.
Porém, isso não equivale a transformá-los em sujeitos de Direito Internacional. É preciso ainda que
essas
pessoas possam agir na vida jurídica internacional. Tem de haver então a possibilidade de acesso a
instâncias internacionais para a realização desses direitos atribuídos pelo Direito das Gentes. Tem
de haver
Coisa simétrica se passa com a responsabilidade internacional criminal. Só uma quando se infringe
uma
2. Organizações internacionais
3. Instituições não estatais: instituições que agem de acordo com os seus fins com uma
4. Indivíduo: pessoa singular que se projecta para além do Direito Interno, e ainda pessoas
colectivas privadas.
Os Estados
Classicamente, revelam a existência de soberania três direitos: ius tractuum, ius legationis e ius
belli, ou
Actualmente com a proibição de fazer guerra, excepto por legítima defesa, acrescenta-se um
novo direito
Temos os seguintes tipos de Estado, se bem que se caminha para uma igualdade jurídica entre
os
Estados:
2. Estados vassalos: Estados que estão adstritos a certas obrigações relativamente a outros, não
podendo
4. Estados conferados: Estados, que por serem membros de uma confederação, ficam com a sua
soberania
As entidades
pró-estatais
nacional. São entidades transitórias, ao contrário do que acontece com os Estados, mas entidades
que
Os rebeldes beligerantes, são uma situação emergente onde se verifica uma guerra civil e em que
os rebeldes
ocupam um território, onde exercem a sua autoridade idêntica ao poder estatal e conseguem manter
esta
internacional. Ao passo que os beligerantes pretendem substituir o regime por outro, os movimentos
de
libertação nacional agem em nome de uma nação ou de um povo que se pretende unir como um
novo
Estado.
As organizações
internacionais
Organizações internacionais são instituições criadas por Estados e também por alguns sujeitos
(Santa Sé),
destinadas a atingir por seus meios, fins a que se propõem. Eles estão para os Estados como as
pessoas
colectivas estão para as pessoas singulares, ou seja, são do tipo associativo e adquirem menor grau
de
autonomia relativamente aos sujeitos que as constituem. Nestas organizações domina o espírito de
solidariedade que conduz a fins tendencialmente de carácter geral, a fins inerentes à comunidade
internacional
✓ Especiais
✓ Militares (NATO)
completadas pelas políticas e formas de cooperação instituídas pelo presente tratado” (o Tratado de
Europeu, que reúne os Chefes de Estado ou de Governo dos países membros, bem como o
Presidente da
Mesmo com tudo isto, a União Europeia não é um sujeito de direito internacional, pois é uma
arquitectura
institucional e não uma única entidade. É um sistema de relações que não é uma organização
internacional,
As instituições não
estatais
Têm uma formação independente de tratado; Têm uma natureza não político-temporal dos seus fins;
Têm
independência em relação aos Estados; Têm uma base não territorial e um carácter comunitário e
institucional. Como instituições não estatais que são sujeitos de direito internacional
temos:
Para garantia da sua independência tem um território com jurisdição própria, que é o Estado
do
Vaticano.
2. A Ordem de Malta - A Ordem de Malta é desde a bula papal de 1446 soberana e desenvolve
fins de
Direito Internacional.
não ter sido criada por tratado confere-lhe uma capacidade limitada enquanto sujeito. O
Comité
O indivíduo
O Direito Internacional nunca deixou de se ocupar dos indivíduos, das pessoas singulares, pelo
menos
quando inseridas em certas situações. São pois, as seguintes condições em que se justifica falar em
Quando o indivíduo é membro de minuria nacional, ética, linguística, religiosa, ou de povo não
Quando cidadão de Estado que possa dirigir-se a órgão internacional invocando violação ou
lesão de
internacional. Os dois maiores domínios onde o indivíduo é hoje destinatário dodireito internacional
são os
comunitário, este último entendido como um direito ou liberdade.A personalidade jurídica comunitária
disso, ele não se dirige aos Estadosmas directamente aos indivíduos.Há ainda outros actos que têm
efeito
directo. Certas directivas e outras decisões não têmaplicabilidade directa, porque os destinatários
são os
Estados e não os indivíduos, mas têmefeito directo porque os cidadãos podem invocar esses actos
junto do
1. O Tratado de Maastricht considerou obrigatório, para a União Europeia, como princípios gerais
de
do Homem, quer aqueles que resultam das tradições constitucionais dos Estados
membros.
Começa, pois, a dar-se atenção aos direitos fundamentais. Inicialmente os objectivos daunião eram
apenas
fundamentais de que beneficiavam nas suas constituições nacionais. Mas, o Tribunal de Justiça não
se
Quando cidadão de qualquer dos Estados das Comunidades e da União Europeia enquanto
titular do
de 1950,como os que resultam das tradições constitucionais comuns aos Estados Membros.O
Tribunal de
justiça veio assim em 1996 por em relevo que tal observância pelosdireitos fundamentais constitui
um
requisito indispensável para a validade dos actoscomunitários, devendo por conseguinte, guiar a
actividade
dos órgãos da união Europeia.Tudo isto veio a culminar na Carta dos Direitos Fundamentais da
União
O reconhecimento do
Estado
O Estado existe desde que efectivamente se achassem reunidas as suas condições de existência.
Já em
constitutiva. Na actual fase do Direito Internacional apenas é relevante o reconhecimento que outros
Estados
Não há nunca um dever de reconhecimento, de nenhum Estado pode ser obrigado a reconhecer
outro
pode traduzir-se em intervenção nos assuntos internos do outro Estado; e, sobretudo exige um
O acto de reconhecimento tem valor declarativo, ele pressupõe a efectividade do poder que se
pretende de
um novo Estado numa parte significativa do território que reivindica como seu. E se tal não
acontecer, o
Se o próprio Estado que faz o reconhecimento tiver contribuído ou estiver contribuindo pela força ou
outro
método ilícito para criar a situação, haverá grave violação do direito internacional, pelo que os outros
Estados têm a obrigação de não reconhecer. O reconhecimento tanto pode ser expresso como
tácito. Pode
O reconhecimento do
Governo
O problema põe-se quando se dá uma revolução, uma mudança forma de constituição, com ruptura
ou
solução de continuidade. Claro que um Estado estrangeiro não tem que se pronunciar sobre tal
mudança,
mas é preciso saber, por respeito à segurança das relações internacionais, quais as condições que o
novo
Reconhecer um governo não é reputá-lo ou não, é somente verificar se ele está dotado das
qualidades e
meios para agir como tal. Logicamente este reconhecimento tem natureza declarativa, e em princípio
todos
A Sociedade das
Nações
A Sociedade da Liga das Nações foi pelo Tratado de Versalhes e extinta com o eclodir da Segunda
Guerra
Mundial. Tinha sede em Genebra e devia manter a paz. Foi o início da institunalizaçao das relações
internacionais, mas apresentou-se logo sem estrutura jurídica nem capacidade política suficiente
para
responder às intenções do Presidente Wilson e dos outros inspiradores. Havia dois órgãos: a
Assembleia e o
os membros e todos com um voto exerciam competência genérica no âmbito das atribuições sociais.
O
Conselho, reduzido a alguns membros permanentes e a quatro membros não permanentes, tinha a
seu cargo
a segurança colectiva.Na verdade não passou de um malogro por ter-se tratado de pouco mais do
que uma
Conselho, simples órgão de medição a exclusão originária dos vencidos de 1918, a ausência dos
Estados
Também esta organização surgiu no seio da guerra. Os seus princípios foram pensados aquando da
Carta do
Atlântico proclamados na Declaração das Nações Unidas (1942). Na sua preparação tiveram um
papel
elevado a Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a URSS. Além de dotada de uma estrutura mais vasta
e
aperfeiçoada do que a anterior, esta foi investida de poderes jurídicos que lhe permitem atingir todos
os
problemas mundiais. A Carta foi concebida como o repositório dos grandes princípios das relações
entre os
Só os Estados podem ser membros das Nações Unidas, sendo a admissão da competencia da
Assembleia
Geral, precedendo recomendação do Conselho de Segurança, sendo também esse o processo para
suspensão e expulsão. A Carta prevê também a privação do direito de voto a Estados que não
cumpram as
suas obrigações de contribuir para as despesas da organização. São os Estados, enquanto tais,
através dos
seus representantes diplomáticos que integram os órgãos políticos deliberativos. E são os Estados
que
participam nos acordos relativos a forças armadas internacionais, nos acordos que criem instituições
A Assembleia-geral
O Conselho de
Segurança
O Conselho de tutela
O Secretário-Geral.
A Assembleia-geral das Nações
Unidas
É da competência exclusiva da
Assembleia:
Aprovação de emendas à
Carta
Na Assembleia, cada Estado tem direito a um voto, as deliberações mais importantes são tomadas
por 2⁄3 dos
membros presentes e votantes. Sobre as outras questões são tomadas por maioria dos presentes e
votantes.
O Conselho de
Segurança
das Nações Unidas ficam adstritos a aceitar e a aplicar as decisões do Conselho. Compõe-se com
15
membros, sendo 5 permanentes: EUA, Reino Unido, França, Japão, Rússia e China. Os 10 não
permanentes
são escolhidos bianualmente, sobretudo por um critério geográfico. O Conselho tem funcionamento
permanente.
O Conselho Económico e
Social
anos, com renovação anual de um terço. Cada membro tem um voto e as deliberações do Conselho
são
Designação do
Secretário-geral
Internacional de Justiça
sociais e culturais
Conselho de
tutela
Ele foi criado para superintender na administração dos territórios sob tutela. Estesterritórios eram
territórios
em trânsito para a autodeterminação mas que ainda não tinhamcondições para ser dotado de
auto-governo e,
este órgão. Já esgotou a sua razão de ser. Desde 1994, anoem que se deu a independência do
último território
É fruto da progressiva judicialização das relações internacionais, bem como da resolução dos
conflitos que
delas possam emergir. É contemporâneo da Carta das Nações Unidas, assumindo a natureza de
tratado
anexo.
Tribunal, no caso de estas não virem a ser voluntariamente cumpridas: “Se uma das partes em
determinado
caso deixar de cumprir as obrigações que lhe incumbem em virtude de sentença proferida pelo
Tribunal, a
outra terá direito de recorrer ao Conselho de Segurança, que poderá, se o julgar necessário, fazer
O Tribunal não é uma jurisdição exclusivista porque a Carta admite a sujeição de litígios a outros
tribunais:
preserva-se assim o princípio da solução jurisprudencial dos litígios, mas sem que isso signifique a
exclusividade do Tribunal.
O Estatuto requer aceitação respectiva como obrigatória para se dispor aos Estados como seus
sujeitos
processuais. Para além da vinculação ao Estado, uma condição suplementar exige que tome o nome
de
fundamentais
Convocar conferências
internacionais
Receber relatórios dos Estados-membros acerca das medidas por eles adoptadas em
execução de
recomendações suas e da
Assembleia-Geral
obrigatório ipso facto e sem acordo especial, em relação a qualquer outro Estado que aceite a
mesma
a) A interpretação de um tratado
internacional
O Tribunal Internacional de Justiçaé composto por 15 juízes, e tem a sua sede na cidade de Haiae
os juízes
Não se vislumbra uma específica fase de execução da sentença, o que constitui um aspecto frágil da
estrutura processual do Tribunal: quem o poderá fazer é o Conselho de Segurança da ONU, numa
solução
política que se enxerta num esquema que começa por ser judicial, hoje manifestamente obsoleta e
que carece
de urgente revisão. Igualmente não se prevê qualquer esquema de recurso ordinário, pois que “a
sentença é
Apenas os Estados podem ser partes nas relações contenciosas. Porém, podem ser discutidas
questões que
também tenham a ver com o indivíduo e com os seus direitos. Diversasvezes os Estados exercem
protecção
diplomática dos os seus cidadãos. 34o ETIJ.Refira-se que o TIJ não funciona como os tribunais
internos dos
Estados. À partida osEstados não estão directamente submetidos à jurisdição deste tribunal. Pelo
contrário,
eles têmque dar o seu consentimento - princípio da consensualidade. Diga-se desde já que os
Estados podem
submeter os seus conflitos à jurisdiçãodo TIJ já depois da ocorrência desses conflitos ou ainda
antes. O
consentimento é dado atravéz de um acordo dois Estados, que estejam em conflito, aceitaminterpor
uma
acção em tribunal para que este se pronuncie através de uma sentença ou acórdão. Também existe
o
consentimento tácito em que o comportamento ouatitude do Estado demandado leva o TIJ a supor
que esse
discutir a acção.UmEstado que aceite tacitamente a jurisdição do TIJ não pode depois vir a
contesta-la. Tal
convenção versa sobre o problema geral da solução pacífica dos conflitosinternacionais, em que as
partes
acordam em submeter ao TIJ, quaisquer conflitos hipotéticosque no futuro possam surgir entre eles.2
-
Cláusula compromissória de sujeição. Ou seja dois ou mais Estados Estados concluem uma CI
sobre um
qualquer tema e nessa CIinserem uma cláusula (cláusula compromissória de sujeição), nos termos
da qual
será o TIJ a julgar os casos que possam resultar da interpretação ou da aplicação dessa
convenção.
ipso facto, vinculados. Ela prevê que qualquer Estado parte declare, unilateralmente, que aceita no
futuro a
jurisdição do TIJ. O Estado terá que fazer uma declaração e envia-la ao secretário das NU.Cada
Estado pode
faze-la individualmente, não há, portanto, acordo com outrosEstados. Por isso, vai ser em concreto,
por
forçado encontro de dois consentimentos unilaterais,que o TIJ vai exercer a sua jurisdição. A
subscrição da
cláusula é facultativa, mas uma vezsubscrita a jurisdição do TIJ é obrigatória. O problema é que
apenas
cerca de 50 Estados até ao momento subscreveram aquelacláusula e, ainda para mais, metade
deles com
reservas.
Reservas de aceitação temporal acontece quando um Estado subscreve aquela clausulamas só por
um
determinado período de
tempo.
Secretariado
pelo pessoal exigido pela organização.O secretário-geral é eleito pela AG sob recomendação do
Conselho de
Segurança, e é o principal funcionário da ONU. Não se deve ter a ideia de que é um órgão
meramente
assuntos de política e diplomacia. Artigo 99o. Detém assim hoje competências que vão para além
das
previstas na Carta.
Conflitos Internacionais
A Carta das Nações Unidas fala em situação e em conflito, parecendo apontar para diferentes
competências
e formas de processo (arts. 11o no3, 34o e 35o). De notar que a Assembleia-Geral e o Conselho de
Segurança
tanto conhecem de situações como conflitos e que o Tribunal Internacional de Justiça, no âmbito da
sua
Em razão de gravidade, há conflitos que ameaçam a paz e outros não (art. 33o e ss.). Apenas os
primeiros
cabem na competência do Conselho de Segurança, conquanto mais uma vez aqui as fronteiras não
possam
ser traçadas em abstracto. Os conflitos que ameaçam a paz dividem-se num momento inicial, em
que se
No séc. XIX e XX, com o aparecimento de meios de destruição terríveis, os Estados procuraram
restringir o
ius ad bellum como, sobretudo o ius in bello, o modo de fazer guerra, daí se manifestaram as
seguintes
Desenvolvimento da arbitragem
Regime de neutralidade e de
neutralização
avaliação (art. 24o e 38o ss. da Carta). A Carta apenas consente o uso da força pelos Estados em
duas
circunstâncias:
1. Em caso de legítima defesa, individual ou colectiva (art. 51o) - A legítima defesa decorre do
Este direito não é exclusivo dos membros das Nações Unidas, mas todos o podem invocar,
até
sujeitos não estatais com base territorial. Pelo princípio da proporcionalidade, a defesa há-de
ser
situação e a sua reacção e deve cessar esta, logo que o Conselho adopte as providências
necessárias
2. Em caso de assistência às próprias Nações (art. 2o no 5), como participação em acções por
elas
Uma Resolução da Assembleia-Geral estabeleceu uma lista de actos qualificados como agressão,
entre os
quais:
Via pacífica, sem o recurso à coerção - pode ser lido na Carta das Nações Unidas: “as
partes numa
controvérsia que possa a vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais,
procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação,
conciliação,
arbitragem, via judicial, recurso a organizações ou acordos regionais, ou qualquer outro meio
1. Via arbitral - resolução do litígio a partir da formação de um tribunal arbitral, que tem
voluntária dos árbitros, bem como o seu limitado número, para além de poder incluir
a
Via bélica, com recurso à força - O uso da força no Direito Internacional esteia-se no
papel do
Conselho de Segurança, que não o partilha com outro órgão. Compete-lhe ser o guardião
da paz e
sua iniciativa (art. 34o e 36o), por iniciativa da Assembleia-Geral (art. 11o no3) e por
iniciativa do
Secretário-Geral (art. 99o). E intervém por iniciativa de qualquer dos Estados envolvidos,
seja
membro ou não das Nações Unidas (art. 35o no1 e 2); o Estado não membro tem de
aceitar neste
medidas apropriadas para as vencer. A situação pode se ou não uma ameaça à paz, uma
ruptura
internacionais)
2. Coactivas militares: “...poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas navais ou
pode ser feito directamente pelos Estados sendo autorizados a tanto, ou por forças
da
ONU
extinguindo-se encontrada a solução ou tribunais arbitrais permanentes: são
permanentes,
estando já parcialmente
pré-definidos.
escolha dos juízes, que formam um corpo próprio e estável. O tribunal judicial
mesmas não visam resolver conflitos, ou sequer estão previstas na Carta. E tão-pouco se
confundem com as
acções em caso de ameaça da paz, ruptura da paz ou agressão porque não são repressivas, nem
assumem
carácter sancionário. Não abrangidas pela Carta, podem fundamentar-se todavia, no fim geral das
Nações
(embora situações tais, em que o poder não está instituído, apenas existe uma decisão externa) e
pressupõem
sempre o respeito pela sua independência e pela sua integridade territorial.Têm natureza não
coerciva, só se
admitindo o recurso à força em caso de legítima defesa. Postulam imparcialidade entre as partes
envolvidas
no conflito – Estados ou facções no interior do Estado. Têm duração limitada, e cessam ou por se ter
alcançado o seu objectivo, ou por ele se ter tornado impossível ou a pedido do Estado em cujo
território se
efectuam.
cabe a “responsabilidade principal da manutenção da paz”, mas a direcção das operações compete
ao
Secretário-Geral, o qual determina a composição das forças, celebra os necessários acordos com os
Estados
que fornecem destacamentos e com os Estados em cujos territórios eles são colocados e comanda
dos Estados-membros.
A nossa CRP refere sobre este aspecto no art. 275o que “incumbe às Forças Armadas, nos termos
da lei
pertencer ao Governo, em concertação com o Presidente (art. 120o, 182o e 201o no1 alínea c da
C.R.P.) e com
Forças amplas: fortemente militarizadas, que implicam deslocação de força militares, com uso de
consulares, defender pessoas e bens dos seus cidadãos em relação aos Estados estrangeiros
nos quais
Protecção humanitária porque revela 1 relação forte com os Estados e com a Comunidade
dos
Estados. A Declaração sobre o Asilo territorial foi o pacto relativo ao estatuto dos refugiados e
as
A Carta das Nações Unidas contém normas substantivas sobre direitos do Homem mas é no entanto
aDeclaração Universal dos Direitos do Homem que enuncia grandes princípios de respeito pela
pessoa e
pela sua dignidade e que apresenta direitos, liberdades e garantias e outros económicos, sociais e
culturais.
Em si o valor da Declaração Universal não sofre dúvidas. Não é um tratado, porque foi aprovada sob
a
Foi a partir da Declaração Universal que os princípios relativos aos direitos do homem se difundiram
e
cogens.
Os órgãos previstos na Carta das Nações Unidas com competência no domínio dos direitos do
homem são:
✓ A Assembleia Geral como órgão para promover os Estados e fazer recomendações e o Alto
✓ O Tribunal Internacional de Justiça como órgão jurisdicional que pode ser chamado a
decidir
A Convenção Europeia dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, assinada em Roma
em
1950, foi o primeiro texto de protecção a nível regional e o primeiro que introduziu o acesso directo
do
indivíduo a uma instancia internacional para a defesa dos seus direitos contra o próprio Estado.
Surgida num
contexto histórica de
pós-guerra.
e tecnologia. Esta protecção ultrapassa a defesa contra os poderes políticos, pois até porque
o seu
sobrevivência humana.
pessoal e familiar;Liberdade intelectual;5 Actividade política;6 Direito de propriedade e
educação;Prevêem-
se vários mecanismos para assegurar o controlo da observância destes direitos por parte dos
Estados
individuais: permite-se que os particulares possam recorrer directamente ao Tribunal Europeu dos
Direitos
só podem recorrer depois deesgotados os recursos internos e depois dispõem, após esses
esgotamento
O tratado de 1950 viria a ser complementado por 11 protocolos adicionais, sendo o mais importante
o 11o,
assinado em 1994 e entrado em vigor em 1998, o qual simplificou e reforçou o sistema de garantias
dos
direitos e tornou obrigatória a jurisdição do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem para receber
queixas
O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem pode receber petições de qualquer pessoa singular,
organização
não governamental ou grupo de particulares que se considere vítima de violação por qualquer
Estado
vinculado pela Convenção, de qualquer direito reconhecido tanto na Convenção como nos seus
Protocolos.
O Tribunal não anula ou revoga as decisões dos tribunais internos dos Estados, apenas decide se
houve ou
não violação de direitos garantidos pela Convenção, e em caso positivo poderá – se o Direito Interno
só de
forma imperfeita permitir remediar as suas consequências – conceder à vítima uma reparação
razoável. As
decisões definitivas são vinculativas e, para efeito da sua execução, transmitidas ao Comité de
Ministros.
Europeia para a Prevenção da Tortura e das Penas ou Tratos Desumanos ou Degradantes, de 1987,
a qual
institui um comité destinado a apreciar o modo como são tratadas as pessoas privadas da liberdade.
Paralela à Convenção, encontra-se a Carta Social Europeia, aprovada em 1961 e alterada por
Protocolo em
1991. Portugal ratificou-a somente em 1991.Da Carta constam principalmente direitos dos
trabalhadores a
2) O princípio do consentimento
tecidos em dadores vivos para fins de transplante e a utilização de partes do corpo humano. O
Tribunal
Europeu dos Direitos do Homem recebe competência para emitir parecer sobre a sua interpretação e
prevê-
Convenção Europeia, ela alarga substancialmente o acervo de direitos e oferece uma melhor
sistematização,
embora seja menos pormenorizada ao descrever os respectivos conteúdos. Mas tem o cuidado de
precisar
âmbito deles são iguais aos conferidos pela convenção, a não ser que a Carta garanta uma
protecção mais
extensa.
Cada Estado podecomprometer-se a adoptar cinco dos sete direitos previstos na Carta.O sistema
de controlo
resume-se ao exame dos relatórios apresentados pelos Estados partes, não estando previstas
as queixas
Responsabilidade
Internacional
continua
aser um assunto privado. Neste contexto se insere a distinção entre crimes e delitos internacionais.A
internacional.A responsabilidade objectiva, pelo risco ou sem culpa, constitui outro tipo
deresponsabilidade.
órgãos e dos agentes poderão, contudo, em certas circunstancias,apenas interessar para graduar a
responsabilidade.
Simples particulares podem também praticar actos que acarretem responsabilidade do Estado a que
pertencem em face do Estado estrangeiro (ou de outro sujeito de Direito Internacional). É o que
acontece em
motins ou outra perturbação pública que afecte a representação ou cidadãos estrangeiros, mormente
quando
as forças da ordem não tenham sido eficazes. Responsabilidade indirecta pode igualmente sobrevir
perante
Ocorrendo rebelião ou insurreição, o Estado responde tanto pelos danos provocados pelas
autoridades
constituídas e pelos seus agentes quanto pelos danos provocados pelos rebeldes ou insurrectos.
Derrotados
ou vitoriosos estes, o Estado – enquanto instituição que perdura para além dos detentores concretos
do poder
e que mantém sempre a sua identidade jurídica internacional – nunca deixa de estar adstrito à
obrigação de
reparar tais danos. Só não será assim quando se tratar de danos causados por rebeldes
estrangeiros cujo
A conduta é do Estado, a imputação de qualquer acção ou omissão faz-se a partir de pessoas físicas
que, no
momento da sua prática, possuam efectivo poder de decisão no Estado e que, portanto, devem ser
consideradas titulares dos seus órgãos – sejam eles quais forem – de vinculação internacional. A
eventual
incompetência ou usurpação de funções, de ordinário, só será tida em conta para efeitos do Direito
Interno.
O lesado pode ser um particular, não gozando de subjectividade internacional, haverá que obter a
mediação
do Estado por via de protecção diplomática. Coisa diversa se verifica nas hipóteses de protecção
internacional dos direitos do homem, em que o Estado fica obrigado a indemnizar um seu cidadão,
vítima de
A legítima defesa, o consentimento da vítima, a força maior e o estado de necessidade são causas
de
Eis os traços básicos da competência do Tribunal Penal Internacional tal como resultam do
estatuto:
processo por períodos não superiores a 12 meses com base em resolução aprovada – quer
dizer, por
Um Estado que seja parte no estatuto aceita a jurisdição do Tribunal relativamente àqueles
crimes
Não obstante, o Tribunal não admite um caso quando ele seja objecto de inquérito ou de
processo no
Estado que tenha jurisdição sobre o mesmo, salvo se este não estiver disposto a levar até ao
fim a
Não-imunidade dos titulares de cargos políticos, dos chefes militares e dos superiores
hierárquicos
Como pena máxima, a pena de prisão por 30 anos ou, se a extrema gravidade do crime e as
condições
isso houve a necessidade de qualificar essas condutas dos indivíduos comocrimes internacionais.
Mas, o
indivíduo pode actuar sob duas roupagens distintas, às quais vãoequivaler infracções diferentes: A
titulo
privado e
não podemos dizer que ele é sujeito de direito internacional porque as normasinternacionais
autorizam/impõem, aos Estados a punir as infracções. Essas normas não sedirigem directamente
aos
Temos como exemplos crimes contra a paz, crimes de guerra, crimes contra ahumanidade,
genocídio. Neste
tipo de crimes, o indivíduo já é sujeito de direito internacionalgeral ou comum, pois o TPI está
habilitado a
Estado -
Noção
1. População
2. Território
3. Governo
O Estado goza de soberania que é a competência das competências. A competência decada Estado
é limitada
pela soberania dos outros Estados que são juridicamente iguais. Aindependência reconduz-se à
capacidade
do Estado assegurar o seu próprio bem estar edesenvolvimento, sem interferências exteriores,
Estado face a outros sujeitos de DireitoInternacional; O direito dos Estados de exercerem jurisdição
sobre os
exigência de respeito pelo direito internacional; o dever de não ingerência nos assuntos internos de
outros
Quanto àcompetências que decorrem da soberania dos Estados perante o Direito Internacional
temosJus
Direito de Reclamação internacional: recurso dos Estados dese socorrerem de meios político
diplomáticos ou
recurso à força nasrelações internacionais, 2o CNU, 51o CNU, sobejam apenas as duas
primeiras.
internacional de
justiçaInterposição da acção e fases do processo contencioso- 40o, 42o, 43o, 46o, 54o,
55o,56o, 57o, 59o, 60o, 61oETIJ
Nos termos do artigo 40 do ETIJ, as acções são interpostas mediante notificação doacordo especial,
ou
através de uma petição escrita dirigida ao escrivão, nos demais casos.Deverão ser indicados, nesse
momento
inicial, o objecto da controvérsia e as partes que pleiteiam.O processo tem duas fases: uma escrita e
outra
oral.Pela redacção do artigo 43o, no processo escrito constam comunicação ao tribunal e às partes
de
agentes, consultores eadvogados.As audiências são públicas. As partes podem contudo pedir que o
processo
decorra à porta fechada bem como o próprio tribunal assim o pode decidir também ± artigo 46o. Nos
termos
do artigo 54o, o tribunal retira-se para deliberar. As decisões são tomadas por maioria dos juízes
presentes,
decisão. Os juízes minoritários podem publicitar a sua discordância ± artigo 56o ETIJ, através da
opinião
individual e da opiniãodissidente. A decisão tem uma eficácia que se circunscreve às partes litigantes
e ao
caso subJúdice 59o, regra que pretende excluir os precedentes jurisdicionais.Quanto à possibilidade
de haver
recurso diga-se que este não é possível pois o TIJ é umTribunal de última instância 60o.
Excepcionalmente, a
pedido de qualquer das partes, admite-se que o Tribunal interprete o acórdão.Porém há uma
possibilidade
novo que pode revelar -se decisivo paraalterar o sentido da decisão. Esse desconhecimento não
pode ser
devido a negligência das partes. Depois de conhecido desse facto novo, o prazo de recurso é de
seis meses.