Você está na página 1de 6

UMA CLASSE DE PROBLEMAS DE CONTROLE ÓTIMO EM ESCALAS

TEMPORAIS

Iguer L.D. Santos∗, Geraldo N. Silva†



Rua Rio de Janeiro, 266
UNESP - Universidade Estadual Paulista
Ilha Solteira, SP, Brasil

Rua Cristóvão Colombo, 2265
UNESP - Universidade Estadual Paulista
São José do Rio Preto, SP, Brasil

Emails: iguerluis@yahoo.com.br, gsilva@ibilce.unesp.br

Abstract— In this paper we consider a class of optimal control problems on time scales. Using a extension
of Filippov’s Lemma to control systems in time scales and a result of compactness of trajectories for dynamic
inclusions on time scales, we present conditions for the existence of solutions to this class of optimal control
problems.

Keywords— Optimal control, Existence, Time scales, Filippov’s measurable selection.

Resumo— Nesse artigo consideramos uma classe de problemas de controle ótimo em escalas temporais. Usando
uma extensão do Lema de Filippov para sistemas de controle em escalas temporais e um resultado de compacidade
das trajetórias para inclusões dinâmicas em escalas temporais, apresentamos condições para a existência de
soluções para essa classe de problemas de controle ótimo.

Palavras-chave— Controle ótimo, Existência, Escalas temporais, Seleção mensurável de Filippov.

1 Introdução sobre este artigo na Seção 6.

O cálculo em escalas temporais foi introduzido por


Hilger (Hilger, 1990) para unificar o cálculo de di- 2 Preliminares
ferença e o cálculo diferencial. A teoria de escalas
temporais admite diversas aplicações em modela- Nesta seção consideramos conceitos e resultados
gem matemática e outras áreas, conforme verifica- básicos da teoria de escalas temporais que serão
mos em (Agarwal et al., 2002), (Bohner and Peter- úteis no desenvolvimento desse artigo.
son, 2003), (Bohner et al., 2011), (Bohner and Gu- Utilizaremos as seguintes convenções:
seinov, 2010), (Federson et al., 2012), (Santos and
Silva, 2013) e (Zhan et al., 2009). Em particular, i) se x ∈ Rn denotamos a norma euclidiana de
problemas de controle ótimo em escalas tempo- x por kxk.
rais foram considerados, por exemplo, em (Gong
and Xiang, 2009), (Hilscher and Zeidan, 2011), ii) se A e T são subconjuntos de R, denotamos
(Liu et al., 2011), (Peng et al., 2011) e (Zhan and por AT o conjunto A ∩ T.
Wei, 2009).
Nesse artigo provamos a existência de soluções iii) B denotará o conjunto {x ∈ Rn : kxk ≤ 1}.
para uma classe de problemas de controle ótimo
de sistemas governados por sistemas dinâmicos em
2.1 Escala temporal
escalas temporais. O resultado de existência é ob-
tido usando um resultado de compacidade das tra- Uma escala temporal T ⊂ R é um conjunto não-
jetórias (Santos, 2011) e uma extensão do Lema vazio e fechado. Usaremos uma escala temporal T
de Filippov para sistemas de controle em escalas compacta, sendo a = min T e b = max T.
temporais. Define-se a função σ : T → T como
O artigo está organizado como segue. Na pró-
xima seção consideramos conceitos e resultados σ(t) = inf{s ∈ T : s > t}.
básicos da teoria de escalas temporais. A Seçao
3 apresenta propriedades de mensurabilidade de Estamos supondo que inf ∅ = sup T.
multifunções e a compacidade das trajetórias para
inclusões dinâmicas. A extensão do teorema de se-
leção de Filippov para escalas temporais é provada Lema 1 ((Cabada and Vivero, 2006))
na Seção 4. Finalmente, provamos a existência Existem I ⊂ N e {ti }i∈I ⊂ T tal que
de processos ótimos para problemas de controle
ótimo na Seção 5 e fazemos um breve comentário RS := {t ∈ T : t < σ(t)} = {ti }i∈I .
2.2 Integração em escalas temporais 3.1 Multifunções mensuráveis
A σ-álgebra de subconjuntos da escala temporal Seja (Ω, F) um espaço mensurável. Uma multi-
T, constituı́da de conjuntos ∆-mensuráveis, pode função Γ : Ω Rn é F-mensurável quando o
ser encontrada em (Guseinov, 2003). Denotare- conjunto
mos essa σ-álgebra por ∆ e a ∆-medida de Lebes-
gue por µ∆ . Γ−1 (V ) = {x ∈ Ω : Γ(x) ∩ V 6= ∅}

Lema 2 ((Cabada and Vivero, 2006)) Tome é F-mensurável para cada conjunto compacto V ⊂
E ⊂ T. Então E é ∆-mensurável se, e somente Rn .
se, E é Lebesgue mensurável. Diz-se que uma multifunção Γ é fechada, com-
pacta, convexa ou não-vazia quando Γ(x) satisfaz
Para funções f : T → R̄ a noção de in- a propriedade exigida para cada x ∈ Ω.
tegração pode ser encontrada, por exemplo, em
(Bartle, 1995), (Royden, 1988) e (Rudin, 1987).
Teorema 5 ((Castaing and Valadier, 1977))
Denotamos a integral de uma função f : T → R̄
Tome um espaço mensurável (Ω, F) e uma mul-
sobre um conjunto E ∈ ∆ por
Z tifunção Γ : Ω Rm não-vazia e fechada. Se
f (s)∆s. Γ é F-mensurável então Γ admite uma seleção
E mensurável.
Chamamos essa integral de ∆-integral de Le-
besgue de f sobre E. Denotaremos por L1 (E, Rn ) Teorema 6 ((Castaing and Valadier, 1977))
o conjunto das funções f : T → Rn ∆-integráveis Seja Γ : [a, b] Rm uma multifunção fechada e
sobre E. E := {t ∈ [a, b] : Γ(t) 6= ∅}. Então as seguintes
Dada uma função f : T → Rn defina f˜ : afirmações são equivalentes:
[a, b] → Rn por
 (a) a multifunção Γ é L-mensurável.
˜ f (t), t ∈ T
f (t) = (b) o conjunto GrΓ = {(t, v) : v ∈ Γ(t)} é L ×
f (ti ), t ∈ (ti , σ(ti )) para algum i ∈ I,
B m -mensurável.
onde I ⊂ N e {ti }i∈I = RS. De (Cabada and Vi-
vero, 2006) sabe-se que a função f é ∆-mensurável (c) o conjunto E é L-mensurável e existe uma
se, e somente se, f˜ é Lebesgue mensurável. sequência de funções L-mensuráveis γi : E →
Seja E ⊂ T e defina Rm tal que
[
Ẽ = E ∪ (ti , σ(ti )) Γ(t) = {γi (t) : i = 1, 2, ...}
i∈IE

onde para cada t ∈ E.


IE := {i ∈ I : ti ∈ E ∩ RS} .
Corolário 7 Sejam Γ1 , Γ2 : [a, b] Rm multi-
O teorema a seguir é provado em (Cabada and
funções fechadas. Se Γ1 e Γ2 são L-mensuráveis
Vivero, 2006) para funções escalares. Entretanto,
então a multifunção Γ : [a, b] Rm dada por
esse resultado continua válido para funções veto-
riais, como afirmado a seguir. Γ(t) = Γ1 (t) ∩ Γ2 (t)
Teorema 3 ((Cabada and Vivero, 2006)) é L-mensurável.
Seja E ∈ ∆ tal que b 6∈ E. Então, f ∈ L1 (E, Rn )
se, e somente se, f˜ ∈ L1 (Ẽ, Rn ) . Neste caso,
Z Z 3.2 Compacidade de trajetórias para inclusões
f (s)∆s = f˜(s)ds. dinâmicas
E Ẽ
Denotaremos por AC(T, Rn ) o conjunto de todas
m
Lema 4 ((Santos, 2011)) Seja u : T → R as funções absolutamente contı́nuas com domı́nio
uma função ∆-mensurável. Se A é Borel men- T e contradomı́nio Rn . Também chamadas de ar-
surável então u−1 (A) ∈ ∆. cos (Cabada and Vivero, 2005).
Considere uma multifunção E : T × Rn
n
3 Mensurabilidade de multifunções e R não-vazia. Dizemos que uma função x ∈
compacidade de trajetórias AC(T, Rn ) é uma trajetória de E se satisfizer a
seguinte restrição
Aqui apresentamos propriedades de multifunções
mensuráveis e o resultado de compacidade de tra- x∆ (t) ∈ E(t, x(t)) ∆ − q.t.p. t ∈ [a, b)T .
jetórias. Estas propriedades serão usadas na ob-
tenção de soluções para problemas de controle Teorema 8 ((Santos, 2011)) Seja E : T ×
ótimo em escalas temporais. Rn Rn uma multifunção não-vazia, compacta,
convexa e ∆ × B n -mensurável. Considere uma Lema 10 ((Santos, 2011)) Seja φ : T × Rm →
função c : T → [0, +∞) em L1 ([a, b)T ) tal que Rn uma ∆-função de Carathéodory. Então a fun-
ção φ̃ : [a, b] × Rm → Rn definida como
E(t, x) ⊂ (γkxk + c(t))B 
φ(t, u), t ∈ T
para todo (t, x) ∈ T × Rn , sendo γ > 0. Suponha φ̃(t, u) =
φ(ti , u), t ∈ (ti , σ(ti )) para i ∈ I.
que ∆ − q.t.p. t ∈ [a, b)T a multifunção E(t, .) :
Rn Rn possui o gráfico fechado. é uma L-função de Carathéodory.
Tome uma sequência de arcos xi : T → Rn tal
que {xi (a)} é limitada. Considere também uma Lema 11 ((Santos, 2011)) Seja U : T Rm
sequência de funções ∆-mensuráveis yi : T → Rn uma multifunção ∆-mensurável. Então a multi-
tal que yi (t) → 0 ∆-q.t.p. t ∈ [a, b)T . Suponha que função Ũ : [a, b] Rm definida como
existe uma função ϕ : T → [0, +∞) em L1 ([a, b)T ) 
U (t), t ∈ T
de modo que Ũ (t) =
U (ti ), t ∈ (ti , σ(ti )) para i ∈ I.
kyi (t)k ≤ ϕ(t)
para todo t ∈ T e todo i. é L-mensurável.
Se para cada i temos O Teorema a seguir é provado nas mesmas
linhas do resultado de seleção obtido em (Santos,
x∆
i (t) ∈ E(t, xi (t) + yi (t)) ∆ − q.t.p. t ∈ [a, b)T 2011).
então existe uma subsequência {xik } ⊂ {xi } e
uma trajetória x de E tal que xik ⇒ x. Teorema 12 Seja U : T Rm uma multifun-
ção não-vazia, fechada e ∆-mensurável. Consi-
dere uma função f : T × Rn × Rm → Rn contı́nua
4 Teorema de seleção de Filippov em em (x, u) para cada t fixado, e Borel mensurável
escalas temporais em t para cada (x, u) fixado.
Se x ∈ AC([a, b]T , Rn ) satisfaz (2) então
No Teorema 12, obtemos uma extensão para es-
existe uma seleção ∆-mensurável u de U tal que
calas temporais do clássico Teorema de seleção de
o processo (x, u) satisfaz (1).
Filippov (Filippov, 1988). Outras extensões desse
teorema de seleção para escalas temporais foram Prova: Seja u ∈ Rm fixado arbitrariamente.
obtidas em (Pawluszewicz and Torres, 2010) e Como a função σ é ∆-mensurável (Guseinov,
(Santos, 2011). 2003), do Lema 4 a função ϕ : T × Rn → Rn
Considere o sistema de controle de equações dada por
(1) ϕ(t, x) = f (σ(t), x, u)
é uma ∆-função de Carathéodory.
 ∆
x (t) = f (σ(t), x(t), u(t)) ∆ − q.t.p. t ∈ [a, b)T
u(t) ∈ U (t) ∆ − q.t.p. t ∈ [a, b)T . Do Lema 10 a função ϕ̃ : [a, b] × Rn → Rn
é uma L-função de Carathéodory. Assim, do
Se um par de processo de controle (x, u) satisfaz Lema 9 a função ϕ̃ é L × B n -mensurável.
a restrição 1 então x satisfaz a seguinte inclusão Sendo x uma função ∆-mensurável, a função
dinâmica (2) x̃ : [a, b] → Rn é L-mensurável. Logo, a função

x∆ (t) ∈ F (t, x(t)) ∆ − q.t.p. t ∈ [a, b)T t 7→ ϕ̃(t, x̃(t))

sendo F (t, x) = {f (σ(t), x, u) : u ∈ U (t)}. No é L-mensurável.


Teorema 12 provaremos a afirmação inversa. Isto Defina a função g : T → Rn como
é, se um arco x ∈ AC([a, b]T , Rn ) satisfaz (2) então
g(t) = f (σ(t), x(t), u).
existe uma seleção ∆-mensurável u de U tal que
o processo (x, u) satisfaz (1). Sendo ϕ̃(t, x̃(t)) = f (σ(t), x(t), u) para t ∈ T e
Tome uma função φ : T × Rm → Rn . Dize- ϕ̃(t, x̃(t)) = f (σ(ti ), x(ti ), u) para t ∈ (ti , σ(ti ))
mos que φ é uma ∆-função de Carathéodory se para algum i ∈ I, temos que ϕ̃(t, x̃(t)) = g̃(t).
satisfizer as seguintes propriedades: Assim, a função
(a) para cada t ∈ T a função x 7→ φ(t, x) é contı́- t 7→ g̃(t)
nua. é L-mensurável.
m Seja m : [a, b] × Rm → Rn a função defi-
(b) para cada x ∈ R a função t 7→ φ(t, x) é
nida como m(t, u) = f (σ(t), x(t), u) se t ∈ T e
∆-mensurável.
m(t, u) = f (σ(ti ), x(ti ), u) se t ∈ (ti , σ(ti )) para
algum i ∈ I.
Lema 9 ((Loewen, 1993)) Seja φ : [a, b] ×
Para cada u ∈ Rm já provamos que a função
Rm → Rn uma L-função de Carathéodory. En-
tão φ é L × B m -mensurável. t 7→ m(t, u)
é L-mensurável. Além disso, se t ∈ T então a Portanto
função
µ∆ (E) = µ∆ ([a, b)T \ K) = 0.
u 7→ m(t, u) = f (σ(t), x(t), u)
Se definirmos a multifunção Λ : T Rm como
é contı́nua. Por outro lado, se t ∈ [a, b] \ T seja 
U (t), t ∈ E ∪ {b}
i ∈ I tal que t ∈ (ti , σ(ti )), logo a função Λ(t) = 
U (t) ∩ Φ(t) = Γ(t), t ∈ T \ E ∪ {b}
u 7→ m(t, u) = f (σ(ti ), x(ti ), u)
então Λ é não-vazia e fechada.
é contı́nua. Como U é ∆-mensurável e Γ é L-mensurável,
Como x é um arco, a função h : T → Rn usando o Lema 2 concluı́mos que Λ é ∆-
definida como mensurável.
Do Teorema 5 a multifunção Λ admite uma
h(s) = x∆ (s) seleção ∆-mensurável u : T → Rm . Logo, u(t) ∈
U (t) para todo t ∈ T e então u também é uma
é ∆-mensurável. Logo, a função h̃ : [a, b] → Rn é seleção de U .
L-mensurável. Assim, a função φ : [a, b] × Rm → Se t ∈ [a, b)T \ E temos que u(t) ∈ U (t) ∩ Φ(t).
Rn dada por Assim,

φ(t, u) = m(t, u) − h̃(t) 0 = φ(t, u(t)) = m(t, u(t)) − h̃(t)


= f (σ(t), x(t), u(t)) − h(t)
é uma L-função de Carathéodory.
= f (σ(t), x(t), u(t)) − x∆ (t)
Defina a multifunção Φ : [a, b] Rm como
isto é,
Φ(t) = {u ∈ Rm : φ(t, u) = 0}
x∆ (t) = f (σ(t), x(t), u(t)).
para cada t ∈ [a, b]. Portanto
Para cada t ∈ [a, b] a função
x∆ (t) = f (σ(t), x(t), u(t)) ∆ − q.t.p. t ∈ [a, b)T
u 7→ φ(t, u)
já que µ∆ (E) = 0. Então (x, u) satisfaz a restrição
é contı́nua. Assim, se Φ(t) 6= ∅ então Φ(t) é um dinâmica (1). 2
conjunto fechado.
Do Lema 9 temos que φ é L×B m -mensurável. 5 Problemas de controle ótimo em
Logo, o conjunto escalas temporais
GrΦ = {(t, u) ∈ [a, b] × Rm : u ∈ Φ(t)} Ao melhor de nosso conhecimento, não existe
= {(t, u) ∈ [a, b] × Rm : φ(t, u) = 0} muita literatura discutindo a questão de existência
= φ−1 ({0}) de processos ótimos para problemas de controle
ótimo em escalas temporais quando o estado é ve-
é L×B m -mensurável. Do Teorema 6 a multifunção torial. Assim, procedendo como no caso contı́nuo
Φ é L-mensurável. (Vinter, 2000), usamos o teorema de seleção de
Como a multifunção Ũ : [a, b] Rm é L- Filippov para obter a existência de soluções para
mensurável, do Corolário 7 a multifunção Γ : problemas de controle ótimo em escalas temporais.
[a, b] Rm dada por Seja g : Rn × Rn → R uma função semicontı́-
nua inferior e F : T × Rn Rn uma multifunção.
Γ(t) = Ũ (t) ∩ Φ(t) Considere o problema (P) de controle ótimo

é L-mensurável.  min g(x(a), x(b)) sobre x ∈ AC(T, Rn )
Considere os seguintes conjuntos x∆ (t) ∈ F (t, x(t)) ∆ − q.t.p. t ∈ [a, b)T
(x(a), x(b)) ∈ A × C

K = {t ∈ [a, b)T : (2) vale}
sendo A, C ⊂ Rn .
e Dizemos que x ∈ AC([a, b]T , Rn ) é uma tra-
W = {t ∈ [a, b)T : U (t) ∩ Φ(t) 6= ∅}. jetória admissı́vel do problema (P ), se x é uma
trajetória de F que satisfaz as condições de fron-
Então W = K e o conjunto E dado por
teira (x(a), x(b)) ∈ A × C.
E = {t ∈ [a, b)T : U (t) ∩ Φ(t) = ∅} Uma função x̄ ∈ AC([a, b]T , Rn ) é uma tra-
jetória ótima do problema (P ), se toda trajetória
satisfaz admissı́vel x de (P ) satisfizer

E = [a, b)T \ W = [a, b)T \ K . g(x̄(a), x̄(b)) ≤ g(x(a), x(b)).


Teorema 13 ((Santos, 2011)) Seja F uma será ∆ × B n -mensurável.
multifunção não-vazia, compacta, convexa e Assim, usando o Teorema 12 e o Teorema 13
∆ × B n -mensurável. Considere uma função prova-se a existência de um processo ótimo (x̄, ū)
c : T → [0, +∞) em L1 ([a, b)T ) tal que para o problema (Q). 2
F (t, x) ⊂ (γkxk + c(t))B
6 Conclusões
para todo (t, x) ∈ T × Rn , sendo γ > 0. Suponha
que ∆ − q.t.p. t ∈ [a, b)T a multifunção F (t, .) : Esse artigo contribuiu para o avanço do conheci-
Rn Rn possui o gráfico fechado. mento na teoria de escalas temporais. Mais es-
Suponha que A é um conjunto compacto e C pecificamente, usando uma extensão do teorema
é um conjunto fechado. Se o problema (P ) possui de seleção de Filippov prova a existência de solu-
uma trajetória admissı́vel então existe uma traje- ções para problemas de controle ótimo em escalas
tória ótima. temporais. O resultado de seleção de Filippov foi
discutido na Seção 4 e também é uma contribuição
Prova: A prova é uma fácil consequência do Teo- desse artigo.
rema 8. 2
Considere agora uma função f : T × Rn × Referências
R → Rn e uma multifunção U : T
m
Rm não-
vazia, compacta e ∆-mensurável. Pode-se então Agarwal, R., Bohner, M., O’Regan, D. and Peter-
considerar o seguinte problema (Q) de controle son, A. (2002). Dynamic equations on time
ótimo scales: a survey, Journal of Computational

 min g(x(a), x(b)) sobre (x, u) and Applied Mathematics 141(1): 1–26.

 ∆
x (t) = f (σ(t), x(t), u(t)) ∆ − q.t.p.
u(t) ∈ U (t) ∆ − q.t.p. t ∈ [a, b)T Bartle, R. G. (1995). The elements of integration



(x(a), x(b)) ∈ A × C and Lebesgue measure, John Wiley & Sons
Inc., New York.
sendo x ∈ AC([a, b]T , Rn ) e u : T → Rm uma
função ∆-mensurável. Bohner, M. and Guseinov, G. S. (2010). Surface
areas and surface integrals on time scales,
Teorema 14 Suponha que a função f : T × Rn × Dynam. Systems Appl. 19(3-4): 435–453.
Rm → Rn satisfaça as seguintes condições:
Bohner, M., Guseinov, G. S. and Karpuz, B.
(i) f é contı́nua em (x, u) para cada t fixado, e (2011). Properties of the Laplace transform
contı́nua em t para cada (x, u) fixado. on time scales with arbitrary graininess, In-
tegral Transforms Spec. Funct. 22(11): 785–
(ii) o conjunto f (σ(t), x, U (t)) é convexo para
800.
cada t ∈ T e x ∈ Rn .
(iii) existem γ > 0 e c > 0 tal que Bohner, M. and Peterson, A. (2003). Advances in
dynamic equations on time scales, Birkhäuser
kf (σ(t), x, u)k ≤ γkxk + c Boston Inc., Boston, MA.
para todo (t, x, u) ∈ T × Rn × U (t). Cabada, A. and Vivero, D. R. (2005). Criterions
Se o problema (Q) admite um processo factı́vel for absolute continuity on time scales, Jour-
(x, u) então existe um processo ótimo (x̄, ū). nal of Difference Equations and Applications
11(11): 1013–1028.
Prova: Seja F : T × Rn Rn definida como
Cabada, A. and Vivero, D. R. (2006). Expres-
F (t, x) = {f (σ(t), x, u) : u ∈ U (t)}. sion of the lebesgue δ-integral on time scales
Pela hipótese (ii), F é convexa. Já das hipóteses as a usual lebesgue integral; application to
(i) e (iii), F é compacta. the calculus of δ-antiderivatives, Mathemati-
Pela hipótese (i) podemos concluir que a mul- cal and Computer Modelling 43(1): 194–207.
tifunção F (t, .) : Rn Rn possui o gráfico fe- Castaing, C. and Valadier, M. (1977). Con-
chado. vex analysis and measurable multifunctions,
A função h : T × Rn × Rm → Rn dada por Lecture Notes in Mathematics, Vol. 580,
h(t, x, u) = f (σ(t), x, u) Springer-Verlag, Berlin.

é uma ∆-função de Carathéodory. Então a multi- Federson, M., Mesquita, J. G. and Slavı́k, A.
função (2012). Measure functional differential equa-
tions and functional dynamic equations on
H(t, x) = h(t, x, U (t)) time scales, Journal of Differential Equations
= f (σ(t), x, U (t)) = F (t, x) 252(6): 3816–3847.
Filippov, A. F. (1988). Differential equations Zhan, Z. and Wei, W. (2009). On existence of op-
with discontinuous righthand sides, Vol. 18 timal control governed by a class of the first-
of Mathematics and its Applications (Soviet order linear dynamic systems on time sca-
Series), Kluwer Academic Publishers Group, les, Applied Mathematics and Computation
Dordrecht. Translated from the Russian. 215(6): 2070–2081.

Gong, Y. and Xiang, X. (2009). A class of opti- Zhan, Z., Wei, W. and Xu, H. (2009). Hamilton-
mal control problems of systems governed by jacobi-bellman equations on time scales,
the first order linear dynamic equations on Mathematical and Computer Modelling 49(9-
time scales, Journal of Industrial and Mana- 10): 2019–2028.
gement Optimization 5(1): 1–10.

Guseinov, G. S. (2003). Integration on time scales,


Journal of Mathematical Analysis and Appli-
cations 285(1): 107–127.

Hilger, S. (1990). Analysis on measure chains—a


unified approach to continuous and discrete
calculus, Results Math. 18(1-2): 18–56.

Hilscher, R. and Zeidan, V. (2011). First or-


der conditions for generalized variational pro-
blems over time scales, Computers & Mathe-
matics with Applications 62(9): 3490–3503.

Liu, G., Xiang, X. and Peng, Y. (2011). Nonlinear


integro-differential equations and optimal
control problems on time scales, Computers
& Mathematics with Applications 61(2): 155–
169.

Loewen, P. D. (1993). Optimal Control via Nons-


mooth Analysis, CRM Proceedings and Lec-
ture Notes, Vol. 2, American Mathematical
Society, Providence.

Pawluszewicz, E. and Torres, D. F. (2010).


Avoidance control on time scales, Jour-
nal of optimization theory and applications
145(3): 527–542.

Peng, Y., Xiang, X. and Jiang, Y. (2011). Non-


linear dynamic systems and optimal con-
trol problems on time scales, ESAIM: Con-
trol, Optimisation and Calculus of Variations
17(03): 654–681.

Royden, H. L. (1988). Real analysis, third edn,


Macmillan Publishing Company, New York.

Rudin, W. (1987). Real and complex analysis,


third edn, McGraw-Hill Book Co., New York.

Santos, I. L. D. (2011). Existência de soluções de


inclusões diferenciais em escalas temporais,
Tese de Doutorado, IBILCE-Unesp.

Santos, I. L. D. and Silva, G. N. (2013). Absolute


continuity and existence of solutions to dyna-
mic inclusions in time scales, Mathematische
Annalen 356: 373–399.

Vinter, R. B. (2000). Optimal Control, Birkhau-


ser, Boston.

Você também pode gostar