Você está na página 1de 45

06/03/2015

Propriedades da Madeira

Prof. Gavassoni

2.1 Introdução
Madeiras duras:
Árvores “frondosas” – Angiospermas – grupo de plantas com
sementes formadas dentro de um ovário desenvolvido (fruto)

Crescimento lento: Peroba, Ipê, aroeira, carvalho

As madeiras duras de melhor qualidade são as chamadas


madeiras de lei.

Giardino di Boboli, Firenze, IT


Prof. Gavassoni

1
06/03/2015

2.1 Introdução
Peroba:

madeireiracarapo.webnode.com.br

www.panoramio.com

Prof. Gavassoni

2.1 Introdução
Ipê:

flores.culturamix.com

Prof. Gavassoni

2
06/03/2015

2.1 Introdução
Carvalho:

houseandgardenningaddicts.wordpress.com

Prof. Gavassoni

2.1 Introdução
Madeiras macias:
“Coníferas” – grupo mais representativo das gimnospermas –
grupo de plantas com sementes não encerradas dentro de um
ovário desenvolvido (fruto)

Crescimento rápido: Pinheiros

Ostia Antica, Itália


Prof. Gavassoni

3
06/03/2015

2.1 Introdução
Madeiras duras x macias
Uma madeira dura não é necessariamente um material mais duro
(mais denso) e uma madeira mole não precisa ser um material
mais mole (menos denso). Por exemplo, a madeira balsa é uma
das madeiras mais leves e menos densas que existe, e é
considerada madeira dura. um exemplo oposto é o do teixo que
sendo uma madeira macia é muito mais dura do que a maioria
das madeiras consideradas duras.

Também não se distinguem propriamente pela resistência, nem


mecânica, nem ao processamento, e sim pela estrutura celular
dos troncos.

Floresta da Suíça Bohemia, República Tcheca


Prof. Gavassoni

2.1 Introdução
As árvores que produzem madeira de construção crescem pela
adição de camadas externas, sob a casca:

Casca: externa
(morta) e interna
(floema) Alburno – células
vivas (xilema) – 3
a 5 cm

Cerne – alburno
Medula – tecido
morto –
macio
sustentam o
tronco
Prof. Gavassoni

4
06/03/2015

2.1 Introdução
Madeira de construção de preferência deve vir do cerne;
A madeira do alburno é mais higroscópica que a do cerne;
A madeira do alburno é portanto mais sensível ao ataque de
fungos;

A madeira do alburno “aceita” melhor a aplicação de agentes


protetores.

Prof. Gavassoni

Ementa
1. Introdução
2. Microestrutura da Madeira
3. Propriedades Físicas
4. Defeitos
5. Madeiras de Construção

Prof. Gavassoni

5
06/03/2015

2.2 Microestrutura da Madeira


As células da madeira, constituem fibras, que são
como tubos de paredes finas alinhados na direção
longitudinal (axial do tronco)

Gesualdo, 2003

Seção Transversal - Pfeil e Pfeil, 2014

Nas coníferas as fibras tanto tem função de transporte como


autoportante.
Prof. Gavassoni

2.2 Microestrutura da Madeira


As células da madeira, constituem fibras, que são
como tubos de paredes finas alinhados na direção
longitudinal (axial do tronco)

Gesualdo, 2003

Seção Tangencial - Pfeil e Pfeil, 2014

Extremidades Permeáveis e perfurações laterais das fibras.


Prof. Gavassoni

6
06/03/2015

2.2 Microestrutura da Madeira


As Angiospermas
(madeira dura) apresentam
fibras fechadas, ou seja,
apenas com função
autoportante.

A estrutura celular da
madeira constitui a base
da excelente razão
resistência /peso da
madeira
Ocas e cantos
arredondados e
encaixadas
Raven et al., 2013 Prof. Gavassoni

2.2 Microestrutura da Madeira


www.japlusu.com www.nasa.gov

boasnoticias.pt
Prof. Gavassoni

7
06/03/2015

2.2 Microestrutura da Madeira


Composição Química Compostos químicos:

50% celulose (reforço das


paredes celulares)
20-25% hemicelulose
20-30% lignina – “cola”
das células. (rigidez e
resistência à compressão)
Sais mineirais (cinzas), resinas, óleos, ceras, etc.

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


A madeira é um material anisotrópico
As propriedades mudam com a direção

Por quê?

Estrutura fibrosa.

Raven et al., 2013


Prof. Gavassoni

8
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


3 direções principais da madeira:
Em função dos tipos de madeira utilizadas
na construção civil, raramente se tem
necessidade de diferenciar as propriedades
nas direções radial e tangencial.

Gesualdo, 2003

pauleira.com.br

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


3 direções principais da madeira:

A direção longitudinal, é chamada de direção


das fibras principais, ou direção principal.

Basta diferenciar a direção longitudinal da


direção transversal às fibras principais.

Gesualdo, 2003

www.acrisoft.com

Prof. Gavassoni

9
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Umidade: Grande importância sobre as propriedades
U – Grau de umidade
Pi – peso inicial
P − Ps
U (%) = i .100 Ps- peso seco em estufa (até
Ps estabilizar)

A umidade está presente na madeira de duas formas:


Água no interior das fibras (água livre);
Água absorvida nas paredes das fibras (água de
ligação) – pontes de hidrogênio;

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


U – Grau de umidade
Umidade da madeira viva

Ponto de saturação

Madeira seca

Madeira verde
ao ar

Não há variação de volume Madeira meio


Não há variação das seca
propriedades mecânicas

Toda água do interior das fibras é Ponto de equilíbrio entre a


evaporada, as paredes ainda umidade da madeira e a umidade
estão saturadas – Ponto de relativa do ar – Madeira seca ao ar
saturação
A faixa de umidade das madeiras verdes varia de espécie para espécie –
30% a 130%

O ponto de saturação varia com a espécie a média é de 30%


Prof. Gavassoni

10
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


U – Grau de umidade
Umidade da madeira viva

Ponto de saturação
Mudança de volume

Madeira seca
Madeira verde

ao ar
Madeira meio
seca

O ponto de equilíbrio varia com a umidade do ar, por exemplo entre 10 e


20% para umidade relativa do ar entre 60 e 90%.
Utiliza-se então um grau de umidade padrão – 12% (NBR 7190/97)
Devido a natureza higroscópica (capacidade de absorver água) o grau de
umidade de uma peça de madeira em serviço pode variar até mesmo
diariamente.

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


U – Grau de umidade

Piazza et al.,2014

Prof. Gavassoni

11
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


U – Grau de umidade
Diminuindo o U abaixo do ponto de saturação há ganho das
propriedades mecânicas (resistência) da madeira.

O pico no aumento da resistência se dá para um valor de U em torno de


10-15%.

Para U menores ao valor correspondente ao pico, a resistência


permanece constante.

A madeira pode ser seca para aumentar a resistência num processo


controlado artificialmente, mas isso eleva o valor da mesma.

Existem medidores portáteis do grau de


umidade da madeira.

www.tramexltd.com
Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


Vantagens da secagem da madeira
Menor peso no transporte.
Melhoria do resultado de acabamentos (tintas, vernizes, etc.)
Redução da probabilidade do ataque de fungos.
Aumento das propriedades de Engenharia do material.
Retração leva a possíveis problemas nas ligações, empenamentos, caso
a madeira seja implantada sem secagem.

Prof. Gavassoni

12
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Retratibilidade
Retração ou inchamento com variação da umidade
entre 0% e o ponto de saturação.
O fenômeno é mais acentuado na direção tangencial: 5
a 10% da dimensão verde;

A retração radial é cerca da metade da tangencial


A retração longitudinal: 0,1 a 0,3% da dimensão verde.

A retração (inchamento) volumétrica é dada pela soma


das 3 retrações lineares principais. (Deformação
volumétrica para pequenas deformações)

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


Retratibilidade

Gesualdo, 2003

Pfeil e Pfeil, 2014

Exercício 2.1
Prof. Gavassoni

13
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Retratibilidade
O comportamento do material (madeira) tem de ser
conhecido para ser bem usado.
Não é um material de propriedades “permanentes” –
significantes mudanças nas dimensões podem ocorrer
em serviço em função das condições atmosféricas.

Mesmo que estimativas de retração não sejam


calculadas, o projetista deve permitir que as mudanças
volumétricas ocorram.
Por isso uma das questões básicas no projeto é a
possibilidade da ruptura por tração da madeira.

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


Retratibilidade
A madeira tem baixa resistência à tração na direção
perpendicular às fibras
A retração é muito maior na direção perpendicular às
fibras que na longitudinal.
O detalhamento das ligações deve ser cuidadoso para
permitir movimentações e não deixar que sujam
tensões.

Além de questões de resistência deve-se atentar para


os efeitos da retração na utilização da estrutura.

Prof. Gavassoni

14
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Retratibilidade
Considere o exemplo do exercício 2.1:
Imagine se uma treliça, cobertura, telhado esteja apoiada numa
extremidade numa estrutura porticada de madeira e na outra numa
parede de alvenaria ou estrutura de concreto.

Uma extremidade sofrerá um abaixamento de 2,1 cm e a outra não.


Movimentação diferencial.

Ou considere que uma parte do fechamento lateral não é de paneis


de madeira – caixa da escada, área molhada, etc.. -> Movimentação
diferencial numa distância mais curta.
Mesmo quando a retração é uniforme (toda construção em
madeira), acabamentos, fechamentos laterais, encanamentos,
sistemas de aquecimento, sistemas elétricos devem permitir e
acomodar a movimentação da estrutura.
Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


Retratibilidade
Uma vez que as diferenças de grau de umidade produzem
diferenças nas dimensões das peças de madeira, qual dimensões
usamos?

E qual valor da área da seção transversal? Do momento de


inércia?
O dimensionamento é feito para o valor de referência da madeira
seca ao ar.

A NBR 7190/97 estabelece o valor de 12%

Prof. Gavassoni

15
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Retratibilidade Volumétrica
Vsat − Vsec a
ε V (%) = .100
Vsec a

Coeficiente de Piazza et al.,2014

retratibilidade
εV
δv =
U sat
Exprime a porcentagem de retração que se verifica para
cada 1% nos teores abaixo do Ponto de Saturação.

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


Coeficiente de Retração

Tangencial Radial Longitudinal


Macia 0,24 0,12 0,01
Dura 0,40 0,20 0,01
Piazza et al.,2014

Na prática despreza-se o valor longitudinal e se pode


usar, a favor da segurança os valores tangenciais para
os valores transversais.

Prof. Gavassoni

16
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Valores de U comumente aceitáveis para o uso da
madeira.

Condições Umidade (% )
Níveis Críticos
Início das retrações significativas apr. 30
Valor mínimo com secagem ao ar apr. 15
Nível admissível de segurança contra ataques de fungos apr. 20
Elementos protegidos das intempéries
Locais aerados e com muito aquecimento no inverno 10+-2
Locais aerados e com pouco aquecimento no inverno 13+-2
Locais aerados e sem aquecimento no inverno 15+-2
Sem fechamento lateral 17+-5
Elementos parcialmente protegidos das intempéries
Seções pequenas, forte irradiação solar 14+-5
Seções pequenas, fraca irradiação solar 16+-4
Seções médias, forte irradiação solar 12+-4
Seções médias, fraca irradiação solar 15+-4
Elementos diretamente expostos às intempéries
Seções grandes, não superficiais 18+-6 Piazza et al.,2014
Seções grandes, superficiais 20+-8

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


Influência da umidade na densidade aparente
m12
ρ ap = Para um dado teor de umidade, no caso da
V12 NBR 7190/97 – 12%

A quantificação da influência da umidade na densidade


aparente pode ser feita por ábacos ou equações
empíricas.

Prof. Gavassoni

17
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Diagrama de
Kollmann

Espécies de
clima frio ou
temperado

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


Equação de Logsdon (1998)
Espécies Brasileiras
  12 − U 
ρ12 = ρu + ρu (1 − δ v ) 
  100 

A NBR 7190/97 não indica o procedimento de correção


da umidade aparente

Exercício 2.2
Prof. Gavassoni

18
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Dilatação Térmica Linear
Longitudinal: 0,3x10-5 a 0,45x10-5/oC
1/3 o do aço
Tangencial e Radial: 4,5x10-5/oC (duras) a 8,0x10-5/oC
(macias) – varia com o peso específico da madeira
Um aumento de temperatura sob mesma umidade relativa do
ar leva a uma retração da madeira
A retração é em geral maior que a dilatação térmica – Em
geral pode ser desprezada.

Atenção para o uso de outros materiais integrados às obras


de madeira.

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


Durabilidade
Sujeita a:

Ataque biológico
Ataques abióticos (sais, raios solares, fogo).
Se a madeira for usada de maneira apropriada pode ser
um material permanente.
Se protegida (não exposta às intempéries ou sem
contato com o solo) e em condições de baixa umidade
do ar (estruturas internas e cobertas) – não há
necessidade de tratamento químico.
A madeira é durável se continuamente submersa em
água doce limpa.
Prof. Gavassoni

19
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Durabilidade

Contudo se o U varia continuamente, ou a madeira está


em contato com o solo, há a necessidade de tratamento
químico.

Lugares úmidos, piscinas, telhados que aprisionam ar


úmido (sem ventilação).

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


Ataque Biológico
Fungos, insetos, moluscos e crustáceos
www.forumdaconstrucao.com.br

Conhecido também como: teredo, turu ou cupim-


do-mar, trata-se de um molusco perfurador de
madeiras, com corpo alongado e vermiforme,
revestido por um tubo calcário que facilita usa
entrada inicial na madeira, do qual é seu
alimento, porém se alimenta também de
plâncton.
flagradeumabiologa.blogspot.com
Prof. Gavassoni

20
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Susceptibilidade ao ataque biológico depende de:
Parte do tronco de onde se extraiu a peça: alburno é
mais susceptível que o cerne

Da espécie da madeira
Condições ambientais (umidade (U<20%), temperatura e
oxigênio) – se não houver um dos 3, o apodrecimento é
interrompido;

Prof. Gavassoni

2.3 Propriedades Físicas


Abióticos

Geralmente é resistente a ação química (sais);


Sensível a ação dos raios solares, combinada com
outros agentes atmosféricos (umidade, temperatura,
vento e chuva) dá origem a um mecanismo de
envelhecimento complexo – fotólise.

Degradação superficial por raios UV – degradação das


moléculas de lignina e celulose.

Prof. Gavassoni

21
06/03/2015

2.3 Propriedades Físicas


Fogo
Combustível – quanto maior o peso específico, mais
combustível é.
Peças robustas se oxidam lentamente, guardando o
núcleo íntegro (com propriedades mecânicas
inalteradas) por um longo tempo;

Peças esbeltas e/ou com ligações metálicas – precisam


de proteção contra o fogo (retardadores de fogo).

Prof. Gavassoni

2.4 Defeitos
Prejudicam a resistência, o aspecto ou a durabilidade:
Classificação quanto à origem:

1. Constituição do tronco
2. Processo de preparação da madeira

Prof. Gavassoni

22
06/03/2015

2.4 Defeitos
Nós:
Imperfeições da madeira nos pontos onde existiam
galhos.

Galhos vivos na época do abate produzem nós firmes:


existia a continuidade dos anéis e fibras;

Galhos mortos na época do abate produzem nós


soltos: O galho vai sendo englobado com casca e tudo
no tronco – pode cair durante a serragem, produzindo
orifícios;

Prof. Gavassoni

mind42.com

2.4 Defeitos
Nós

Desviam as fibras longitudinais – reduzem a


resistência (+ à tração que compressão). Concentram
tensões.
Efeito ornamental desejado.
Prof. Gavassoni

23
06/03/2015

2.4 Defeitos
Nós de Pinho

www.contrabaixobr.com
Prof. Gavassoni

2.4 Defeitos
Fendas:
Aberturas nas extremidades das peças – secagem
mais rápida da superfície;

Planos longitudinais-radiais, atravessam anéis de


crescimento;

Evitados por secagem


lenta e uniforme da
madeira.
Retração tangencial é
maior que a radial.

Prof. Gavassoni

24
06/03/2015

2.4 Defeitos
Gretas ou ventas:
Separação entre anéis anuais, provocadas por tensões
internas devido ao crescimento lateral da árvore ou
ações externas (vento).

1 – greta parcial;
2 – greta completa.

Pfeil e Pfeil, 2014

www.hobbithouseinc.com

Prof. Gavassoni

2.4 Defeitos
Fibras reversas:
Fibras não paralelas ao eixo da peça:

Natural – por exemplo,


presença de nós.

Processamento - Serragem
em plano inadequado

Reduzem a resistência da peça


commons.wikimedia.org

Prof. Gavassoni

25
06/03/2015

2.4 Defeitos
Esmoada ou quina morta:
Canto arredondado, formado pela curvatura natural do
tronco.

Menor resistência –
maior quantidade de
alburno,

virginiawoodflows.wordpress

Prof. Gavassoni

2.4 Defeitos
Lenho de reação:
Resposta morfogênica de um ramo ou caule inclinado
para contrapor a força da gravidade.
Nas coníferas (madeira macia) o
lenho se desenvolve no lado
inferior da parte inclinada – lenho
de compressão.

Nas gimnospermas (madeira dura)


o lenho se desenvolve no lado
superior da parte inclinada – lenho
de tração.

www.contrabaixobr.com
www.contrabaixobr.com
Prof. Gavassoni

26
06/03/2015

2.4 Defeitos
Empenamento e torção.
O lenho de compressão possui mais lignina e menos
celulose que a madeira normal.
Durante a secagem a retração na direção axial é 10
vezes maior que a madeira normal
A diferença entre a contração da parte normal e da
parte que contém o lenho de compressão de uma peça
de madeira durante a secagem causa o seu
empenamento e torção – madeira inútil – lenha.
www.ebah.com.br

O lenho de tração provoca


contrações menores, mas
também provoca deformações
excessivas na secagem
Prof. Gavassoni

2.4 Defeitos
Secagem:
Abaulamento: encurvamento na
direção da largura da peça.
Pfeil e Pfeil, 2014

Arqueadura: encurvamento na
direção longitudinal da peça.
Pfeil e Pfeil, 2014

Prof. Gavassoni

27
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Tipos:

1 – Maciça: bruta ou roliça, falquejada e serrada;


2 – Industrializada: Compensada, laminada e colada,
recomposta.

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira roliça:

Troncos: estacas, escoramentos, postes e colunas.

Espécies comuns: eucalipto e pinus.

Abate na estação seca – tronco com menor U

Remove-se a casca, e deixa-se o tronco secar em local


arejado e abrigado do sol.

Secagem insuficiente ou inapropriada podem fazer


com que as extremidades rachem – recomenda-se
usar alcatrão ou imperbealizantes nas extremidades.
Parque Tingui, Curitiba.
Prof. Gavassoni

28
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Madeira roliça:

Devem ser utilizadas nas condições meio seca ou seca


ao ar.

Os diâmetros comerciais variam entre 15 e 28 cm.

www.madeireiragoiana.com.br

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira roliça:
As madeiras roliças com diâmetro variável (tronco de
cone) devem ter o diâmetro de cálculo tomado a 1/3 do
topo e consideradas cilíndricas. (NBR 7190/97)

d max − d min
d = d min +
3

Pfeil e Pfeil, 2014

Prof. Gavassoni

29
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Madeira falquejada:
Obtida dos troncos com corte por machado: estacas,
cortinas cravadas, pontes.
O processo é simples, mas as partes laterais são
perdidas.
www.imperiumbrasil.com.br

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira falquejada:
Seção “retangular” de menor perda é um quadrado –
64% da área inscrita

Pfeil e Pfeil, 2014

Prof. Gavassoni

30
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Madeira falquejada:
Seção com maior módulo resistente – 60% da área
inscrita

Pfeil e Pfeil, 2014

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira serrada:
Mais comum, limitações geométricas e potenciais
defeitos de fabricação.
Abatimento na maturidade – cerne ocupa a maior
percentagem do tronco, e na estação seca.

O desdobramento deve ser feito o mais cedo possível


após o corte. Evitando efeitos de secagem,

Caso o corte se dê na estação chuvosa, deve-se deixar


as toras secar por algum tempo.

Prof. Gavassoni

31
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Madeira serrada:
Esquemas de corte:
Pfeil e Pfeil, 2014

O radial produz material mais homogêneo, mas é mais


caro, e menos usado. As toras, por restrições de
logística tem comprimento máximo entre 4 e 6 m.
Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira serrada:
Secagem e defeitos – dependem da posição
Pfeil e Pfeil, 2014
Secagem natural – empilhada com
separadores – em galpões ventilados. 1-
2 anos (macia) e 2-3 anos (dura)

www.madeireirafalsarella.com.br

Prof. Gavassoni

32
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Madeira serrada: Corte incluindo a medula

Piazza et al.,2014

Corte passando pela Corte da metade de um


medula tronco

Qual tem maior probabilidade de sofrer fissuração?


www.madeireirafalsarella.com.br

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Tensões tangenciais

empuxo

www.madeireirafalsarella.com.br

Prof. Gavassoni

33
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Madeira serrada: Corte incluindo a medula

1/3-1/4 da altura -> não


reduzir resistência
mecânica e ficar invisível
na obra

Chanfro de alívio de
fissuração

www.madeireirafalsarella.com.br

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira serrada:
Secagem artificial:
a) Ar quente controlando umidade e temperatura;
b) Deslocar a madeira por um túnel alongado, na qual
a temperatura do ar aumenta gradativamente
Tempo: 10 dias – 1 mês por polegada (2,54 cm) de
espessura.

www.zlsul.com.br
www.madeireirafalsarella.com.br

Prof. Gavassoni

34
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Madeira serrada:
Dimensões comerciais – bitolas nominais em cm (ou
polegadas)

Ex:

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira serrada:
Dimensões mínimas (NBR 7190/97) – evitar
fendilhamento e flexibilidade exagerada:
Vigas e barras
longitudinais de
treliças – exemplos
de peças principais.

www.madeireirafalsarella.com.br

Pfeil e Pfeil, 2014


Prof. Gavassoni

35
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Madeira compensada: Lâminas finas coladas
alternando o sentido (ortogonal) das fibras

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira compensada - Comportamento estrutural
melhor que madeira maciça no estado plano de
tensões (almas de vigas, chapas e placas).

Laminas de 1 a 5 mm são obtidas de toras ou peças


retangulares. Secas ao natural ou artificialmente.

Coladas sob pressão. Compensados estruturais


(sujeitos à intempéries) devem ser colados com cola
sintética.
As chapas tem 2,50 x 1,25 m e espessura de 4-30 mm

Prof. Gavassoni

36
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Vantagens da madeira compensada:
Dimensões maiores e menos defeitos.

Menor retração e inchamento (ortogonalidade das


fibras);
Resistência mais uniforme.

Menos trincas na cravação de pregos.

Principal desvantagem – preço elevado.

Fabricação

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira laminada e colada: Lâminas coladas sob
pressão formando vigas de seção retangular.

Lâminas (1,5 a 3 cm) coladas com fibras paralelas.

Pode-se colar as extremidades, formando peças com


grande comprimento.

Preparo: secagem em estufa, preparo (aplainar e serrar


nas dimensões necessárias), colagem sob pressão
(não alinhadas), acabamento.
Existem também as emendas dentadas (mais eficiente)

Prof. Gavassoni

37
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Madeira laminada e colada

madeiralaminadacolada.com

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira laminada e colada
www.woodworkmachine.com.pt

Prof. Gavassoni

38
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Vantagens da madeira laminada:

Dimensões maiores;
Melhor controle de umidade – menor retração;

Otimização das lâminas mais resistêntes em posições


de maiores tensões.

Peças curvas

Principal desvantagem – preço elevado.

Contra-flecha

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Contra-flecha

Prof. Gavassoni

39
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Contra-flecha

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Contra-flecha

Prof. Gavassoni

40
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Contra-flecha

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Contra-flecha

Prof. Gavassoni

41
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção

Prof. Gavassoni

42
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção

Ginásio, Richmond, British Columbia, Canada


www.architectural-review.com Prof. Gavassoni

43
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Madeira microlaminada e colada: Finas lâminas
coladas sob pressão formando vigas de seção
retangular.
Lâminas (1 a 5 mm) coladas com fibras paralelas.
Mais homogêneo e resistente que madeiras
compensadas e laminada.

Prof. Gavassoni

2.5 Madeiras de Construção


Madeira recomposta: Placas produzidas a partir de
resíduos de madeira serrada e compensada.

Em geral não são consideradas material estrutural –


propriedades mecânicas insuficientes.

Prof. Gavassoni

44
06/03/2015

2.5 Madeiras de Construção


Leitura recomendada:

Grelha da cobertura da biblioteca Paulo Freire, UNILA – Foz do Iguaçu, PR

Prof. Gavassoni

45

Você também pode gostar