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Romeu e Julieta-apreciação crítica

Introdução:

Romeu e Julieta é um clássico de William Shakespeare que à primeira vista podemos considerar uma história
de amor como outra qualquer, em que dois jovens se apaixonam e esse amor resulta em várias tragédias. Mas
este romance é muito mais do que isso. É uma história de um amor proibido cercada de vingança, ódio e tragédia.

Desenvolvimento:

A obra retrata o amor entre Romeu Montecchio e Julieta Capuleto, mas também o ódio existente entre estas
duas famílias.

Fazendo um breve resumo da história:

A história passa-se “na bela Verona” como se encontra descrito no prólogo e logo nas primeiras páginas descobrimos
que existe uma antiga inimizade entre duas importantes famílias da cidade, os Montecchio e os Capuleto. A rivalidade era
tanta que o próprio Príncipe de Verona resolve intervir e promete punir severamente as famílias em episódios futuro : - ”Se
daqui para diante, perturbardes nossas ruas de novo, vossas vidas pagarão pela quebra da paz”.(Ato I, Cena I).

Os jovens conhecem-se num grande baile de máscaras realizado pela família Capuleto, onde o patriarca quer
convencer Julieta, sua filha, a casar com Conde Páris. Romeu, que não havia sido convidado, decide aparecer no baile
com o objetivo de encontrar Rosalina, mulher por quem estava apaixonado, sendo esta uma paixão não correspondida. No
entanto, Romeo encontra Julieta, por quem se encanta graças à sua beleza rara: -“Como nívea pomba entre corvos,
assim aparece aquela dama no meio de suas companheiras [...] Porque até esta noite jamais conheci a verdadeira
beleza”.(Ato I, Cena V).

Os dois descobrem que são de famílias rivais depois do baile quando já estavam loucamente apaixonados um pelo
outro. Nascem então dois amantes condenados a um destino fatal pelas famílias a quem pertencem. É admirável a forma
como a obra “foge” a estórias de amor com o célebre “e viveram felizes para sempre”, sendo o expoente máximo do que a
palavra amor pode representar. Puro, Cru e nem sempre Feliz.

Do ponto de vista formal, nos textos dramáticos é característico a ausência da descrição dos espaços e das personagens,
de forma direta. Característica esta que se verifica nesta obra, o que considero um aspeto menos positivo, sendo por
vezes difícil perceber o estado emocional das personagens. Por outro lado, sem as descrições, a história flui mais
rapidamente.

Gostava de destacar a linguagem enriquecedora do autor que é capaz de tornar uma narrativa simples numa obra de
extrema importância literária, genial, fácil de compreender ainda que seja uma obra do século 16.

Ao longo dos cinco atos, deparamo-nos com falas aparentemente insignificantes onde se escondem mensagens
importantes e críticas à sociedade da época, que nos fazem muitas vezes esquecer que se trata de uma obra antiga,
devido ao seu conteúdo por vezes tão atual e recheado de uma dose agradável de ironia.

Ao longo da obra, vamos torcendo para que o final seja feliz, e os dois amantes se encontrem no amor, mas o desfecho é
trágico. Acontece a morte. A separação. E eis que no final somos surpreendidos pela Purificação, a Catarse em que os
personagens nos provocam sentimentos como a piedade e a comoção, gerada pela surpreendente união das famílias
rivais, trazida pela desgraça do destino.

Conclusão:

Finalizo assim referindo que, ainda que Romeu e Julieta seja uma obra com um final bem conhecido, este ex-libris de
William Shakespeare vale a pena ler pois não é só uma bela história com um desfecho trágico que se sublinham nesta
obra. Mas também as personagens complexas, diálogos bem conseguidos e críticas ainda atuais dos hábitos sociais.

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