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DISCIPLINA: Direito Administrativo

PROFESSOR: Júlio Marqueti


MATÉRIA: Atos Administrativos, Servidores Públicos e Intervenção na Propriedade Privada.

Indicações de bibliográficas:
 Constituição Federal

Leis e artigos importantes:


 Art. 5º, XI CF/88
 Art. 5º, XXV CF/88
 Art. 24, VII CF/88
 Art. 182 CF/88
 Art. 184 CF/88
 Art. 243 CF/88
 Lei. 8112/90
 Lei. 9784/99

Palavras-chave:

 Elementos dos atos administrativos, formas, atributos, retirada do ato administrativo,


anulação, revogação, motivo, cassação, caducidade, contraposição, servidores públicos,
intervenção na propriedade privada, tombamento, requisição administrativa, ocupação
temporária, desapropriação.

TEMA: ATOS ADMINISTRATIVOS, SERVIDORES PÚBLICOS E INTERVENÇÃO NA


PROPRIEDADE PRIVADA.

PROFESSOR: JÚLIO MARQUETI

 Elementos do ato administrativo:

Competência;
Objeto;
Motivo;
Finalidade;
Forma.

 Competência – para existir, é necessário que o ato emane de autoridade pública. Para
ser válido é imprescindível que seja prolatado pela autoridade a quem a lei atribui
competência para a prática do ato. Ela é um requisito vinculado. Não admite
discricionariedade.

Matéria: Direito Administrativo – Professor: Júlio Marqueti


 Objeto – além de lícito e possível, requisitos de qualquer ato jurídico, o objeto dos atos
administrativos deve ser também determinado, mesmo em se tratando de atos
discricionários. É o resultado prático, imediato do ato administrativo. No objeto admite-se
discricionariedade.
A pergunta é: O que aconteceu?

 Motivo – é toda situação de fato e de direito que leva à prática do ato. O motivo também
admite a discricionariedade.
A pergunta é: o porquê aconteceu?

Obs: motivação – é a exposição do motivo, ou seja, fundamentação, justificativa do motivo.

 Finalidade – Todo ato administrativo deve ter como fim a satisfação do interesse público e
não interesses exclusivos do administrador ou de terceiros. A ausência desse requisito leva
à nulidade por “desvio de finalidade” (ou desvio de poder), além de, em tese, configurar
improbidade administrativa por ofensa ao princípio da moralidade. O princípio que se
apresenta é o da “impessoalidade”, não se admite discricionariedade.
A pergunta é: Para quê?

 Forma – é o modo pelo qual ele se apresenta ao mundo, ou seja, como é que ele irá se
apresentar. A forma do ato administrativo é aquela prevista em lei, e em regra é escrito.

 Atributos ou qualidades do ato administrativo:

1) Presunção de legalidade, legitimidade e veracidade – os atos administrativos tem


presumidas:
a) sua realização em conformidade com a lei;
b) a verdade dos fatos que os ensejaram. Trata-se de presunção relativa, que pode ser
afastada por prova em contrário.

2) Imperatividade – significa que a administração está se valendo do seu direito de


império, é a possibilidade de se impor à terceiros sem a necessidade de sua concordância.

Obs: Não se encontra em todos os atos administrativos.

Ex: atestado do SUS (é declaratório).

3) Autoexecutoriedade – consiste na possibilidade da Administração Pública das eficácia


aos seus atos administrativos independentemente de recurso ao Poder Judiciário. Nem
todos os atos possuem autoexecutoriedade.


O (art. 5º, XI CF) – ele é muito ilustrativo, traz situações de autoexecutoriedade e
situações que não podem ocorrer a autoexecutoriedade.

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IX – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo, em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

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4) Executoriedade – é a intervenção com emprego de força chamada coação direta.

Obs: Imperatividade – é quando se cria obrigatoriedade.

5) Exigibilidade – é a coação pelos meios indiretos.

Ex: multa.

6) Tipicidade – é a adequação da conduta ao modelo definido em lei, ela é fruto do


“princípio da legalidade”.

 Retirada do ato administrativo:

1º) Anulação;

Motivo – ilegalidade do ato;


Sujeitos – é a administração pública exercendo a autotutela, ela agirá de ofício ou
mediante provocação. O judiciário também é sujeito quando provocado, uma vez que de
ofício não pode anular devido princípio da presunção.
Efeitos: Ex tunc, retroativo.

Obs: O Judiciário poderá anular o ato administrativo porque nós adotamos o sistema de
controle judicial ou de jurisdição única.
A retroatividade da anulação está intimamente ligada à presunção de veracidade,
legalidade do ato administrativo, ela só vai retroagir para apagar os atos que geraram
efeitos.

Art. 53 Lei 9784/99 - A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.

Art. 54 Lei 9784/99 - O direito da Administração de anular os atos administrativos de que


decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data
em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

§1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da


percepção do primeiro pagamento.
§2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.

Art. 55 Lei 9784/99 – Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.

2º) Revogação do ato administrativo – só se revoga ato legal e discricionário. Ato ilegal é
anulado.

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Motivo - juízo de oportunidade e conveniência, logo estamos diante do mérito
administrativo.
Sujeito - é somente a administração pública no exercício da autotutela.
Efeitos - Ex nunc, ultrativo.

Obs: A licença é ato vinculado e por isso não pode ser revogada, mas não impede a sua
retirada e está não será por revogação.

 Outras Formas de retirada do ato:

Cassação - Decorre de uma ilegalidade superveniente praticada pelo beneficiário do ato.

Caducidade - decorre do ato legal (lei) que se contrapõe ao ato anteriormente editado.

Contraposição – é a retirada decorrente da edição de um ato concreto que atinge


diretamente o ato anterior.

Ex: exoneração – em relação à nomeação.

 Lei. 8112/90 – Servidores Públicos;

 Atos de provimento – (art. 8.º) - podem se classificar: Originário e Derivado.

Art. 8.º - São formas de provimento de cargo público:

I – nomeação;
II – promoção;
III e IV – Revogados;
V – readaptação;
VI – reversão;
VII – aproveitamento;
VIII – reintegração;
IX – recondução.

Obs: Provimento – é o ato de preenchimento no cargo público.

Posse – é o ato de investidura.



 Derivado – serão divididos em 3 (três):

a) Horizontal – readaptação – não é fruto da estabilidade;


b) Vertical – promoção – porque pressupõe uma estrutura de carreira;
c) Por ingresso – atos de provimento, são eles:

1) Reversão – é o retorno do aposentado. Que pode ser de 2 (duas) maneiras:

Por invalidez – é vinculada;


No interesse da administração - porém uma das condições é ser estável, é
discricionária.

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Link para ser lembrado – VE - VELHINHO

2) Reintegração – é o retorno, a reinvestidura do demitido ilegalmente.

Link para ser lembrado – IN – INVALIDAÇÃO DA DEMISSÃO

3) Recondução – ela ocorre:

Com a inabilitação no estágio probatório de novo cargo. Ela pressupõe que o sujeito
seja estável;
Reintegração do anterior ocupante.

Link para ser lembrado – CO – SUJEITO COMPLACENTE

4) Aproveitamento – é o retorno obrigatório daquele que está em disponibilidade.

LEITURA IMPORTANTE!

Artigos: (123 ao 133 da Lei. 8112/90) – Regime disciplinar

 Intervenção na propriedade privada;

 Domínio eminente – o Estado pode subjugar a sua vontade todos os bens que estão no
seu território, é fruto da sua soberania, pode ser:

Supressiva - fala da desapropriação;

Restritiva - tombamento, requisição, ocupação, limitação, servidão.

 Tombamento – é uma limitação do direito de propriedade que recai sobre o bem – Decreto
Lei. 25/37; É um ato Discricionário (Procedimento); Não tem indenização.

Objetivo: proteção patrimônio (artístico, histórico, cultural).


Objeto: Moveis e imóveis, públicos.
Competência legislativa – Concorrente da: União, Estados e Distrito Federal, (art. 24 VIII,
CF/88), O Município tem competência material previsto no (art. 30, IX CF/88).

Obs: Não retira a propriedade

Art. 24 – Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente


sobre:
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
calor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Art. 30 – Compete aos Municípios:


IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a
ação fiscalizadora federal e estadual.

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 Requisição administrativa – (art. 5º, XXV CF/88) - ocorre em situação de perigo iminente,
onde a administração pública irá utilizar-se do bem. A indenização será ulterior se houver
dano, é uma medida autoexecutória.

Art. 5º XXV CF - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

 Ocupação Temporária – decorre de juízo de oportunidade e conveniência, haverá


necessidade de justificativa, onde irá gerar o direito à indenização se houver dano.

Ex: Ocupação de bens privados para obras públicas – Decreto Lei. 3.365/41 (art. 36); Art.
58, V Lei. 8666/93.

 Desapropriação – (art. 5º XXIV CF/88) - decorre da utilidade pública e interesse social


podendo recai sobre bens moveis ou imóveis, urbanos ou rurais.

Sujeitos: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.


Indenização: deve ser justa, previa e em dinheiro.

Obs: Município pode desapropriar bens da zona rural, desde que não seja de reforma
agrária.

A desapropriação é um procedimento bifásico:

1ª) Vai até a declaração de utilidade pública, interesse social ou de necessidade pública;

2ª) Administrativamente, ou judicial à depender da hipótese.

Obs: Tredestinação – é a destinação diversa daquela contida no ato de desapropriação. A


doutrina diz que existem 2 (dois) tipos de tredestinação: Lícita e Ilícita.

Lícita – não surge o direito de retrocessão, ou seja, não pode reaver o bem;

Ilícita – permite o exercício da retrocessão, que é a ação para reaver o bem.

LEITURA IMPRESCINDÍVEL!!!!

Artigos: (5º XXIV CF/88, 182 CF/88, 184 CF/88 e 243 CF/88).

Art. 5º XXIV CF - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade


ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.

Art. 182 – A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.

§4º – É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;

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II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.

Obs: Desapropriação por interesse social – tem caráter sancionatório, logo haverá
indenização em forma de título da dívida pública, resgatáveis até 10 anos, sendo o sujeito
apenas o município, tendo como objeto o imóvel urbano não edificado, subutilizado e não
utilizado.

Art. 184 CF - Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa
indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real,
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja
utilização será definida em lei.

§1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.


§2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária,
autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito
sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como
o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

Art. 243 CF – As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na
forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação
popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do


tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será
confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.

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