deixando as cercas a cidade a eletri as cercas elétricas pisava o deserto a

cortina de renda o vento que é franja que é cassino que é sereia e será
caminhava um domingo chamado uruguay galpão de amor de loucura e de
mate
eu já conhecia todos os conselhos e conhecia todas as desculpas para não
segui-los (eu não sabia ainda se era vítima ou réu de parricídio no caso das
minhas palavras que me atacavam, fiz disso um novelo uma novela, eu já
não caminhava, eu rodava na areia)
e mijava as coisas mais bonitas e necessárias
como nasce um ser nasce um pão nasceparação
profecias engarrafadas de cartas e amantes a regularização da condição
migratória café com torta frita
as macelas cantavam eduardos as carquejas mateo y darnauchans
eu mijava passas de uva que viravam panetone em noite pobre de
tacuarembó e uma bem escurinha grudava acima do teu lábio e dizia as
coisas mais lindas e necessárias como uma pessoa morre e mija e funciona
e faz no fundo da vontade dentro do sigilo fora do círculo em brilho
estranho ao mar os anos do meu vô despencavam como cebolas de um
caminhão