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10ºANO
Professora: Lurdes Augusto
Época - 1524 (?) - 1580
Crítica à vã
Contra a cobiça e Glória, ao desejo
as desigualdades de Fama e à
Linha moral cobiça.
Contra a
Elogio da degeneração da
experiência nobreza e ainda
O Poder do amor contra a
adulação
As características da epopeia:
• A epopeia é um género narrativo em verso;
•é um género narrativo e que exige a presença de uma ação, desempenhada por personagens num
determinado tempo e espaço.
• visa celebrar feitos grandiosos de heróis fora do comum reais ou lendários.;
• tem pois sempre um fundo histórico;
• funciona como um exemplo universal;
•PRESENÇA DE MITOLOGIA GRECO-LATINA - contracenando heróis mitológicos e heróis humanos.
• O estilo é elevado e grandioso e possui uma estrutura interna própria:
- PROPOSIÇÃO - em que o autor apresenta a matéria do poema;
- INVOCAÇÃO – pedido de inspiração às musas ou outras divindades e entidades míticas protetoras das
artes;
- DEDICATÓRIA - em que o autor dedica o poema a alguém (facultativa);
- NARRAÇÃO - a ação inicia-se já no decurso dos acontecimentos (“in media res”), sendo a parte inicial
narrada posteriormente num processo de retrospetiva, “flash-back” ou “analepse”;
• Tem uma estrutura externa própria ( no caso de Os Lusíadas):
- Divisão em dez cantos
- cada canto dividido em estâncias
- cada estância com oito versos
- cada verso com dez silabas métricas - decassilabos Ver silabas
métricas
A narrativa organiza-se em quatro planos:
Plano da viagem - A viagem de Vasco da Gama de Lisboa até à Índia.
Saída de Belém, paragem em Melinde e chegada a Calecut e por fim, regresso a Lisboa
• e, por último, todos aqueles que pelas suas obras valorosas “se vão da lei da morte
libertando”, todos aqueles que mereceram e merecem a “imortalidade” na memória
dos homens.
A proposição aponta também para os “ingredientes” que constituem os quatro planos
do poema:
Conta o Mito que, após a vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos de Urano, conhecidos como
titãs, foi solicitado a Zeus que se criassem divindades capazes de cantar a vitória e perpetuar a glória
dos Olímpicos.
Zeus então partilhou o leito com Mnemósine, a deusa da memória, durante nove noites consecutivas e,
um ano depois, Mnemósine deu à luz nove filhas num lugar próximo ao monte Olimpo. Criou-as ali o
caçador Croto, que depois da morte foi transportado, pelo céu, até a constelação de Sagitário.
As musas cantavam o presente, o passado e o futuro, acompanhados pela lira de Apolo, para deleite
das divindades do panteão. Eram, originalmente, ninfas dos rios e lagos. O seu culto era originário da
Trácia ou em Piéria, região a leste do Olimpo, de cujas encostas escarpadas desciam vários rios
produzindo sons que sugeriam uma música natural, levando a crer que a montanha era habitada por
deusas amantes da música. Nos primórdios, eram apenas deusas da música, formando um maravilhoso
coro feminino. Posteriormente, suas funções e atributos diversificaram-se.
As suas moradas, normalmente estavam situadas próximas das fontes e riachos, ficavam na Pieria,
leste do Olimpo (musas pierias), no monte Helicon, na Beócia (musas beócias) e no monte Parnaso em
Delfos (musas délficas). Nesses locais dançavam e cantavam, acompanhadas muitas vezes de Apolo
(líder das musas). Eram bastante zelosas da sua honra e puniam os mortais que ousassem presumir
igualdade com elas na arte da música.
O coro das musas tornou o seu lugar de nascimento um santuário e um local de danças especiais.
Também frequentavam o monte Hélicon, onde duas fontes, Aganipe e Hipocrene, tinham a virtude de
conferir inspiração poética a quem bebesse as suas águas. Ao lado das fontes, faziam graciosos
movimentos de uma dança, com os seus pés incansáveis, enquanto exibiam a harmonia de suas vozes
cristalinas.
Anáfora - é uma figura de estilo que Mod.
consiste em repetir a mesma palavra Metáfora –
ou expressão apositivo Perífrase dar coragem
Invocação estrofes 4-5 Apóstrofe inspira a
vontade e a
ação
E vós, Tágides minhas, pois criado
Invocar significa apelar, pedir, suplicar.
Tendes em mi um novo engenho ardente Daí a presença do Imperativo.
Se sempre, em verso humilde, celebrado
Foi de mi vosso rio alegremente, Nestas estrofes, Camões dirige-se às
Tágides, as ninfas do Tejo, pedindo-lhes
Dai-me agora um som alto e sublimado que o ajudem a cantar os feitos dos
Um estilo grandíloco e corrente, portugueses de uma forma sublime.
Por que de vossas águas Febo ordene Até aí apenas usou a inspiração na
Que não tenham enveja às de Hipocrene. humilde lírica, mas agora precisa de
uma inspiração superior.
Dai-me hua fúria grande e sonorosa, O estilo da epopeia aparece aqui descrito:
E não de agreste avena ou frauta ruda, “alto e sublimado”
”Um estilo grandíloco e corrente.“
Mas de tuba canora e belicosa,
“fúria grande e sonorosa”
Que o peito acende e a cor ao gesto muda. “tuba canora e belicosa”
Dai-me igual canto aos feitos da famosa “Que se espalhe e se cante no Universo”
Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
-“Que se espalhe e se cante no Universo, Se
Que se espalhe e se cante no Universo tão Sublime preço cabe em verso” Ou seja,
Se tão sublime preço cabe em verso. Camões quer que a mensagem se espalhe e
que cante ao universo os feitos dos
Conjunção Imperativo portugueses
subordinativa
condicional
Dedicatória
Canto I, est. 6-18, é o oferecimento do poema a D.
Sebastião, que encara toda a esperança do poeta,
que quer ver nele um monarca poderoso, capaz de
retomar “a dilatação da fé e do império” e de
ultrapassar a crise do momento.
- nunca se interessou pelo povo, nunca reuniu cortes nem visitou o País, só
pensando em recrutar um exército e armá-lo, pedindo auxílio a Estados
estrangeiros, contraindo empréstimos a arruinando os cofres do reino, tendo o
único fito de ir a África combater os mouros.
- ver:: http://ensina.rtp.pt/artigo/d-sebastiao-1554-1578/#sthash.LRDQ0veF.dpuf
Dedicatória estrofes 6-8
Metáfora e Apóstrofe : Vós, tenro e novo ramo florecente”,
E vós, ó bem nascida segurança -“E vós” 6estrofe-1linha: A D.Sebastião
Da Lusitana antiga liberdade,
E não menos certíssima esperança -“Maravilha Fatal da Nossa Idade”: Elogio a D.Sebastião
9
Inclinai por um pouco a majestade
Que nesse tenro gesto vos contemplo,
Perífrase - morte
Que já se mostra qual na inteira idade,
Quando subindo ireis ao eterno templo;
Os olhos da real benignidade
Ponde no chão: vereis um novo exemplo
De amor dos pátrios feitos valerosos,
Em versos divulgado numerosos.
. Camões refere que
escreverá não para ser
10 reconhecido, pois é
11
Ouvi, que não vereis com vãs façanhas, . O que irá ser
Imperativo
Fantásticas, fingidas, mentirosas, contado é verdade
Louvar os vossos, como nas estranhas e não fantasia
Musas, de engrandecer-se desejosas: como acontece em
As verdadeiras vossas são tamanhas alguns casos;
Que excedem as sonhadas, fabulosas, . O que se vai
Anáfora
Que excedem Rodamonte e o vão Rugeiro contar excede o
E Orlando, inda que fora verdadeiro. que já foi contado.
.
12 - Nuno Álvares Pereira – líder militar
Júpiter decide ajudá-los, pois considera que os portugueses, pelos seus feitos passados,
são dignos de tal ajuda.
Baco, pelo contrário, não queria que os portugueses fossem para a Índia, com medo
de perder a sua fama no Oriente.
Vénus apoia Júpiter, pois vê refletida nos portugueses a força e a coragem do seu filho
Eneias e dos seus descendentes, os romanos. Vénus defende os portugueses não só por se
tratar de uma gente muito semelhante à do seu amado povo latino e com uma língua
derivada do Latim, como também por terem demonstrado grande valentia no norte de
África. Sabe ainda que será louvada onde os portugueses tiverem sucesso.
Marte - deus defensor desta gente lusitana, porque o amor antigo que o ligava a Vénus o
leva a tomar essa posição e porque reconhece a bravura deste povo. Marte consegue
convencer Júpiter a não abdicar da sua decisão e assim, os portugueses serão recebidos
num porto amigo. Pede a Mercúrio - o Deus mensageiro - que colha informações sobre a
Índia, pois começa a desconfiar da posição tomada por Baco.
Este consílio termina com a decisão favorável aos portugueses e cada um dos deuses
regressa ao seu domínio celeste.
. Tenta ainda desviar a frota para Mombaça, onde Vasco da Gama acredita que
poderá encontrar nativos com a fé cristã;
. Mais uma vez Baco intriga o rei, mais uma vez Vénus protege os portugueses;
. Plano do Poeta
103
Estava a ilha à terra tão chegada,
Que um estreito pequeno a dividia;
Uma cidade nela situada, Localização e descrição da
Que na fronte do mar aparecia, cidade de Mombaça
De nobres edifícios fabricada,
Como por fora ao longe descobria,
Regida por um Rei de antiga idade:
Mombaça é o nome da ilha e da cidade.
Mar Português
O homem do leme
O projecto para o caminho marítimo para a Índia foi
delineado por D. João II como medida de redução dos
custos nas trocas comerciais com a Ásia e tentativa de
monopolizar o comércio das especiarias. A juntar à cada
vez mais sólida presença marítima portuguesa, D. João
almejava o domínio das rotas comerciais e expansão do
reino de Portugal que já se transformava em Império.
D. João II - 3 de Maio
de 1455 – Alvor, 25 de Porém, o empreendimento não seria realizado durante o
Outubro de 1495 seu reinado. Seria o seu sucessor, D. Manuel I que iria
designar Vasco da Gama para esta expedição, embora
mantendo o plano original.
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Partiram da ermida de Nossa
Perífrase:
Belém S. de Belém.
Partimo-nos assim do santo templo
Que nas praias do mar está assentado,
Apóstrofe: Que o nome tem da terra, para exemplo,
Rei de Donde Deus foi em carne ao mundo dado. Apóstrofe ao rei de Melinde,
Melinde Certifico-te, ó Rei, que se contemplo recordando a dúvida e o
Como fui destas praias apartado, receio que sentira, mas que
Apresentação do Cheio dentro de dúvida e receio, tentara disfarçar.
estado de espírito Que apenas nos meus olhos ponho o freio.
de Vasco da
Gama
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Apresentação do
estado de espírito
A gente da cidade aquele dia, No dia da partida, havia
das gentes
(Uns por amigos, outros por parentes, muitos presentes
Outros por ver somente) concorria, descontentes/ infelizes.
Saudosos na vista e descontentes.
E nós coa virtuosa companhia A comitiva fez-se
acompanhar de religiosos em
De mil Religiosos diligentes,
procissão.
Em procissão solene a Deus orando,
Para os batéis viemos caminhando.
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