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O Meio Ambiente e o Consumo Sustentável: Alguns Hábitos


que Podem Fazer a Diferença*

Cíntia Panarotto**

SUMÁRIO: 1.Considerações iniciais – 2.O crescimento das


populações humanas - 3. A população e o consumo exagerado
– 4.O desenvolvimento sustentável – 5. A ética e o consumo – 6.
O papel da educação na mudança de paradigma da sociedade
atual – 7.Como evitar o desperdício e ser um consumidor
consciente; 7.1.Consumo de água; 7.2. Geração de resíduos
sólidos; 7.3. Energia – 8.Outros hábitos que contribuem para o
consumo responsável – 9.Considerações finais – Referências
bibliográficas.

1. Considerações iniciais

A questão voltada ao meio-ambiente surgiu de forma explosiva há


aproximadamente três décadas. A percepção dos efeitos globais do consumo
excessivo de recursos naturais, queima de combustíveis, explosão
demográfica começou a motivar a opinião pública, particularmente, após a
Reunião de Estocolmo, em 1972, apoiada pela Organização das Nações
Unidas pela Educação Ciência e Cultura (Unesco) e pela ECO 92, realizada
no Rio de Janeiro. Em 2006, foi realizado no Japão, a assinatura do Protocolo
de Kioto, por diversos países. Este último trata-se de um relatório, com fins de
conscientização, a respeito das causas e efeitos do aquecimento global,
gerado pelo consumo excessivo e outros problemas relacionados com o meio

*Artigo científico confeccionado a convite do PROCON Caxias do Sul, através do ofício


n.62/2007 destinado à Revista das Relações de Consumo a ser publicada na Semana
do Consumidor 2008.
** Pesquisadora do Núcleo de Pesquisas, Estudos e Educação do PROCON Caxias do
Sul, com formação acadêmica em Ciências Biológicas pela Universidade de Caxias do
Sul e Mestrado em Biotecnologia pela mesma Instituição.
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ambiente1.
Na grande maioria dos casos, a sociedade contemporânea apresenta
uma visão distorcida do chamado “desenvolvimento”. Os defensores deste
“desenvolvimento” acreditam que qualquer proposta que restrinja suas
atividades, fará com que a sociedade regrida. Como exemplo, cita-se um
grande empresário que encontra na industrialização a única fonte possível de
renda e emprego. Esta é apenas uma das fontes 2,3.
Ressalta-se que a questão não está em impedir a industrialização e o
desenvolvimento de um país e do mundo. A verdadeira incompatibilidade,
situa-se entre a preservação ambiental e o exagero como o consumo
insustentável e o acúmulo previlegiado de riquezas. O desenvolvimento não
se faz apenas acumulando riquezas. A saúde da população e local em que
vivemos, o chamado meio ambiente, devem possuir qualidade.
Com relação aos atuais problemas socioambientais existe essa
lacuna fundamental entre o ser humano e a natureza. É preciso reconstruir
nosso sentimento de pertencer à natureza, a esse fluxo de vida de que
participamos. Essa mudança de pensamento se dá através da educação
ambiental e educação para o consumo, da informação e da mudança de
pequenas atitudes, descritas a seguir. Com isso, será possível tomar
consciência de que, por meio da natureza, reencontramos parte de nossa
própria identidade humana.4,5

2. O crescimento das populações humanas

Ao final do século XVIII, Thomas Robert Malthus, afirmou que as


populações tendem a crescer em progressão geométrica enquanto a
produção de alimentos cresce em progressão aritmética. Segundo esta teoria,

1 BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. 26 ed. São Paulo: Editora
Moderna. Coleção Polêmica, 1997, p.5.
2 BRANCO, op. cit., p.5-6.
3 GOMES, Daniela Vasconcellos. Educação para o consumo sustentável. Rev.
Eletrônica. Mest. Educ. Ambient.,Porto Alegre, v.16, jan/jun 2006, p.18.
4 BRANCO, op, cit.,p.6.
5 SAUVÈ, Lucie. L'éducation relative à l'environnement. Educ. Pesqui., São Paulo, n.2,
v.31, may/aug, 2005, .p. 317.
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as populações se extinguiriam. Isso não acontece porque existem alguns


bloqueios que regulam o crescimento populacional: os positivos como a
pobreza, a subalimentação, doenças e os preventivos, como o controle de
natalidade, métodos anti-consepcionais, etc. Entretanto, esses bloqueios vem
sendo atenuados por avanços científicos, tecnológicos e medicinais, por uma
série de medidas de caráter social, entre outros fatores.
O crescimento constante das populações vem gerando grande
problemática ao meio-ambiente, pois quanto maior é a população humana,
maior é o consumo de alimentos e recursos naturais. Além disso, o consumo
excessivo gera grande quantidade de resíduos sólidos, que não possuem
destino definido dando origem a lixões e aterros que não portam condições
para seu armazenamento. A excessiva demanda de alimentos, moradia,
energia, produção industrial e transporte acarreta alto impacto ambiental.
Impacto ambiental pode ser definido como um choque causado por obra
humana ou até mesmo natural que causa uma desarmonia e desequilíbrio ao
ambiente.
Uma das grandes intempéries da civilização moderna, industrial e
tecnológica é que essa civilização, ainda depende, mesmo que em termos
globais , da natureza 6.

3. A população e o consumo exagerado

Pode-se afirmar que o rápido crescimento populacional em todo o


mundo causa uma necessidade muito grande de bens de consumo. A cada
momento, surgem novos modelos, novas tecnologias, novos produtos, sempre
aumentando o consumismo.
O consumo excessivo, por sua vez, gera desperdício. Existe uma
diferença entre o consumo por necessidade e aquele de significado simbólico.
O consumo de significado simbólico é aquele pelo qual o cidadão tende a
desejar sempre um novo modelo de aparelho ou produto sem ter em vista a
sua real finalidade. Cita-se como exemplo, um telefone celular que tem como

6 BRANCO, op. cit., p.6.


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fim, efetuar e receber ligações. No entanto, existem diversos modelos, cada


vez mais modernos, mais avançados e que desempenham não só a sua
função principal, mas também inúmeras outras. Juntamente com a mídia e a
publicidade, as empresas “criam necessidade” destes bens, induzindo o
cidadão ao consumo, muitas vezes, desnecessário. De acordo com Branco
(2002)7:

O consumismo é um processo eticamente condenável, pois faz


com que as pessoas comprem mais do que realmente
necessitam. Por meio de complexos sistemas de propaganda,
que envolvem sutilezas psicológicas e recursos espetaculares,
industriais e produtores induzem a população a adquirir sempre
os novos modelos de carros, geladeiras, relógios, calculadoras
e outras utilidades, lançando fora o que já possuem.

Organizações internacionais não governamentais calcularam que a


extrapolação das taxas de consumo em países desenvolvidos alcançaram
índices, que serão necessários 3 planetas Terra para satisfazer o
consumismo8.
O consumismo exagerado, somado ao aumento populacional no
globo terrestre, faz com que existam cada vez mais grandes indústrias. Estas,
por sua vez, consomem grande quantidade de energia elétrica e matérias-
prima, gerando grandes quantidades de lixo, causando enormes impactos
ambientais. Além disto, ocorre um esgotamento de recursos não-renováveis,
aqueles que uma vez consumidos não podem ser repostos, como o petróleo e
os minérios.
O crescimento populacional leva a um grande crescimento industrial
e conseqüentemente a um crescimento das cidades, acarretando poluição9.
É inegável que a sociedade contemporânea vê o processo de
industrialização como um processo positivo, uma vez que gera
desenvolvimento econômico e social, e neste contexto pode ser realmente
vista como tal. A grande problemática diz respeito aos recursos naturais que
são utilizados como se fossem infinitos e a falta de preocupação com os
7 BRANCO, op. cit., p.44.
8 SAUVÈ, op. cit., p.318.
9 BRANCO, op. cit., p.17-18.
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impacto ambiental que é gerado. Uma ótima solução para este problema pode
ser encontrada na educação, que diante desta concepção pode mudar o atual
paradigma da sociedade atual com o conceito de desenvolvimento
sustentável, que será descrito posteriormente10.
Existe uma informação popular de que as cidades são ecossistemas
urbanos. Entretanto, para ser um ecossistema é necessário que ele seja
auto-suficiente. Isto que dizer que deve possuir uma fonte primária - ou
produtores - representada pelas plantas que tem a função de produzir
energia. Deve possuir também uma fonte secundária, representada pelos
animais - os consumidores - que consomem a energia produzida pelas
plantas, gerando excrementos. Por fim, estes excrementos são decompostos
por bactérias e outros microrganismos - os decompositores - que geram
componentes essenciais para a vida das plantas.
Conforme texto escrito por Branco (2002)11,
A cidade corresponde simplesmente à etapa consumidora do
sistema. Ela não canaliza o fluxo de energia, pois recebe
elementos químicos, organizados de forma orgânica, de fora.
Da lavoura vem os vegetais, e da pecuária, a carne, o leite e
outros produtos para o consumo alimentício, das florestas, a
madeira; das áreas de mineração toda a fonte de matérias-
primas. Sobretudo, não há reciclagem, não há retorno desses
componentes químicos, uma vez que os resíduos da cidade são
soterrados em aterros sanitários de lixo ou simplesmente
lançados ao solo, aos rios na forma de esgoto, e na atmosfera,
na forma de gases, fumaças e poeiras.

Pode-se constatar, diante desta problemática, que o consumo


exagerado causa poluição dos rios, do solo e do ar. Afirmar que um
ecossistema está poluído é o mesmo que dizer que ele está alterado em sua
composição e estrutura por materiais que o ambiente não é capaz de
assimilar12.
Diante de tal situação, o grande desafio é que todo cidadão passe a
pensar seriamente na necessidade de reciclar, adotar um novo estilo de vida e
de padrões de consumo. Esta missão é um dever de todos: do cidadão, do

10 GOMES, op. cit., p.19.


11 BRANCO, op. cit.., p.18.
12 BRANCO, op. cit., p.39-40.
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governo e das empresas. Surge então, o conceito de desenvolvimento


sustentável que apareceu pela primeira vez durante a Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992 no Rio de
Janeiro13.

4. O desenvolvimento sustentável

Uma das questões mais abordadas relacionadas ao meio-ambiente é


a do desenvolvimento sustentável, uma forma de desenvolvimento econômico
que prega que se deve atender às necessidades do presente sem
comprometer as gerações futuras14,15.
O desenvolvimento sustentável não diz respeito a abandonar o
consumo para preservar os recursos naturais, o que seria totalmente inviável
na sociedade atual, mas sim de mudar hábitos e padrões de consumo e
produção para suprir as necessidades da população, como moradia,
educação, saúde e alimentação, mas também diminuir o desperdício e o
consumismo desenfreado16.
A educação para o consumo sustentável tem papel fundamental na
mudança do paradigma antropocêntrico que prega que o desenvolvimento
econômico é mais importante. O grande desafio deste tipo de
desenvolvimento é a busca do equilíbrio entre a preservação ambiental e a
economia de um país. A dominação e extrapolação devem dar espaço ao
zelo, o cuidado e a responsabilidade.
Gomes (2006)17, relata em seu artigo:

13 ASSOCIAÇÃO CIVIL ATERNATIVA TERRA AZUL.O que é consumo sustentável?


Fortaleza: TERRA AZUL, 2005.
14 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL-INMETRO e INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
– IDEC. Meio Ambiente e Consumo.Brasília:INMETRO/IDEC, 2002. (Coleção Educação
para o Consumo Sustentável), p.8-9.
15 GOMES, op. cit., p.20.
16 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL-INMETRO, op. cit., p.8-9.
17 GOMES, op. cit., p.21.
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O paradigma antropocêntrico faz com que o crescimento


econômico seja visto como a solução de todos os problemas. A
questão é que a economia está interligada aos demais
subsistemas e é dependente da biosfera finita que lhe dá
suporte. Assim, a economia não é um sistema fechado, e todo o
crescimento econômico afeta o meio ambiente e é por ele
afetado, já que economia e meio ambiente são um sistema
único e conseqüentemente interagem. Deste modo, é preciso
mudar a trajetória do progresso e fazer uma transição para a
economia sustentável, para que o futuro do planeta não reste
comprometido.

A sustentabilidade existe para garantir uma melhor qualidade de vida


para todas as gerações futuras, combinando interesses ecológicos, sociais
oferecendo oportunidades de negócios para empresas que possam melhorar
a vida das pessoas e do mundo. Branco (2002)18, relata que:

(...) desenvolvimento sustentável, ou desenvolvimento auto-


sustentado, é obtido de forma compatível com a preservação
dos recursos naturais de um determinado país. Em outras
palavras, trata-se de um desenvolvimento não-predatório...
Aconselha-se o planejamento de um país ou região, baseado
em um levantamento de todas as suas necessidades,
comparando-as com todas as suas potencialidades, isto é, com
sua capacidade de fornecimento dessas necessidades, de
forma sustentável, sem desgastes, obedecendo à sua
capacidade e velocidade de renovação ou reciclagem natural.

Outra grande importância do desenvolvimento sustentável é a


questão preventiva. Se assim ocorresse, não ocorreriam tantos gastos com
medidas corretivas ambientais que são um tanto onerosas. Estima-se que nos
Estados Unidos são investidos cerca de 400 dólares per capita, por ano, com
a preservação ambiental19.
Neste contexto, pode-se levantar a questão do consumo sustentável,
que segue a mesma linha de pensamento citada anteriormente quando se
conceituou o desenvolvimento.
O consumo sustentável tem como objetivo a preservação do meio
ambiente de modo que o consumidor também é responsável, repensando as

18 GOMES, op. cit., p.21-22.


19 BRANCO, op. cit., p. 93.
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atitudes da empresas que fabricam os produtos, as reais necessidades de


consumo, evitando o desperdício e a produção excessiva de resíduos sólidos.
Além das questões ambientais o consumo sustentável também leva em
consideração a questão das desigualdades sociais, a publicidade que cria
necessidade com relação a produtos nem tão essenciais assim, além da
saúde e segurança do consumidor20.
O consumidor deve ser incentivado a fazer com que seu ato de
consumo seja, também, um ato de cidadania. Cada cidadão deve analisar o
que consome e fazê-lo de modo que a coletividade atual ou futura não seja
prejudicada. Neste caso deve haver uma maior conscientização através da
informação e da educação. Deste modo, a sociedade não mais compactuará
com empresas não éticas, que não tem preocupação clara com o meio
ambiente, que explorem o trabalho infantil e escravo e que respeitem as leis
trabalhistas e ambientais21.

5. A ética e o consumo

Os hábitos de consumo refletem diretamente na atitude das


empresas. O consumo consciente faz com que a responsabilidade social e
empresarial aumentem significativamente. Para a empresa conquistar e
manter uma boa imagem no mercado, não basta apenas prestar bons
produtos ou serviços e pagar seus tributos. Necessita também ter consciência
ética e ambiental22.
Em países onde as desigualdades sociais são evidentes, como no
Brasil, a questão da ética no consumo é bastante abordada. Ética é uma
palavra difícil de conceituar. No entanto a sua etimologia grega diz respeito a
fazer o bem. Por isto, pode-se relacionar ética com o bem coletivo em
detrimento ao bem próprio23.

20 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA E NORMALIZAÇÃO DE QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO, op. cit., p.44.
21 BRANCO, op. cit., p.44.
22 SAUVÈ, op. cit., p.320.
23 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL - INMETRO e INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
140

Uma empresa considerada ética, na sociedade atual, é aquela que,


além de prestar bom serviços, fornecer bons produtos e pagar seus impostos,
também leva em consideração as questões sociais e o respeito à legislação.
Cita-se como questões sociais que devem ser respeitadas, a exploração do
trabalho infantil e escravo, boas condições de trabalho para seus funcionários,
respeito ao meio ambiente, condições adequadas de segurança, entre
outras24.
No que diz respeito ao consumo, o INMETRO (2002)25, afirma que:

Comprar eticamente significa que o consumidor faz suas


escolhas de compra de forma consciente, recusando produtos e
serviços produzidos que não atuam de forma ética na sociedade
– ou seja, não respeitam leis de proteção ao consumidor, ao
meio ambiente, trabalhistas, entre outras.

Para consumir com ética é necessário que o consumidor procure


informação a respeito do produto que está comprando. Estas informações
podem ser obtidas no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da
própria empresa, nos Órgãos de Defesa do Consumidor e em outras
associações de consumidores.
Outra questão fundamental para que a empresa seja ética é o
cumprimento do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Este assegura
todos os direitos básicos do consumidor em seu art. 6O, como a saúde e
segurança do consumidor, a informação e educação, a proteção contra
publicidade abusiva e enganosa, entre outros. O CDC também protege o
consumidor contra práticas e cláusulas contratuais abusivas, além de
assegurar que os produtos viciados seja substituídos ou ressarcidos.
Segundo o INMETRO (2002)26:

– IDEC. Direitos do consumidor /Ética no consumo. Brasília: INMETRO/IDEC, 2002.


(Coleção educação para o consumo sustentável), p.56.
24 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL – INMETRO, op. cit., p.56.
25 Idem, 24.
26 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL – INMETRO, op. cit., p.58.
141

(...) empresas que desrespeitam a lei, adulterando instrumentos


de medição – balanças, bombas de combustível, taxímetro, ou
falseando as informações de peso, metragem e quantidades
anunciadas na embalagem dos produtos nunca poderão ter a
pretensão de se denominar socialmente responsáveis ou éticas.

A preservação do meio ambiente e o cumprimento da legislação


direcionada a este assunto também é levada em conta. Neste contexto, as
empresas que minimizam as agressões ambientais, economizam energia e
água, desenvolvem produtos ou embalagens recicláveis, retornáveis ou
biodegradáveis, são consideradas éticas.
Infelizmente, ainda existem cidadãos que acreditam que o cuidado
de não poluir o ambiente é da empresa. Além disso, nem sempre esta
questão é vista como um diferencial na hora de optar por outro fabricante.
O consumidor deve dar preferência às empresas que não explorem o
trabalho infantil e escravo, e também que tenham preocupação com o meio
ambiente, que desenvolvam e apóiem campanhas e projetos educativos
voltados para os seus empregados e para a comunidade.
O consumidor deve também reclamar seus direitos sempre que se
sentir lesados ou ameaçado em seus direitos, não compactuar com a
ilegalidade, não consumindo produtos ilícitos ou piratas, entre outras ações27.

6. O papel da educação na mudança de paradigma da sociedade atual

Segundo Gomes (2006)28, existe uma grande crise na educação, que


tem suas causas no modelo capitalista atual. Dá-se mais valor ao “ter” do que
ao “ser”. O consumismo desenfreado, a falta de preocupação como o ser
humano e a falta de análise crítica são problemas evidentes entre os jovens.
Além disso a mídia e a publicidade incitam o consumidor a ter sempre um
produto novo, jogando fora o anterior e assim aumentando a produção de lixo.
Esta crise impõe a necessidade de novos modelos que possam substituir as
antigas estruturas vigentes que hoje, encontram-se defasadas. Visa-se

27 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO, op. cit., p.59.
28 GOMES,op. cit., p. 23.
142

atualmente, uma educação que enfatize a ética, a preocupação com o meio


ambiente e a responsabilidade.

As novas dimensões educativas colocam ênfase no


componente ético e são orientadas à transformação do
indivíduo: educação para a paz, para a saúde, para o consumo
e para educação ambiental. A educação ambiental é necessária
na formação de indivíduos com uma nova racionalidade
ambiental, capaz de superar a crise global presenciada
atualmente.

A educação ambiental também entra como grande aliada na


conscientização do consumo responsável. Ela tem como objetivo fazer com
que o ser humano se sinta parte da natureza, utilize o consumo sustentável
como recurso, compreenda o meio ambiente como problema e também como
o sistema em que se vive e conseqüentemente, depende-se dele29.
Tem-se a importância de buscar uma nova ética na educação, focada
na idéia do consumo sustentável e da preservação ambiental, uma vez que a
saúde e a qualidade de vida da espécie humana estão fortemente ligadas à
estas questões.

7. Como evitar o desperdício e ser um consumidor consciente

7.1. Consumo da água

A água é um elemento essencial a vida do ser humano e de todas as


espécies. Com relação ao corpo humano, cerca de 70% dele é formado por
este elemento. A superfície terrestre também apresenta esta proporção. No
entanto 97,2% corresponde aos oceanos que possuem apenas água salgada,
não podendo ser utilizada como água potável. Sendo assim, apenas 2,8% da
água do planeta está disponível para uso do ser humano.
Como evidenciado anteriormente, o crescimento populacional
vertiginoso levou a um consumo excessivo deste elemento tão importante,

29 SAUVÈ, op. cit., p. 320.


143

essencial para a vida no planeta. Estima-se que em 2010, cerca de 71% da


população mundial terá falta de água potável, que é a água própria para ser
bebida, geralmente, submetida a processos de tratamento30.
A maior parte da água consumida é dada pelas indústrias. Somente
10% do consumo é feito pela população em suas residências. Mesmo assim,
a economia de água nos domicílios domésticos pode fazer diferença
significativa segundo o Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO (2002),
uma vez que uma pessoa pode chegar ao consumo absurdo de 300 mil litros
de água por dia em banho, cuidados com a higiene, comida, lavagem de
louça e roupa, etc.
Ainda existe o grande problema que diz respeito às águas
contaminadas. Segundo o Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO
(2002)31:

...“a crescente urbanização provoca a concentração de geração


de dejetos humanos , que normalmente, não são coletados para
tratamento ou são despejados nos rios in natura. Os rios são
vítimas de conceito muito antigo que são elementos de
dispersão do esgoto... Há quantidade de lixo, esgoto e produtos
químicos, que tornam suas águas contaminadas.
Os esgotos domésticos também são uma grande ameaça à
saúde pública, e a falta de tratamento adequado é a causa da
alta mortalidade infantil nos países subdesenvolvidos.”

Pequenas atitudes podem reverter esse quadro. Apoiar e divulgar


algumas atitudes e incentivar a população a consumir com responsabilidade
este recurso podendo fazer grande diferença. Sugere-se: evitar vazamentos e
torneiras pingando; limitar o tempo do banho; não escovar os dentes com a
torneira aberta, usar a máquina de lavar com a carga máxima, economizando
assim, não só a água, mas também energia elétrica; usar balde em vez de
mangueira para lavar carros; exigir que os órgãos de controle ambiental e
indústrias se responsabilizem pelos resíduos tóxicos que produzem, entre

30 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO, op. cit., p.10-14.
31 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL – INMETRO, op. cit., p.15.
144

outros32,33.

7.2. Geração de resíduos sólidos

Como relatado anteriormente, a crescente industrialização e


concentração de populações nos grandes centros urbanos, o lixo passou a
ser um problema, uma vez que não consideramos o lixo com material
reutilizável. Como exemplo, podemos citar os metais, que utilizam grande
quantidade de matéria-prima e energia, e logo após o uso são jogados no lixo,
poluindo, assim o meio ambiente. O lixo orgânico também apresenta uma
séria problemática, pois ocorre muito desperdício.
Por isso, existe a necessidade de mudar a cultura do cidadão atual.
Deve-se considerar a premissa de que o lixo é um recurso natural a ser
novamente utilizado pela natureza, e não como algo que será simplesmente
jogado fora34.
Segundo o Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO (2002), a
produção de lixo é diretamente proporcional ao nosso consumo. Quanto mais
uma população consome, mais recursos naturais são utilizados e muito mais
lixo é gerado.
O lixo produzido nos grandes centros urbanos tem como destino, os
aterros sanitários e os lixões. O lixão é um lugar onde se concentra, a céu
aberto, grande parte de resíduos, sem controle ambiental e sanitário algum.
Isso gera contaminação do solo, da água, dos animais e da população em
geral. O aterro sanitário é onde são depositados os resíduos sólidos e
orgânicos em solo impermeabilizado, possibilitando um melhor controle de
proteção ambiental e a saúde. Ainda assim os aterros não dão conta de
receber tamanha quantidade de lixo e, além disso, as áreas que foram ou
estão sendo utilizadas como aterros não podem ser reutilizadas, sendo
totalmente perdidas.

32 Idem 30
33 ASSOCIAÇÃO CIVIL ATERNATIVA TERRA AZUL.O que é consumo sustentável.
Fortaleza: TERRA AZUL, 2005.
34 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA , NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL –INMETRO, op. cit., p.17.
145

O lixo hospitalar e resíduos industriais perigosos, em regra, são


mandados para os incineradores, que é a queima do lixo.
Na atualidade, uma alternativa para estes métodos, e que hoje em
dia é considerada a melhor forma de reaproveitar o lixo é a reciclagem.
Segundo INMETRO (2002)35:

A reciclagem reduz o consumo dos recursos naturais, o


consumo de energia, o volume de lixo e a poluição do globo
terrestre. Além disso, a reciclagem pode ser tornar uma
poderosa fonte de lucro.

Os resíduos orgânicos podem ser reutilizados na forma de adubos e


rações animais pela técnica de compostagem, ou mesmo no uso doméstico.
A técnica de compostagem consiste em fazer um composto para
adubação com material orgânico, com solo e dimensões apropriadas.
Os resíduos sólidos que podem ser reciclados são:
• as latas de aço;
• embalagens PET, ou seja, as garrafas de plástico utilizadas em
refrigerantes, entre outros produtos;
• vidro, material 100% reciclável. Uma tonelada de vidro reciclado gera
uma tonelada de vidro, economizando 1300 quilos de matéria-prima
em minérios;
• latas de alumínio, também 100% reciclável. Poupa-se 95% de
energia que necessária para produzi-la;
• embalagens multi-camada conhecidas como “longa vida” ou tetra-
pack. Uma tecnologia já desenvolvida permite que esses
embalagens possam ser reutilizadas com um substituto da madeira,
entre outros materais;
• papel, material que utiliza 2.385 quilos de madeira para sua
confecção, além de 44 mil litros de água e 7.600 quilowatts de
energia. Sem considerar os poluentes atmosféricos e detritos
produzidos. Com sua reciclagem economiza-se 60% da água e 20%

35 Idem 33.
146

de energia utilizada em sua fabricação;


• pneus. O Conselho Nacional do Meio Ambiente atribui aos
fabricantes de pneus e importadores a responsabilidade pelo destino
dos que não tiverem mais condições de uso. A reutilização de pneus
pode ser evidenciada no próprio setor automotivo, na construção
civil, em parques, entre outros;
• pilhas e baterias. A resolução do Conama de julho de 2000
estabelece que as baterias de telefone devem ser destinadas aos
postos de coleta dos fabricantes.

7.3. Energia

Grande parte da energia elétrica utilizada nas cidades provém das


Usinas Hidrelétricas. A geração de energia pelas usinas hidrelétricas consiste
em aproveitar as quedas de água, que por sua vez, é convertida em tal
energia através de turbinas.
O aumento do consumo de energia e a falta de investimentos do
governo gera crises desde o ano de 2001, os chamados apagões. Nestes
casos, drásticas medidas devem ser tomadas. Os reservatórios das
hidrelétricas de certas regiões praticamente se esgotaram em épocas de
estiagem36,37.
Outro fato marcante foi a crise do petróleo ocorrida na década de 70
do século passado. Este acontecimento pôs em alerta os países
consumidores devido ao embargo deste produto pelos países produtores.
Neste contexto, tanto por causa da crise do petróleo como também
por causa dos apagões, toda a mídia e veículos de comunicação iniciaram
uma intensa campanha para a redução do consumo de energia elétrica. As
lâmpadas comuns foram substituídas pelas fluorescentes, os sistemas
elétricos de aquecimento foram substituídos pelos sistemas a gás ou coletores
de energia solar, além do consumo consciente de chuveiros elétricos e

36BRANCO, op. cit., p.45-47.


37 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL – INMETRO, op. cit., p.30-39.
147

eletrodomésticos.
Outra alternativa é a utilização de fontes de energia renováveis.
Pesquisadores brasileiros tem estudado a produção de energia a partir de
biomassa de combustíveis, como a energia advinda do bagaço de cana-de-
açúcar, gerando álcool. Outras fontes de energia renováveis são o sol, o
vento, a água, o carvão vegetal, o álcool e o biogás.
É importante que o consumidor de energia elétrica tome pequenas
medidas como reduzir o consumo durante os horário de pico que se dá entre
as 18h00min e 21h00min, observar o selo de energia Procel dos
eletrodomésticos, aproveitar o máximo da luz do sol durante o dia, entre
outros38.

8. Outros hábitos que contribuem para o consumo responsável

• Consumir produtos que contribuam para a conservação das florestas.


• Deve-se sempre verificar a procedência dos produtos consumidos,
verificando se estão de acordo com a legislação ambiental. A ISO
14000 são regras que tratam da gestão ambiental. A certificação ISO
14000 significa que a Instituição possui um sistema de gestão
documentado.
• Utilizar a máquina de lavar roupa com sua capacidade máxima.
• Verificar o consumo de energia pelos eletrodomésticos através do
selo de energia Procel, que classifica estes produtos do menos
eficientes até o mais eficiente.
• Procure andar a pé, principalmente quando for a algum lugar que se
localize perto da sua casa. Este hábito é saudável e ajuda a
conservação de meio ambiente.
• Procure oferecer carona aos seus colegas, familiares ou amigos.
Muitas vezes, não há necessidade de sair de casa com mais de um
carro.
• Imprima suas minutas em rascunhos ou revise-as na tela do

38 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL – INMETRO, op. cit., p.39.
148

computador. A indústria de papel é a que mais degrada o meio


ambiente com o corte de árvores, sem falar no consumo excessivo
de água e energia.
• Ultilize as folhas frente e verso.
• Separe o lixo seco do lixo orgânico.
• Reutilize materiais, plásticos, vidros, papéis e etc.
• Troque as sacolas plásticas doadas no mercado por uma sacola de
pano ou de palha que possam ser utilizadas diversas vezes.
• Evite desperdícios de comida e de qualquer espécie. Restos de
comida representam 60% do lixo que vem dos lares brasileiros.
• Regule o termostato da geladeira.
• Prefira lâmpadas led (light emitting diode). Elas conjugam a alta
tecnologia de consumo de energia.
• Lave a seco quando possível.
• Prefira pilhas recarregáveis39.
• A maioria dos blackouts, no Brasil, ocorre entre 18h30min e
21h30min, por isso, deve-se reduzir o consumo, especialmente
nesses horários.
• Janelas fechadas e paredes pintadas com cores escuras aumentam
a necessidade de luz artificial no quarto. Além disso, uma janela
grande e aberta faz com que o ar circule mais, propiciando bem-estar
e contribuindo com o meio ambiente.
• Caso necessário deixar o computador ligado todo o tempo
(downloads de músicas, videos, etc), lembre-se de deixar o monitor
desligado. Esta peça é a responsável por até 70% do consumo de
energia40.
• Reutilize. Antes de jogar fora, pergunte a alguém se está interessado,
compre coisas usadas quando possível, reaproveite sacos plásticos
e materiais de vidro.

39 SCHIBUOLA, Tatiana.; RAQUEL, N. 20 Maneiras de ajudar o planeta. Veja Especial


Mulher, São Paulo, jun/2007, p.56-70.
40 CARARO, Aryane. Eco sim, chato não. Superinteressante,São Paulo, dez/2007, p.59-
63.
149

• Mude a dieta. Ao menos uma vez por semana, procure não consumir
carne vermelha. A produção deste alimento é responsável por 18%
das emissões de gases no planeta e para processar 1kg de carne
vermelha são gastos 200 litros de água41.
BURGOS (2007) em seu artigo, ressalta a importância da utilização de
novas tecnologias, como a utilização de álcool como combustível, uma vez
que um motor a álcool chega a emitir menos da metade (56%) de poluentes
na atmosfera em comparação com a gasolina. Além disso, cita-se também a
utilização da energia eólica em larga escala e energia solar em casos mais
imediatos, como o uso de eletrodoméstico. Porém BURGOS enfatiza:

A nova receita para salvar o mundo é investir com vontade em


novas tecnologias. Algumas foram inventadas, mas precisam de
ajustes para se tornarem economicamente atraentes. Já outros
desafios para diminuir o impacto negativo do homem no
ambiente demandam de pequenas revoluções tecnológicas. De
uma forma ou de outra, é preciso muito dinheiro para obter
grandes avanços no curto espaço de tempo que temos.

A solução apontada pelo autor da matéria está no investimento em


pesquisas e oportunidades econômicas que estão gerando lucro para grandes
empresas. Tecnologias limpas e “energia verde” prosperarão e serão
transformadas em grandes cifras.
Além disso, a o comportamento sustentável utilizados por algumas
empresas, não só é bom para a publicidade, podendo também minimizar
custos.

Uma gigante do ramo de higiene pessoal mudou o formato das


embalagens de um xampu, economizando o equivalente a 15
milhões de recipientes por ano; várias empresas de coleta de
lixo no mundo estão não só reciclando com também
transformando dejetos orgânicos em combustível por meio de
miniusinas; shoppings estão trocando seus vasos sanitários por
novos modelos que consomem 6 litros de água por descarga
(cerca de 5 vezes menos que os modelos domésticos).

BURGOS (2007), no entanto, não isenta o consumidor de mudar

41BURGOS, Pedro. Tecnologia, a pílula que salva. Superinteressante, São Paulo,p.48-


56, dez/2007.
150

seus hábitos, uma vez que deixar a responsabilidade ambiental apenas nas
mãos do governo e das grandes empresas, esperando uma solução milagrosa
para a salvação do planeta, até agora, não gerou resultados positivos.

9. Considerações finais

Diante da abordagem colocada anteriormente, pode-se concluir que


a sociedade contemporânea ainda tem a idéia de que a industrialização e a
economia são os únicos fatores que geram renda, empregos e
desenvolvimento a um país. Diante desse contexto, ressalta-se que, para que
o desenvolvimento econômico ocorra é necessária a utilização desenfreada
de recursos naturais, sem a consciência de que estes são finitos e de suma
importância para nossa qualidade de vida, saúde e segurança.
O desenvolvimento econômico gera um crescimento exagerado das
populações humanas devido a inúmeros fatores e conseqüentemente
consome-se cada vez mais recursos e gera-se mais lixo. O consumismo não
sustentável tem suas causas na falta de consciência da finitude dos recursos
oferecidos pela natureza, falta de informação, a publicidade, que incita o ser
humano a querer sempre um produto novo, jogando fora aquele que já possui
para o mesmo fim.
Diante desta concepção, surge como uma das grandes soluções
para este problema, a questão do desenvolvimento e do consumo sustentável,
que é uma forma de desenvolvimento econonômico e de consumo que visa
atender as necessidades atuais sem comprometer gerações futuras.
Muitas empresas estão investindo em “tecnologias limpas” como a
utilização de energia solar, energia eólica e fabricação de combustíveis menos
poluentes. Estas tecnologias são boas para a publicidade além de reduzirem
custos. Porém algumas tecnologias ainda exigem alto custo de produção.
O consumo sustentável prega que o cidadão também é responsável,
não só as grande empresas e o governo. Essa responsabilidade vai desde
escolher produtos produzidos por empresas éticas, que trabalhem seriamente,
dentro das leis, não explorem trabalho escravo e infantil, e cuidem do meio
151

ambiente, até pequenas atitudes, como separar o lixo para reciclagem, reduzir
o consumo de água e substituir as sacolas plásticas, por exemplo.
Mas como mudar esse paradigma? Como fazer com que a sociedade
compreenda a importância da sustentabilidade? A educação, informação e as
campanhas de conscientização são a grande chave para esse problema. É
importante o cidadão atual compreender que o desenvolvimento econômico e
tecnológico é sim necessário, mas que ele pode ser adequado de maneira a
não comprometer o meio ambiente e as gerações futuras, suprindo todas as
necessidades do mundo atual.
A questão ética também deve ser observada pelo consumidor, uma
vez que as escolhas influeciam diretamente no comportamento das empresas.
As empresas consideradas éticas são aquelas que possuem responsabilidade
social, ou seja, não compactuam com a ilegalidade, preservam o meio
ambiente, não utilizam mão-de-obra infantil e trabalho escravo e respeitam os
direitos do consumidor.
Pequenas atitudes podem mudar a problemática ambiental atual,
como a reciclagem de lixo, a opção do consumidor pelas empresas chamadas
éticas e comprometidas com a preservação ambiental, a utilização racional do
consumo de água e recursos naturais, a minimização do consumo,
conseqüentemente, da produção de lixo.
Deve-se lembrar que a falta de respeito à natureza também é falta de
respeito com o ser humano e que a sustentabilidade econômica é um caminho
para concretizar e viabilizar uma maneira de atender a todos.

Referências bibliográficas

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