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O Meio Ambiente e o Consumo Sustentável - Alguns Hábitos Que Podem Fazer A Diferença PDF
O Meio Ambiente e o Consumo Sustentável - Alguns Hábitos Que Podem Fazer A Diferença PDF
Cíntia Panarotto**
1. Considerações iniciais
ambiente1.
Na grande maioria dos casos, a sociedade contemporânea apresenta
uma visão distorcida do chamado “desenvolvimento”. Os defensores deste
“desenvolvimento” acreditam que qualquer proposta que restrinja suas
atividades, fará com que a sociedade regrida. Como exemplo, cita-se um
grande empresário que encontra na industrialização a única fonte possível de
renda e emprego. Esta é apenas uma das fontes 2,3.
Ressalta-se que a questão não está em impedir a industrialização e o
desenvolvimento de um país e do mundo. A verdadeira incompatibilidade,
situa-se entre a preservação ambiental e o exagero como o consumo
insustentável e o acúmulo previlegiado de riquezas. O desenvolvimento não
se faz apenas acumulando riquezas. A saúde da população e local em que
vivemos, o chamado meio ambiente, devem possuir qualidade.
Com relação aos atuais problemas socioambientais existe essa
lacuna fundamental entre o ser humano e a natureza. É preciso reconstruir
nosso sentimento de pertencer à natureza, a esse fluxo de vida de que
participamos. Essa mudança de pensamento se dá através da educação
ambiental e educação para o consumo, da informação e da mudança de
pequenas atitudes, descritas a seguir. Com isso, será possível tomar
consciência de que, por meio da natureza, reencontramos parte de nossa
própria identidade humana.4,5
1 BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. 26 ed. São Paulo: Editora
Moderna. Coleção Polêmica, 1997, p.5.
2 BRANCO, op. cit., p.5-6.
3 GOMES, Daniela Vasconcellos. Educação para o consumo sustentável. Rev.
Eletrônica. Mest. Educ. Ambient.,Porto Alegre, v.16, jan/jun 2006, p.18.
4 BRANCO, op, cit.,p.6.
5 SAUVÈ, Lucie. L'éducation relative à l'environnement. Educ. Pesqui., São Paulo, n.2,
v.31, may/aug, 2005, .p. 317.
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impacto ambiental que é gerado. Uma ótima solução para este problema pode
ser encontrada na educação, que diante desta concepção pode mudar o atual
paradigma da sociedade atual com o conceito de desenvolvimento
sustentável, que será descrito posteriormente10.
Existe uma informação popular de que as cidades são ecossistemas
urbanos. Entretanto, para ser um ecossistema é necessário que ele seja
auto-suficiente. Isto que dizer que deve possuir uma fonte primária - ou
produtores - representada pelas plantas que tem a função de produzir
energia. Deve possuir também uma fonte secundária, representada pelos
animais - os consumidores - que consomem a energia produzida pelas
plantas, gerando excrementos. Por fim, estes excrementos são decompostos
por bactérias e outros microrganismos - os decompositores - que geram
componentes essenciais para a vida das plantas.
Conforme texto escrito por Branco (2002)11,
A cidade corresponde simplesmente à etapa consumidora do
sistema. Ela não canaliza o fluxo de energia, pois recebe
elementos químicos, organizados de forma orgânica, de fora.
Da lavoura vem os vegetais, e da pecuária, a carne, o leite e
outros produtos para o consumo alimentício, das florestas, a
madeira; das áreas de mineração toda a fonte de matérias-
primas. Sobretudo, não há reciclagem, não há retorno desses
componentes químicos, uma vez que os resíduos da cidade são
soterrados em aterros sanitários de lixo ou simplesmente
lançados ao solo, aos rios na forma de esgoto, e na atmosfera,
na forma de gases, fumaças e poeiras.
4. O desenvolvimento sustentável
5. A ética e o consumo
outros32,33.
32 Idem 30
33 ASSOCIAÇÃO CIVIL ATERNATIVA TERRA AZUL.O que é consumo sustentável.
Fortaleza: TERRA AZUL, 2005.
34 INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA , NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE
INDUSTRIAL –INMETRO, op. cit., p.17.
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35 Idem 33.
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7.3. Energia
eletrodomésticos.
Outra alternativa é a utilização de fontes de energia renováveis.
Pesquisadores brasileiros tem estudado a produção de energia a partir de
biomassa de combustíveis, como a energia advinda do bagaço de cana-de-
açúcar, gerando álcool. Outras fontes de energia renováveis são o sol, o
vento, a água, o carvão vegetal, o álcool e o biogás.
É importante que o consumidor de energia elétrica tome pequenas
medidas como reduzir o consumo durante os horário de pico que se dá entre
as 18h00min e 21h00min, observar o selo de energia Procel dos
eletrodomésticos, aproveitar o máximo da luz do sol durante o dia, entre
outros38.
• Mude a dieta. Ao menos uma vez por semana, procure não consumir
carne vermelha. A produção deste alimento é responsável por 18%
das emissões de gases no planeta e para processar 1kg de carne
vermelha são gastos 200 litros de água41.
BURGOS (2007) em seu artigo, ressalta a importância da utilização de
novas tecnologias, como a utilização de álcool como combustível, uma vez
que um motor a álcool chega a emitir menos da metade (56%) de poluentes
na atmosfera em comparação com a gasolina. Além disso, cita-se também a
utilização da energia eólica em larga escala e energia solar em casos mais
imediatos, como o uso de eletrodoméstico. Porém BURGOS enfatiza:
seus hábitos, uma vez que deixar a responsabilidade ambiental apenas nas
mãos do governo e das grandes empresas, esperando uma solução milagrosa
para a salvação do planeta, até agora, não gerou resultados positivos.
9. Considerações finais
ambiente, até pequenas atitudes, como separar o lixo para reciclagem, reduzir
o consumo de água e substituir as sacolas plásticas, por exemplo.
Mas como mudar esse paradigma? Como fazer com que a sociedade
compreenda a importância da sustentabilidade? A educação, informação e as
campanhas de conscientização são a grande chave para esse problema. É
importante o cidadão atual compreender que o desenvolvimento econômico e
tecnológico é sim necessário, mas que ele pode ser adequado de maneira a
não comprometer o meio ambiente e as gerações futuras, suprindo todas as
necessidades do mundo atual.
A questão ética também deve ser observada pelo consumidor, uma
vez que as escolhas influeciam diretamente no comportamento das empresas.
As empresas consideradas éticas são aquelas que possuem responsabilidade
social, ou seja, não compactuam com a ilegalidade, preservam o meio
ambiente, não utilizam mão-de-obra infantil e trabalho escravo e respeitam os
direitos do consumidor.
Pequenas atitudes podem mudar a problemática ambiental atual,
como a reciclagem de lixo, a opção do consumidor pelas empresas chamadas
éticas e comprometidas com a preservação ambiental, a utilização racional do
consumo de água e recursos naturais, a minimização do consumo,
conseqüentemente, da produção de lixo.
Deve-se lembrar que a falta de respeito à natureza também é falta de
respeito com o ser humano e que a sustentabilidade econômica é um caminho
para concretizar e viabilizar uma maneira de atender a todos.
Referências bibliográficas
BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. 26 ed. São Paulo: Editora
Moderna. Coleção Polêmica, São Paulo,1997.
CARARO, Aryane. Eco sim, chato não. Superinteressante, São Paulo, p.59-63,
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dez/2007.
SAUVÈ, Lucie. L'éducation relative à l'environnement. Educ. Pesqui., São Paulo, n.2,
v.31, p. 317-322, may/aug 2005.